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‘Flurona’: Procura por diagnóstico de Covid e Gripe dispara e testes rápidos já estão em falta em Curitiba

A explosão recente nos casos de gripe e de Covid-19 em Curitiba e o consequente aumento na procura por diagnóstico já causa dificuldade no abastecimento de exames para detecção do coronavírus ou do Influenza em laboratórios da capital paranaense, especialmente os chamados ‘testes rápidos’, cujo resultado é disponibilizado em um curto intervalo de tempo aos pacientes.

Reflexo de uma demanda extraordinária, provocada pela crise do ‘flurona’: como não dá, clinicamente, para saber a diferença entre a infecção pelo coronavírus e pelo influenza, as pessoas acabam sendo obrigadas a se submeterem aos testes não só para saber se foram contaminadas, efetivamente, mas também para descobrir qual agente as acometeu.

Nesta quarta (5), pelo menos um laboratório da cidade estava sem testes rápidos para identificação de Influenza A, B e Covid-19, enquanto outro informou estar sem insumos para o teste rápido para detecção do SARS-CoV-2.

Além disso, uma importante distribuidora sediada na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) que fabrica e comercializa produtos e equipamentos para Laboratórios de Análises Clínicas informou ter esgotado seu estoque de testes rápidos para detecção do coronavírus após um aumento súbito na procura nas últimas semanas. A situação só deve ser normalizada em meados de fevereiro.

O LANAC (Laboratório de Análises Clínicas), por exemplo, informou nesta quarta (5) ter esgotado em 12 dias todos os testes rápidos para identificação de Influenza A, B e COVID-19, simultaneamente.

A previsão é receber novos kits a partir da próxima semana. Por outro lado, testes sorológicos, antígenos e RT-PCR estão sendo realizados normalmente, sem a necessidade de agendamento.

“O laboratório estava realizando em novembro e dezembro uma média de 140 testes por dia, entre sorológicos, antígenos e RT-PCR. Na segunda-feira, dia 3 de janeiro, chegou a 554 testes, e a alta demanda se mantém nos primeiros dias do ano”, informou o LANAC por meio de nota, informando ainda que também quase um terço dos exames feitos têm apontado para a infecção pelo Influenza ou pelo coronavírus.

No Frischmann Aisengart, a diretora médica Myrna Campagnoli informou que já não há mais exames rápidos para a Covid-19 e que o teste com antígeno também está com baixo estoque, devendo esgotar até o final da semana. Os exames de influenza, por sua vez, estão sendo feitos seguindo uma cota máxima diária. Na semana que vem, porém, deve começar a ser ofertado um novo exame, que detecta Covid e Influenza junto, o que deve normalizar a situação.

Na última semana de dezembro a procura por testes no Frischmann já havia subido em torno de 20% na comparação com o final de dezembro, mas na primeira semana de janeiro a alta já é de 28% na comparação com o mesmo período do penúltimo mês. “É um volume muito maior e o que tem nos preocupado é a positividade: saiu de em torno de 5% em novembro para quase 50% agora”, diz a diretora.

Na Unimed Laboratóro, que trabalha só com o teste RT-PCR para Covid e Influenza, a procura por exames vem aumentando desde antes do Natal, assim como a proporção de diagnósticos positivos. De acordo com o médico endocrinologista Mauro Scharf, diretor técnico da Unimed Laboratório, em novembro e no início de dezembro o laboratório realizava, em média, 100 a 150 exames de COVID por dia. No final de 2021 esse número começou a subir e hoje são realizados cerca de 600 exames diários. Também a taxa de positividade saltou de 2,2% no dia 24 de dezembro para 38% em 2 de janeiro.

Por fim, a Nissei, rede de farmácias que também tem comercializado testes rápidos para detecção do coronavírus, informou seguir com estoque suficiente de exames e ressaltou, ainda, que já tem programada a chegada de mais testes para os próximos dias.

‘Pico da Ômicron foi muito mais rápido que o da variante Delta’

Sediada em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a FirstLab é uma empresa que fabrica e comercializa produtos e equipamentos para Laboratórios de Análises Clínicas. Apenas nesta primeira semana de janeiro de 2022, a empresa informa ter vendido, nacionalmente, cinco vezes mais testes rápidos de Covid do que no mês todo de dezembro. No Paraná, onde a empresa fornece testes para 82 laboratórios e clínicas, esse número é ainda maior: foram 32 vezes mais neste mesmo período.

“Tivemos um pico de venda em abril, mas com o avanço da vacinação foi diminuindo. Agora está no nível de pico, até aumentou mais, considerando o que temos de perda por não ter os testes em mãos [para comercializar]”, relata Viviane Ceschim, assessoria científica da Firstlab.

“O pico dessa variante, da Ômicron, foi muito maios rápido que o pico da Delta. O mercado não está conseguindo suprir [a demanda]”, diz ainda Ceschim, explicando que o abastecimento de testes rápidos para a Covid-19 só deve acontecer a partir de meados de fevereiro.

Governo do Paraná reforça estoque de Tamiflu

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) descentralizou 246.900 unidades do antiviral para o tratamento da síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave, o fosfato de oseltamivir (Tamiflu), para as Regionais de Saúde nesta quarta-feira (5), fechando um pacote de 380 mil cápsulas do medicamento. Na terça (4), já haviam sido distribuídas 133.100 unidades para as 10ª RS, 20ª RS, 17ª RS e 16ª RS.

Sobre o Tamiflu, o secretário destacou que a prescrição deste medicamento deve ser baseada em julgamento clínico e ser feita preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início da doença, lembrando também da importância de outros cuidados. “Já solicitamos mais remédios ao Ministério da Saúde.

Mas, medidas não farmacológicas também devem ser respeitadas, pois não vale só para a Covid-19, vale também para a Influenza. Uso de máscaras, lavagem das mãos e uso do álcool em gel são algumas delas. E em casos de contaminação, o principal é que as pessoas busquem o atendimento nas Unidades de Saúde espalhadas por todo o Estado”, complementou.

Matéria do Portal Bem Paraná.

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