O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na manhã desta terça-feira (12), o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e diretor regional da OMS para Américas, Jarbas Barbosa, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
O presidente Lula recebeu do diretor da OPAS o certificado da eliminação do sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita no Brasil. Com isso, a região das Américas passa a ser novamente a única região do mundo livre dessas três doenças. Após longo período sem casos – em 2015 o Brasil havia atingido a marca de país livre do sarampo -, foram registradas 40 mortes de crianças pela doença entre 2018 e 2022. “Esse diploma é resultado da força da retomada e da competência do sistema de vacinação brasileiro”, destacou o presidente.
Barbosa relembrou também o gesto do presidente Lula de se vacinar – contra a Covid-19 – logo no início do atual mandato, dando início à retomada das campanhas vacinais nacionais. Em apenas dois anos, a partir de 2023, o Brasil realizou importante recuperação das políticas de vacinação, deixando a lista de países com um dos mais elevados números de crianças sem qualquer imunização para voltar a ser um dos países com maior cobertura vacinal. “A vacina é um promotor de equidade, as vacinas que recebem as crianças pobres são as mesmas que recebem as crianças ricas”, disse o diretor da OPAS.
A ministra Nisia comentou também sobre as atividades previstas para o Dia Nacional do Combate à Dengue, 23 de novembro.
Processo de recertificação
Devido às baixas coberturas vacinais e ao intenso fluxo migratório de países vizinhos, em 2018 ocorreu a reintrodução da doença no país. Em 2019, após um ano de franca circulação do vírus do sarampo em território brasileiro com mesmo genótipo (D8), o país voltou a se tornar endêmico para a doença. Foram confirmados 39.779 casos entre 2018 e 2022.
Em 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como “alarmante” o aumento de casos de sarampo na Europa, com mais de 58 mil infecções registradas em 41 países ao longo do ano, um crescimento significativo em relação aos últimos três anos.
Ainda assim, no início de 2023, com a valorização do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação , houve intensificação das ações de eliminação do sarampo no Brasil. Em novembro de 2023, o país demonstrou avanços e evidências documentadas de ações realizadas pelos três entes da federação. Com isso, a Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) na Região das Américas – grupo independente de especialistas convocado pela Opas/OMS – categorizou o Brasil como “país pendente de reverificação”.
Para cumprir os critérios de reverificação, o Brasil precisou demonstrar que não houve transmissão do vírus do sarampo durante pelo menos um ano, além de ter fortalecido o seu programa de vacinação de rotina, a vigilância epidemiológica e a resposta rápida a casos importados.
Com a conquista do Brasil, as Américas recuperam o status de região livre de sarampo endêmico. O Ministério da Saúde e a Opas/OMS enfatizam que é essencial continuar fortalecendo os programas de vacinação, aumentar a cobertura até alcançar níveis adequados, reforçar os sistemas de vigilância e melhorar a capacidade dos sistemas de saúde para responder rapidamente a possíveis casos importados.
Vacina Tríplice Viral
O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação para prevenir casos graves e óbitos causados pelo sarampo, adotando diversas ações para incentivar a imunização em todo o país. Em 2023, 13 dos 16 imunizantes do calendário nacional tiveram aumento na cobertura vacinal , incluindo a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. A cobertura da primeira dose passou de 80,7% em 2022 para 88,4% em 2023, e em 2024, até o momento, já chegou a 92,3%.
A tríplice viral é recomendada em duas doses para pessoas de 12 meses a 29 anos e em dose única para adultos de 30 a 59 anos. Essa vacina é essencial para prevenir doenças altamente contagiosas que, no passado, causaram epidemias e graves consequências à saúde pública.
As informações são do Ministério da Saúde.