Filiado à

Notícias

Anvisa proíbe fabricação de sete pomadas modeladoras para cabelos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cancelou a regularização que autorizava a fabricação de sete pomadas modeladoras para cabelos. Segundo a agência, os produtos não estavam cumprindo normas sanitárias previstas.

A medida consta da Resolução nº138, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (16).

Em nota, a Anvisa informou que alguns dos produtos já foram objeto de medidas restritivas no âmbito da comercialização e do uso, e que, com a atual resolução, fica proibida também a sua fabricação.

Lista dos produtos

Estão proibidos de serem fabricados os seguintes produtos:

  • Pomada Modeladora para Tranças Anti-frizz Be Black (da empresa Cosmetic Group Indústria e Comércio de Cosméticos Eireli);
  • Pomada Black – Essenza Hair, e Pomada Modeladora para Tranças Boxbraids – fixa liss (ambas da Evolução Indústria de Cosméticos);
  • Pomada Braids Hair (da Galore Indústria e Comércio de Cosmético Eireli);
  • Pomada Cassu Braids Cassulinha Cabelos e Pomada Braids Tranças Poderosas Esponja Magic, (ambas da Microfarma Indústria e Comércio);
  • Rosa Hair Pomada Modeladora Mega Fixação 150g, (da Morandini Indústria e Comércio de Cosméticos);
  • Pomada Modeladora Master Fix Black Ser Mulher, (da Supernova Indústria, Comércio e Serviços).

Recomendações

A Anvisa recomenda que quem tiver em sua residência os produtos fabricados especificamente pela Microfarma Indústria e Comércio Ltda, CNPJ 68.722.743/0001-09, entre em contato com a empresa para verificar a forma de devolução, uma vez que o fabricante deverá recolher todos os produtos disponibilizados no mercado.

Ainda segundo a Anvisa, os estabelecimentos que tenham o produto para uso de seus clientes devem suspender sua utilização “imediatamente”.

Com relação aos produtos de outras empresas, a Anvisa informou que ainda está “avaliando as ações sanitárias necessárias”, e que seguirá acompanhando “todos os fatos relatados relacionados às pomadas capilares” com a ajuda dos órgãos de vigilância sanitária dos estados e municípios.

“A partir dos resultados das investigações, as medidas sanitárias cabíveis serão tomadas com a maior celeridade possível”, complementou.

No início do mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária divulgou um alerta com relação à pomada Cassu Braids, após relatos de que o produto estaria causando danos aos olhos (irritação ocular, pálpebras inchadas, dor nos olhos e dificuldades para enxergar o cabelo) de usuários no Rio de Janeiro.

As informações são da Agência Brasil

Recorde de óbitos por dengue chama atenção para combate ao mosquito Aedes aegypti

O Brasil chegou ao fim de 2022 com um triste recorde: 1.016 brasileiros morreram por dengue, como informa o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. É o maior número de óbitos pela doença já registrado desde o início do relatório.

A alta de casos fatais, geralmente associados ao diagnóstico tardio da doença, pode ter relação com o desvio das atenções para mitigação da urgência em saúde provocada pela Covid-19.

“Se observarmos os dados que antecedem a pandemia, percebemos que, durante aumentos dos casos de dengue, a quantidade de óbitos ainda permanecia em menor proporção, visto que os pacientes eram diagnosticados mais rapidamente e, consequentemente, tratados de forma adequada”, destaca Denise Valle, do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

As manifestações clínicas iniciais da dengue são comuns e podem ser confundidas com outras doenças, incluindo a Covid-19: febre, dores de cabeça e no corpo, mal-estar e fraqueza. A semelhança de sintomas pode ter confundido tanto a população quanto os profissionais de saúde.

“A letalidade da dengue está associada à demora na identificação e no tratamento da doença. No último ano, ainda sob efeito da Covid-19, pacientes que estavam seguindo o isolamento social podem ter levado mais tempo para buscar assistência médica, e muitos podem ter recebido diagnóstico impreciso por conta da vigência de outra doença com sintomas parecidos”, comenta.

Por ser transmitida pelo Aedes aegypti (também vetor dos vírus chikungunya e Zika), a dengue tem seu número de casos gerais diretamente influenciado pela quantidade de mosquitos.

A pesquisadora Rafaela Bruno, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos do IOC, lembra que nos últimos anos os cuidados de prevenção também ficaram em segundo plano.

“Diminuiu significativamente o número de campanhas de conscientização sobre o Aedes e, por isso, muitas pessoas esqueceram de vistoriar suas casas em busca de focos de água parada. Também, com o distanciamento social, agentes de endemias não estavam autorizados a visitar residências para ações de prevenção, fundamentais para relembrar moradores da importância de eliminar criadouros do mosquito”, ressalta.

Em 2022, foram registrados 1.450.270 de casos prováveis de dengue. Outros números que chamam atenção são os de casos prováveis de Chikungunya e Zika.

Houve acréscimo de 78,9% na contagem de casos de Chikungunya em 2022 quando comparada com a do mesmo período em 2021 – que já era maior em 32,7% que a do ano anterior. Nos casos de Zika, o aumento foi de 42%.

“Esses números podem diminuir a partir deste ano com as dinâmicas da sociedade se assemelhando ao período pré-pandêmico. Porém, isso apenas acontecerá se também recuperarmos nossas ações de conscientização acerca do Aedes aegypti”, afirma Rafaela.

Campanhas de prevenção como principal ação

Para impedir que o cenário de gravidade se repita em 2023, as pesquisadoras alertam para a importância de manter a regularidade nas campanhas de prevenção.

Conhecida da população brasileira, a campanha ‘10 Minutos Contra a Aedes’ – que há mais de uma década tem ajudado a direcionar os cuidados de prevenção – continua como a principal ferramenta para diminuir a incidência do mosquito.

“É uma campanha com mensagem simples e concreta, de fácil compreensão e execução. Desde 2009, quando foi lançada, ela tem sido nossa grande aliada para baixar drasticamente a infestação de mosquitos e, consequentemente, reduzir casos das doenças transmitidas por eles”, lembra Denise.

Guia de ação semanal presente na cartilha da campanha ’10 Minutos Contra o Aedes’. Foo: Reprodução.

Os ‘10 Minutos Contra Aedes’ visa incentivar a população a dedicar pelo menos 10 minutos por semana para vistoriar suas residências em busca de possíveis criadouros do mosquito.

“Temos de recuperar a atenção que a prevenção contra o Aedes tinha e, para isso, precisamos da cooperação ativa dos multiplicadores de opinião, como líderes comunitários e jornalistas”, aponta Denise.

“Precisamos reverter a queda significativa na quantidade de campanhas públicas e inserções na mídia e voltar a ocupar espaços de comunicação para que a população seja relembrada das ações que devem ser tomadas contra o Aedes”, reforça Rafaela Bruno.

Conheça e compartilhe a cartilha dos ‘10 Minutos Contra o Aedes’.

Continue lendo no Portal do Instituto Oswaldo Cruz.

A importância da vacinação e do acompanhamento médico da saúde da criança

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça a importância da vacinação e da atualização da caderneta das crianças. É necessário esse cuidado para a puericultura, ou seja, o acompanhamento periódico desse público (0 a 19 anos), visando a promoção e proteção da saúde para garantir o melhor crescimento e desenvolvimento.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a criança deve fazer no mínimo sete consultas de puericultura no primeiro ano de vida, e a partir dos dois anos de idade as consultas de rotina podem ser anuais, próximas ao mês de aniversário. Sendo assim, é possível aproveitar o momento de férias para agendar e atualizar o calendário vacinal, caso esteja com vacinas em atraso.

“A imunização de crianças e adolescentes pode ser atualizada sempre, seja nas consultas agendadas ou nas campanhas do Estado e busca ativa nos municípios. Quanto mais cedo a vacinação começar na infância, menores serão as chances de doenças e complicações. Fazer esse acompanhamento com o médico de família é fundamental”, ressaltou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Colocar as consultas e vacinas em dia contribui para o cuidado com a saúde e a proteção coletiva no retorno às salas de aula, de forma mais segura. Estar em dia com a caderneta é uma das premissas no ato de matrícula e rematrícula nas instituições pertencentes ao Sistema Estadual de Ensino do Paraná, que ofertam educação infantil, ensino fundamental e médio.

Segundo a Lei Estadual 19.534 de 2018, pais ou responsáveis legais deverão apresentar declaração ou carteira de vacinação nas escolas, anualmente. A falta desse documento não impedirá o registro, mas as escolas devem monitorar e verificar os arquivos dos alunos por até 30 dias.

“Doenças como sarampo, gripe e hepatites, por exemplo, são evitadas quando as vacinas estão em dia. Sempre alertamos aos pais e responsáveis sobre a importância desse compromisso. E neste ano continuaremos a criar mecanismos e estratégias para sempre atender as crianças e adolescentes paranaenses”, afirmou o secretário.

VACINAÇÃO – A Divisão de Vigilância do Programa Estadual de Imunização (DVVPEI) segue as diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI), sendo as atividades de vacinação voltadas para toda a população paranaense, disponibilizando imunobiológicos para todas as faixas etárias, conforme definido no Calendário Nacional de Imunização do PNI. Ao todo são 18 vacinas, considerando a contra a Covid-19, que devem ser oferecidas e aplicadas, desde o nascimento até ao final da adolescência.

Segundo a mais recente atualização do PNI, recomenda-se a dose de reforço da vacina da Covid-19 para crianças a partir de cinco anos de idade.

ATENDIMENTO/CONSULTAS – O acompanhamento médico da criança é feito pela Atenção Primária à Saúde (APS), na qual pode ser mantido exclusivamente ou de forma compartilhada com a Atenção Ambulatorial Especializada (AAE). Para as crianças classificadas como risco habitual, mantém-se o número mínimo de consultas preconizadas pelo Ministério.

Para as crianças classificadas como risco intermediário e alto risco, o calendário das consultas de puericultura tem maior frequência. Em 2021, foi aprovada no Paraná uma nova estratificação de risco, com a ampliação no número de agendamentos e um novo calendário de consultas.

Crianças que apresentam alto risco têm 17 consultas programadas até os dois anos de idade, e contam ainda com seis atendimentos multiprofissional especializado, dois a mais que o anterior.

Para aquelas classificadas com risco intermediário, são 14 consultas programadas também até aos dois anos de idade; e as crianças com risco habitual terão nove consultas.

Durante a consulta o profissional de saúde deverá abordar alguns pontos-chaves como:

  • Ganho de peso e altura.
  • Alimentação e suplementações vitamínicas de rotina.
  • Desenvolvimento: motor, cognitivo e emocional (incluindo relações interpessoais e desempenho escolar).
  • Imunizações.
  • Funcionamento gastrointestinal e gênito urinário.
  • Qualidade de sono.
  • Atividade física x tempo de telas.
  • Contato com a natureza.
  • Prevenção de acidentes.

Algumas dicas importantes para se preparar para a consulta:

  • Levar a Carteira Nacional de Saúde da Criança. Este documento é no qual se encontram todos os registros de vacinas, o acompanhamento de peso e altura e seus gráficos e muitas informações fundamentais.
  • Prepare por escrito todas suas dúvidas e necessidades, para não esquecer de falar tudo durante a consulta, e assim ter todas as suas dúvidas esclarecidas.
  • Leve uma troca de roupa, fralda, mamadeira ou uma fruta em caso de atraso.
  • Exames e receitas anteriores para atualização.
  • Caso não possa ir, cancele a consulta com antecedência. Assim o horário poderá ser destinado para outra criança que necessite.

As informações são da Agência Estadual de Notícias.

Pesquisadora da Fiocruz explica como surgem as novas variantes de vírus como as da Covid-19

Considerada altamente transmissível e recentemente detectada no Brasil, a linhagem XBB.1.5 do coronavírus é mais uma sublinhagem da variante Ômicron do microrganismo.

Desde 11 de janeiro de 2020, quando o código genético do SARS-CoV-2 se tornou conhecido, ouvir falar sobre linhagens e variantes do coronavírus passou a fazer parte do dia a dia da população mundial. Ainda assim, muitas vezes é difícil compreender o que está por trás desses nomes difíceis e como eles impactam as nossas vidas.

Para esclarecer algumas das dúvidas mais comuns, a pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e uma das curadoras da plataforma GISAID (principal banco de dados genéticos do coronavírus), Paola Resende, respondeu perguntas sobre o tema.

Na entrevista, ela aborda a diferença entre linhagens e variantes, o que são variantes de preocupação e como podemos contribuir para reduzir as chances da emergência de novas variantes deste tipo. Confira a seguir:

Muito se fala de variante e linhagem. Pode explicar a diferença?

São classificações dos vírus. Foi estabelecido um sistema, chamado de Pangolin, para padronizar a classificação do SARS-CoV-2, com base nas características genéticas, considerando a presença de mutações pontuais ao longo do genoma, que são compartilhadas por vários vírus e são consideradas como assinaturas genéticas. Já foram descritas mais de 2.500 linhagens do SARS-CoV-2. Entretanto, nem todas essas linhagens tiveram sucesso evolutivo. Nem todas conseguiram se dispersar por diferentes localidades ou diferentes países, e muitas delas já deixaram de circular. Hoje, apenas algumas dessas 2.500 linhagens circulam, porque o padrão é uma linhagem substituir a outra ao longo do tempo. Entre essas linhagens, algumas delas se destacam epidemiologicamente, pelo número de casos ou por terem mutações importantes ao longo do genoma. Para essas linhagens que se destacam, a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou um sistema de classificação de variantes, que são identificadas por letras gregas.

Todas as variantes são preocupantes?

Não. Todas as variantes são monitoradas, mas temos diferentes classificações de variantes, dependendo do impacto global ou regional. As variantes de preocupação são aquelas que se expandiram globalmente. As variantes Alfa, Beta, Delta e Gama circularam no passado. Atualmente, a Ômicron predomina em todo o mundo. Nós já tivemos também variantes de interesse, como foi o caso da Zeta no Brasil. Estas variantes foram monitoradas, mas tiveram impacto menor do que as variantes de preocupação e já deixaram de circular.

As variantes que têm surgido ultimamente são derivadas da Ômicron?

Sim, as variantes mais recentes são sublinhagens da Ômicron. Quando a Ômicron foi introduzida no Brasil, as sublinhagens predominantes eram BA.1 e BA.2. Ao longo do tempo, elas foram sendo substituídas por BA.4 e BA.5. Hoje, temos algumas linhagens que a Organização Mundial da Saúde classifica como subvariantes da Ômicron sob monitoramento, que devem ser acompanhadas com atenção porque podem ter maior impacto na circulação da Covid-19. Nesse grupo, temos, por exemplo, a subvariante XBB e suas linhagens, incluindo a XBB.1.5.

Quais as variantes e subvariantes mais frequentes no Brasil atualmente?

Todos os casos sequenciados no Brasil são da variante Ômicron. Entre as subvariantes, a maior parte das linhagens sequenciadas em dezembro foi de BQ.1.1, com 58 genomas (50% do total), e BQ.1, com 24 genomas (21% do total). Ambas são sublinhagens de BA.5 que estão sob monitoramento porque possuem mutações adicionais no genoma. Também houve detecção de BA.5, com 11 genomas (quase 10% do total). Esses dados são constantemente atualizados na página da Rede Genômica Fiocruz, incluindo os genomas sequenciados pela própria Rede e depositados na plataforma GISAID por outras instituições a partir de amostras brasileiras.

O Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC é referência em vírus respiratórios para o Ministério da Saúde e em Covid-19 nas Américas para a Organização Mundial da Saúde (OMS). Também integra a Rede Genômica Fiocruz, que reúne pesquisadores de todas as unidades da Fiocruz no Brasil e de instituições parceiras para acompanhar a evolução do genoma do SARS-CoV-2. O que tem sido observado nos sequenciamentos realizados pelo grupo?

Desde o começo da pandemia, a Rede Genômica Fiocruz sequenciou mais de 68 mil genomas do coronavírus, sendo cerca de 30 mil decodificados pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo. De novembro para cá, detectamos 487 casos de BA.5 e 1.189 casos de sublinhagens de BA.5 (incluindo BQ.1.1, BQ.1 e BF.7, que são subvariantes sob monitoramento). Além disso, identificamos 74 casos de BA.4.6 e 18 casos de XBB. Ambas também são subvariantes sob monitoramento.

Como é realizada a notificação das variantes encontradas? Quais autoridades são notificadas?

A notificação das novas linhagens detectadas no país é feita diretamente ao Ministério da Saúde, às secretarias estaduais de Saúde e Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Laces). Dentro do Ministério da Saúde, dois órgãos são notificados: a Coordenação Geral de Laboratórios (CGLab) e a Coordenação Geral da Gripe (CGGripe), que coordenam o monitoramento dessas variantes no país. Essa notificação é feita imediatamente após o sequenciamento genômico e análise dos dados. Além disso, nós depositamos as sequências genéticas decodificadas no banco de dados da plataforma internacional Gisaid, para compartilhamento de informações com a comunidade científica.

Até quando surgirão novas variantes do coronavírus?

Faz parte do processo natural de evolução do SARS-CoV-2 adquirir novas mutações para se adaptar à população. Enquanto o vírus circular em altas proporções, existe a possibilidade de surgimento de novas variantes. Por isso, o ideal é que a gente reduza ao máximo essa circulação, para que as chances de surgimento de uma nova variante, que pode ter maior impacto na dispersão da Covid-19, seja reduzida.

Qual a importância da vacinação no controle do surgimento de novas variantes?

A vacinação é fundamental pois contribui para o vírus circular menos e reduz a possibilidade de gravidade daqueles indivíduos infectados. As medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras, também são importantes quando o indivíduo estiver exposto a aglomeração. Isso reduz a chance de transmissão e, consequentemente, o aumento da circulação viral, que eleva a possibilidade de emergência de novas variantes.

As informações são do Instituto Oswaldo Cruz

Covid-19 se mantém como principal causa internações por problemas respiratórios

O SARS-CoV-2, que causa a covid-19, se mantém como o principal vírus causador de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) no país, segundo o boletim InfoGripe divulgado hoje (12) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre as crianças, porém, o vírus sincicial respiratório (VSR) tem maior prevalência.

O boletim mostra que, nas últimas quatro semanas, 77,8% das internações por síndromes respiratórias em que houve teste positivo para um vírus foram causadas pelo SARS-CoV-2. Entre a população em geral, o VSR responde por 12,6% dos casos, mas, entre as crianças, chega a 59%.

O predomínio do SARS-CoV-2 é ainda maior nas mortes por SRAG: entre os casos causados por vírus respiratórios, 96,6% estão associados à covid-19.

Vacinação

O cenário faz com que o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, reforce o apelo para que a população busque completar o esquema de vacinação contra a covid-19, com as duas doses de reforço.

“A covid-19 continua sendo o principal motivo de internação por problemas respiratórios na população adolescente e adulta de nosso país. É isso que os dados de notificação têm nos mostrado. Dado esse cenário, é fundamental que a população esteja em dia com a vacinação contra a covid-19. A vacina é nosso principal mecanismo para proteger a nossa saúde e a nossa vida contra a covid-19”, afirma.

Gomes lembra ainda que as crianças também devem ser vacinadas e lamenta que apenas cerca de 39% da população infantil, de 3 a 11 anos, finalizou o esquema vacinal contra a doença no país.

“Nós chama atenção que, infelizmente, atualmente um percentual importante da população tem se mostrado em dúvida se vale a pena ou não vacinar principalmente as crianças e adolescentes”, avalia o pesquisador, que cita um estudo que indicou que a covid-19 causou a morte de duas crianças de até 5 anos por dia no Brasil em 2020 e 2021.

Desde 12 de dezembro, a média móvel de mortes de pessoas de todas as idades por covid-19 voltou a ultrapassar 100 vítimas por dia, o que não acontecia desde agosto, segundo dados do painel Monitora Covid-19, da Fiocruz. Somente ontem (11), quase um mês depois, a média de mortes diárias caiu abaixo de 100, chegando a 96.

A pandemia de covid-19 já provocou a morte de 695.088 pessoas no Brasil, o segundo maior número de vítimas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.

As informações são da Fundação Oswaldo Cruz via Agência Brasil

Estimativa do Inca indica 44 mil novos casos de câncer colorretal no Brasil por ano

Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indica o surgimento de 44 mil novos casos por ano de câncer de intestino, ou câncer colorretal, no Brasil, com 70% concentrados nas regiões Sudeste e Sul. “É uma doença muito prevalente. É a terceira. Ela vai perder para [câncer de] mama, vai perder para [câncer de] próstata. Em terceiro lugar, vem o câncer colorretal”, disse o cirurgião oncológico Rubens Kesley, coordenador do Grupo de Câncer Colorretal do Inca.

De acordo com o especialista, países desenvolvidos, como os Estados Unidos, tendem a apresentar maior número de novos casos desse tipo de câncer a cada ano. Entre os norte-americanos, que têm população em torno de 300 milhões de habitantes, a estimativa é de surgimento de 150 mil novos casos anuais. Como o Brasil está melhorando, progressivamente, sua condição socioeconômica, a perspectiva é de expansão de casos. “Há aumento vertiginoso. É uma curva acentuada”.

Rubens Kesley lembrou que há cinco anos, o Brasil apresentava 25 mil casos novos/ano de câncer colorretal, e a expectativa para o próximo quinquênio é atingir 80 mil casos/ano. “De uma maneira mais simples: hoje, são 44 mil e aumentando. E vai subir bastante a incidência”.

Fatores

A alimentação pobre em fibras está relacionada ao aumento do número de casos de câncer colorretal, confirmou o cirurgião oncológico. Isso se explica porque, à medida que as condições socioeconômicas de um país melhoram, as pessoas passam a comer mais alimentos industrializados e ultraprocessados e deixam de comer alimentos com fibras. “A fibra é como se fosse um varredor. Imagina uma vassourinha que limpa o cólon, o intestino grosso. Quando você deixa de usar a vassourinha, o lixo vai se acumulando. Então, a falta de alimentos ricos em fibras faz com que aumente muito a incidência”.

Outro fator que pode levar ao câncer colorretal é a carne vermelha, especialmente aquela usada em churrascos, queimada, com muita gordura. “Porque ela é rica em hidrocarbonetos, que são muito cancerígenos”. A carne cozida é melhor. Outras coisas que favorecem o surgimento de câncer do intestino são tabagismo, sedentarismo, etilismo, obesidade, principalmente na barriga. Entre esses, Kesley destacou como fatores principais para o desenvolvimento do câncer colorretal a obesidade, falta de atividade física e os alimentos industrializados e pobres em fibras. “Esses são, realmente, o carro-chefe dos fatores de risco mais agressivos”.

Outro cuidado que se deve ter é com a saúde bucal, porque há uma bactéria na boca que favorece o desenvolvimento da doença. “Essa bactéria se associa a uma incidência altíssima de câncer colorretal”. Estudo recente de pesquisadores da Escola de Odontologia de Columbia, em Nova York, mostrou como o Fusobacterium nucleatum, uma das bactérias da boca, pode acelerar o crescimento desse tipo de câncer. Daí a importância da profilaxia bucal, recomendou o médico.

Colonoscopia

Em todo o mundo, a colonoscopia foi o método considerado mais eficiente para a prevenção do câncer colorretal, afirmou Kesley. Isso se explica porque o câncer do intestino não começa grande. “Ele é descoberto grande. Mas já foi um pólipo, já foi pequenininho”. Nesse estágio, a colonoscopia retira esses pequenos pólipos. “A colonoscopia é uma arma, comparável a uma bomba nuclear, contra o câncer colorretal, porque ela consegue prevenir, identificar precocemente, ver ainda na fase de pólipo, e consegue tratar, porque remove o pólipo, sem precisar de cirurgia, economizando milhões. No diagnóstico, o médico identifica que ali há um tumor, e no tratamento, se houver um pequeno tumor, você já cura o doente. O câncer é removido por colonoscopia, em algumas situações selecionadas.

O prazo para refazer o exame de colonoscopia vai depender se houver pólipo. Se o paciente faz a colonoscopia e está tudo normal, ele pode repetir o exame a cada cinco anos. Se tiver pólipo de um tipo específico (adenoma), que é precursor do câncer colorretal, o paciente deve repetir a colonoscopia no ano seguinte. O prazo para renovação do exame se estende, portanto, de um a cinco anos.

Idade certa

Para a grande maioria da população, que não tem história de câncer na família, são pacientes de vida saudável, com risco muito baixo, que não fumam nem bebem, têm evacuação diária normal, o ideal é fazer colonoscopia aos 55 anos de idade. “Mas isso tem que ser visto pelo coloproctologista. Essa é uma decisão médica porque, dependendo do risco, você pode precisar antes”, advertiu o especialista.

No caso, por exemplo, de pessoas que têm histórico de câncer na família, como ocorreu com a atriz Angelina Jolie, elas não podem esperar. Têm que procurar um bom profissional que dirá qual o melhor momento para fazer colonoscopia.

Esse exame pode ser feito, entretanto, antes dos 55 anos, na presença de sintomas. Pacientes com anemia ou com dores de repetição (cólicas intestinais) devem procurar um médico para afastar o risco de um câncer colorretal. Nesse caso, são pacientes com alterações do hábito intestinal, ou seja, a frequência com que evacuam, que abrangem diarreias ou constipação com cólica.

Estágio avançado

Segundo Rubens Kesley, a falta de colonoscopistas, principalmente no interior do país, faz com que a maioria dos pacientes seja diagnosticada com câncer de intestino em estágio avançado, como ocorreu com os jogadores de futebol Pelé e Roberto Dinamite. “Normalmente, esse estágio avançado é fator determinante da gravidade do câncer”. Ou seja, o estágio da doença é que determina o prognóstico.

O cirurgião do Inca ressaltou, por outro lado, que a evolução do tratamento foi tão grande nos últimos anos que mesmo que o estágio seja muito avançado, há possibilidade de sobrevida. Do total de doentes com câncer colorretal, 20% sobrevivem, 80% morrem. “Vale a pena o paciente correr atrás porque, mesmo que o estágio seja muito avançado, ele pode ser curado”. A chance de cura é menor. De cada cinco pacientes com câncer avançado, um vai sobreviver. “Mas há chance. Se a gente consegue salvar um em cinco, é um grande avanço”, afirmou Kesley.

Ele admitiu, entretanto, que o câncer ainda é um desafio para a ciência. A doença é uma mutação do DNA, que está protegido por duas membranas. Infelizmente, não há drogas hoje capazes de reorganizar o DNA. Então, quando um paciente já tem uma doença que é resistente à quimioterapia e à radioterapia e já se espalhou, o tratamento do câncer se torna ineficiente. No caso de Pelé e Roberto Dinamite, o tumor já havia se tornado resistente à quimioterapia e à radioterapia, e a cirurgia se tornou fútil. Ou seja, quando as células cancerígenas já se espalharam, a possibilidade de cura é muito reduzida.

As informações são da Agência Brasil

Simepar repudia ataques à Democracia Brasileira

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) manifesta repúdio aos ataques às instituições da Democracia Brasileira que culminaram nas invasões e depredações das sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto no dia 08 de janeiro de 2023.

O Simepar também repudia as tentativas de sabotagem à normalidade democrática através do bloqueio de rodovias e vias públicas em geral, com a intenção de impedir o livre trânsito de pessoas e mercadorias. De mesma forma, o Sindicato condena as tentativas de bloqueio de refinarias de combustíveis e as sabotagens de linhas de transmissão de energia elétrica com a destruição de torres e de cabos.

Os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília resultaram em prejuízos e perdas incalculáveis, como a destruição obras de arte únicas e relíquias histórias de grande importância simbólica na constituição da Nação Brasileira.

Nada justifica as iniciativas frustradas de instauração do caos com intuito da quebra da normalidade democrática.

Uma possível lição dessa página triste da História Nacional é a urgente necessidade do fortalecimento da Democracia Participativa e da Educação histórica, artística e sociológica da população.

A Educação humanística deve funcionar como uma vacina contra o “surto” de totalitarismo e intolerância que contaminou uma parte significativa da População Brasileira. Criminosos e criminosas devem ser punidos de maneira justa, para que os mesmos crimes não se repitam ou se multipliquem; mas não pela coerção do medo e sim pela noção de pertencimento de que a Democracia é de todos e todas.

Governo Federal prepara plano emergencial para realizar exames e cirurgias

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (10), em Brasília, para discutir as ações prioritárias da pasta nos primeiros 100 dias de governo. Após o encontro, ela conversou com jornalistas, no Palácio do Planalto, e informou sobre algumas das medidas em andamento, como a definição de um plano para realização de cirurgias e exames.

“Estamos trabalhando na elaboração de um plano emergencial para a realização de diagnósticos, para cirurgias, como um dos pontos centrais de atuação. O Ministério da Saúde trabalha em uma lógica interfederativa, então vamos discutir com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde [Conass] e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde [Conasems] agora, no dia 26 de janeiro, para a definição conjunta desse plano”, explicou. Nísia disse que uma das prioridades é justamente recuperar a “boa relação interfederativa” com estados e municípios na formulação das políticas de saúde.

Assista ao vídeo da entrevista coletiva da Ministra:

Farmácia Popular

A ministra também falou sobre a retomada do Farmácia Popular. No ano passado, o governo Bolsonaro anunciou corte de 59% da verba do programa para o Orçamento de 2023. A retomada do programa virou uma das principais promessas de campanha de Lula, durante a campanha eleitoral.

Ela disse ainda que o rol de medicamentos ofertados pelo Farmácia Popular deverá ser ampliado, mas não deu detalhes sobre essa ampliação.

Nísia Trindade voltou a dizer que, nas próximas semanas, deverá revogar medidas da pasta tomadas “sem base científica, que não tenham amparo legal ou que contrariam princípios do Sistema Único de Saúde”, mas sem entrar em detalhes sobre quais atos normativos serão revistos. Além disso, por ordem da nova gestão, a pasta está revisando todos os contrato em vigor.

Vacinas

A ministra da Saúde também afirmou que está normalizando o abastecimento de vacinas pediátricas contra a covid-19, que estão em falta no país. Segundo Nísia Trindade, foi negociado um adiantamento das entregas com o Instituto Butantan com a chegada, nos próximos dias, de 715 mil doses e, mais adiante, outras 2 milhões de doses. Também estão em curso tratativas para a entrega adiantada de doses de vacina da fabricante Pfizer.

“Teremos o abastecimento dessas vacinas e aí nos restará trabalhar para que a sociedade vacine suas crianças”, afirmou.

Mais Médicos

Perguntada sobre a retomada do programa Mais Médicos, que visa levar profissionais para as localidades mais remotas e periféricas do país, Nísia Trindade disse que a fragilização do programa, nos últimos anos, deixou um vazio de assistência de saúde, e que agora pretende criar melhores incentivos para os médicos participarem da política.

“O que nós estamos trabalhando é uma visão de incentivo para que os médicos brasileiros possam ter uma participação maior nesse programa”, disse. Ela falou que não pretende fazer alterações legais nas atuais regras do Mais Médicos, que foram estabelecidas no governo anterior, que chegou a rebatizar a iniciativa de Médicos pelo Brasil.

Na entrevista, Nísia Trindade também criticou a “desestruturação de muitos programas” da pasta, como o Rede Cegonha, voltado para a saúde da mulher grávida. “O Brasil aumentou seus índices de mortalidade materna, e eu considero isso inaceitável”, comentou. Ela se comprometeu a recuperar essa e outras iniciativas, especialmente na área de saúde sexual e reprodutiva, que foram afetadas por visões ideológicas no governo anterior, segundo a ministra.

As informações são da Agência Brasil

198 municípios do Paraná têm casos confirmados de dengue no primeiro boletim epidemiológico do ano

O primeiro boletim epidemiológico da dengue de 2023, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta terça-feira (10), revela que 198 municípios do Paraná já tiveram casos confirmados e 168 registraram autoctonia, quando a doença é contraída no município de residência.

De acordo com o Informe semanal nº 20, os dados acumulados de agosto de 2022 até 3 de janeiro deste ano registram 2.284 casos confirmados, 6.041 em investigação, 33.276 notificações e três óbitos.

Em comparação ao último boletim, publicado em 20 de dezembro do ano passado, houve um aumento de 18% nas notificações (4.997) e 14% de novos casos confirmados (282).

“Estamos atentos aos números registrados neste início de ano, acompanhando os 399 municípios paranaenses. Esperamos que nenhum outro óbito ocorra e que a população continue com todos os cuidados para que consigamos conter a doença”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

A transmissão da dengue acontece por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado com o vírus. Após a picada, os sintomas podem aparecer em até 15 dias.

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é febre alta (39°C a 40°C), que dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Podem ocorrer manchas que atingem a face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem acontecer.

O mosquito Aedes aegypti também é responsável por transmitir, além da dengue, a zika e a chikungunya. Durante este período não houve registro de casos de zika e foram confirmados três casos importados de febre chikungunya.

Confira o boletim completo AQUI.

As informações são da Agência Estadual de Notícias.

Menos de 4% das crianças abaixo de 5 anos do Brasil foram imunizadas contra Covid-19

Até o início deste ano, apenas 3,9% das crianças brasileiras de até 5 anos – ou seja, 584.456 meninos e meninas – haviam completado o esquema vacinal primário de duas doses ou dose única contra a Covid-19, segundo a plataforma LocalizaSUS do Ministério da Saúde. Os dados são preocupantes e refletem o cenário de 2022, quando o país registrou uma morte por dia em crianças de seis meses a 5 anos em decorrência da doença.

A vacinação do público de 3 a 5 anos é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde julho do ano passado com a CoronaVac, e crianças a partir de seis meses podem receber o imunizante da Pfizer desde setembro.

Em 2022, o Butantan entregou 12 milhões de doses da CoronaVac para a imunização de crianças e adolescentes, cumprindo o que foi encomendado pelo governo federal. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou nesta sexta (6/1) que o estoque de imunizantes contra Covid-19 para crianças de até 5 anos está esgotado, e que o contrato com o instituto deve ser retomado em breve, segundo informações da Agência Brasil.

Uma das principais consequências da Covid-19 é a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Enquanto os casos de SRAG em crianças de até 5 anos subiram de 10.504 para 14.852 entre 2021 e 2022 (41,3%), o número de casos no público de 6 a 19 anos, que teve uma cobertura vacinal maior, caiu de 9.396 para 5.994 (36,2%). Cerca de 30 milhões de indivíduos de 5 a 19 anos foram completamente imunizados até o início deste ano, o equivalente a 68% dessa faixa etária.

Outra prova do impacto positivo da vacinação na população infantil está na queda de mortes: em 2021, foram 796 óbitos no público de 6 a 19 anos, e o número caiu para 330 em 2022 (uma redução de quase 60%). O total geral de mortes por SRAG no Brasil nos últimos dois anos teve uma queda expressiva de 84% (372.954 para 59.409), uma provável consequência da cobertura vacinal contra Covid-19 dos adultos.

De acordo com a diretora médica do Butantan, Fernanda Boulos, a imunização é a principal arma para combater os casos graves e mortes de crianças pela Covid-19. Em entrevista ao Portal do Butantan, ela ressaltou que diversas evidências científicas mostram que a vacina pode prevenir sintomas graves e evitar, inclusive, casos de covid longa – condição na qual os sintomas persistem por até um ano.

Uma pesquisa conduzida no Chile durante o surto da variante ômicron do SARS-CoV-2 mostrou uma efetividade de 69% da CoronaVac contra internação de crianças de 3 a 5 anos. Dados de farmacovigilância do país andino apontam que a vacina foi a mais segura para as crianças e teve a menor taxa de eventos adversos registrada (10,67 notificações a cada 100 mil doses).

Apesar da média de óbitos diários por Covid-19 no Brasil apresentar estabilidade, a alta de casos observada nos últimos dois meses e atual média de 21 mil casos por dia deixam claro que o vírus continua sendo um problema de saúde pública e que, nesse cenário, os não vacinados são os que correm mais risco.

Crianças não vacinadas têm 10 vezes mais risco de ter inflamação grave

Além da SRAG, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) é outra complicação grave e letal da Covid-19 que acomete crianças e geralmente acontece de duas a seis semanas após a infecção. O público pediátrico não vacinado é o mais suscetível a desenvolver o problema, que atinge as vias respiratórias e os pulmões e pode causar distúrbios no coração, levando à morte.

Um estudo conduzido na França mostrou que entre os casos de SIM-P que ocorreram em crianças já elegíveis para vacinação, entre setembro e outubro de 2021, 78,7% foram em indivíduos não vacinados. Outra pesquisa feita na Dinamarca apontou que o risco de SIM-P entre crianças não imunizadas é 10 vezes maior do que naquelas que receberam a vacina.

Até o final de 2022, o Brasil registrou 1.970 casos confirmados de SIM-P e 135 óbitos, um aumento de 37% e 57% em relação a 2021. O maior número de notificações ocorreu em crianças de 1 a 4 anos (37,8%/n = 744), faixa etária que também carrega a maior porcentagem de óbitos (29,6%/n = 40). Quase 60% das crianças acometidas pela síndrome desde o início da pandemia precisaram ser internadas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 20% necessitaram de suporte ventilatório invasivo.

As informações são do Portal do Instituto Butantan.