O período de férias escolares pode ser o momento ideal para que professores de escolas infantis, que atendem crianças até 4 anos de idade, busquem se proteger contra a coqueluche. Com aumento do número de casos da doença em todo país, o Ministério da Saúde recomendou, em caráter excepcional, a inclusão dos professores no público-alvo da vacina contra a coqueluche.
Anteriormente, além da vacina disponível no calendário das crianças, o imunizante para adultos só era aplicado em gestantes, puérperas (mulheres que tiveram filhos há 45 dias) e profissionais de saúde.
A secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella, recomenda que as direções de escolas públicas e particulares, que atendem crianças até 4 anos, incentivem e programem a imunização.
“A estratégia de vacinação dos professores é uma medida excepcional, portanto, é importante que os diretores busquem alternativas para imunizar seus trabalhadores o quanto antes, inclusive com a possibilidade de agendar a vacinação nas escolas”, ressaltou a secretária.
Os supervisores dos distritos sanitários da prefeitura já estão em contato com professores das escolas municipais para estudar as melhores estratégias, além de oferecer a dose da vacina contra a coqueluche nas unidades de saúde.
“O reforço na imunização daqueles que trabalham com crianças pequenas é uma estratégia para proteger a faixa etária mais suscetível, tendo em vista que a coqueluche é mais grave nesse grupo”, explica o médico Alcides Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba.
No adulto, muitas vezes, a coqueluche é assintomática, podendo ser confundida com um resfriado, pois apresenta pequena alteração febril e tosse seca.
Os mais suscetíveis à coqueluche são as crianças pequenas, menores de um ano, principalmente os bebês recém-nascidos e os prematuros.
A vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pela bactéria H. influenzae tipo B, tem esquema vacinal de três doses, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade. O reforço é aplicado com a vacina DTP, versão do imunizante contra difteria, tétano e coqueluche, aplicada aos 15 meses e outra dose aos quatro anos.
Para adultos, a vacina aplicada pelo SUS é a dTp acelular, disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para gestantes, puérperas (mulheres que tiveram bebês há menos de 45 dias), profissionais de saúde e agora, em caráter excepcional, para os trabalhadores de escolas infantis. No caso de gestantes, mesmo que a mulher tenha sido vacinada em gestações anteriores, essa vacina deve ser aplicada em cada período gestacional, com o objetivo de garantir a imunidade para a criança.
Vacina
O público-alvo de imunização contra a coqueluche pode procurar uma das 108 Unidades de Saúde de Curitiba para se vacinar. Os endereços e horário de funcionamento podem ser conferidos no site Imuniza Já Curitiba.
Os profissionais de saúde estão sendo imunizados nos hospitais e maternidades onde trabalham, mas aqueles que atuam em clínicas pediátricas, por exemplo, também podem procurar a imunização em uma das unidades de saúde de Curitiba, comprovando sua situação laboral para ter direito à dose pelo SUS.
Imunidade
Mesmo quem já teve coqueluche ou foi vacinado na infância, não está protegido contra a doença, o que reforça a necessidade de priorizar a vacinação das gestantes, puérperas, profissionais de saúde e trabalhadores de escolas infantis.
Segundo Alcides Oliveira, é importante manter o calendário vacinal infantil em dia. Em Curitiba, a cobertura vacinal da pentavalente, aplicada nos primeiros 6 meses de vida do bebê, está em 86,1%, enquanto a meta preconizada pelo Ministério da Saúde é 95%. Já o primeiro reforço, aos 15 meses, está em 82,5% e o segundo reforço, aplicado aos quatro anos de idade, atingiu somente 65,7%.
Números
Em 2024, Curitiba confirmou dez casos de coqueluche, de janeiro a 20 de junho. Em 2023, a capital paranaense não teve registros da doença.
No país, alguns municípios têm enfrentado surtos de coqueluche neste ano. O Estado de São Paulo registrou 139 casos nos primeiros cinco meses do ano. No Paraná, já foram confirmados 24 casos entre janeiro e a primeira semana de junho, sendo que em todo ano de 2023 foram 17 registros da doença.
A coqueluche é uma infecção respiratória, causada por bactéria, altamente contagiosa. Sua principal característica são crises de tosse seca, razão pela qual a doença também é conhecida por “tosse comprida”.
Uma pessoa contaminada pode infectar de 12 a 17 outras pessoas, sendo que a transmissão ocorre pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.
As informações são da Prefeitura de Curitiba.