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Vacinação marcou ponto de virada na luta contra a Covid-19

Há três anos, os paranaenses se depararam com um dos maiores desafios relacionados à saúde pública registrados na história recente: a Covid-19. Para enfrentá-la só havia uma solução: a vacina.

Desde o surgimento da doença, uma força-tarefa mundial se desdobrou para produzir uma vacina eficaz contra o coronavírus. Ela começou a ser aplicada no mundo ainda no final de 2020 e no Brasil chegou no começo de 2021.

No Paraná, o marco foi em 18 de janeiro, data que trouxe comoção e esperança à população, e, principalmente, aos profissionais da área da saúde que estavam na linha de frente no atendimento aos pacientes.

A pandemia já dura mais de mil dias e durante esse tempo houve novas variantes, mas com menos letalidade, especialmente com o aumento no número de pessoas vacinadas. Desde a aplicação da primeira vacina até agora, o Paraná registrou mais de 29 milhões de doses utilizadas no público acima de seis meses de idade. Para se chegar a esse número, foram utilizados sete imunizantes diferentes, destinados para várias faixas etárias estabelecidas.

No início, as vacinas CoronaVac, AstraZeneca, Janssen (dose única) e Pfizer, todas para adultos e grupos específicos, foram utilizadas de maneira escalonada. Depois, com o avanço das pesquisas científicas, as farmacêuticas ampliaram e desenvolveram doses aplicáveis em adultos, bebês, crianças, adolescentes, até chegarem às vacinas bivalentes.

Atualmente, o Brasil possui uma vacina bivalente autorizada pela Anvisa, da Pfizer. As bivalentes podem ser consideradas uma segunda geração do imunizante, ou seja, são aquelas que possuem em sua composição a cepa original e subvariantes. No caso desta vacina, a bivalente protege também da variante Ômicron, atualmente predominante no mundo.

Tanto as bivalentes quanto as monovalentes (da primeira distribuição), agem do mesmo modo no organismo, na defesa contra o vírus Sars-CoV-2. Essas vacinas estão sendo aplicadas no momento em idosos acima de 60 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em instituições de longa permanência, indígenas, ribeirinhos e quilombolas, e pessoas com deficiência permanente. Trabalhadores da saúde, gestantes e puérperas, a população privada de liberdade e trabalhadores do sistema prisional deverão ser vacinados já nas próximas semanas.

“Já são mais de dois anos de vacinação e três desde o início da pandemia. Somente após a aplicação das doses é que conseguimos ver os casos se tornarem menos graves e os óbitos diminuírem. Se não fosse a vacina, não teríamos esse cenário que temos hoje. Foi um grande pacto coletivo pela retomada da normalidade e agora estamos na fase da retomada desse pacto, com as bivalentes, o que vai garantir um futuro ainda mais tranquilo para todos nós”, lembrou o secretário de Estado da Saúde, César Neves.

EVOLUÇÃO – As chegadas dos primeiros aviões e a aplicação das primeiras doses gerou, em grande parte da população, euforia, pois, agora distante, foi o que permitiu o início de uma flexibilização no confinamento das pessoas. Após a completude do chamado esquema vacinal primário, composto por duas doses ou dose única, vieram as doses de reforço (DR) para complementar a proteção.

A DR é recomendada para pessoas a partir de cinco anos. Para essas crianças, até 11 anos, por exemplo, deve ser usada a vacina pediátrica da Pfizer. Uma segunda dose de reforço é recomendada, no Paraná, para a população acima de 18 anos, elevando ainda mais a proteção. Com o avanço da quarta dose, por exemplo, o Paraná retirou a obrigatoriedade do uso de máscara.

O esquema vacinal para pessoas imunocomprometidas e crianças de seis meses até quatro anos é diferenciado em relação ao da população em geral, sendo composto por três doses.

Em novembro do ano passado, crianças de seis meses a dois anos e 11 meses foram contempladas com a dose “baby”, da fabricante Pfizer, com composição e dosagem diferentes das pediátricas. Para crianças de 3 a 4 anos foi autorizada a aplicação da CoronaVac, duas doses, com intervalo de 28 dias.

Os dados do Vacinômetro nacional desta segunda-feira (13) registram ao todo 29.003.014 doses aplicadas no Estado, sendo 10.280.846 primeiras doses (D1), 9.483.283 segundas doses (D2), 339.738 doses únicas (DU) e 6.466.143 doses de reforço (DR).

Das crianças de 5 a 11 anos, 828.124 já receberam a D1, o que representa cerca de 75,9% deste público e 30.580 bebês iniciaram o esquema vacinal com a primeira dose. Da população elegível para o reforço com as vacinas bivalentes, 85.881 paranaenses já receberam o imunizante.

O Paraná é um dos cinco estados do Brasil que mais vacinou em números absolutos, tanto nas primeiras e segundas doses quanto nas doses de reforço. Ainda assim, existem 1,9 milhão de pessoas que não receberam nenhuma dose ou não completaram o esquema vacinal primário contra a Covid-19.

ESFORÇO COLETIVO – A distribuição aos municípios e aplicação de todo esse quantitativo de doses somente foi possível graças à organização da logística do Estado, envolvendo diversas frentes do Governo para armazenamento e descentralização de vacinas em tempo recorde.

O trajeto do Aeroporto Afonso Pena, encaminhamento para o Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), conferência e divisão para todos os 399 municípios, acompanhado de perto por milhares de pessoas, permanece.

Além da logística, um dos acertos que fizeram o Paraná se destacar nacionalmente na vacinação foram as campanhas instituídas pelo Governo. As iniciativas “De domingo a domingo” e “Corujão da Vacinação” garantiram que centenas de paranaenses fossem imunizados aos finais de semana e em horários alternativos.

As informações são da Agência Estadual de Notícias

Curitiba convoca pessoas de 65 anos ou mais para vacinação anticovid bivalente

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba amplia a convocação para vacina bivalente anticovid a todos os nascidos até 1958, a partir desta terça-feira (14/3). Com esse chamamento, ficam contempladas todas as pessoas com 65 anos ou mais, além daquelas que completarão essa idade no decorrer de 2023.

O novo chamamento inclui mais 79.936 idosos entre 65 e 69 aos. Já haviam sido convocados anteriormente 138.554 idosos com 70 anos ou mais, mas apenas 22.168 compareceram até o momento, o equivalente a 16% do total.

“É hora de os idosos se vacinarem novamente, de agregarmos essa nova camada de proteção a este grupo que é o mais vulnerável à covid-19”, destaca a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella. “A covid-19 ainda mata, em média, uma pessoa por dia em Curitiba, o que é muito preocupante. Normalmente, o perfil é de pessoa idosa e com comorbidade. Por isso, a importância desse público receber o reforço”, completa a secretária.

A vacina estará disponível para o novo público e os anteriormente convocados em 107 postos de saúde, das 8h às 17h, de segunda à sexta-feira. Os endereços podem ser conferidos no site Imuniza Já Curitiba.

A SMS orienta a população para que, na medida do possível, evite as unidades mais centrais, cujo movimento é maior, e priorize as demais.

Acamados

Idosos acamados desta faixa etária receberão a vacina sem sair de casa.

Aqueles que são acompanhados pelo SUS ou já receberam anteriormente a vacina como acamados devem aguardar a visita de uma equipe das unidades de saúde.

Os acamados que não são acompanhados pelo SUS e se enquadram na faixa etária convocada devem indicar a condição pelo aplicativo Saúde Já Curitiba. Na tela inicial, basta clicar na aba “Paciente Acamado” e selecionar o paciente indicado.

A SMS continua vacinando também indígenas e moradores de instituições de longa permanência diretamente nos locais. Também já foram convocados os imunossuprimidos com 12 anos ou mais, de forma escalonada. O calendário pode ser conferido AQUI.

Para receber o reforço da vacina bivalente anticovid é necessário, além de se enquadrar nos critérios de convocação do público, ter tomado ao menos duas doses da vacina anticovid anteriormente e ter no mínimo 120 dias de intervalo desde a última aplicação.

Bivalente

A vacina bivalente é a segunda geração do imunizante, porque possui em sua composição a cepa original e subvariantes da Ômicron, que têm registrado maior circulação nos últimos meses. Assim, a nova dose de reforço traz mais uma camada de proteção para a população vulnerável.

“Essas vacinas são consideradas mais atualizadas e, por isso, mais eficazes. Elas reduzem mais a probabilidade de quadros graves e mortes porque protegem contra a Ômicron e suas subvariantes, que estão circulando no momento”, explica o diretor de epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Alcides Oliveira.

Orientações para receber a vacina

O público convocado para o reforço com a vacina bivalente recebe uma mensagem pelo Aplicativo Saúde Já Curitiba. Para aqueles que não puderem comparecer nas datas estipuladas, a SMS oferece repescagem contínua nas unidades de saúde.

Pessoas que tiveram covid-19 devem aguardar pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas para se vacinar. No caso de pessoas que tiveram outras doenças, a orientação é que aguardem a ausência de sintomas.

Atualização cadastral

As pessoas que receberam alguma dose da vacina anticovid fora da capital paranaense precisam atualizar seu prontuário eletrônico junto à Central Saúde Já Curitiba. Para isso, é preciso enviar antecipadamente por e-mail um documento pessoal com foto, a carteira de vacinação e comprovante de endereço para que o cadastro esteja em dia. O endereço é smscentral@sms.curitiba.pr.gov.br.

Públicos convocados para reforço com a bivalente em Curitiba

  • Pessoas nascidas até 1958;
  • Imunossuprimidos com 12 anos ou mais, conforme cronograma que pode ser conferido AQUI;
  • Acamados nascidos até 1958 (aplicação na residência);
  • Moradores e trabalhadores de instituições de longa permanência (aplicação na residência);
  • Indígenas (pelo Distrito Sanitário Tatuquara e equipes do Consultório na Rua).

As informações dão da Prefeitura de Curitiba

Desigualdade entre países no acesso às vacinas prolonga pandemia de covid-19

O que define uma pandemia é a disseminação descontrolada de uma doença em todos os continentes, causando epidemias em todas as partes do mundo, ao mesmo tempo.

Para pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil, a covid-19 já não se comporta mais de maneira fora de controle na maior parte do mundo, mas a decisão de rebaixar o status de pandemia passa também pela possibilidade de manter recursos mobilizados para ajudar os países mais pobres.

O acesso às vacinas está entre os indicadores mais evidentes de que a resposta à pandemia ocorreu de forma desigual. Enquanto países como Chile, Cuba e Japão aplicaram mais de três doses por pessoa, mais de 70 países no mundo aplicaram menos que uma. Em todo o mundo, mais de 13,2 bilhões de doses foram aplicadas, sendo menos de 1 bilhão no continente africano.

Na última reunião do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (RSI – 2005) sobre a Pandemia de Coronavirus de 2019 (COVID-19) na Organização Mundial da Saúde (OMS), as recomendações do grupo foram, entre outras, focar na vacinação e nas doses de reforço, melhorar a notificação de dados à OMS e aumentar a disponibilidade, a longo prazo, de vacinas, diagnósticos e terapias – medidas que requerem apoio a países com orçamentos menos robustos.

O comitê reconheceu que a pandemia de covid-19 pode estar se aproximando de um ponto de inflexão, em que os impactos da doença na mortalidade se manterão limitados pelo grande número de pessoas previamente infectadas e imunizadas. “Embora a erradicação desse vírus de hospedeiros humanos e animais seja altamente improvável, a mitigação de seu impacto devastador na morbidade e mortalidade é alcançável e deve continuar a ser uma meta prioritária”, afirmou o grupo.

O que falta para a pandemia de covid-19 acabar?

A chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Marilda Siqueira, acredita que o mundo vive um cenário favorável, e o Brasil, um quadro ainda mais favorável, com coberturas vacinais elevadas. Soma-se a isso a disponibilidade de antivirais desenvolvidos para o tratamento da covid-19 e que são capazes de reduzir a gravidade das infecções, permitindo que mais pacientes sejam curados.

“Mas esse cenário não é homogêneo em todos os países. Muitos países têm um cenário mais favoráveis que outros no que diz respeito à capacidade de leitos hospitalares, profissionais de saúde, e às vacinas. Quando a OMS ainda não declarou o fim da pandemia, ela tem nas mãos diferentes cenários. E para isso existem normas e critérios do regulamento internacional que discutem todos os cenários”, afirma.

O epidemiologista e professor da Universidade de Illinois Urbana-Champaign Pedro Hallal conta que, a cada nova reunião geral da Organização Mundial da Saúde, há uma expectativa de que a decisão de pôr fim à pandemia será tomada. O pesquisador afirma acreditar que a emergência sanitária deve terminar em breve, mas que a covid-19 vai continuar a ser uma doença com a qual vamos conviver.

“Estamos nos aproximando do final da pandemia. E, para quem entende o que o termo pandemia quer dizer, isso é mais nítido ainda. A gente não quer dizer que a covid vai acabar, a gente está dizendo que a gente vai chegar em um ponto em que o número de mortes diárias vai ser praticamente estável, e, assim, ela perde o requisito de estar fora de controle, que é o que caracteriza um surto epidêmico. A pandemia está próxima do fim, mas a covid, não”.

O virologista da Fiocruz Amazônia Felipe Naveca e o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, veem o fim da pandemia como uma decisão política que também vai levar em conta a necessidade de corrigir desigualdades no acesso às vacinas e aos instrumentos de vigilância epidemiológica, ainda muito escassos nos países mais pobres.

“A gente caminha para isso [fim da pandemia], mas não é uma decisão fácil de ser tomada”, argumenta Naveca. “A gente tem um mundo muito desequilibrado. Há países em que a situação está muito mais controlada, em que o sistema de saúde é mais forte e consegue atender a população. E tem outros países mais pobres, com pouco avanço da vacinação e sistemas de saúde mais frágeis. Como a OMS pensa no todo, é nesse sentido que ainda está se debatendo bastante o fim da pandemia, porque quando se decreta esse fim, se tem uma diminuição nesses esforços”.

“A OMS não declara o fim da pandemia muito mais por uma questão de organização de atividades de controle da doença”, acredita Chebabo. “A gente entrou em uma fase em que, na maior parte dos países do mundo, a doença está sob controle. Mas a gente ainda tem uma inequidade muito grande no mundo inteiro, e principalmente na África e em países menores da América Latina. As coberturas estão muito díspares, e, talvez por isso, por uma questão estratégica, para ampliar a possibilidade de vacinar e mobiliar recursos, a OMS ainda não tenha declarado o fim da emergência de saúde pública. Mas eu acredito que nas próximas semanas a gente tenha uma declaração de fim desse estágio pandêmico”.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, considera que, apesar de depender de dados epidemiológicos, o fim da pandemia é muito mais um decreto administrativo e não representa uma mudança imediata na vida das pessoas.

“É uma questão muito mais de manejo administrativo das questões. É claro que vai depender do momento epidemiológico, sim, mas só na hora que questões de transmissão nos cinco continentes estiverem controladas, quando houver vacinas disponibilizadas e recursos de vigilância estruturados, a Organização Mundial da Saúde vai determinar o fim”, diz ele, que ressalta que a covid-19 ainda tem provocado picos epidêmicos e regionais no Brasil, mas que um comportamento endêmico é “o caminho natural”.

Quais são as ameaças de novas pandemias?

Em um mundo cada vez mais conectado por viagens internacionais e transações comerciais entre países, a capacidade de disseminação rápida de vírus respiratórios como o SARS-CoV-2 se mantém como um desafio para autoridades sanitárias e cientistas.

Felipe Naveca destaca que os coronavírus já demonstraram que são uma ameaça que veio para ficar, após terem causado três emergências de saúde pública relevantes em menos de 20 anos. Em 2002 e 2012, os coronavírus SARS e MERS provocaram epidemias que atingiram diversos países do Leste Asiático e Oriente Médio, o que já havia despertado a atenção da comunidade científica para a necessidade de se preparar para o surto seguinte, que começou em 2019, com o SARS-CoV-2.

“Em uma lista das possíveis ameaças de uma nova pandemia, os coronavírus certamente estariam entre elas, assim como o Influenza. Não tem como a gente achar que não vai acontecer, porque a história nos mostra que já aconteceu algumas vezes”, afirma Naveca.

“Esse foi o terceiro evento de emergência de um coronavírus de grande importância médica em menos de 20 anos. A chance de acontecer outro é grande. Ninguém acredita que seja em um futuro muito próximo, mas, impossível, não é.”

Naveca acredita que os avanços tecnológicos propiciados pelos investimentos em sequenciamento genético e novas tecnologias de vacina na pandemia de covid-19 terão um papel importante na resposta da humanidade a possíveis novas emergências sanitárias.

“A gente vai viver outra pandemia. Se vai ser nessa mesma escala, eu espero que não. Mas novos desafios vão surgir”, acredita o pesquisador.

“Essas novas estratégias vacinais são estruturas mais facilmente adaptadas para novas linhagens e novos coronavírus. Se surgir uma nova variante de preocupação que mude o cenário, não seria da noite para o dia, mas todo o arcabouço de informações que já existe vai ser utilizado e vai se conseguir fazer uma vacina de emergência muito mais rápido. Todo esse avanço conta a nosso favor”.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia concorda que os coronavírus são uma ameaça que precisa estar sob constante vigilância, assim como o Influenza, que provocou pandemias em 1918 e 2009 e voltou a causar preocupação pela disseminação da cepa H5N1, causadora da gripe aviária.

“São vírus que vieram para ficar e podem causar novas pandemias. Mesmo esse, SARS-CoV-2, com novas variantes, pode causar novos aumentos de casos e novas manifestações clínicas ainda desconhecidas da gente”, diz Chebabo.

“Tanto o Influenza quanto os coronavírus infectam outras espécies, e por isso não podem ser eliminados como os vírus que só infectam humanos, como sarampo ou poliovírus. Eles estão espalhados na natureza, e só essa questão já os torna importantes, mas, além disso, são vírus respiratórios, o que faz com que tenham a transmissão facilitada, sem precisar de um vetor. Não é necessário nem um contato íntimo, apenas contato próximo”.

O epidemiologista Pedro Hallal lembra que a história da saúde pública registra que eventos com a dimensão da pandemia de covid-19 são raros e acontecem apenas uma vez por geração. Mas surtos epidêmicos menores podem ser mais frequentes.

“Acho que a gente vai ter surtos epidêmicos, talvez mais frequentes do que a gente tinha normalmente, e talvez causados pelos próprios coronavírus.”

Apesar do otimismo, ele vê que as ações humanas que causam o desequilíbrio de ecossistemas e as mudanças climáticas contribuem para que a humanidade corra mais riscos de viver novas emergências globais de saúde pública. Vírus zoonóticos como o coronavírus, que podem saltar para seres humanos, ganham mais oportunidades quando esses animais são deslocados de seus habitats naturais.

“Se a gente continuar errando tanto na pauta ambiental, talvez a gente aumente o risco de ter uma nova pandemia na nossa geração. Mas, em geral, acho que a probabilidade não é muito alta.”

Marilda Siqueira também vê as mudanças climáticas como parte dos problemas que potencializam as ameaças de novas pandemias. Mas ela acrescenta que toda a interação homem-ambiente precisa ser incluída nessa discussão.

“Há também a nossa interação com as outras espécies por meio do desmatamento, e daquilo que preparamos para comer e sobreviver, e a forma como preparamos”, afirma ela, que defende o incentivo a mais pesquisas de vigilância com uma perspectiva de saúde única, que leve em consideração também a saúde animal.

“Na natureza, temos reservatórios animais que têm vírus circulando de forma contínua, inclusive coronavírus. E também o vírus Influenza, presente em várias espécies de aves migratórias, que cruzam continentes, e alguns mamíferos. Se a gente não tiver, dentro de um conceito de saúde única, investimento nessa interação animal-humano, nós vamos ter mais problemas.”

A virologista acredita que os avanços nos diversos campos da ciência envolvidos no combate à pandemia, assim como a formação de redes internacionais de pesquisadores, fortalecem a capacidade de a humanidade responder às próximas emergências sanitárias. Para isso, porém, também é preciso que governos e sociedades discutam o que funcionou e o que deu errado ao longo da crise da covid-19, para que as lições sejam aprendidas.

“Nós sabemos que vamos ter novas pandemias. A gente não sabe se será amanhã, daqui a dez anos ou daqui a 100 anos. As lições aprendidas são muito importantes para a preparação para novas pandemias ou epidemias, como a de dengue com que vivemos há décadas, ou a de chikungunya, que está em países vizinhos ao Brasil e pode voltar”.

As informações são da Agência Brasil.

Há três anos, a pandemia de Covid-19 chegava ao Paraná

Uma das doenças mais graves da história, a Covid-19 chegou ao Paraná em março de 2020 e, nos anos seguintes, mobilizou toda a estrutura de Saúde, pública e privada, do estado e dos municípios do Paraná.

Naquela ocasião a doença já era considerada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e circulava no Brasil quando foi diagnosticada pela primeira vez em solo paranaense, em 12 de março.

Ela começou com seis casos, sendo cinco em Curitiba e um em Cianorte, na região Noroeste do Estado. As primeiras mortes foram divulgadas cerca de duas semanas depois, em Maringá, no dia 27 de março. Desde então, o Paraná já confirmou 2.906.444 casos e, infelizmente, 45.772 óbitos pela doença.

“Foram três anos de muito trabalho, com cautela e transparência em cada uma das ações, priorizando sempre o cuidado com a vida dos paranaenses”, diz o secretário estadual da Saúde, César Neves. “A realidade que vivemos hoje é completamente diferente do que presenciamos lá atrás, principalmente no primeiro ano, quando não tínhamos sequer a vacina contra o vírus. Aprendemos a lidar com a doença de forma coletiva e vencemos os obstáculos com união de esforços”.

Segundo os dados do boletim epidemiológico da Covid-19, divulgado semanalmente pela Secretaria da Saúde e publicado na Agência Estadual de Notícias, o ano com maior número de mortes foi 2021, que somou 32.234 óbitos. Neste período – chamado de “segunda onda” da pandemia, a variante Delta foi predominante no mundo.

O Estado disponibilizou quase cinco mil leitos exclusivos para atendimento a pacientes com Covid-19 (recorde da sua história), inaugurou três novos hospitais e levou UTIs a cidades que nunca tinham tido esses espaços especializados. Mesmo assim, as Unidades de Pronto Atendimento e hospitais de pequeno porte ficaram cheios, chegando a seis mil pacientes internados simultaneamente.

Já com relação aos casos confirmados, 2022 registrou mais de 1,3 milhão de diagnósticos positivos, superando o ano anterior, quando haviam sido computados 1,1 milhão de casos. Embora o número de confirmações tenha sido maior, a incidência de mortes pela doença diminuiu significativamente, com uma queda de mais de 87% comparado ao ano anterior, graças às vacinas.

Considerando a queda nos índices, os leitos criados para atendimento exclusivo à Covid-19 voltaram a ser disponibilizados para atendimento geral, possibilitando a retomada de procedimentos cirúrgicos eletivos, que haviam sido paralisados para contingenciamento de leitos e medicamentos de intubação. Atualmente há uma força-tarefa para diminuição das filas de espera.

COMBATE COLETIVO – O enfrentamento à Covid-19 envolveu diversas áreas de atuação do Governo do Estado. Na Saúde, centenas de reuniões foram realizadas pelo Centro de Operações Emergenciais (COE) para monitoramento, definição e tomada de decisão para as ações de combate da doença, mesmo antes da confirmação dos primeiros casos.

Nas demais áreas, aeronaves do Poder Executivo foram utilizadas para agilizar a chegada de testes na Capital e vacinas no Interior, a Secretaria de Educação implementou o sistema de aulas virtuais para mais de um milhão de alunos, e os cientistas paranaenses se mobilizaram para estudar formas de minimizar danos e acelerar a resolução da crise sanitária.

Dentre as ações que mais impactaram o Estado, e que provocaram mudanças na sociedade, destacam-se as medidas de distanciamento social, a obrigatoriedade do uso de máscaras e paralisação de procedimentos cirúrgicos eletivos, além do teletrabalho como método para manter a economia em pleno funcionamento.

Algumas medidas perduraram por mais de um ano e foram fundamentais para o enfrentamento da doença. Pela sociedade, houve engajamento massivo pelos cuidados básicos em relação ao uso de álcool em gel, desinfecção constante dos espaços e adaptação dos ambientes de trabalho e convívio para esse momento, ainda antes da vacina.

Neste mês de março, o Paraná completa um ano sem a obrigatoriedade do uso de máscaras. Agora, conforme a Resolução Sesa nº 243/2022, a utilização é recomendada apenas em excepcionalidades, como em situações com aglomerações de pessoas, acesso e atendimento em unidades de saúde e por pessoas elencadas em grupos de risco.

VACINAÇÃO – Dentre os três anos de pandemia, dois são marcados pela principal arma contra o vírus: a vacinação. No dia 18 de janeiro de 2021, o Paraná aplicou a primeira dose do imunizante e, desde então, já são quase 29 milhões de vacinas aplicadas no Estado, de quatro fabricantes diferentes e esquemas vacinais que abrangem desde crianças de seis meses até os mais idosos.

Atualmente, com a chegada das vacinas bivalentes, o Paraná deu início a uma nova etapa no processo de vacinação, para reforçar a proteção contra a doença.

Nesta fase estão sendo contemplados inicialmente idosos acima de 60 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em Instituições de Longa Permanência, indígenas, ribeirinhos, quilombolas e pessoas com deficiência permanente.

“Hoje o cenário epidemiológico da Covid-19 é considerado estável, realidade oposta de um passado não tão distante. A vacina foi nossa ferramenta para que hoje pudéssemos chegar nesta fase que chamamos de pós-pandemia, por isso contamos com a população para que não deixem se vacinar para manter essa barreira contra o vírus”, enfatiza César Neves.

As informações são da Agência Estadual de Notícias

Após três anos, profissionais da Saúde ainda sentem peso da pandemia de Covid

Em 26 de fevereiro de 2020, o Brasil registrava o primeiro caso de infecção por covid-19. O paciente, um homem de 61 anos, deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, com histórico de viagem pela Itália.

De lá para cá, quase 700 mil brasileiros morreram com diagnóstico da doença. Dentre os óbitos, 1,3 mil eram profissionais de medicina e enfermagem. As primeiras ondas da doença impactaram fortemente a saúde física, mental e emocional dos que atendiam na linha de frente das emergências hospitalares.

Nessa época, a cardiologista Ana Karyn Ehrenfried trabalhava na Santa Casa de Curitiba e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Fazendinha, também na capital do Paraná. A chegada do vírus ao país suspendeu os planos de um doutorado em São Paulo e fez com que a médica assumisse uma carga de trabalho de até 120 horas semanais em diversas urgências e emergências, incluindo unidades de terapia intensiva (UTI) exclusivas para pacientes infectados pelo vírus.

Em meio aos picos de casos, internações hospitalares e óbitos, Ana Karyn chegou a enfrentar filas em uma empresa de material industrial da cidade para conseguir equipamentos de proteção individual (EPI), que estavam em falta nas unidades de saúde.

Amigos da igreja se reuniam para levar máscaras à médica, que passava apenas duas noites em casa e emendava um plantão ao outro. A cardiologista chegou a cogitar deixar uma mala com roupas no carro por medo de passar a doença para a família.

“Tenho duas filhas, mas, na época, tinha só uma, a Manuela. Ela era novinha, mas já entendia. Minha sogra mandava mensagem dizendo ‘Ana, por favor, pense na sua família, no seu marido, na sua filha. O que vai ser se você morrer? Saia daí’. Quando escolhi a medicina, foi porque queria fazer a diferença na vida das pessoas. Sabia que estava lá e podia salvar vidas. Falava pra minha filha que, se acontecesse alguma coisa, queria que ela se orgulhasse de mim por estar ali e não ter me acovardado.”

Três anos após a identificação do primeiro caso, o acolhimento de pessoas infectadas pela covid-19 no Brasil ocorre em meio a um cenário de menos incertezas e muitas lições para os sistemas de saúde público e privado.

Além da tendência de queda na transmissão do vírus, a vacinação de praticamente todas as faixas etárias abriu caminho para menos casos graves, internações e mortes. Mas o esgotamento físico e mental de médicos e enfermeiros deixou sequelas.

“Quem esteve lá dentro do hospital nunca mais vai ser a mesma pessoa. É impossível. As pessoas que entravam na UTI muitas vezes não sairiam mais. Você, como médico, era a última pessoa que elas veriam. Lembro de alguns pacientes que eu precisaria entubar e de falar pra lembrarem das pessoas que amavam. Se acontecesse alguma coisa e eles não voltassem, a última frase que tinham ouvido era que alguém os amava. Até hoje enche meus olhos de lágrima só de pensar que isso aconteceu tantas vezes.”

“Nós, médicos, temos uma facilidade, entre aspas, de encarar a morte porque é uma coisa com a qual a gente convive de maneira mais próxima. Mas não é pra isso que a gente é médico. Pelo contrário, é pra trazer vida, pra trazer cura. Durante a covid, a gente fazia tudo que estava ao nosso alcance e, mesmo assim, os pacientes morriam. Era uma carga emocional que não tem explicação. Chegamos ao final dos picos de transmissão esgotados emocionalmente. A gente queria ver vida e não morte. Quem viveu nunca mais vai ser o mesmo.”

Exaustão

Um estudo da Universidade Federal de São Carlos apontou a presença intensa de quadros de exaustão e estresse entre profissionais de saúde de todo o país, além de má qualidade de sono, sintomas depressivos e dores pelo corpo. Foram ouvidos 125 profissionais da rede pública, que responderam a questionários online ao longo de 2021 e 2022. Os resultados mostram que 86% deles sofrem de burnout, um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastantes.

De acordo com a pesquisa, 75% dos entrevistados avaliaram negativamente as demandas emocionais ligadas ao trabalho, 61% criticaram o ritmo do serviço e 47% reprovaram a sua imprevisibilidade. Dados relacionados a comportamentos ofensivos também chamaram a atenção dos coordenadores do estudo: 15% dos profissionais relatara terem sido afetados por atenção sexual indesejada, 26% foram ameaçados, 9% sofreram violência física de fato e 17% reportaram bullying.

Aos 40 anos e com duas filhas, Ana comemora a mudança de rumos proporcionada pela chegada da vacina. “A história da covid mudou totalmente depois da vacina. Mas, como médica e profissional de saúde, vejo que as consequências, as sequelas emocionais e físicas ainda são longas e vai levar muito tempo pra gente se recuperar. São três anos que passaram, mas parece muito mais. Foram vidas marcadas tanto na área profissional quanto no atendimento a pacientes. Graças a Deus, a gente está aqui pra escrever uma nova história depois da covid.”

Médicos

O país contabiliza, atualmente, 546 mil médicos ativos, uma proporção de 2,56 profissionais por mil habitantes. Dados da plataforma Demografia Médica no Brasil 2023 mostram que os homens representam 51% desse contingente.

A média geral de idade desses profissionais é 44,9 anos e a maioria permanece concentrada no Sul e no Sudeste, nas capitais e em grandes municípios.

Nas 49 cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes e que juntas concentram 32% da população brasileira estão pouco mais de 8% dos médicos ativos.

Enfermeiros

Já o Conselho Federal de Enfermagem contabiliza 1,8 milhão de profissionais, entre enfermeiros (23%), técnicos e auxiliares de enfermagem (77%). Desse contingente, 1,5 milhão são mulheres, o que representa 85% do total.

A maioria desses profissionais tem entre 26 e 50 anos e vive na Região Sudeste (49%). Ainda de acordo com o Perfil da Enfermagem no Brasil, 42% desses profissionais são brancos, 41% pardos e quase 37,7% têm outros profissionais de saúde na família.

As informações são da Agência Brasil

10 de março é o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo

Nesta sexta-feira, 10 de março, Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alerta para os riscos de uma rotina sem atividade física. A data foi instituída com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos de uma vida sedentária e incentivar a prática regular de exercícios, seja qual for a modalidade. Caminhadas frequentes, por exemplo, são o suficiente para tornar a pessoa ativa.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 20% da população mundial adulta e 80% dos adolescentes são inativos fisicamente. Isso significa que um em cada quatro adultos e quatro em cada cinco adolescentes não praticam atividades físicas regulares.

No Paraná, em 2019, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 40% dos adultos acima dos 18 anos foram considerados insuficientemente ativos. No caso dos adolescentes entre 13 e 17 anos, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PENSE), o percentual ficou em 3,8%.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Cesar Neves, pessoas sedentárias têm maior risco de desenvolver doenças crônicas.

“A falta de atividade física reduz o metabolismo e prejudica a capacidade do organismo, podendo aumentar o risco de mortalidade pelo surgimento e agravamento de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e obesidade. Por esse motivo é muito importante manter uma rotina física ativa, com práticas regulares”, disse.

Segundo uma pesquisa realizada em 2019 pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ), no Brasil o impacto econômico da inatividade física de brasileiros, em diferentes regiões do país, representou um gasto de cerca de R$ 300 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS) em internamentos decorrentes de doenças crônicas.

“As doenças crônicas representam uma alta parcela de internações pelo SUS. Portanto, a redução na prevalência de inatividade física na população representa uma economia significativa de recursos orçamentários na saúde”, pontuou Neves.

NA PRÁTICA – A atividade física é definida como o comportamento que envolve os movimentos voluntários do corpo, com gasto de energia acima do nível de repouso, promovendo interações sociais e com o ambiente, podendo acontecer no tempo livre, no deslocamento, no trabalho ou estudo e nas tarefas domésticas.

Mover-se mais e permanecer menos em comportamento sedentário é importante para o pleno desenvolvimento humano e para uma boa saúde, independentemente da idade, sexo, raça, etnia ou nível de condicionamento físico atual. Quanto mais cedo a prática da atividade física é iniciada e se torna um hábito na vida, maiores são os benefícios.

“A atividade física é muito importante e deve ser praticada em todas as fases da vida. Pequenas mudanças na rotina, como subir escadas ao invés de usar elevador, durante o trajeto até o trabalho desembarcar alguns metros antes do destino final e optar por meio de transportes não motorizados são formas simples e eficazes de combater o sedentarismo e melhorar a qualidade de vida”, alertou a diretora de Atenção e Vigilância da Sesa, Maria Goretti David Lopes.

A Sesa segue as diretrizes do Guia de Atividade Física para a População Brasileira, do Ministério da Saúde (MS), em que a recomendação para adultos é de pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física vigorosa por semana – incluindo exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular e ósseo. Para crianças e adolescentes, o tempo ideal é de 60 minutos por dia.

As informações são da Agência Estadual de Notícias

FEAS Curitiba abre processo seletivo para médicas/os pediatras e coloproctologista

A Fundação Estatal de Atenção à Saúde (FEAS) de Curitiba está com inscrições abertas para o Processo Seletivo Simplificado (PSS) 01/2023. As inscrições são gratuitas, pelo site da fundação e vão até o dia 15 de março. Acesse aqui.

O PSS oferece 05 vagas para médica ou médico pediatra e uma vaga para coloproctologista. Também há vagas para assistente administrativo (2), enfermeiro (5), técnico de enfermagem (5), e terapeuta ocupacional (2).

As vagas são temporárias, com duração de 12 meses, que podem ser renovadas por igual período. O regime de contratação é o da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).

Os/as profissionais aprovados no PSS irão trabalhar em uma das 26 unidades administradas pela Fundação, que incluem o Hospital Municipal do Idoso, Hospital do Bairro Novo, a Casa Irmã Dulce – Unidade de Estabilização Psiquiátrica, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Serviço Móvel de Urgência e Emergência (Samu).

As informações são da Prefeitura de Curitiba.

Vacinação contra a mpox começa em março

A vacinação contra a mpox começa em março. O Ministério da Saúde informa que vai distribuir 47 mil doses da vacina contra a doença aos estados e ao Distrito Federal.

Segundo a pasta, os imunizantes serão enviados de acordo com o andamento da vacinação e com as demandas de cada unidade federativa. A data do início da imunização ainda não foi definida.

Nessa primeira fase, terão prioridade pessoas com maior risco de evolução para as formas graves como, por exemplo, portadores do vírus da Aids e profissionais de laboratórios. De acordo com o Ministério da Saúde, esse público-alvo inicial representa cerca de 16 mil pessoas.

Além desses, também está prevista a vacinação para pessoas que tiveram contato direto com os fluidos e secreções corporais de casos suspeitos ou confirmados para a mpox.

O ministério também informou que a estratégia e o público prioritário para a vacinação foram acordados com os estados, municípios e o DF. Os casos da doença estão em queda em todo o mundo e no Brasil.

As informações são da Agência Brasil.

Simepar alerta que médicos/as não devem renovar receitas sem avaliar pacientes

Chegou ao conhecimento do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) a ocorrência de ocasiões em que médicas e médicos são demandados a renovarem receitas de medicamentos de uso contínuo, controlados ou não, sem o/a paciente estar presente.

A prática é vedada pelo Código de Ética Médica, pela Lei do Ato Médico, e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois põe em risco a saúde do/a paciente.

O Conselho Federal de Medicina já emitiu pareceres sobre o tema, o mais recente foi o de número 20/2010 (anexo), cuja ementa é: “Não é permitido repetir receitas médicas sem o exame direto do paciente.”

Na conclusão do referido parecer emitido pelo Dr. Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti consta:

“Não é permitido repetir a receita sem o exame direto do paciente, notadamente naqueles casos em que os pacientes estão controlados e as posologias estáveis.”

“O que pode fazer é receitar para 90 dias, fazendo constar na receita “VÁLIDA POR 90 DIAS”, assentando no prontuário o tempo para a nova consulta, afinal, nas doenças de curso prolongado ou de evolução crônica que requeiram uso contínuo dos medicamentos, as consultas de controle têm caráter prognóstico.”

“Tal assertiva não altera o disposto na Portaria Anvisa nº 344/1998 quanto às prescrições, ficando a critério do médico assistente definir a periodicidade das consultas, fazendo prescrições para 30, 60 ou 90 dias.”

O Simepar defende que a ausência de assistência médica adequada, com a falta de profissionais no SUS, as dificuldades de agendamento de consultas e até dificuldades de locomoção não podem servir de pretexto para a adoção da prática temerária da renovação de prescrições sem a devida avaliação periódica das/os pacientes.

As médicas e médicos que se sentirem pressionados ou assediados para adotar essa prática devem procurar o Sindicato Médico e o Conselho Regional de Medicina que tomarão as medidas cabíveis, pelo bem dos pacientes e do bom exercício da Medicina.

Acesse aqui ao Parecer CFM Nº 20/2018.

Curitiba amplia convocação para vacina bivalente anticovid para 70 anos ou mais

Por conta da baixa procura pela vacinação bivalente, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba decidiu ampliar a convocação do público já realizada anteriormente. A partir desta quinta-feira (9/3), estarão aptos a receber o reforço todos os nascidos até 1953. Com esse chamamento, ficam contemplados todos com 70 anos ou mais, além daqueles que completarão essa idade no decorrer de 2023.

Para receber o reforço da vacina bivalente anticovid é necessário, ainda, ter tomado ao menos duas doses da vacina anticovid anteriormente e ter no mínimo 120 dias de intervalo desde a última aplicação. A vacina estará disponível em 107 postos de saúde, das 8h às 17h. Os endereços podem ser conferidos no site Imuniza Já Curitiba.

As vacinas bivalentes são as chamadas segunda geração do imunizante, ou seja, são aquelas que possuem em sua composição a cepa original e subvariantes da Ômicron, que têm registrado maior circulação nos últimos meses. Assim, a nova dose de reforço traz mais uma camada de proteção para a população mais vulnerável.

“Essas vacinas são consideradas mais atualizadas e, por isso, mais eficazes. Elas reduzem mais a probabilidade de quadros graves e morte porque protegem contra a Ômicron e suas subvariantes, que estão circulando no momento”, explica o diretor de epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Alcides Oliveira.

“É hora de levarmos os idosos para vacinar novamente, agregando mais essa camada de proteção a essa parcela da população que é mais vulnerável à covid-19”, destaca a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella. “A covid-19 ainda mata, em média, em Curitiba uma pessoa por dia. O que é ainda muito preocupante. Normalmente, o perfil é de pessoa idosa e com comorbidade. Por isso, a importância desse público receber esse reforço”, completa a secretária.

Convocações

A aplicação da bivalente iniciou em Curitiba em 27 de fevereiro, com a vacinação dos acamados e moradores de instituições de longa permanência. Esse público está sendo vacinado diretamente nas residências pelas equipes de saúde.

Além dos acamados e moradores de instituições de longa permanência, a SMS convocou a partir de 4 de março os idosos nascidos até 1938 – contemplando aqueles de 85 anos ou mais, público formado por 14 mil. Destes, apenas 3.643 compareceram até o momento.

“Com essa baixa adesão e disponibilidade de doses, resolvemos ampliar e disponibilizar essa vacina mais atualizada, para mais idosos, seguindo o determinado pelo Ministério da Saúde”, disse Beatriz.

Também já foram convocados os imunossuprimidos com 12 anos ou mais, de forma escalonada. O calendário pode ser conferido aqui.

Orientações para receber a vacina

O público convocado para o reforço com a vacina bivalente recebe uma mensagem pelo Aplicativo Saúde Já Curitiba. Para aqueles que não puderem comparecer nas datas estipuladas, a SMS oferece repescagem contínua nas unidades de saúde.

Pessoas que tiveram covid-19 devem aguardar pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas para se vacinar. No caso de pessoas que tiveram outras doenças, a orientação é que aguardem a ausência de sintomas.

Atualização cadastral

As pessoas que receberam alguma dose da vacina anticovid fora da capital paranaense precisam atualizar seu prontuário eletrônico junto à Central Saúde Já Curitiba. Para isso, é preciso enviar antecipadamente por e-mail um documento pessoal com foto, a carteira de vacinação e comprovante de endereço para que o cadastro esteja em dia. O endereço é smscentral@sms.curitiba.pr.gov.br.

Públicos convocados para reforço com a bivalente em Curitiba:

  • Todos os nascidos até 1953 (ou seja, pessoas com 70 anos completos ou mais, além daqueles que completam essa idade no decorrer de 2023)
  • Imunossuprimidos com 12 anos ou mais, conforme cronograma que pode ser conferido AQUI
  • Pessoas acamadas com 70 anos ou mais (aplicação na residência)
  • Moradores e trabalhadores de instituições de longa permanência (aplicação na residência)
  • Indígenas (pelo Distrito Sanitário Tatuquara e equipes do Consultório na Rua).

As informações são da Prefeitura de Curitiba