Um estudo mostra que a taxa de mortalidade por Covid de grávidas é cinco vezes maior entre aquelas que não foram vacinadas contra a doença.
Apesar da importância da vacinação, duas em cada três grávidas não se vacinaram. É um número baixo de imunizadas, o que causa preocupação, segundo o Observatório Obstétrico Brasileiro da Covid, que fez o levantamento.
De acordo com a pesquisa, a chance de uma gestante que não tomou a vacina morrer é cinco vezes maior do que a que tomou as duas doses do imunizante.
“Para quem não se vacinou e teve que ser internada por Covid, a chance de morrer é de 15%. Para quem tomou uma dose da vacina, isso cai para 9% e, para quem tomou as duas doses, cai para 3%”, afirma Rossana Pulcineli Francisco, obstetra do HC-USP.
O estudo analisou os números do DataSUS sobre a vacinação contra a Covid, desde o início até o dia 24 de novembro do ano passado.
A médica Rossana Francisco diz que a falta de direcionamento correto das autoridades e a desinformação foram os principais motivos para a baixa adesão das grávidas à vacina: “As gestantes resistiram em se vacinar por conta de fake news. Muito medo. Foram muitas notícias falsas dizendo que haveria um risco maior para gestante e o que a gestante tem que ter medo é de pegar a Covid ou mesmo de pegar uma H3N2″.
O organismo da mulher grávida sofre uma queda de imunidade por conta da gestação e ela pode desenvolver formas mais graves de Covid.
“Essa queda da imunidade acaba propiciando que essa infecção seja mais forte e a gestante tem outra condição também: quando o útero cresce, ele empurra o diafragma para cima. Então o pulmão fica, vamos dizer assim, mais comprimido e qualquer infecção respiratória pode ser mais grave, que é justamente o que o Covid e a Influenza podem fazer”, explica Fernando Prado, médico ginecologista e especialista em reprodução humana.
O médico lembra ainda que a falta da vacina na gestação pode trazer mais riscos para os bebês.
“A gente nota um aumento de partos prematuros em mães que tiveram Covid durante a gravidez, mas também a gente pode ver casos de restrição de crescimento, que são bebês que crescem menos que o esperado para a fase da gravidez. E aí vem a grande vantagem da vacina, porque ela evita que as formas se tornem mais letais, mais graves, reduz bastante o risco de internação e acaba protegendo a grávida e o bebê também”, afirma.
As informações são do G1 e Jornal Nacional.