Médicos/as denunciam sobrecarga de trabalho e assédio moral nas UPAs de Curitiba

Médicas e médicos que atendem nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba estão encaminhando repetidas queixas de sobrecarga de trabalho e de assédio moral por parte dos/as gestores/as.

Segundo as denúncias, há poucos médicos nas escalas de trabalho o que desencadeia a sobrecarga. Os gestores das unidades tentam obrigar os médicos a médicas a atenderem um/uma paciente a cada 15 minutos, o que não condiz com as boas práticas da medicina. Segundo pareceres diversos do Conselho Federal de Medicina, somente o médico tem liberdade para decidir quanto tempo levará cada consulta, e esse tempo dependerá da complexidade do caso em atendimento.

“Nenhum órgão ou instituição tem competência para determinar o tempo de avaliação médica ou estabelecer o número de atendimentos médicos para qualquer carga horária ou atividade médica.” É a ementa do Parecer CFM nº 1/10, da lavra do conselheiro Gerson Zafalon.

A sobrecarga faz com que o tempo de espera por atendimento seja muito longo. Há relatos de 5 ou até 6 horas de espera. Essa demora faz com que os pacientes e seus familiares fiquem revoltados, e não são raros os casos de agressão contra os profissionais da medicina, da enfermagem ou da administração das Unidades.

Outro problema relatado por médicas e médicos são as frequentes realocações de profissionais, que são transferidos de uma UPA para outra sem aviso prévio, poucos minutos antes do início dos plantões, ou até durante o trabalho.

A solução para esse tipo de problema seria a Prefeitura, através da Fundação Estatal de Atenção em Saúde (FEAS), contratar mais médicos e médicas para o atendimento. Há profissionais concursados esperando para serem chamados.

Se a Prefeitura tivesse interesse em melhorar a qualidade do atendimento deveria chamar os médicos concursados para assumirem seus cargos; além de manter os profissionais nas suas unidades, sem mudanças frequentes, melhorando o vínculo dos médicos com os pacientes e suas famílias.

A situação está se agravando nos últimos dias em função do aumento de casos de Influenza, associados à nova variante do Coronavírus, a ômicrom, que está se alastrando rapidamente.

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) encaminhará as denúncias ao Ministério Público, onde já há um Procedimento Administrativo em trâmite sobre as mesmas denúncias.

Para o Presidente do Simepar, Dr. Marlus Volney de Morais, a Saúde Pública de Curitiba passa por dois fenômenos epidemiológicos simultâneos: as festas de final de ano e o recrudescimento das doenças respiratórias.

“Neste período, é fundamental que as equipes de atendimento das UPAS estejam com a capacidade profissional plena. Mas na realidade, os trabalhadores da saúde estão sofrendo com assédio e sobrecarga de trabalho, o que é inaceitável”; completou.

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