Além do assédio e excesso de trabalho, médicos/as sofrem com a insegurança nas UPAs de Curitiba

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) acompanha com preocupação as situações precárias de trabalho enfrentadas pelas médicas e médicos que atuam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Prefeitura de Curitiba.

Além da constante pressão para realizem consultas cada vez mais curtas, mobiliário quebrado ou inadequado, salas mal ventiladas, recusas de atestados quando os profissionais adoecem, entre outros problemas; os/as profissionais também temem pela própria segurança e de seus pertences.

Um médico que trabalha na UPA do Boa Vista relatou ao Simepar o furto de dinheiro e de um cartão bancário que foram subtraídos de sua carteira guardada em um armário que tem esse fim, mas não tem tranca.

Após esse relato, o Sindicato recebeu uma série de informações semelhantes em que médicos/as afirmam que não dispõem de lugar seguro para guardar seus pertences como bolsas ou carteiras, e optam por deixá-los em seus carros, o que também é temerário.

Mas a insegurança não é só em relação aos bens materiais. Há vários casos registrados de agressões contra trabalhadores/as da Saúde por parte de pacientes e acompanhantes. Quando a procura pela UPA aumenta muito, formando longas filas de espera, o clima fica tenso e as agressões verbais e até físicas acabam acontecendo. As pessoas em situação de sofrimento e dor, ou com algum ente passando mal, muitas vezes se desesperam e não conseguem discernir que a culpa não é de quem está trabalhando na ponta, e sim dos gestores que não dimensionam adequadamente as equipes das unidades.

O Simepar está oficiando a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e a Fundação Estatal de Atenção à Saúde de Curitiba, pedindo que a segurança nas Unidades seja reforçada e que sejam proporcionados locais seguros para que médicas e médicos possam guardar seus pertences durante as jornadas de trabalho, e não tenham que conviver com mais essa precariedade, entre as tantas que já enfrentam.

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