O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) reforça a urgência para a doação de sangue no Estado, em especial dos tipos O- e A-. O pedido é feito, principalmente, devido ao feriado de Carnaval, período em que algumas unidades da rede estarão fechadas ou atendendo em dias específicos para novas doações.
Em janeiro, as 22 redes do Hemepar distribuídas pelo Paraná registraram 14.770 doações, superior ao mesmo período do ano passado, com 12.408 coletas. Para a diretora do Hemepar, Liana Andrade Labres de Souza, o resultado se deve às campanhas de conscientização e ao contexto de superação da pandemia.
“Pela primeira vez, retomamos um número de doações consistente com o que possuíamos antes da pandemia. Isso nos possibilita uma maior capacidade de operação, o que significa que mais vidas serão salvas. Embora sejam dados positivos, é preciso seguir reforçando a importância da doação. A conscientização é nossa maior ferramenta”, disse.
O secretário estadual da Saúde, César Neves, lembra que todo tipo sanguíneo é bem-vindo, especialmente quando existem bancos de estoque em condição crítica. “O sangue é um elemento muito especial, considerando que não possui substituto. Por isso, sempre destacamos: doar sangue é salvar vidas”, afirmou.
Os homens podem doar sangue a cada dois meses, em quatro vezes ao ano. Já as mulheres, a cada três meses, numa máxima de três doações ao ano. Depois de coletado, o sangue é fracionado e acontece o processo de separação dos hemocomponentes (plasma, hemácias, plaquetas e crio). Após essa etapa a bolsa fica estocada até o resultado dos exames para a liberação. Por isso, é importante ressaltar a validade da doação com antecedência, uma vez que, após a coleta, o sangue pode levar até 48 horas para ser liberado.
HEMEPAR – O Hemepar é a unidade da Secretaria Estadual da Saúde responsável pela coleta, armazenamento, processamento, transfusão e distribuição de sangue para 384 hospitais públicos, privados e filantrópicos que atuam em todas as regiões do Paraná. Atende à demanda de fornecimento de sangue e hemoderivados do Estado graças às doações dos voluntários.
PARA DOAR – É necessário ter entre 16 e 69 anos completos. Menores de idade com autorização e presença do responsável legal. O doador deve pesar no mínimo 51 quilos, estar descansado, alimentado e hidratado (evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação) e apresentar documento oficial com foto (carteira de identidade, carteira do conselho profissional, carteira de trabalho, passaporte ou carteira nacional de habilitação).
O câncer infantil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral. A primeira seria acidente. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade.
Hoje (15), Dia Internacional da Luta conta o Câncer Infantil, a oncologista pediátrica do Inca Sima Ferman, chefe da Seção de Pediatria, lembrou que atualmente a doença é altamente curável. “Essa é a principal informação que a gente tem”, disse.
Em entrevista à Agência Brasil, Sima afirmou que como a incidência de câncer vem aumentando lentamente ao longo dos anos, ele começa a aparecer como causa importante de doença em criança. “Como nem todas são curadas, a doença pode ter, na verdade, um percentual de mortalidade infantil também. Os dados mais recentes, de 2020, revelam que foram registrados 2.280 óbitos em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no Brasil.
Entre os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil estão leucemia, linfoma e tumores do sistema nervoso central. A médica do Inca ressaltou, contudo, que os tumores em crianças são diferentes dos que acometem pessoas adultas. “Adulto tem muito carcinoma, tumores de células diferenciadas”. Os tumores de crianças são diferentes. Embora esses três tipos sejam mais frequentes, existe uma gama de tumores, como os embrionários, que ocorrem nos primeiros anos de vida. São exemplos os da retina, de rim, de gânglio simpático. “São tumores que acontecem, mais frequentemente, em crianças menores. Mas todos eles são muito diferenciados e respondem bem ao tratamento quimioterápico, normalmente. Essa é a principal informação que a gente tem para dar nesse dia tão importante”, reiterou a especialista.
Para a oncologista, a doença é muito séria, mas trouxe, ao longo dos anos, uma esperança de busca pela vida. Há possibilidade de cura, se o paciente é diagnosticado precocemente e tratado nos centros especializados de atenção à criança.
Alerta
Nos países de alta renda, entre 80% e 85% das crianças acometidas por câncer podem ser curadas atualmente. No Brasil, o percentual é mais baixo e variável entre as regiões, mas apresenta média de cura de 65%. “É menos do que nos países de alta renda porque muitas crianças já chegam aos centros de tratamento com sinais muito avançados”. Sima Ferman reafirmou que o diagnóstico precoce é muito importante. Por outro lado, admitiu que esse diagnóstico é, muitas vezes, difícil, tendo em vista que sinais e sintomas se assemelham a doenças comuns de criança.
O Inca faz treinamento com profissionais de saúde da atenção primária para alertá-los da importância de uma investigação mais profunda, quando há possibilidade de o sintoma não ser comum e constituir doença mais séria. Sima lembrou que criança não inventa sintoma. Afirmou que os pais devem sempre acompanhar a consulta e o tratamento dos filhos e dar atenção a todas as queixas feitas por eles, principalmente quando são muito recorrentes e permanecem por um tempo. “É importante estar alerta porque pode ser uma coisa mais séria do que uma doença comum”.
Podem ser sinais de tumores em crianças uma febre prolongada por mais de sete dias sem causa aparente, dor óssea, anemia, manchas roxas no corpo, dor de cabeça que leva a criança a acordar à noite, seguida de vômito, alterações neurológicas como perda de equilíbrio, massas no corpo. “São situações em que é preciso estar alerta e que podem levar a pensar em doença como câncer”.
Para os profissionais de saúde da atenção primária, especialmente, a médica recomendou que devem levar a sério as queixas dos pais e das crianças e acompanhar o menor durante todo o período até elucidar a situação para a qual a criança foi procurar atendimento. “E, se for o caso, fazer exames mais profundos e ver se há alguma doença que precisa ser tratada”.
Individualização
Para cada tipo de câncer, os oncologistas do Inca procuram estudar a biologia da doença, para dar um tratamento que possa levar à chance de cura, com menos efeitos no longo prazo. “Para conseguir isso, temos que saber especificamente como a doença se apresentou à criança e, muitas vezes, as características biológicas do tumor. Isso vai nos guiar sobre o tratamento que oferece mais ou menos riscos para esse paciente ficar curado e seguir a vida”.
Em geral, o tratamento de um câncer infantil leva de seis meses a dois anos, dependendo do tipo de doença apresentada pelo paciente. Após esse prazo, a criança fica em acompanhamento, ou “no controle”, por cinco anos. Se a doença não voltar a se manifestar durante esses cinco anos, pode-se considerar o paciente curado. “Cada vez, a chance de a doença voltar vai diminuindo mais. A chance é maior no primeiro ano, quando termina o tratamento, e vai diminuindo mais e mais”, disse a oncologista pediátrica.
Um sistema idealizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para identificar o começo de novos surtos de doenças infecciosas foi lançado hoje (14) no Rio de Janeiro. Através do cruzamento de dados por meio de um processo de modelagem elaborado por engenheiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele emite sinais sobre locais que reúnem indícios do início de um cenário de preocupação sanitária, tornando possível a adoção de medidas em tempo hábil para evitar ou reduzir novos contágios.
Batizado de Sistema de Alerta Precoce para Surtos com Potencial Epi-Pandêmico (Aesop), seu lançamento ocorreu durante a 6ª Conferência Global de Ciência, Tecnologia e Inovação (G-Stic). Segundo o pesquisador da Fiocruz e coordenador do projeto, Manoel Barral-Netto, para evitar novas emergências sanitárias é preciso detectar os seus sinais de forma mais precoce possível. Ele diz que o sistema tem potencial para identificar surtos de doenças novas ou já conhecidas.
“Na vigilância em saúde, devemos agir rapidamente porque, se você perder tempo, você perde a oportunidade de proteger as pessoas. Atualmente, já existem vários mapas de riscos que indicam potenciais locais onde um surto pode acontecer. Nós queremos ir além. Queremos identificar os primeiros momentos do início do surto. Se a gente conseguir ganhar 15 dias, já é um tempo enorme para tomar as medidas necessárias e impedir que a doença se espalhe muito. Em alguns aspectos, ganhamos até 30 dias”, disse.
Segundo pesquisador, a pandemia de covid-19 pressionou ainda mais o mundo a avançar em soluções para ampliar a vigilância em torno das doenças infecciosas. Ele acredita que, futuramente, o Aesop poderá ser usado em outros país. “Ainda não está funcionando. Fizemos um lançamento apresentando os primeiros resultados”. A expectativa é que até o final de 2024 todos os municípios do Brasil estejam sendo monitorados para síndromes respiratórias. Com o tempo, serão dados alertas para outras doenças infecciosas.
O sistema usa dados sanitários, ambientais e sociodemográficos. A maioria deles já é coletada tanto no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) como através de outras instituições ou entidades. São levadas em conta a existência de alguns aspectos nos municípios que podem favorecer a disseminação de algumas doenças: alta densidade demográfica, população idosa ou infantil numerosa, rede de transporte ligando a outra cidade com estas características, etc.
“A ideia é fazer uma mineração de dados para filtrar o que a gente precisa. Por exemplo, suponhamos que uma cidade registra que muita gente tem febre. Isso pode ter muitas causas. Mas cruzando os dados, o sistema aponta que há uma combinação de febre e tosse. Você já começa a ficar mais próximo de algo respiratório. E aí estamos somando outras informações como venda de medicamentos. Está vendendo muita aspirina? Muita dipirona? Está acima do que historicamente a cidade vende para aquele período? É um sinal de alerta adicional”, explica Barral-Netto.
Até mesmo rumores em redes sociais são monitorados. As informações são garimpadas e reorganizadas a partir de uma modelagem científica desenvolvida por meio de inteligência artificial. “Um princípio de um surto emite sinais fracos. Quando os sinais são fortes e evidentes é porque já passou a fase inicial. Então se quisermos identificar quando começa, temos que nos preparar para encontrar os vários sinais fracos. Em conjunto, eles significam algo mais importante”, acrescenta.
Enquanto o conceito do sistema foi projetado pela Fiocruz, o processo de modelagem foi elaborado por engenheiros do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe), da UFRJ. “Eles têm expertise nesse tipo de trabalho. Já desenvolvem modelagem, por exemplo, para dados climáticos”, diz Barral-Netto.
Após a identificação de uma área onde há um possível início de surto, equipes de pesquisa precisam se deslocar para coletar amostras. Elas serão levadas para análise e sequenciamento em laboratórios ligados à rede genômica da Fiocruz, que estão espalhados por todo o país. “Vamos começar nas capitais. Nas áreas remotas, a gente está começando a testar o transporte das amostras com drones”, conta o pesquisador.
Todo o trabalho tem o apoio do Ministério da Saúde e também é resultado de uma parceria com a Fundação Rockefeller, uma associação não governamental com sede nos Estados Unidos que apoia e promove projetos de saúde pública em diversos países do mundo. Segundo Barral-Netto, o projeto foi apresentado à entidade em busca de financiamento, mas as negociações evoluíram para um colaboração científica, o que tem permitido um avanço mais rápido. Enquanto os pesquisadores da Fiocruz se concentram em projetar o sistema para identificar a disseminação de vírus respiratórios, cientistas da Fundação Rockefeller estão desenvolvendo métodos para detectar surtos relacionados a arboviroses, como dengue e zika.
Reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em outubro de 2021, a Covid longa consiste na persistência ou desenvolvimento de novos sintomas, como fadiga extrema, falta de ar, dificuldade de concentração e perda de memória, após a infecção pelo SARS-CoV-2. A doença pode durar de meses a anos e atingir qualquer pessoa infectada, independente da gravidade da infecção, inclusive crianças e bebês.
Mas uma revisão sistemática publicada na última quarta (8/2) na revista Vaccine mostrou que indivíduos vacinados têm menos risco de desenvolver a Covid longa do que aqueles que não tomaram vacina contra a Covid-19. Os dados reforçam a importância da imunização, que segue em ritmo lento no Brasil, com baixa procura pelas doses de reforço e somente 3,9% dos menores de 5 anos vacinados.
A revisão conduzida por pesquisadores do Japão, Reino Unido e Estados Unidos incluiu seis estudos independentes, totalizando dados de 500 mil pessoas que não tomaram o imunizante e 80 mil vacinados. Os indivíduos imunizados apresentaram menos risco de desenvolver Covid longa e uma menor incidência de sintomas como fadiga persistente e distúrbios pulmonares. Além disso, pessoas que completaram o esquema vacinal de duas doses ficaram mais protegidas contra a condição do que aquelas que receberam apenas uma dose.
Os autores também ressaltam a importância das doses de reforço nesse contexto. “Como muitos artigos demonstraram a eficácia da vacinação em duas doses e reforços adicionais na redução da mortalidade e casos graves, a proteção mais eficaz contra a infecção aguda também pode ser uma medida razoável para evitar as sequelas debilitantes e duradouras”, informa o artigo.
A falta de adesão às doses de reforço pela população brasileira gera preocupação. Segundo o Ministério da Saúde, até o final de 2022, mais de 69 milhões de pessoas ainda não haviam tomado a primeira dose de reforço da vacina contra a Covid-19, enquanto 32,8 milhões que poderiam ter recebido o segundo reforço também não retornaram aos postos de saúde. Cerca de 80% da população do país completou o esquema inicial de duas doses, enquanto apenas 50% voltou para tomar o reforço.
O Ministério da Saúde recomenda uma dose de reforço para pessoas a partir dos 5 anos e duas doses de reforço para indivíduos acima dos 40, que devem ser administradas após 4 meses da última dose. No estado de São Paulo, o segundo reforço é liberado para maiores de 18 anos, e há ainda um terceiro reforço (ou quinta dose) indicado para adultos com alto grau de imunossupressão.
Covid longa afeta a qualidade de vida e o trabalho
Estudos já demonstraram que a Covid longa pode deixar sequelas duradouras e até permanentes nos pacientes, afetando inclusive o trabalho, de acordo com a Sociedade de Medicina Ocupacional do Reino Unido. No Brasil, um estudo recente da Fiocruz mostrou que quase 60% dos infectados pelo SARS-CoV-2 desenvolvem Covid longa e apresentam sintomas durante pelo menos três meses após a fase aguda da infecção. Fadiga, ansiedade, perda de memória e queda de cabelo foram alguns dos principais problemas apontados pelos pacientes.
Mais de 200 sintomas já foram reportados no pós-Covid, segundo a OMS. No entanto, ao fazer uma comparação com outras doenças respiratórias, pesquisadores americanos da Universidade de Missouri sugeriram que apenas sete sintomas estão diretamente associados à Covid longa: palpitações cardíacas, queda de cabelo, fadiga, dor no peito, falta de ar, dor nas articulações e obesidade.
Além da não vacinação, um dos fatores de risco para desenvolver a doença é o sedentarismo, segundo um estudo da Universidade de São Paulo (USP). Cerca de 60% dos pacientes diagnosticados com Covid longa não praticavam exercícios físicos. Falta de ar (132%), fadiga (101%), insônia (69%), estresse pós-traumático (53%) e dor muscular/articular intensa (53%) foram associados a maiores chances de inatividade física.
O risco de surto de sarampo no continente americano é o mais alto dos últimos 30 anos. O alerta é da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e foi divulgado nesta segunda-feira (13) no Brasil.
A organização pede que os países retomem a cobertura vacinal infantil e atualizem os planos de resposta ao sarampo para evitar a volta da transmissão endêmica do vírus. De acordo com o documento, os surtos mais significativos ocorreram no Brasil, onde a circulação endêmica continua.
Segundo Ana Caetano, presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, o continente americano havia ficado livre do sarampo em 2016. Entretanto, com a baixa cobertura vacinal, essa realidade voltou.
“O que aconteceu é que, nos últimos anos, houve uma redução muito grande nessa cobertura vacinal. Então, para se ter uma ideia, no último ano o Brasil teve uma redução de 50% na cobertura vacinal. Isso fez com que novos casos, vindos de outros países, começassem a entrar nos países da América, não só no Brasil, mas na Argentina, no Chile.”
Em 2021, apenas seis países do continente atingiram o nível recomendado de 95% de cobertura com duas doses. E outros dez países relataram cobertura inferior a 80%.
De acordo com o Programa Nacional de Imunizações, até 2015, o percentual de brasileiros protegidos pelas vacinas atingia as metas de público-alvo, mas com o retrocesso da imunização, a porcentagem voltou aos níveis da década de 1980.
Entre 2018 e 2021, 26 crianças menores de 5 anos foram vítimas da doença no país. Nas duas décadas anteriores, apenas um óbito havia sido registrado.
Ana Caetano explica que o sarampo é um vírus altamente contagioso e que o esclarecimento da população é um aliado para o enfrentamento da doença. “Explicar e informar a população, corretamente, que a vacina é necessária para evitar que a gente tenha um surto de sarampo no Brasil. E a doença vem exatamente disso, desses países onde aparecem movimentos anti-vacina e, principalmente, as fake news com relação às vacinas.”
No final de janeiro, o Ministério da Saúde anunciou a campanha de multivacinação contra poliomielite e sarampo nas escolas, que deve ocorrer a partir do mês de maio.
A Prefeitura de Campo Largo, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, informa à população que foi detectada a presença do vírus rábico em mais um morcego, novamente na região central de Campo Largo. O caso anterior aconteceu em agosto de 2022 e o departamento segue em monitoramento.
Sendo assim, a diretora da Vigilância em Saúde do município, Viviane Janz Moretti, solicita que toda a população mantenha a vacinação dos seus animais em dia. “Uma vez que os animais de estimação estão corretamente vacinados, forma-se uma barreira sanitária que reduz a possibilidade de transmissão desta grave doença”, explica ela.
O departamento solicita também que, caso sejam encontrados morcegos em situação anormal (caídos no chão ou voando durante o dia), ou mortos, a pessoa que encontrou não toque no animal, impeça o contato de outros animais com o morcego, e apenas coloque um balde sobre ele. Em seguida, entre em contato com a Vigilância em Saúde e mantenha o lugar fechado até que a equipe realize o recolhimento do bicho possivelmente infectado.
Outro alerta da diretora é com relação ao estigma em torno dos morcegos. “Lembramos a todos para não caçar ou matar morcegos desnecessariamente. Eles são animais extremamente importantes para o equilíbrio ecológico, e também são protegidos por leis ambientais. Eles não são os culpados pela doença, são tão vítimas quanto os demais animais que podem se contaminar”, destaca.
A Vigilância está organizando uma ação casa a casa, no entorno do local onde apareceu o morcego, para repassar informações importantes. “Solicitamos a todos que recebam os fiscais para que eles possam orientar sobre as ações necessárias, a fim de reduzirmos o risco da transmissão da raiva aqui em Campo Largo”, finaliza a diretora.
Para mais esclarecimentos entre em contato com a Vigilância em Saúde no telefone (41) 3291-5116 ou pelo aplicativo de mensagens WhatsApp no número (41) 99515-0086.
A Prefeitura de Campo Largo pede colaboração de todos para reduzir o risco de reintrodução do vírus rábico na área urbana.
Uma pesquisa liderada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dá mais um passo para confirmar a segurança da vacinação de macacos contra a febre amarela. O procedimento está em estudo desde a epidemia que dizimou populações de primatas pelo país entre 2017 e 2019.
Segundo os cientistas, a medida pode ser uma estratégia importante para preservar espécies ameaçadas de extinção e proteger a biodiversidade. Além disso, tem o potencial de reduzir a transmissão silvestre da doença, desacelerando a expansão de surtos.
Considerando que a vacina da febre amarela é produzida a partir de um vírus “vivo” atenuado (que não causa doença), os pesquisadores realizaram testes para verificar se os mosquitos poderiam se infectar com o vírus vacinal após picar macacos vacinados.
“Analisamos quase 700 mosquitos, de diferentes espécies silvestres e ainda incluímos o Aedes aegypti. Nenhum se infectou após picar os macacos vacinados. Esses dados sugerem que a chance de haver transmissão descontrolada do vírus da vacina da febre amarela na natureza é muito baixa ou nula”, afirma o coordenador da pesquisa e pesquisador do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC, Ricardo Lourenço de Oliveira.
Publicados na revista científica ‘Viruses’, os resultados reforçam que a vacinação de primatas, cativos ou de vida livre, contra a febre amarela é uma estratégia de saúde pública segura.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), ligado ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
“Era importante observar como o vírus vacinal se comporta em mosquitos silvestres que picam macacos na fase virêmica da vacina [quando há circulação do vírus vacinal no sangue]. O resultado mostra que, realmente, o vírus vacinal não chega à glândula salivar dos mosquitos”, comenta o assessor científico de Bio-Manguinhos e autor da pesquisa, Marcos Freire.
“Esse resultado complementa e valida ainda mais as respostas que temos observado nos ensaios sobre a vacinação de primatas”, completa o diretor do CPRJ e também autor do estudo, Alcides Pissinatti.
Investigação necessária
Os estudos sobre a vacinação de macacos começaram em meio à epidemia de febre amarela que ocorreu entre 2017 e 2019. O surto alcançou o litoral do Sudeste, atingindo áreas onde a doença não era registrada há cerca de 80 anos.
Além de provocar centenas de mortes humanas, a infecção devastou populações de primatas. Apenas no Rio de Janeiro, foram notificadas 1.177 epizootias, como são chamados os episódios de adoecimento de macacos, que podem levar a óbito até dezenas de animais. Espécies em risco de extinção, como os micos-leões-dourados, foram impactadas pelo surto.
Realizados por Biomanguinhos em parceria com o CPRJ, os primeiros ensaios mostraram que a vacina humana contra a doença induz a produção de anticorpos e não provoca efeitos colaterais graves nos primatas brasileiros testados, que são muito sensíveis à infecção natural provocada pelo vírus da febre amarela. Os resultados levaram à expansão das pesquisas, incluindo iniciativas para vacinação de animais em cativeiro e de vida livre, em áreas de preservação.
Neste contexto, surgiu uma pergunta: haveria possibilidade de mosquitos silvestres se infectarem após picar os primatas vacinados e transmitirem o vírus da vacina para outros macacos?
A pergunta leva em consideração que a vacina da febre amarela é produzida com um vírus atenuado, porém infectante, ou seja, capaz de se replicar em células de vertebrados e invertebrados. Após a injeção em humanos, esse vírus circula na corrente sanguínea durante alguns dias. Por ser atenuado, o vírus vacinal não causa doença, mas ativa o sistema imune, prevenindo o adoecimento no futuro.
A linhagem viral atenuada usada para fabricação da vacina da febre amarela no Brasil é chamada 17DD. Replicado em laboratório, o vírus se mantém geneticamente estável. No entanto, se fosse transmitido de forma descontrolada na natureza, ele poderia sofrer mutações. Neste caso, um dos riscos seria o vírus perder a atenuação e passar a causar doença.
“Quando a vacina da febre amarela foi desenvolvida, nos anos 1930, a preocupação principal era a circulação da doença na área urbana, onde o mosquito Aedes aegypti transmite o vírus de uma pessoa para a outra. Naquela época, foi feito um estudo que demonstrou que o Aedes não era capaz de transmitir o vírus da vacina”, explica Ricardo.
“Porém, atualmente, no continente americano, a febre amarela circula apenas no ciclo silvestre. Os mosquitos que transmitem o vírus na floresta, entre os macacos, são dos gêneros americanos Haemagogus e Sabethes, que são muito diferentes do Aedes, oriundo da África. Era imperativo fazer uma nova pesquisa”, completa o pesquisador.
Para se aproximar ao máximo das condições reais, o estudo contemplou duas espécies de mosquitos Haemagogus (Hg. leucocelaenus e Hg. janthinomys/capricornii) e duas espécies de Sabethes (S. albiprivus e S. identicus). Mosquitos Ae. aegypti também foram incluídos nos ensaios para permitir a comparação com os experimentos realizados nos anos 1930.
Os mosquitos foram analisados após picar micos-leões de três espécies imunizados com a vacina da febre amarela contendo o vírus 17DD. O vírus vacinal não foi encontrado no corpo de nenhum dos 689 insetos analisados, confirmando que não houve infecção.
Os pesquisadores ainda foram além: alimentaram 156 mosquitos artificialmente com sangue infectado com o vírus vacinal para constatar ou não a possibilidade de transmissão. Apenas um mosquito, que foi alimentado com uma concentração viral superior à encontrada no sangue dos macacos vacinados, apresentou infecção. Mesmo assim, o vírus não foi detectado na cabeça do inseto, indicando que ele não se disseminou no organismo e não chegou até as glândulas salivares. Logo, não poderia ser transmitido.
De acordo com Ricardo, dois fatores podem contribuir para que o vírus vacinal não seja transmitido pelos mosquitos.
“Observamos que a vacina da febre amarela produz uma viremia [concentração de vírus no sangue] menor do que a infecção natural nos primatas. Essa viremia não favorece a infecção dos mosquitos. Além disso, características genéticas do vírus atenuado devem reduzir a capacidade de infecção”, pondera o entomologista.
Proteção para micos-leões e bugios
Atualmente, micos-leões-dourados e bugios estão no foco de pesquisas sobre vacinação de macacos. Encontrados exclusivamente na Mata Atlântica e ameaçados de extinção, os micos-leões-dourados perderam mais de 30% de sua população devido à epidemia de febre amarela, segundo uma pesquisa publicada em 2019.
Já os bugios são considerados um dos grupos mais sensíveis ao vírus. Um artigo que revisou dados sobre a epidemia apontou que estes animais responderam por cerca de 30% entre mais de 3.500 óbitos de primatas confirmados no país no período de 2016 a 2019.
No Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, os primeiros ensaios sobre a vacinação de macacos foram realizados com bugios e com três espécies de mico-leão: dourado, da cara dourada e preto. Os pesquisadores de Biomanguinhos e do CPRJ observaram a segurança e a capacidade da vacina humana para induzir a produção de anticorpos nos animais, considerando diferentes doses.
A partir dos resultados positivos, foi iniciado um estudo para vacinação de micos-leões-dourados na área da Reserva Biológica de Poço das Antas, nos municípios de Silva Jardim e Casimiro de Abreu, no Rio de Janeiro. Desde 2021, o projeto já imunizou aproximadamente 150 micos.
Dezenas de bugios também foram vacinados em pesquisas no Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Os estudos são realizados por diversas instituições científicas e entidades que trabalham com a preservação de primatas, em parceria com Bio-Manguinhos, que é responsável pela produção da vacina da febre amarela no Brasil.
Segundo Freire, que está à frente das pesquisas na unidade da Fiocruz, o acompanhamento dos animais vacinados, em cativeiro e na natureza, será a base para validar a segurança e a eficácia da imunização.
“A vacina não vai impedir os casos de febre amarela entre macacos em geral, porque não é viável capturar e vacinar todos os animais. Porém, pode beneficiar primatas em alto risco, de espécies muito ameaçadas. Também os animais mantidos em zoológicos e centros de manejo, que estão expostos à infecção por causa da proximidade com florestas”, explica o veterinário.
O coordenador do CPRJ ressalta a importância de proteger os animais.
“Houve uma perda muito significativa de primatas na natureza pela febre amarela. A biodiversidade terá um ganho enorme se conseguirmos vacinar os animais de vida-livre nos nossos trabalhos de campo e aqueles criados em cativeiro. É importante perceber que a saúde é única. Quando fazemos a defesa do animal e do ambiente, fazemos a defesa dos humanos também”, enfatiza Pissinatti.
“De fato, o vírus da febre amarela depende da existência de macacos não-imunes para circular numa floresta. Ao não se infectarem com o vírus selvagem, os macacos vacinados passam a funcionar como um fator limitador da transmissão silvestre e desacelerador da expansão das epidemias, ajudando, indiretamente, a reduzir chances de infecção de humanos”, completa Ricardo.
Médicas e Médicos de diversas regiões do Estado participaram na segunda-feira (06) de uma Assembleia Geral Extraordinária do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar). A Assembleia foi realizada de maneira híbrida, presencial e por videoconferência, facilitando a participação de dezenas de profissionais que não poderiam se fazer presentes na Sede do Simepar.
A Assembleia discutiu e aprovou uma extensa pauta de reivindicações da categoria que vai balizar uma série de ações do Sindicato para as negociações dos reajustes anuais, e para as celebrações de Acordos Coletivos do Trabalho com os empregadores. Os/as profissionais também aprovaram a possibilidade de ajuizamento de Dissídios Coletivos e até eventuais movimentos paredistas, caso as reivindicações não sejam atendidas.
Entre as pautas gerais da categoria confirmadas pela Assembleia, cabe ressaltar o combate permanente à terceirização de médicos/as para atendimento no SUS; o combate à precarização das relações de trabalho; a não efetivação de contratos de trabalho via anotação das CTPSs; a pejotização; e a exigência para que os profissionais se tornem sócios dos empregadores.
A Fixação do valor da hora médica em montante não inferior a R$ 130,00 líquidos também servirá de baliza para as negociações. Lembrando que esse valor serve de base somente para jornadas fixas mensais em contratos CLT, não se aplicando a cálculos de valor por consulta, ou para trabalho autônomo. Outra reivindicação é a liberação de médicos/as para integrarem Comissões e Conselhos Municipais de deliberação das políticas públicas da Saúde.
FEAS Curitiba
Também foram aprovadas pautas específicas para os médicos e médicas que trabalham para a Fundação Estatal de Atenção à Saúde de Curitiba (FEAS), como o pagamento dos trabalhos realizados na quinta semana como extras no que exceder o acordo vigente; o direito aos feriados dos/as profissionais das Unidades Básicas, sendo esses obrigados a compensar em outro dia da semana; equiparação do valor do vale alimentação com as demais categorias recebem R$ 640,00, muito superior ao pago aos médicos; a contestação do labor fora do horário de expediente, em que o empregador exige que os médicos e médicas permaneçam conectados, fora do seu horário de expediente, atendendo e respondendo mensagens pelo Whatsapp, sem pagamento de sobreaviso ou qualquer contraprestação.
Outra reclamação grave é que se tornou comum o envio mensagem aos/às médicos/as, instantes antes do início do seu plantão, exigindo de forma unilateral, que compareçam em unidade de saúde diversa da qual estão lotados, sem ato formal de relocação do emprego, sem indenização por deslocamento excessivo e em prejuízo à programação e à rotina do/a profissional.
Também foi relatada a transferência de metas aos/às médicos/as. A Fundação tem cobrado dos/as profissionais agilidade e rapidez nos atendimentos e a modificação de dados registrados nos prontuários para atingir metas estabelecidas pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, o que caracteriza ofensa à autonomia profissional, na definição do tempo de consulta e das informações adequadas a serem consignadas em prontuário.
Outra queixa registrada pelas/os médicas/os da FEAS é que retirada da Guarda Municipal das unidades de saúde e sua substituição por empresas privadas de segurança não tem atendido à demanda por proteção aos profissionais de saúde. Os seguranças privados não têm acesso ao interior das unidades onde, frequentemente, ocorrem ameaças de pacientes a profissionais e ingressos inadequados nas salas de consultas. A categoria exige o retorno do botão de pânico, cuja finalidade era justamente alertar acerca de uma ameaça ou emergência de segurança, bem como a instalação de portas com controle de acesso.
Sonegação de horas extras a intensivistas e emergencistas: muitos/as profissionais necessitam, em razão do atendimento que se estende para além do limite da sua jornada, continuar em labor extraordinário; contudo, não têm sido remunerados por tal labor.
Por fim, foi relatado que a Fundação adota protocolo pouco razoável para entrega de atestados médicos, exigindo agendamento de comparecimento pessoal do/a empregado/a no setor de Medicina do Trabalho e a entrega em mãos do documento. Para os presentes na Assembleia, trata-se de procedimento nada razoável, sendo que bastaria o envio da via digital e posterior entrega da via física, à chefia local imediata, que pode encaminhar via malote, pelo funcionário administrativo presente nas unidades. O protocolo atual causa transtornos aos/às médicos/as, que muitas vezes cumprem plantões em outros locais ou em outros empregadores. Cabe observar que a Medicina do Trabalho não pode discordar da análise feita pelo profissional que atestou a ausência do empregado, o que força a desnecessidade de comparecimento posterior em perícia; a mesma reclamação se constata em relação à declaração de comparecimento em consulta médica, limitada a três horas, que muitas vezes não é tempo suficiente para o deslocamento e a consulta em si.
Restou aprovada pelos presentes na Assembleia a propositura de ações judiciais, com cobranças dos direitos ora reivindicados, diferenças pretéritas e despesas processuais daí decorrentes, em razão de descumprimento no pagamento de haveres dos médicos.
Outros municípios
Médicos e médicas que trabalham na rede pública de São José dos Pinhais reclamaram de reajustes desiguais. Os/as profissionais vem sendo discriminados na estrutura funcional interna, com a concessão de reajustes diferenciados para médicos generalistas e especialistas. Também foi registrado que a os/as profissionais contratados por Processo Seletivo Simplificado recebem remuneração superior a dos/as efetivos/as. O edital de contratação de PSS estabelece valor maior ao contratado temporariamente, se comparado aos efetivos.
Já em Fazenda Rio Grande, um edital para contratação de médico auditor estabelece como requisito para contratação a especialidade em cirurgia, requisito que não encontra justificativa razoável, pois restringe a participação de profissionais médicos de outras especialidades que podem desempenhar a função de auditor.
Todos esses relatos de irregularidades, as reivindicações de reajustes e da garantia de direitos legais foram aprovados pela Assembleia Geral do dia 06 de fevereiro, juntamente com reivindicações anteriores, que foram ratificadas, sem prejuízo de adendos.
Agora, a Diretoria do Simepar, juntamente com a Assessoria Jurídica do Sindicato, buscará a negociação das reivindicações e a correção das irregularidades através da negociação direta com os empregadores ou através de ações judiciais para que sejam corrigidas e os eventuais prejuízos ressarcidos aos/às profissionais.
Demografia Médica no Brasil 2023, produzida em parceria entre a Associação Médica Brasileira e a Faculdade de Medicina da USP, também projeta que país chegará em 2035 com mais de 1 milhão de médicos; médicas declaram renda 36% anual inferior que os colegas homens
O número de registros de médicos com título em alguma especialidade cresceu 84% nos últimos 10 anos no Brasil. As mulheres passarão a ser maioria na profissão já a partir do próximo ano. Com a expansão da abertura de cursos e vagas de medicina, em 2035 haverá no país mais de um milhão de médicos no país.
As informações constam da mais nova edição da Demografia Médica no Brasil (DMB) a primeira produzida em parceria entre a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), no mais completo estudo já realizado sobre a realidade dos médicos em todo o país. O levantamento foi divulgado na manhã desta quarta-feira (8/2) na sede da AMB, na capital paulista.
A DMB 2023, coordenada pelo pesquisador Mário Scheffer, professor livre-docente do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, foi formulada a partir de três eixos principais: estudos demográficos da população médica, estudos sobre formação e profissão médica e inquéritos sobre Residência Médica e trabalho médico no Brasil.
César Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira, destaca o suporte institucional oferecido para a nova edição da DMB, por meio da disponibilização dos dados anonimizados dos associados da entidade, dentre outras informações. “Temos orgulho de participar ativamente desta edição da Demografia Médica, que oferece dados de relevância nacional e importantes subsídios a todos os gestores públicos e privados comprometidos com a valorização da medicina e a saúde da população”, enfatiza.
Para a professora Eloisa Bonfá, diretora da Faculdade de Medicina da USP, a Demografia Médica tem se revelado importante fonte de informações dirigida a pesquisadores, veículos de comunicação, entidades e órgãos governamentais. “É fundamental para o planejamento do sistema de saúde tomar conhecimento do número, do perfil e da distribuição dos médicos e médicas no Brasil, das mudanças na graduação de Medicina, na Residência Médica e na oferta de especialistas, assim como acompanhar as transformações no mercado de trabalho médico”, afirma.
Além da AMB, a produção da Demografia Médica no Brasil 2023 também contou com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), FFM (Fundação Faculdade de Medicina), Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e Ministério da Saúde.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizou nesta terça-feira (7), em Curitiba, a primeira reunião do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE) deste ano. O encontro teve como principal objetivo trazer o panorama da situação epidemiológica da febre chikungunya e atualização das ações desenvolvidas, principalmente, nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná.
Participaram do encontro representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), secretarias municipais e equipes técnicas de atenção e vigilância.
A mobilização e vigilância em saúde e assistência ocorrem após o Ministério da Saúde e Bem-Estar Social do Paraguai anunciar a existência de um surto da doença no país, além do registro de três casos autóctones no Estado, ou seja, aquele em que o paciente foi infectado na própria cidade onde reside.
De acordo com o boletim semanal das arboviroses, divulgado nesta terça, o Paraná tem dez casos confirmados de chikungunya, sendo seis importados, três autóctones e um segue em investigação quanto ao local provável de infecção. Os casos autóctones foram registrados nos municípios de Pato Branco, Foz do Iguaçu e São Miguel do Iguaçu. O boletim traz ainda 107 casos notificados e 41 permanecem em investigação.
O secretário de Estado da Saúde, César Neves, ressaltou a necessidade de reforçar as ações estratégicas nessa região e uma atuação intensiva junto à população. “Estamos monitorando esses municípios que estão mais susceptíveis por conta da região de fronteira com o Paraguai. Existe o surto e como mantemos uma estreita ligação com o país vizinho, essa vigilância e alerta se fazem necessários”, disse.
A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da zika.
De acordo com a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes, combater os focos do mosquito deve ser a principal ação para conter a disseminação da doença. “Nesse momento é muito importante que haja o empenho das equipes municipais de vigilância no combate ao vetor, para cortar o elo de transmissão. Ações de campo, que vão além daquelas rotineiras devem ser realizadas, assim como a mobilização da população”, reforçou.
ALINHAMENTO DE AÇÕES – Dentre as principais recomendações da Sesa para os municípios da região estão o diagnóstico e manejo para febre chikungunya, a notificação imediata do caso (em até 24 horas), a vigilância laboratorial, o treinamento de equipes médicas e de assistência hospitalar e da atenção à saúde e, principalmente, ações junto à população para a remoção dos criadouros.
Além desta reunião, durante a manhã desta terça-feira (7), foi realizada uma videoconferência com as Regionais de Saúde e municípios (equipes de vigilância e atenção à saúde) pertencentes à Macrorregião Oeste.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Lúcia Belmonte, os últimos dados de levantamento entomológico apontam uma tendência de que essas regiões estão com risco de epidemia. “A remoção do criadouro é o principal caminho”, disse.
DENGUE E ZIKA – O boletim semanal da dengue registra 3.176 casos confirmados da doença. São 333 casos a mais do que o anterior. Os dados são do 24º Informe Epidemiológico. Os casos confirmados estão distribuídos por 230 municípios, e ainda há 6.321 casos em investigação.
O boletim traz o registro de dois novos óbitos, aumentando para cinco o número de mortes por dengue no Estado. São dois homens. Um deles tinha 31 anos, era residente do município de Centenário do Sul e não tinha comorbidade. O outro homem morava em Marilena, tinha 84 anos, com comorbidade.
Os óbitos ocorreram em 23 de outubro e 23 de dezembro de 2022, respectivamente.
Em relação a Zika Vírus, o informe apresenta 35 casos notificados, sendo que sete estão em investigação.
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