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Médicos/as das UPAs continuam sofrendo com sobrecarga de trabalho e ameaças de violência

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) vem denunciando reiteradamente as péssimas condições de trabalho das médicas e médicos que atuam em algumas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba e de outras cidades do Paraná.

Essa situação também prejudica muito a população, especialmente aquela que não tem outras opções em caso de urgências médicas.

Com poucos médicos/as, e praticamente sem pediatras nas UPAs, os pacientes e seus acompanhantes têm que esperar várias horas pelo atendimento médico, muitas vezes sofrendo dor, febre e outros sintomas ou mesmo assustados com a possibilidade de gravidade em seu estado de saúde.

Duração das consultas

Nesse “cenário de guerra” que pouco melhorou com o abrandamento da pandemia de coronavírus, médicas e médicos denunciaram a exigência da Prefeitura de Curitiba para que realizassem uma consulta a cada 15 minutos, tempo insuficiente para o procedimento completo, que vai desde receber o/a paciente, ouvir, examinar, diagnosticar, receitar medicamentos, encaminhar e fazer o registro da consulta.

O Simepar foi à Justiça contra a exigência de consultas limitadas a 15 minutos e obteve uma liminar garantindo o tempo mínimo de 20 minutos, mas assegurando a autonomia de cada médico/a para decidir sobre o tempo de consulta.

Acontece que, por um lado os médicos e médicas continuam denunciando a exigência de consultas de 15 minutos por parte dos gestores das UPAs; por outro lado, a Prefeitura e a Fundação Estatal de Atenção em Saúde de Curitiba (FEAS) garantem que não estão fixando tempo para as consultas.

Agressões, ameaças e intimidação

Os relatos de ameaças e agressões do pacientes e acompanhantes contra médicos e médicas das UPAs são constantes. Há poucos dias, um usuário do sistema de Saúde quebrou dois computadores em uma UPA de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.

Nos últimos meses, há registros de agressões verbais e físicas, inclusive com a intervenção policial, em UPAs de Curitiba e Paranaguá.

Qualquer tipo de agressão é injustificável, mas é preciso entender a motivação para que elas sejam evitadas e combatidas. Sem dúvida, a demora pelo atendimento leva pacientes e familiares ao desespero e, alguns desses, acabam descarregando esse desespero sobre os médicos e médicas, além dos demais profissionais de saúde.

O reforço na segurança das Unidades de Saúde é absolutamente necessário; mas, a causa raiz, que é a agilidade no atendimento é que deve ser resolvida, visando o atendimento ágil e com qualidade na atenção à saúde.

Toda a problemática aponta para a contratação de mais médicos e médicas, para que o atendimento tenha mais agilidade e flua com maior tranquilidade, pois todos os relatos de agressões e ameaças têm um fator em comum: faltavam médicos nas escalas de trabalho.

Ministério Público e Justiça do Trabalho

Além das constantes tentativas de negociação direta com os empregadores, o Simepar tem recorrido ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público do Trabalho para tentar melhorar as condições de trabalho dos médicos e médicas; e, consequentemente, melhorar o atendimento à população.

Quando essas iniciativas não alcançam os resultados esperados, o Sindicato recorre à Justiça para garantir os direitos e reverter a degradação das condições de trabalho dos profissionais.

No próximo dia 15 de março haverá uma audiência na Justiça do Trabalho para instrução da ação sobre o tempo de duração das consultas dos médicos da FEAS de Curitiba. O Simepar encara essa audiência como uma boa oportunidade para que as condições de trabalho dos profissionais da Saúde e o atendimento à população melhorem, pelo bem de todos.

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