Filiado à

Entenda a diferença entre linhagens, sublinhagens e recombinantes do coronavírus

Novo Coronavírus SARS-CoV-2 Micrografia eletrônica de varredura colorida de uma célula infectada com uma cepa variante de partículas do vírus SARS-CoV-2 (laranja), isolada de uma amostra de paciente. Imagem capturada no Centro de Pesquisa Integrada (IRF) do NIAID em Fort Detrick, Maryland. Crédito: NIAID

Em mais de dois anos de pandemia, foi possível aprender muito sobre o avanço da Covid-19 e como ela se manifesta. Uma série de variantes do SARS-CoV-2, o vírus original, surgiram, assim como linhagens, sublinhagens e variantes recombinantes. Mas você sabe a diferença entre estes termos? Com estas quatro respostas dos cientistas Alex Ranieri e Gabriela Ribeiro, bioinformatas da Rede de Alerta de Variantes do Instituto Butantan vai ficar fácil de entender.

1- O que é uma variante?

Basicamente, os vírus são partículas constituídas de material genético, que pode ser DNA ou RNA, envolvidas em uma cápsula de proteína. Ele tende a mutar-se quanto mais se espalha, e, quando isso acontece, pode mudar sua estrutura inicial, tornando-o uma variante. No caso da Covid-19, as variantes são mutações do SARS-CoV-2 descoberto em Wuhan, na China, que é o vírus original.

2- O que é linhagem?

Quando a variante começa a se propagar por mais territórios, infectando mais pessoas em diferentes regiões ou países, ela se torna uma linhagem. Em outras palavras, ela é uma variante que teve sucesso ao se espalhar em uma grande quantidade de pessoas. É o caso das variantes alfa (B.1.1.7), beta (B.1.351), gama (P.1), delta (B.1.617.2) e ômicron (B.1.1.529), pois conseguiram se disseminar para vários continentes.

Toda linhagem é uma variante, mas nem toda variante chega a se tornar uma linhagem. E por quê? Por mais que seja uma mutação, ela pode ser incapaz de se propagar de forma eficiente e rapidamente desaparece, o que a inviabiliza como uma linhagem.

3- O que é sublinhagem?

À medida que vão ocorrendo mutações do vírus, nem sempre o material genético se altera muito, e é a partir daí que surgem as sublinhagens, variantes muito semelhantes às linhagens às quais pertencem. Uma forma fácil de detectar sublinhagens é perceber que a nomenclatura sofreu ramificações. Por exemplo, algumas das sublinhagens já detectadas da ômicron são BA.1, BA.1.1, BA.2 e BA.3.

4- O que é variante recombinante?

Quando há uma mistura ou recombinação de material genético de duas ou mais linhagens ocorre o que chamamos de variante recombinante. Para que isso aconteça, é necessário que uma pessoa contraia pelo menos duas linhagens ao mesmo tempo e que o evento de recombinação ocorra, algo mais difícil de acontecer, mas que se torna possível diante da alta circulação de variantes da Covid-19.

Por definição, a recombinante também é uma variante, já que a recombinação é um tipo de mutação. Até o momento, múltiplas variantes recombinantes foram detectadas em circulação no mundo, sobretudo na Europa, podendo ser reconhecidas pela letra X em seu nome como XD, XE e XF. As linhagens recombinantes mais recentes vão de XD, mais conhecida como deltacron, seguindo em ordem alfabética até XS.

As informações são do Instituto Butantan.

Compartilhe:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fique ligado

Últimas Notícias