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Mulheres e homens infectados pelo HPV também devem tomar a vacina

Fotos: Renato Rodrigues/Comunicação Butantan.

Vírus possui mais de 200 tipos e imunizante protege contra os principais deles, causadores de câncer de colo de útero, ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe.

Será que adianta tomar a vacina contra o HPV se você já contraiu o vírus? A resposta é sim. Mesmo após uma infecção, o imunizante pode beneficiar tanto mulheres como homens, uma vez que existem mais de 200 tipos do vírus, e quatro deles – 6, 11, 16 e 18, todos presentes na vacina – são os principais responsáveis por causar câncer de colo de útero, ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe.

Segundo o Ministério da Saúde, 80% dos indivíduos sexualmente ativos serão infectados por um ou mais tipos de HPV ao longo da vida. Mas uma pessoa infectada por um subtipo ainda pode se proteger contra os outros ao se vacinar.

Estudos já mostraram que a vacina é capaz de reduzir em até 80% as chances de recidiva (retorno da infecção) em pessoas que já apresentaram lesões causadas pelo HPV, de acordo com uma revisão da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Outros dados apresentados no artigo indicam que 99,6% das mulheres sexualmente ativas com até 45 anos podem se beneficiar do imunizante contra o HPV, já que muitas têm resultado negativo para o vírus ou são positivas para apenas um subtipo.

Além disso, existem evidências de que a infecção natural não gera imunidade suficiente para prevenir novas infecções – a quantidade de anticorpos produzidos costuma ser baixa e de pouca duração. Dois estudos, um da Universidade Johns Hopkins e outro da Universidade de Washington, mostraram que os níveis de anticorpos induzidos pela infecção pelo HPV-16 foram 50 a 60 vezes menores do que os títulos pós-vacinação.

Ambas as vacinas contra o HPV disponíveis no Brasil (quadrivalente e nonavalente) são seguras e não há registros de reações adversas graves relacionadas à vacinação em nenhuma faixa etária. O imunizante pode ser aplicado dos 9 aos 45 anos, em homens e mulheres, e não só protege contra a doença, como evita a contínua transmissão do vírus.

Os benefícios gerais da vacina são claros: uma revisão de 65 estudos conduzidos em 14 países, com 60 milhões de pessoas, mostrou uma queda 83% nos casos de HPV 16 e 18 (responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero), de 67% no aparecimento de verrugas genitais e de 51% no surgimento de lesões pré-cancerosas, em meninas de 15 a 19 anos.

Por que o SUS prioriza o público infantil

No Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra o HPV é administrada em meninos e meninas de 9 a 14 anos. O objetivo é proteger as pessoas contra o vírus antes de iniciarem a atividade sexual, que é o principal meio de transmissão. Dessa forma, a imunização acaba sendo mais efetiva nessa idade. Estudos já comprovaram que crianças e adolescentes vacinados produzem quantidades maiores de anticorpos do que os adultos. Por isso, é essencial estimular a vacinação nessa faixa etária.

No entanto, isso não significa que indivíduos mais velhos, que não tiveram oportunidade de se vacinar na infância, não possam se beneficiar da imunização, conforme apontam os dados da literatura científica. Atualmente, as vacinas contra HPV para adultos estão disponíveis somente na rede privada – a exceção é para homens e mulheres imunossuprimidos, transplantados ou pacientes oncológicos de até 45 anos, que têm direito de tomar o imunizante no SUS.

Matéria do Portal do Instituto Butantan.

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