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FEAS Curitiba abre Processo Seletivo Simplificado para médicos/as clínicos/as gerais e especialistas

A Fundação Estatal de Atenção à Saúde – FEAS publicou um Edital de Processo Seletivo Simplificado para contratar cinco médicos e médicas clínicos/as gerais. Também há vagas para contratação de anestesiologista, cirurgião vascular (ecografia vascular com doppler), médico/a de família e comunidade, gastroenterologista pediátrico e psiquiatra.

O mesmo Edital ainda conta com vaga para cirurgião/ã dentista e musicoterapeuta.

As inscrições vão de 07 a 14 de dezembro de 2022, e devem ser realizadas pelo portal da Fundação neste link.

As informações são da FEAS.

Novembro teve quase cinco vezes mais casos de Covid que outubro no Paraná

Matéria do Portal Bem Paraná com informações da Agência Estadual de Notícias e da Agência Brasil. 

O mês de novembro chegou ao fim e deixou dados alarmantes para o Paraná no tocante à pandemia do novo coronavírus. É que o estado registrou no último mês um verdadeiro salto nos diagnósticos da doença pandêmica na comparação com o mês anterior, outubro. O número de óbitos, por outro lado, teve queda, mas nas últimas semanas verifica-se uma tendência de alta nos falecimentos, num reflexo direto da explosão de contaminações.

Os dados, levantados com base nos boletins epidemiológicos divulgados diariamente pela Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa-PR), mostram que ao longo do último mês foram registrados mais 24.432 casos de Covid no estado. Isso dá uma média de 814 casos diários, valor que supera em 384,4% a média de 168 casos diários de outubro (quando foram divulgados um total de 5.212 diagnósticos da doença pandêmica).

Desde o início do segundo semestre o número de diagnósticos de Covid no estado vinha caindo gradativamente no estado, sequência que é agora interrompida. O número de diagnósticos e a média diária de casos de novembro deste ano, inclusive, supera os registros do mesmo mês do ano passado, quando haviam sido divulgados 23.625 casos da doença (com 787,5 casos diários).

O número de óbitos causados pelo novo coronavírus, por outro lado, teve queda. Em outubro, 94 pessoas haviam falecido devido às complicações causadas pela enfermidade, com três falecimentos por dia. Em novembro, já foram divulgados 68 falecimentos, com média de 2,3 óbitos diários. É a menor média e o menor número (absoluto) de mortes no Paraná ao longo de um mês desde o início da crise sanitária, em março de 2020.

Um fator que preocupa, no entanto, é que a média móvel de mortes apresenta tendência de alta nas últimas semanas. Segundo o boletim divulgado nesta quinta-feira (1º de dezembro) pela Sesa-PR, a média móvel (de 7 dis) de óbitos por Covid-19 no Paraná teve alta de 185,7% nos últimos 14 dias. No mesmo período, a média móvel de casos novos da doença teve um salto de 376,3%.

Após dois anos de Covid, um a cada quatro jovens não estuda nem trabalha depois

Após dois anos de pandemia, em 2021, um em cada quatro jovens brasileiros de 15 a 29 anos, o equivalente a 25,8%, não estudava, nem estava ocupado. Mais da metade, 62,5%, é mulher. Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais (SIS): uma análise das condições de vida da população brasileira 2022, divulgada no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a publicação, por conta da falta de experiência, os jovens são os que enfrentam maior dificuldade tanto para ingressar quanto para permanecer no mercado de trabalho. Eles representam o grupo mais vulnerável aos períodos de crise econômica, especialmente os menos qualificados.

Em 2021, dos 12,7 milhões de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam nem estavam ocupados no Brasil, as mulheres de cor ou raça preta ou parda representavam 5,3 milhões desses jovens (41,9%), enquanto as brancas formavam menos da metade desse montante: 2,6 milhões (20,5%), totalizando 7,9 milhões de mulheres ou 62,5% dos jovens que não estudavam nem estavam ocupados.

Entre os 4,7 milhões de jovens restantes nessa situação, três milhões eram homens pretos ou pardos (24,3%), conforme classificação do IBGE, e 1,6 milhão de brancos (12,5%). A pesquisa indicou que a pandemia não alterou a composição desse indicador por raça ou sexo.

Paraná confirma mais 865 casos e uma morte

O Paraná confirmou mais 865 casos e uma morte por Covid, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) neste domingo. A morte é de uma mulher de 68 anos que morava em Ortigueira. Nas últimas 24 horas, foram 672 casos confirmados. Os casos confirmados divulgados são de: dezembro (734), novembro (118), fevereiro (2) e janeiro (2) de 2022; setembro (3), julho (1), abril (2) e fevereiro (1) de 2021; e dezembro (2) de 2020. O Paraná soma até este domingo 2.775.483 casos e 45.279 mortes por coronavírus desde o início da pandemia.

Novo grupo começa a receber quarta dose da vacina anticovid hoje

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba divulga novo cronograma para a aplicação da 4ª dose da vacina anticovid. Nesta semana serão atendidos de forma escalonada os nascidos entre o segundo semestre de 1990 e segundo semestre de 1992. Nesta segunda-feira (5), serão vacinados os nascidos no segundo semestre de 1990. Na terça-feira (6), será a vez de quem nasceu no primeiro semestre de 1991.A convocação de novo grupo continua na quarta-feira (7), com os nascidos no segundo semestre de 1991. Na quinta-feira (8), serão vacinados os do primeiro semestre de 1992. Na sexta-feira (9), poderão receber a vacina os nascidos no segundo semestre 1992.Com essas convocações, a aplicação da 4ª dose da vacina contra a Covid-19 atinge pessoas com 29 anos.

Para receber a dose de reforço é preciso ter recebido a 3ª dose há 120 dias ou mais. A 4ª dose equivale ao 2º reforço para os vacinados na 1º dose com Pfizer, Astrazeneca e Coronavac. Para os vacinados com o imunizante da Janssen na 1ª dose, a 4ª dose equivale ao 3º reforço. A vacinação acontece habitualmente de segunda a sexta-feira das 8h às 17h em 106 unidades de saúde. Consulte os horários no site Imuniza Já.

Número de mortes no Brasil saltou 16,9% em 2021 com a covid-19

O número de mortes no Brasil saltou 16,9% com a pandemia de covid-19 em 2021. O percentual foi maior que em 2020, quando houve um aumento de 15,3%. Nos dez anos antes da pandemia, a alta média anual de óbitos no Brasil foi de 1,1%.

Somente em 2021, mais de 420 mil brasileiros morreram em decorrência da doença, o dobro de 2020. Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais (SIS): uma análise das condições de vida da população brasileira 2022, divulgada hoje (2), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2020 e 2021, o Brasil teve 22,3 milhões de casos de covid-19 e mais de 600 mil óbitos causados pela doença. Foram 7,7 milhões de casos e aproximadamente 200 mil mortes em 2020 e 14,6 milhões de casos e 420 mil mortes em 2021.

Segundo a publicação, a análise da mortalidade causada pela pandemia mostrou expansão de 102,3% nos óbitos entre 2020 e 2021. A maioria das mortes ocorreu entre homens, alcançando 57,2% em 2020 e 55,5% em 2021. No segundo ano da pandemia houve uma alta de 105,2% nos óbitos entre as mulheres.

Cor da pele

Os grupos mais acometidos em 2020 pela covid, de acordo com a SIS, foram homens pretos ou pardos (27,5%) e os homens brancos (27,2%), seguidos das mulheres brancas (21,5%) e mulheres pretas ou pardas (19,6%). Em 2021, essa distribuição foi alterada: homens brancos foram maioria (30,8%), seguidos das mulheres brancas (25,3%), homens pretos ou pardos (22,8%) e mulheres pretas ou pardas (17,8%).

Os dados mostram, ainda, os impactos da vacinação. A incidência da covid começou a diminuir a partir de meados de junho de 2021, quando a vacinação com a primeira dose atingiu 30,4% da população. A taxa de incidência apresentou tendência a queda, registrando 240,3 por 100 mil. Esse nível de vacinação também contribuiu para desacelerar a trajetória da taxa de mortalidade.

Em termos regionais, a publicação mostra que houve diferenças tanto em termos de cobertura populacional das políticas municipais, quanto em termos de número de casos, internações e óbitos relacionados à covid. Na região Sudeste, por exemplo, 90,7% da população, viviam em municípios onde o número de leitos foi ampliado para atender à demanda por internação por covid. Já na região Nordeste, esse percentual cai para 81,6%.

Menos leitos

De acordo com a SIS, o número de leitos de internação no Sistema Único de Saúde (SUS) por mil habitantes caiu de 2010 a 2021, passando de 1,73 leito SUS (Sistema Único de Saúde) em 2010 para 1,47 em 2021. O menor valor foi observado em 2019: 1,42 leito. Já a taxa de leitos não-SUS por mil beneficiários de planos de saúde era de 8,93 em 2010 e foi para 4,86 leitos em 2021. “Cabe avaliar como se comportaram indicadores vinculados ao tamanho da população, pois a disponibilidade de infraestrutura e equipamentos pode estar aquém do crescimento populacional”, diz a Síntese.

A SIS reúne indicadores que ajudam em um conhecimento amplo da realidade social do Brasil. A publicação utiliza dados de estudos do IBGE, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) e a Pesquisa de Informações Básicas Municipais, além de dados de fontes externas como o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e informações de organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

As informações são da Agência Brasil.

Anticorpos capazes de neutralizar HIV poderão ter papel semelhante às vacinas, diz imunologista Michel Nussenzweig

Anticorpos monoclonais capazes de neutralizar o HIV poderão ser usados como uma espécie de vacina contra o vírus, administrados com uma ou duas aplicações por ano e, assim, se tornar uma alternativa aos antirretrovirais. Essa é a tese do médico imunologista da Universidade Rockefeller, dos Estados Unidos, Michel Nussenzweig, um dos cientistas mais influentes do mundo, em entrevista à reportagem do Portal do Butantan.

Michel e sua equipe do Laboratório de Imunologia Molecular descobriram uma forma de neutralizar o HIV através da infusão de anticorpos monoclonais. Eles isolaram anticorpos neutralizantes de pacientes infectados, cujos sistemas imunológicos tinham grande capacidade de neutralizar o vírus no sangue.

Em ensaios clínicos conduzidos no hospital da Universidade Rockefeller, em Nova York, dois desses anticorpos interferiram na infecção crônica pelo HIV, levando a quantidade de vírus no sangue de infectados abaixo dos níveis detectáveis, fornecendo proteção e tratamento contra o HIV por meses após a administração por infusão – o que sugere o controle do vírus a longo prazo.

“Os anticorpos poderiam ser administrados, provavelmente, uma vez a cada seis meses, ao contrário dos antirretrovirais que precisam ser tomados diariamente. Algumas pessoas consideram isso uma vantagem porque você pode esquecer completamente que tem HIV, que tem uma doença, por pelo menos seis meses, além de diminuir efeitos colaterais”, explicou o imunologista após apresentar os dados do estudo publicado na Nature no International Centre for Genetic Engineering and Biotechnology (ICGEB), evento sediado no Butantan em novembro.

A corrida por tratamentos que curem o HIV e vacinas que previnam a transmissão ocorre há anos sem sucesso. Atualmente, medicamentos antirretrovirais são considerados o tratamento padrão, já que seu uso perene consegue praticamente zerar a carga viral dos infectados, mas não sem efeitos colaterais e com a necessidade de tomar a medicação diariamente para fazer efeito. A corrida pela prevenção e pela cura do HIV é lembrada todos os anos em 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra à Aids, já que a doença afeta 38 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Injeção anual

A pesquisa da Universidade Rockfeller ajudou a estabelecer um novo paradigma para o desenvolvimento de vacinas e terapias para o HIV, sendo estendido até mesmo para outros vírus, como o SARS-CoV-2, hepatite B e flavivírus. O uso de anticorpos monoclonais revoluciona a medicina também no tratamento de outras doenças no Brasil.

O Butantan inaugurou este ano uma fábrica de anticorpos monoclonais onde irá produzir medicamentos com a tecnologia para o Sistema Único de Saúde.

“Hoje sabemos que temos injeções que podem ser dadas a cada seis meses que, provavelmente, serão capazes de prevenir a doença. Se conseguirmos chegar ao ponto de termos uma injeção que previne a infecção pelo HIV por um ano inteiro, seria como tomar uma vacina contra a gripe uma vez por ano, ter uma proteção anual. Não é uma vacina de fato, mas é um protetor”, destaca Michel.

Porém, o atual desafio dos pesquisadores da Universidade Rockefeller é justamente encontrar um mecanismo que permita que estes anticorpos sejam eficazes por longos períodos, para que realmente sejam incluídos como uma terapia contra o HIV em larga escala. Isso porque seu custo é superior aos antirretrovirais, além de requerer estrutura hospitalar para a infusão.

“Os anticorpos têm muitas desvantagens em comparação com a terapia antirretroviral convencional, entre as quais o custo e a necessidade de ser administrados por infusão. Por outro lado, as pessoas que tomam antirretrovirais precisam tomar pílulas todos os dias, o que faz lembrá-las diariamente que estão doentes e ninguém gosta de ser lembrado de que está doente o tempo todo”, conclui Michel.

As informações são do Portal do Instituto Butantan.

Simepar pede que deputados/as rejeitem a terceirização de hospitais estaduais

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) encaminhou ofício à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná pedindo que as deputadas e deputados estaduais rejeitem o Projeto de Lei de iniciativa do Poder Executivo Estadual autorizando a terceirização da gestão de três hospitais estaduais, nas cidades de Telêmaco Borba, Ivaiporã e Guarapuava.

No documento, o Simepar aponta que a proposta ofende regras constitucionais como a do concurso público, que impede a substituição de mão de obra permanente, em serviço público essencial (como é o serviço de saúde), por entes privados. Também é vedada pela Constituição Federal a concessão do serviço de saúde, mediante licitação para outorga dos Hospitais (estatais e públicos), a concessionários.

Além dos argumentos jurídicos, o Sindicato dos Médicos aponta exemplos práticos recentes em que tentativas de terceirização de serviços de Saúde resultaram em sérios prejuízos aos cofres públicos, com fortes indícios de corrupção; além de sonegação de direitos trabalhistas dos profissionais de Saúde, entre eles os médicos e médicas.

O ofício apontou a grave situação recentemente vivida pela Organização Social que administrava a única Unidade de Pronto Atendimento “terceirizada” de Curitiba, a UPA CIC.

A experiência implementada na capital, que nos mesmos moldes trazidos pelo projeto do Governo do Estado, entregou uma UPA a uma Organização da Sociedade Civil (constituída como “Organização Social”), resultou em procedimento investigatório em trâmite junto ao Tribunal de Contas do Estado, além de outros estudos que constaram superfaturamento de despesas e deficiente no controle da aplicação, pelo “Parceiro”, dos recursos públicos destinados a entidade privada do “terceiro setor”.

Um dos estudos concluiu que se gastava mais por meio da entidade terceirizada, do que o próprio Poder Público Municipal gastaria por meio da contratação mediante concurso público, via Fundação Municipal.

Trabalhadores contratados pela terceirizadora da UPA CIC sofreram com atrasos nos seus salários e no recebimento das verbas rescisórias. Além disso, médicos e médicas eram coagidos a tornarem-se sócios das empresas que eram na verdades suas contratantes. Dessa forma, os profissionais ficam impedidos de recorrer à Justiça do Trabalho caso sentirem-se lesados e ainda respondem por eventuais ilegalidades da contratante.

Isso tudo, sem falar nos eventuais prejuízos para a Saúde Pública que a terceirização pode causar, com cortes de custos e pressão por “produtividade”, sem a devida atenção aos pacientes.

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná vêm combatendo a terceirização da Saúde Pública desde que esse fenômeno se proliferou por diversos municípios do Paraná. Durante décadas foi possível observar em diversas ocasiões que o artifício da terceirização parece fácil e vantajoso numa primeira análise, mas costuma resultar em sérios prejuízos aos trabalhadores, aos cofres públicos e à saúde pública.

Feito esse alerta, cabe pedir que os/as eleitores/as pressionem os/as deputados/as e que estes/as rejeitem essa proposta pelo bem do Paraná.

Leia aqui o Ofício enviado para a Assembleia Legislativa do Paraná.

Dezembro Laranja de prevenção ao Câncer: “Não espere até sentir na pele!”

A campanha do Dezembro Laranja, organizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), promove a conscientização a respeito dos riscos do câncer de pele, orientando a população a manter hábitos adequados de proteção solar (fotoproteção) e a realizar regularmente visitas ao dermatologista para obter uma avaliação especializada.

Em 2022, após dois anos com ações estritamente on-line, a SBD voltará a realizar seus tradicionais atendimentos presenciais e gratuitos para a prevenção ao câncer da pele. A iniciativa acontecerá em cerca de 100 centros cadastrados e espalhados por todo o País, no dia 3 de dezembro, entre 9h e 15h. Encontre aqui um local para atendimento.

Neste ano, a busca pela conscientização tem como foco alertar para a necessidade de cuidados de prevenção permanentes, seja nos momentos de lazer (na praia, nos parques, entre outros), mas também durante a rotina diária, inclusive no dia a dia de afazeres do trabalho.

“Não espere até sentir na pele”: esta é a mensagem central da campanha do Dezembro Laranja 2022. Esse mote estará presente em uma série de conteúdos desenvolvidos pela SBD especialmente para a ação. Serão peças para redes sociais, com dicas de cuidados; vídeos com orientações de médicos dermatologistas; e gravações feitas por personalidades estimulando os brasileiros a aderirem aos cuidados preconizados.

Mantendo a tradição, em 2022, dezenas de artistas, intelectuais e influenciadores participam voluntariamente da iniciativa. Além disso, também declararam apoio ao Dezembro Laranja inúmeras instituições públicas e privadas. Todas essas entidades ajudaram a montar uma rede nacional de apoio à causa. Isso ocorreu de duas formas: com a iluminação de sedes e monumentos na cor laranja e com a replicação em seus canais de comunicação do material produzido pela SBD incentivando a população a incorporar à sua rotina alguns cuidados.

Câncer de pele

O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos.

A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele e registra 8,4 mil casos anualmente. Saiba mais.

As informações são da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

1° de dezembro é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids

Atingir o compromisso global de encerrar a pandemia de aids até 2030 passa pelo combate às desigualdades e estigmas que acompanham essa emergência de saúde pública desde o seu surgimento, há 41 anos, destaca o relatório Desigualdades Perigosas, divulgado esta semana pelo Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) para marcar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado hoje (1°).

Especialistas e ativistas reforçam que, mesmo com o avanço dos medicamentos disponíveis, a discriminação contra grupos vulneráves e pessoas que vivem com HIV reduz o acesso à saúde, impede o diagnóstico precoce e causa mortes por aids que poderiam ser evitadas com tratamento.

Em mensagem divulgada para marcar a data de combate à doença, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou que o mundo ainda está distante de eliminar a Aids até 2030 e afirmou que as desigualdades perpetuam a pandemia da doença.

“São necessárias melhores legislações e a implantação de políticas e práticas voltadas para eliminar o estigma e a discriminação que afetam as pessoas que vivem com HIV, sobretudo aquelas em situação de vulnerabilidade. Todas as pessoas têm o direito de ser respeitadas e incluídas”, disse.

Segundo o Unaids, 38,4 milhões de pessoas viviam com HIV em todo o mundo em 2021. Esse número é maior que a população do Canadá ou que a soma de todos os habitantes dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. No Brasil, o número de pessoas vivendo com HIV passava de 900 mil no ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde, e, desse total, cerca de 77% tratavam a infecção com antiretrovirais.

A efetividade do tratamento disponível gratuitamente no país é reiterada pelo percentual de 94% de pessoas com carga viral indetectável entre as que fazem uso dos medicamentos contra o HIV. Quando o paciente em tratamento atinge esse nível de carga viral, ele deixa de transmitir o HIV em relações sexuais.

Desde o início da pandemia de Aids, em 1980, até dezembro de 2020, o Brasil já teve mais de 1 milhão de casos da doença, que causaram 360 mil mortes. A taxa de detecção vem caindo no Brasil desde o ano de 2012, quando houve 22 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2020, essa proporção havia chegado a 14,1 por 100 mil, o que também pode estar relacionado à subnotificação causada pela pandemia de covid-19.

HIV ou Aids?

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um agente infeccioso que pode entrar no corpo humano por meio do sexo vaginal, oral e anal sem camisinha; por meio do uso de seringas e outros objetos cortantes ou perfurantes contaminados; pela transfusão de sangue contaminado; e da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, o parto e a amamentação, se não for realizado o tratamento preventivo.

Quando se instala no corpo humano, esse vírus tem um tempo prolongado de incubação, que pode durar vários anos, e sua atividade ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo. Se essa infecção não for detectada e controlada a tempo com o uso de antirretrovirais, o HIV pode enfraquecer as defesas do corpo humano a ponto de causar a Síndrome da Imunodeficiência Humana (aids). Portanto, a sigla HIV se refere ao vírus, e a sigla Aids, à doença causada pelo agravamento da infecção pelo HIV.

O uso de preservativos masculinos e femininos e gel lubrificante estão entre as principais ações preventivas contra o HIV. Também já estão disponíveis a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que consiste no uso de antirretrovirais para prevenir a infecção caso a pessoa venha a ser exposta ao vírus, e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que pode impedir a infecção caso seja administrada até 72 horas após a exposição. Mesmo no caso de haver uso dessas profilaxias, a camisinha continua importante, pois previne também outras infecções sexualmente transmissíveis, como a sífilis e as hepatites virais.

Ao menos 30 dias após uma possível exposição ao HIV, é fundamental fazer um teste para a detecção do vírus, exame que pode ser realizado em unidades da rede pública e nos centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). O diagnóstico precoce da infecção e o início rápido do tratamento protegem o sistema imunológico da pessoa infectada, já que esse será o alvo do HIV quando a carga viral aumentar.

Diretor médico associado de HIV da GSK/ViiV Healthcare, Rodrigo Zilli explica que os antiretrovirais usados hoje para o tratamento das pessoas que vivem com HIV são menos tóxicos para o corpo humano, causam menos efeitos colaterais e são administrados em quantidade bem menor de comprimidos.

A farmacêutica é a fornecedora do Dolutegravir e outros medicamentos usados no Sistema Único de Saúde (SUS) para combater o vírus. Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os antirretrovirais a todas as pessoas que vivem com HIV e necessitam de tratamento, contando atualmente com 22 medicamentos em 38 apresentações farmacêuticas diferentes.

“O tratamento hoje é muito menos tóxico. Nem se usa mais a palavra coquetel, porque não é um conjunto enorme de remédios como se tinha antigamente. E, se a pessoa descobre o HIV a tempo de não ter desenvolvido a imunodeficiência, ela tem chance muito grande de ter uma vida totalmente normal tomando remédios diariamente”, afirma o infectologista.

Ele reforça que a pessoa com HIV pode ter expectativa de vida até maior do que pessoas que não foram infectadas pelo vírus. “Essa pessoa que está em tratamento está acompanhando todas as doenças praticamente. Então, ela faz check-ups periódicos, faz exames periódicos, tem aconselhamento para manter um estilo de vida saudável, e acaba podendo ter uma vida mais saudável do que alguém que não tem HIV e não faz acompanhamento médico”.

Mesmo com esses avanços no tratamento contra o HIV e a disponibilidade gratuita dos medicamentos, o acesso à saúde ainda é marcado por desigualdades, pondera Zilli. “Por mais que se tenha um programa 100% público, o acesso à informação e aos serviços não é totalmente igualitário”, lembra o infectologista.

Questões sociais

O coordenador do Grupo Pela Vidda-RJ, Márcio Villard, avalia que o combate terapêutico à Aids avançou mais do que a superação dos preconceitos que afetam as pessoas que vivem com HIV. Mesmo com medicamentos menos tóxicos e uma expectativa de vida maior, questões sociais afastam pessoas com HIV de uma vida plena.

“Quando a gente fala em qualidade de vida, não pode entender somente a questão terapêutica e biomédica. É preciso também entender as questões sociais que envolvem a pessoa com HIV, porque enfrentamos ainda muitos problemas relacionados a estigmas, preconceitos e exclusão social que interferem na qualidade de vida”, afirma.

“O que acontece é que o HIV sempre traz consigo uma condenação. De alguma forma, a sociedade vai te condenar, seja pelo seu estilo de vida, seja pela sua orientação sexual, seja por você pertencer a um determinado grupo da sociedade. Praticamente ninguém escapa, até uma criança que nasce com HIV vai ser estigmatizada por isso. Infelizmente, esse cenário não mudou”.

O ativista explica que a estigmatização das pessoas com HIV tem raízes ligadas à LGBTfobia, já que os primeiros surtos de HIV se deram na população homossexual, bissexual e transexual nos Estados Unidos, e a imprensa da década de 80 reforçou a associação entre a população LGBTI e o HIV, chamando a aids até mesmo de câncer gay.

“Isso começou nos Estados Unidos, se espalhou pelo mundo e acabou virando um selo. Aqui no Brasil, até o ano passado, homossexuais não podiam doar sangue, independentemente de ter ou não o vírus”.

O Pela Vidda-RJ foi fundado em 1989 pelo sociólogo e ativista Hebert Daniel e atua desde então na luta por direitos das pessoas que vivem com HIV. Às 11h de hoje, o grupo vai promover ato público na Praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro, com o tema Viver com o HIV é possível. Com o preconceito, não. Entre as principais demandas atuais da população que vive com HIV, Villard conta que estão a assistência jurídica para garantir direitos previdenciários e trabalhistas.

Os problemas incluem processos seletivos que eliminam candidatos que testam positivo para HIV, enquanto essa testagem é vedada por lei em qualquer exame admissional, periódico ou demissional. Fora esses direitos, as pessoas com HIV também procuram a organização não governamental para receber acolhimento afetivo.

“A maior dificuldade ainda é a questão do estigma. Quando a pessoa tem esse diagnóstico, ela tem dificuldade de lidar com ele. E, ao se colocar para a família, no trabalho e para os amigos, vai enfrentar discriminação. São raros os casos em que a pessoa consegue viver tranquilamente, independentemente de sua sorologia”.

Angústia e cura

A dificuldade de encontrar informação e acolhimento depois do diagnóstico foi o que moveu o influenciador João Geraldo Netto a compartilhar sua experiência na internet desde 2008.

“Inicialmente, eu falava de uma maneira mais oculta, não falava especificamente que eu vivia com o vírus. Mas aí eu senti a necessidade de falar sobre isso mais abertamente. Eu descobri que, falando, eu me curava de certa forma. Sentia algo muito positivo quando falava sobre os dramas, os medos que eu tinha de fazer tratamento, de morrer, de adoecer. E eu vi que aquilo era muito bem recebido. Isso foi me dando força”, conta.

O jornalista acrescenta que a maioria das pessoas que entram em contato nas redes sociais está angustiada, seja porque acredita que se expôs ao risco de infecção ou porque já recebeu o diagnóstico e está tentando lidar com ele. João Geraldo acredita que o peso social do HIV afasta as pessoas do teste e do diagnóstico precoce, porque muitas não se percebem parte de um suposto grupo social que poderia ser infectado e outras preferem não saber o resultado do teste por medo.

“A questão do preconceito é algo tão forte que atrapalha de fazer o teste, de procurar ajuda e tratamento e impede que a pessoa tome o medicamento todo dia. Então, o grande problema do HIV hoje não é mais um problema clínico, é um problema social”, diz. “As pessoas que chegam ao meu canal mais angustiadas são aquelas que passaram por situação que consideram moralmente errada e acreditam que é uma punição para elas. E a pior punição que elas conseguem imaginar é uma doença como a Aids. Então, isso é muito doloroso, sabe? Porque você vê que está conversando com uma pessoa que acha que a pior coisa que pode acontecer na vida é o que você tem”.

Em suas postagens nas redes sociais, o influenciador comenta sobre HIV e temas do dia a dia e de sua vida pessoal, como fotos de viagens, reuniões com amigos e declarações de amor ao namorado. Em um de seus perfis, chamado Superindetectável, ele deixa a seguinte mensagem: “Respira fundo! Pela frente ainda tem muito mundo. Agora pode não estar, mas tudo pode ficar bem”.

As informações são da Agência Brasil.

Síndrome Respiratória Aguda Grave por Covid-19 cresce em todo o País

Divulgado nesta terça-feira (29/11), o novo Boletim InfoGripe Fiocruz continua mantendo o alerta para o crescimento claro dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 em estados de todas as regiões do país. Essa tendência, que já se observa em 20 de 27 unidades da federação, está presente especialmente na população adulta e nas faixas etárias acima de 60 anos.

O estudo aponta para aumento nas tendências de curto (últimas três semanas) e longo prazo (últimas seis semanas) e é compatível com os números de Covid-19. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 47, período de 20 a 26 de novembro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 28 de novembro.

Outro ponto que também chama atenção na atualização é a retomada do crescimento dos casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças pequenas nos três estados da Região Sul. Em São Paulo, o VSR mantém presença expressiva nas crianças de 0 a 4 anos.

O pesquisador Marcelo Gomes orienta que a população mantenha cuidados básicos, como o uso de máscaras adequadas (preferencialmente N95 ou PFF2) em ambientes de maior exposição ao vírus, como: transporte público, locais fechados ou mal ventilados, aglomerações, e nas unidades de saúde. “É extremamente importante ter esse cuidado para termos um final de ano com menor impacto possível, dado esse cenário epidemiológico que está muito claro em todo país”, explica o coordenador do InfoGripe.

Os dados indicam para maior incidência de SRAG por Sars-CoV-2 em todas as faixas etárias, com maior destaque na população adulta. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 3,4% para influenza A; 0,1% para influenza B; 12,1% para VSR; e 71,3% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,9% para influenza A; 0,0% para influenza B; 0,4% para VSR; e 95,4% para Sars-CoV-2.

Estados e capitais

Vinte das 27 unidades federativas apresentam crescimento moderado na tendência de longo prazo até a SE 47: Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.

Dezenove das 27 capitais apresentam crescimento moderado na tendência de longo prazo até o mesmo período: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).

As informações são da Agência Fiocruz de Notícias.

Sindicato dos Médicos é contra o aumento do ICMS sobre medicamentos e insumos da Saúde

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) manifesta contrariedade ao aumento da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 18 para 19% sobre medicamentos e insumos da Saúde. O aumento da alíquota foi proposto pelo Governador do Paraná, Ratinho Jr., que está em análise na Assembleia Legislativa do Estado.

A justificativa para a medida se baseia na necessidade de compensação da perda de receita causada pela diminuição do ICMS sobre combustíveis. Mas o Simepar considera que não é justo que essa recomposição recaia também sobre medicamentos e insumos da Saúde.

Para o Simepar, remédios e insumos da Saúde já têm uma carga tributária muito alta, dificultando o acesso de uma grande parcela da população. Os gestores públicos e parlamentares deveriam estar trabalhando para reduzir a carga tributária ou até isentar esse produtos, e não o contrário.

Radioterapia reduzida é nova opção no tratamento do câncer de próstata

A fase aguda da pandemia da covid-19 afetou os pacientes com câncer de próstata, que não podiam parar o tratamento, mas precisavam continuar se cuidando para evitar a contaminação pelo coronavírus.

Uma das medidas implantadas com o objetivo diminuir o risco de transmissão da covid-19, foi a redução no número de sessões de radioterapia para o tratamento.

O número de sessões foi reduzido de 39 para 20 aplicações. A experiência foi tão bem-sucedida que passou a ser adotada como rotina no pós-pandemia. Ao lado de exames e tratamentos sofisticados, essa é uma das novidades do combate ao câncer de próstata, que ganha destaque durante a campanha do Novembro Azul, que segue até o próximo dia 30.

No entanto, a redução se aplica a determinados pacientes, que apresentam características específicas. “Quando o paciente não apresenta risco de complicação, o tempo de tratamento por radioterapia pode ser mais curto, com cinco sessões com maior intensidade de radiação”, esclarece a médica Mariana Bruno Siqueira, oncologista da Oncologia D’Or, com foco em uro-oncologia.

O que impede a redução de sessões, explica a médica, é o tamanho da próstata e a distância entre a próstata e o reto, que é a parte final do intestino. “As complicações que a temos mais receio são diarreia e eventualmente sangramento nas fezes. É uma decisão do médico radioterapeuta, baseado nos dados da anatomia do paciente, para definir se tem segurança de fazer em menos tempo com maior dose. Então é uma decisão para cada paciente e em conjunto com radiooncologista, que é quem vai planejar o tratamento”.

Essa é uma tendência que começou antes da pandemia da covid19, e foi intensificada e adotada de forma mais ampla e disseminada no Brasil para vários tipos de neoplasias com a chegada da pandemia, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Marcus Simões Castilho, médico radioterapeuta.

“A redução de tempo de tratamento de radioterapia é conhecida como hipofracionamento e é uma tendência em diversas patologias. Em próstata, já existe um corpo de evidência científica consolidada. Fundamental pontuar que doses maiores pressupõe maior controle de entrega e consequentemente tecnologia. Isso é uma limitação no Brasil uma vez que somente um terço dos equipamentos têm radioterapia guiada por imagem, fundamental no hipofracionamento do câncer de próstata”, explica o médico.

A SBRT realizou um Consenso de Hipofracionamento na Radioterapia no Câncer de Próstata em setembro de 2019, antes da pandemia, e publicou esse material na Revista da Associação Médica Brasileira em janeiro de 2021.

A estratégia já é consolidada para hipofracionamento moderado entre 20 e 28 frações, reduzindo o tratamento de 7 a 8 semanas para 4 a 6 semanas. “Estratégias de tratamentos em somente uma semana estão sendo adotadas, porém muito dependentes de alta tecnologia”, disse Castilho.

A radioterapia é uma modalidade terapêutica importante no cuidado das neoplasias tanto em condições malignas quanto benignas, em condições radicais e também paliativas. “Estima-se que cerca de 60% dos pacientes oncológicos irão receber radioterapia em algum momento do curso do seu tratamento”, disse a SBRT.

Além dos estudos para o hipofracionamento no tratamento de câncer de próstata, já existiam estudos garantindo a segurança para algumas situações, como, por exemplo, para pacientes com tumores de mama iniciais.

“Mas existiam algumas situações, como para pacientes com câncer de mama mais avançados, onde a adoção do hipofracionamento ainda não era consensual. Com a chegada da pandemia, o encurtamento do tratamento foi ampliado para todos os pacientes. Logo em seguida, estudos foram publicados comprovando que, realmente, todas as pacientes podiam encurtar o tratamento”, disse Castilho.

Hipofracionamento

O hipofracionamento se aplica a casos em que estudos de nível I de evidência, os mais confiáveis, confirmaram que o tratamento mais curto é igualmente eficaz e seguro para os pacientes, “incluindo próstata, pulmão, mama, reto, tratamentos paliativos de metástases ósseas, entre outros”, disse o presidente da SBRT.

A orientação sobre o hipofracionamento é a mesma para a rede pública. “Porém, em muitos casos, como para pacientes de próstata e pulmão, o hipofracionamento requer tecnologias mais avançadas, que geralmente não estão disponíveis para os pacientes do SUS, pelo déficit de financiamento do setor”, disse Castilho.

Como existe dependência de tecnologia para garantia que as doses mais elevadas estão atingindo somente a próstata, a limitação da estratégia é o uso em equipamentos que disponham de IGRT (radioterapia guiada por imagem). Segundo a entidade, cerca de um terço das máquinas no país têm a tecnologia e algumas delas estão na rede pública.

Além de melhorar a qualidade de vida do paciente, a estratégia de encurtamento amplia a oferta de vagas da radioterapia. O último censo disponível, segundo a entidade, mostra que somente 50% das máquinas necessárias para tratamento estão disponíveis, a maioria delas com mais de 10 anos de funcionamento e distribuídas de forma desigual pelo país.

O levantamento é baseado no estudo Análise das necessidades e custos globais de radioterapia por região geográfica e nível de renda.

De acordo com o presidente do Conselho Superior da SBRT, Arthur Accioly Rosa, o cálculo de necessidade de máquinas é complexo. “Envolve fatores como distribuição epidemiológica dos casos, disponibilidade geográfica, diagnóstico – muitos pacientes morrem sem diagnóstico de câncer – ocupação das máquinas com hipofracionamento, dentre outros. A saúde suplementar tem atendido sua demanda aparentemente sem limitações. Nos cálculos de novos casos de câncer, usando a proporção de 52% de uso de radiação e mensurando o número de tratamentos no SUS, projetam-se mais de 100 mil casos que não foram irradiados em 2020. Não quer dizer que não receberam tratamentos como quimioterapia, por exemplo, mas é um dado que documenta a dificuldade de acesso”.

Na avaliação da SBRT, esquemas de radioterapia mais convenientes para os pacientes e igualmente efetivos devem ser estimulados, já que trazem benefícios clínicos, logísticos e financeiros.

A SBRT disse que tem feito vários esforços e adotado estratégias específicas para disseminar a prática do hipofracionamento no Brasil, principalmente para os pacientes do SUS. “Porém, a plena adoção do hipofracionamento no SUS depende do avanço do investimento em radioterapia, principalmente via recomposição da tabela do SUS, extremamente defasada, o que permitirá que os mais diversos serviços ao redor do país possam executar não só tratamentos mais curtos, como de maior qualidade, para todos os brasileiros”, explica o presidente da SBRT.

Prevenção

A próstata é uma glândula que só o homem tem e que produz parte do sêmen. Ela se localiza na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), nos homens o câncer de próstata é o segundo mais comum, ficando atrás apenas do câncer de pele.

Os fatores de risco são a idade avançada, a partir dos 50 anos, e o histórico familiar. Os negros constituem um grupo de risco para o câncer de próstata. A alimentação saudável, o peso corporal adequado e a prática da atividade física ajudam a reduzir a incidência desse e outros tipos de câncer.

A maioria dos tumores na próstata cresce de forma lenta, não chegando a dar sinais ao longo da vida. Uma minoria cresce de maneira acelerada, espalha-se para outros órgãos (metástase) e pode levar à morte. Os sintomas iniciais são dificuldade para urinar, demora em começar e terminar em urinar, sangue na urina, diminuição do jato da urina e necessidade urinar várias vezes à noite.

O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso do tratamento. Por isso, os homens com 50 anos de idade ou mais devem ir uma vez por ano ao urologista para o toque retal e o exame de sangue que identifica o antígeno prostático específico (PSA).

“Os homens com histórico familiar de câncer de próstata, e os negros, que têm maior incidência deste tipo de câncer, devem iniciar as consultas anuais aos 45 anos de idade”, recomenda a médica Rafaela Pozzobon, oncologista da Oncologia D’Or com foco em uro-oncologia.

Tratamento

Entre os exames mais recentes para detecção do câncer de próstata está o PET-CT PSMA, que une a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia computadorizada (CT). O procedimento com PSMA (sigla do inglês para Antígeno de Membrana Específico para Próstata) consegue detectar mais de 90% dos casos de metástase desse tipo de câncer, permitindo um diagnóstico mais assertivo e um tratamento melhor direcionado.

“Quando a doença está restrita à próstata, o paciente é submetido à cirurgia ou radioterapia. Em caso de metástase, o tratamento é feito com hormonioterapia ou quimioterapia”, explica a médica Mariana Bruno Siqueira.

Para pacientes com câncer de próstata metastático, o tratamento mais recente é o PSMA-Lutécio 177, que foi destaque do Congresso Americano de Oncologia (Asco) de 2021. O lutécio é uma substância radioativa que, assim como um míssil teleguiado, é levado às células com PSMA, uma molécula que apresenta a expressão aumentada na superfície das células cancerígenas.

A substância radioativa danifica o DNA da célula e provoca sua morte. O tratamento demanda quatro a seis aplicações, sendo que a quimioterapia são no mínimo seis aplicações. Por ser direcionado às células cancerígenas, é melhor tolerado que a quimioterapia, dizem os especialistas.

“O PSMA-Lutécio 177 é uma partícula radioativa que vai ser introduzido no paciente pelo sangue. Então a partícula vai caminhando pelo sangue e chega aonde o câncer está, vai achar o câncer porque ele é ligado a um marcador do PSA. A partícula vai achar essas células, e pela radiação, que é carregada por esse PSMA, que é um marcador que vai achar a célula do câncer, ou seja, a célula que produz o PSA, para matar essa célula. Então ele vai, carrega essa radiação até a célula maligna, e uma vez que ela chega lá na célula, a radiação vai quebrar a fita de DNA e vai matar a célula do câncer. A radiação é pela circulação sanguínea”, explica a médica Rafaela Pozzobon.

O exame PET-CT PSMA e o tratamento PSMA-Lutécio 177 ainda não estão disponíveis pelo SUS.

Mutação

Nos últimos anos, os cientistas descobriram que o câncer de próstata, assim como o de mama, ovário e pâncreas, pode ter relação com a mutação do gene BRCA 1 e 2. “Entre 5% e 10% dos pacientes com câncer de próstata podem ter uma origem hereditária da doença, principalmente por causa da mutação genética no BRCA 2”, disse a médica Mariana Bruno Siqueira.

Em razão dessa descoberta, os médicos recomendam que homens que tiveram câncer de próstata mais agressivos ou com metástases, devam realizar testes a fim de detectar uma possível mutação do BRCA.

Em caso positivo, seus familiares podem ser aconselhados a realizar o exame também, além de adotar medidas preventivas e fazer exames periódicos para o diagnóstico precoce da doença. Existem ainda medicações específicas para os homens com a mutação do BRCA, que são usadas para controlar o câncer em cenários metastáticos.

As informações são da Agência Brasil