O Ministério da Saúde promoveu, nos dias 15 e 16 de maio, a Oficina Internacional sobre Arboviroses. Mais de 100 pesquisadores e cientistas analisaram os cenários nacional e internacional, discutiram ações e estabeleceram estratégias para o enfrentamento da dengue, chikungunya, Zika e Febre do Oropouche, que em 2024 passou a ser testada e diagnosticada nos laboratórios de referência do país.
Um ponto de discussão e apontado como prioridade pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi a incorporação de novas tecnologias, como a vacina contra dengue e o desenvolvimento de vacinas para outras arboviroses “A vacina é um instrumento em que acreditamos muito. Das tecnologias disponíveis, tem sido a mais resolutiva”, enfatizou a ministra.
Durante o encontro, foram traçadas diretrizes para construção de um amplo plano de enfrentamento às arboviroses, pautado em vigilância em saúde, manejo clínico, organização dos serviços de saúde, controle vetorial, lacunas de conhecimento para financiamento de pesquisas, comunicação e mobilização social, com propostas de ações a serem implementadas a curto, médio e longo prazo.
A construção das diretrizes foi coletiva, com participação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), do Conselho Nacional de Saúde (CNS), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), da Câmara dos Deputados e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Sazonalidade
A dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte. No entanto, os cuidados para combater essa doença devem ser realizados ao longo de todo o ano e não apenas no verão, com ênfase nos meses que antecedem o período das chuvas.
Dados apresentados pelo Ministério da Saúde, na terça-feira (14), sinalizam um cenário mais positivo no enfrentamento da doença no Brasil . Neste momento, 24 estados e o Distrito Federal registram queda na incidência da dengue e dois seguem em cenário de estabilidade. Até o momento, em 2024, o país possui 4,7 milhões de casos prováveis da doença e os óbitos totalizam 2,5 mil.
Febre Oropouche
As mudanças climáticas estão impactando no aumento de casos de arboviroses no mundo. Em 2024, houve aumento no registro de casos no Brasil, devido a descentralização do diagnóstico biomolecular pelos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).
A adoção de estratégia laboratorial sentinela de diagnóstico de Oropouche a partir de amostras negativas para dengue, chikungunya e Zika (DCZ) tem sido adotada pelos Lacen, no sentido de identificar a circulação de outros patógenos que podem estar associados aos eventos notificados que não reúnem evidências de infecção pelos arbovírus transmitidos pelo Aedes Aegypti . Anteriormente, sem tal detalhamento, muitos dos casos eram registrados como de dengue.
Até 13/05, foram diagnosticados 5.102 casos de FO no país em 2024, espalhados em 13 estados, sem que 92,3% dos casos estão na região Norte. Nenhum óbito foi registrado. Em 2023, foram 835 casos.
As informações são do Ministério da Saúde.