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Boletim semanal da Dengue registra mais seis óbitos e 5.181 novos casos no Paraná

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio da Coordenadoria Estadual de Vigilância Ambiental, publicou nesta terça-feira (01) o novo informe semanal da dengue. Foram registrados 5.181 novos casos da doença e seis óbitos. Os dados do novo ano epidemiológico 2025 totalizam 99.585 notificações, 25.231 diagnósticos confirmados e 19 mortes.

Os novos óbitos registrados ocorreram entre janeiro e março. Trata-se de cinco mulheres e um homem, com idades entre 29 e 92 anos, sendo que apenas um dos pacientes, uma mulher de 29 anos, não apresentava comorbidades.

Os pacientes residiam nos municípios de Nova Londrina e Querência do Norte (14ª Regional de Saúde de Paranavaí), Arapongas (16ª RS Apucarana), Porecatu e Florestópolis (17ª RS de Londrina) e Ribeirão do Pinhal (18ª RS de Cornélio Procópio).

No total, 392 municípios já apresentaram notificações da doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e 327 possuem casos confirmados.

As regionais com os maiores números de casos confirmados neste período epidemiológico são a 14ª Regional de Saúde de Paranavaí (6.375); 17ª RS de Londrina (5.634); 15ª RS Maringá (2.707); 12ª RS de Umuarama (2.002) e 19ª RS Jacarezinho (1.386).

OUTRAS ARBOVIROSES – A publicação traz ainda dados sobre Chikungunya e Zika, doenças que também têm como vetor o mosquito Aedes aegypti. Foram confirmados 1.085 casos de Chikungunya, com um total de 2.879 notificações da doença no Estado. Quanto ao Zika Vírus, até o momento foram registradas 32 notificações, sem casos confirmados.

Confira o Informe Semanal completo AQUI.

Mais informações sobre a dengue estão neste LINK.

As informações são da Agência Estadual de Notícias

Os tipos de violência a que os profissionais da Medicina estão expostos diariamente

Os profissionais da Saúde, entre eles os médicos e médicas, estão expostos e sofrem frequentemente com várias formas de violência. Essas agressões que põem em risco a saúde física e mental, e até a vida desses trabalhadores, podem vir dos pacientes e dos seus familiares, mas também de colegas, das chefias e dos seus empregadores.

O Presidente do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná, Dr. Marlus Volney de Morais, esmiuçou o tema de maneira sucinta e didática neste texto a seguir.

Sobre os tipos de violência contra os profissionais da Medicina:

A violência contra médicos e médicas pode ser dividida inicialmente em violência física, violência moral e violência trabalhista.

As agressões físicas infelizmente têm ocorrido frequentemente nas Unidades de Pronto Atendimento públicas de maior demanda. Nessas unidades, os familiares e acompanhantes dos pacientes ficam extremamente ansiosos com as doenças ou sintomas que determinaram a procura por aquela forma de atendimento. Eles querem acelerar o atendimento e julgam que o atraso ou demora é culpa dos profissionais de saúde, entre eles e principalmente os médicos. Por vezes danificam móveis e equipamentos da unidade e por este motivo o Simepar tem sido veemente em solicitar que as unidades disponibilizem seguranças profissionais.

Estas pessoas ignoram todo o processo necessário ao atendimento, inclusive a necessidade de se avaliar risco seu ou de outros pacientes, o que muda completamente a sequência de atendimentos. Este desconhecimento se aplica também ao segundo tipo de violência.

A segunda forma de violência é a moral, cujo termo correto é assédio. Ela provém de uma falta completa de entendimento de como se processa a assistência e de como se constrói um dos elementos fundamentais do bom atendimento que é a relação médico-paciente. Para ser objetivo: é fundamental que o paciente compreenda e confie no profissional no que lhe atende. Isso não se consegue com consultas cronometradas em que o médico tem que acelerar o atendimento para atender o próximo paciente, pois o paciente não conseguirá expor completamente a sua necessidade e nem o médico terá o tempo adequado para formular hipóteses diagnósticos, selecionar os melhores cuidados e a melhor orientação terapêutica ou comportamental para resolver o caso. Por isso, insistimos: QUALIDADE ASSISTENCIAL NÃO PODE SER CRONOMETRADA!!!

O que temos observado é que tanto gestores como pacientes e agora também políticos oportunistas querem insistir nas soluções QUANTITATIVAS. A Assistência à saúde é eminentemente QUALITATIVA. Não é uma compra de supermercado, nem o abastecimento de um tanque de combustível. Assistência à saúde necessita requisitos como segurança, intervenção oportuna, efetividade, redução de desperdícios.

Isso não se faz no atropelo, sem organização do sistema de saúde, que é onde reside o principal motivo das pessoas procurarem excessivamente serviços de urgência. O problema não é o médico. É o acesso ao serviço de saúde que está mal organizado para as condições eletivas, onde a relação médico paciente pode e deve ser construída com qualidade.

O terceiro tipo de violência é a violência trabalhista que descrevemos a seguir, diz respeito a falta de respeito às condições de trabalho.

O papel do Sindicato Médico na proteção dos profissionais da Medicina

O Simepar representa a categoria profissional Médica no Estado do Paraná. O Sindicato recebe constantemente reclamações e descrição de situações e casos de violência física, moral e trabalhista. Promovemos contatos com os médicos e grupos de médicos e definimos por propor ações judiciais para proteção trabalhista e para recuperação de direitos não atendidos. Tais ações resultaram em reconhecimento de direitos da ordem de mais de 40 milhões de reais que haviam sido sonegados aos médicos e que foram reconhecidos judicialmente por intervenção do Simepar.

Fazemos acordos coletivos de trabalho anuais com os empregadores para que o trabalho médico seja protegido sob o ponto de vista da sua execução e dos direitos envolvidos na relação, além de ajustes periódicos para solução de problemas operacionais.

O Simepar também se coloca à disposição dos serviços contratantes de Médicos para auxiliar no processo de gestão. Recentemente, em evento promovido pelo CRM-PR com os secretários de saúde recentemente empossados, oferecemos novamente esta colaboração. Para isso, o Simepar também integra os conselhos curadores em diversas fundações de atenção à Saúde que estabelecem as diretrizes dos serviços de assistência em seus municípios.

Orientamos e alertamos as Secretarias de Saúde sobre modelos de contratação dos médicos, porque o que temos verificado de forma cada vez mais presente, é a violência trabalhista traduzida aqui por precarização cada vez maior da relação dos empregadores ou gestores com os profissionais médicos.

A contratação dos profissionais da Medicina como Pessoas Jurídicas (PJs) tem sido uma tônica, visando evitar custos com encargos trabalhistas, mas gerando com isso uma relação de caráter empresarial em que se perde outro fator que é vital na relação médico-paciente. A continuidade ou o vínculo entre profissional e paciente. Parece não haver relação entre as duas situações, mas podemos observar um volume crescente de trocas de profissionais causada por acordos comerciais. Saúde não é mercadoria.

Mas há ainda um componente mais perverso: a terceirização (as vezes quarteirização) para empresas que dizem contratar médicos. Na prática estas empresas terceirizadas propõem sociedades com cotas mínimas aos médicos como condição para que eles possam trabalhar na assistência. Muitos médicos, especialmente aqueles recém-formados que buscam iniciar sua atividade profissional, acabam aceitando porque a condição é imposta.

O Simepar tem alertado repetidamente quanto ao risco dessa relação que torna, por vezes, o médico responsável pela empresa toda, mesmo com cota mínima como prevê a legislação. E o recurso da terceirização tem sido prática muito frequente nas prefeituras do Estado e do País. Já há vários casos aqui e no Brasil de situações em que o Tribunal de Contas do Estado identifica desvio de recursos dessas empresas, que deixam de pagar os profissionais e se desfazem.

As falhas do Sistema Público de Saúde que abrem espaço para essas situações

Em primeiro lugar, a maioria da população não obtém acesso amplo ao sistema de forma eletiva, o que força as pessoas a procurarem um pronto atendimento e congestioná-lo mesmo para condições que não são urgentes.

Qualquer profissional de saúde que atua ou atuou em Unidades de Pronto Atendimento sabe que em torno de 90% dos atendimentos nestas unidades não são de riscos urgentes. Ampliação de horários eletivos e um processo de triagem bem construído com o uso de ferramentas como telessaúde podem reduzir filas de esperas e encaminhar de forma adequada os pacientes para atendimentos eletivos, inclusive para as especialidades que melhor atendam e solucionem as necessidades dos pacientes.

Em segundo lugar, a busca por resolubilidade das necessidades. Grande número de pacientes retornam aos atendimentos sem seguir as orientações da equipe de saúde; sem tomar a medicação caso seja necessária (porque não tem recursos ou não os recebem das farmácias próprias); sem conseguir fazer os exames no momento adequado (sem acesso aos serviços complementares); e por tantos motivos que fazem com que o retorno ao sistema de saúde seja repetido muitas vezes e de forma desnecessária.

Um terceiro ponto a ser lembrado, está relacionado a educação dos públicos envolvidos, uns por não quererem entender as dificuldades e outros porque de fato não conseguem compreender a complexidade do processo assistencial. E aqui não me refiro somente a pacientes ou familiares; me refiro a gestores de saúde populacional e a profissionais de saúde, inclusive médicos, que não receberam na sua formação profissional, ensinamentos sobre práticas de gestão de saúde populacional.

As escolas de saúde focam muito na assistência e pouco na organização de como a assistência se processa. Hoje falamos mais de governança e é preciso entendê-la sob o aspecto da governança administrativa que está intrinsecamente ligada a governança clínica que é o carro-chefe para uma assistência com qualidade. Recursos tecnológicos atuais são fundamentais para solução de processos inadequados, porém as questões culturais relativas aos serviços de saúde precisam ser modernizadas e melhor entendidas por todos os públicos.

Paraná antecipa início da vacinação contra a gripe para a próxima terça-feira

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) iniciou nesta quinta-feira (27) a distribuição das 332 mil doses da vacina contra a gripe às 22 Regionais de Saúde. O imunizante, enviado pelo Ministério da Saúde, é para o início da campanha de vacinação em todo o Paraná, marcado para a próxima terça-feira (1º de abril). No Brasil, a campanha começa no dia 7 de abril.

“Aqui no Paraná estamos antecipando o início da campanha para dar celeridade ao processo e imunizar o maior número de pessoas. A sazonalidade da doença é determinante para essa antecipação. Esperamos atingir a maior cobertura vacinal possível”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

A vacinação contra a Influenza deve ser feita em crianças a partir de seis meses até menores de 6 anos (5 anos, 11 meses e 29 dias), idosos com 60 anos ou mais e gestantes. Para os demais grupos prioritários, a vacinação contra a Influenza seguirá no modelo de campanha, o que inclui trabalhadores da saúde, professores, forças de segurança, população privada de liberdade e pessoas com doenças crônicas ou deficiências, dentre outros.

A vacina foi incorporada ao calendário nacional diferente de anos anteriores e pela primeira vez ficará disponível nas salas de vacinação de forma permanente. Com a mudança, a imunização desses grupos será realizada de forma contínua, ao longo do ano, e não mais apenas durante as campanhas sazonais.

As vacinas influenza trivalentes utilizadas neste ano deverão apresentar três tipos de cepas de vírus em combinação: A/Victoria (H1N1), A/Croatia (H3N2) e B/Austria (B/linhagem Victoria). Cada frasco contém 10 doses de 0,5ml e pode ser administrada na mesma ocasião de outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação e com outros medicamentos.

VACINAÇÃO – A vacinação tem o objetivo de minimizar a carga viral e prevenir o surgimento de complicações decorrentes da doença, reduzindo os sintomas nos grupos prioritários além de diminuir a sobrecarga sobre os serviços de saúde.

O público-alvo para a vacinação da gripe no Paraná é de 4.931.410 pessoas. A meta é atingir, pelo menos, 90% de cada um dos grupos prioritários para vacinação de rotina contra influenza: crianças, gestantes e idosos com 60 anos e mais.

No ano passado o Estado atingiu 58,93 % de cobertura vacinal dos grupos prioritários, e 75,01 % de cobertura dos povos indígenas vivendo em suas terras, e ficou em 4º no ranking de estados que mais vacinaram (3.447.319 doses), atrás de São Paulo (13.075.736 doses), Minas Gerais (6.422.449 doses) e Rio de Janeiro (3.926.506 doses).

“Começamos a campanha com este quantitativo, mas para a semana que vem já está prevista mais uma remessa de 844 mil vacinas para essa ação. Assim que as vacinas chegarem, nossas equipes cuidarão da logística para que cheguem o quanto antes aos municípios e avancemos na cobertura vacinal”, acrescentou o secretário.

CENÁRIO – O 2º Informe Epidemiológico de Monitoramento dos Vírus Respiratórios, publicado em março deste ano, registrou 50 casos e cinco óbitos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) por Influenza, sendo quatro óbitos por Influenza A(H1N1) e um óbito por Influenza B, referente aos casos 22 foram positivas para Influenza B.

As informações são da Agência Estadual de Notícias.

FEAS abre processo seletivo com 50 vagas para médicos/as em Curitiba

A Fundação Estatal de Atenção à Saúde (FEAS), da Prefeitura de Curitiba, está com inscrições abertas para o Processo Seletivo Simplificado 3/2025 com 50 vagas temporárias para médicos.

O PSS selecionará candidatos para a substituição temporária de trabalhadores em afastamentos previdenciários, como licenças maternidade e médica. As inscrições são gratuitas e vão até 7 de abril pelo site fundação. (Clique aqui).

Os médicos aprovados no PSS vão trabalhar junto ao SUS Curitibano, nas unidades administradas pela FEAS. O contrato de trabalho tem duração de 12 meses, podendo ser renovado por igual período.

Seleção

O processo seletivo simplificado é dividido em duas etapas: a primeira consiste na análise de currículo e prova de títulos; a segunda, no exame admissional, de caráter eliminatório, quando serão avaliadas as condições de saúde dos candidatos em relação às atividades inerentes ao cargo.

A orientação é para que os candidatos fiquem atentos aos documentos solicitados no edital. O envio de documentação incompleta ou incorreta resultará na desclassificação do candidato.

Gestão

A Feas gerencia o Hospital Municipal do Idoso; o Hospital do Bairro Novo; o programa Saúde em Casa; 13 Centros de Atenção Psicossocial (Caps); a Unidade de Estabilização Psiquiátrica Casa Irmã Dulce; as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Tatuquara, Boqueirão, CIC e Fazendinha; o Complexo Regulador; as Unidades de Saúde Caiuá, Rio Bonito e Pilarzinho; o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu); a Central de Transporte Sanitário; e a Central Saúde Já Curitiba.

As informações são da Prefeitura de Curitiba.

Assembleia dos/as Médicos/as Estatutários do CHC-UFPR será na segunda-feira, 31/03

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná está convocando as Médicas e Médicos Servidores Públicos Federais Estatutários, Técnicos Administrativos do Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) para Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 31 de março de 2025, às 20 horas (última convocação) de forma híbrida, presencial e remota.

Uma das pautas é a isonomia salarial com os demais Servidores Federais, uma vez que a Medida Provisória N°. 1.286 de 2024 concedeu reajuste menor à categoria médica. Enquanto o Termo de Acordo de Greve N° 11/2024 estabelecia reajustes isonômicos de 9% para 2025 e 5% para 2026, aos profissionais da Medicina o reajuste estabelecido na MP é de somente 4,5% para 2025.

LEIA TAMBÉM: Simepar atua na defesa dos direitos dos/as Médicos/as Servidores Federais do CHC-UFPR

Para participar da Assembleia, as/os médicas/os devem solicitar um link para a sala virtual através do e-mail juridico@simepar.com.br, somente no dia da assembleia, dia 31 de março de 2025, das 8 até às 17 horas.

Leia abaixo o Edital de convocação da AGE:

EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

O Presidente do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná, no uso das atribuições que lhe conferem o estatuto e a legislação em vigor, e considerando que as deliberações vinculam a todos os membros da categoria, ainda que ausentes ou discordantes, convoca os/as médicos/as Servidores Públicos Federais Estatutários, Técnicos Administrativos do Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) para Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 31 de março de 2025, às dezoito horas em primeira convocação, às dezenove horas em segunda convocação e às vinte horas em terceira e última convocação, na sede do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná – SIMEPAR, situado na Rua Coronel Joaquim Sarmento, 177, Bom Retiro, Curitiba – PR, para tratar da seguinte ordem do dia abaixo.

A Assembleia será híbrida e com exceção da mesa diretiva, que estará presente, os demais deverão solicitar link da assembleia pelo e-mail juridico@simepar.com.br, somente no dia da assembleia, dia 31 de março de 2025, das 8 até às 17 horas.

Serão discutidos e deliberados os seguintes assuntos:

1. Pauta de reivindicações da Categoria Médica;
2. MP 1286/24;
3. Debate e Deliberação acerca da oportunidade de deflagração de movimento paredista;
4. Deliberação quanto a manter ou não em aberto a Assembleia Geral da Categoria até a resolução final da lide;
5. Outros assuntos.

Curitiba, 12 de março de 2025.

Marlus Volney de Morais
Diretor Presidente

SUS vai substituir Papanicolau pelo exame molecular de DNA-HPV

A partir deste ano, o teste citopatológico para a detecção do HPV, popularmente conhecido como Papanicolau, deve ser gradualmente substituído, no Sistema Único de Saúde, pelo exame molecular de DNA-HPV. Com isso, o tempo de intervalo entre as coletas, quando não houver diagnóstico do vírus, passará a ser de cinco anos. Já a faixa-etária para o exame de rastreio, quando não houver sintomas ou suspeita de infecção, permanece a mesma: de 25 a 49 anos.

A mudança faz parte das novas diretrizes para o diagnóstico do câncer do colo do útero, apresentadas nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). O conjunto de orientações já foi aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde e pela Comissão de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (Conitec). Resta apenas a avaliação final da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde para entrar em vigor.

O papilomavírus humano, ou HPV, é o causador de mais de 99% dos casos de câncer decolo do útero, que é o terceiro mais incidente entre as mulheres brasileiras, com cerca de 17 mil novos casos por ano. Com altas coberturas de vacinação e de exames de rastreio organizado, especialistas acreditam que a doença pode ser erradicada em cerca de 20 anos.

O teste molecular é recomendado como exame primário para detectar o HPV pela Organização Mundial da Saúde desde 2021, porque é mais eficaz para a redução de casos e óbitos, em decorrência da sua maior sensibilidade. Ele também permite identificar o subtipo do vírus, caso o resultado seja positivo, o que oferece uma grande vantagem, já que apenas algumas variantes têm risco de provocar lesões que podem evoluir para câncer.

O pesquisador da Divisão de Detecção Precoce do Inca Itamar Bento explica que essas vantagens permitem um espaçamento maior entre as coletas.

“O teste DNA-HPV tem um valor preditivo negativo muito forte, ou seja, se a pessoa tiver resultado negativo, a gente pode de fato confiar nesse resultado. E, conhecendo a história natural da doença, a evolução das lesões, é uma margem segura aguardar cinco anos para fazer um novo teste.”

Além disso, a implementação do novo teste deverá ser combinada com a realização de rastreio organizado, quando o sistema de saúde busca ativamente as pessoas, em vez de esperar que elas procurem as unidades de saúde. “É necessário que a população alvo seja identificada e convocada ativamente e individualmente. E é preciso garantir que ela terá acesso à confirmação diagnóstica e ao tratamento das lesões havendo essa necessidade”, complementa o pesquisador do Inca.

De acordo com dados do Sistema de Informação do Câncer, entre 2021 e 2023, apenas três estados tiveram cobertura de realização de papanicolau próxima de 50% do público-alvo. Todos os outros tiveram uma porcentagem abaixo desse patamar, e alguns não têm dados completos para análise. Além disso, há estados, como Acre, Maranhão e Mato Grosso, onde a maior parte dos resultados foi entregue após 30 dias, o que dificulta a realização de exames confirmatórios para que a paciente inicie o tratamento em até 60 dias, como determina a legislação.

Por isso, o rastreamento organizado também prevê uma linha de conduta organizada, como explica Itamar Bento: “A pessoa faz um teste de DNA-HPV, e, se não foi detectado, ela só vai repetir o exame após 5 anos. Se foi detectado um tipo oncogênico, como o 16 e o 18, que são responsáveis por 70% das lesões precursoras de câncer, ela vai ser encaminhada diretamente à colposcopia. Se a colposcopia identificar uma doença cervical, vai seguir para condutas específicas.”

As novas diretrizes também trazem outras duas inovações: a autocoleta do material para teste em populações de difícil acesso ou resistentes ao exame feito por profissional de saúde; e orientações para o atendimento de pessoas trangênero, não binárias e intersexuais.

As informações são da Agência Brasil.

CRM-PR promove Simpósio de Combate à Violência Contra o Médico

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná (CRM-PR), através do Projeto de Educação Médica Continuada, irá promover, no dia 31 de março, o “1º Simpósio de Combate à Violência Contra o Médico – 2025”.

O evento será realizado no formato tanto presencial, no auditório do CRM-PR em Curitiba (Rua Victório Viezzer, 84, Vista Alegre), quanto online, com transmissão pelo YouTube, das 19h30 às 22h. Voltado para médicos e estudantes de Medicina, emitirá certificado de participação, desde que cumpridos os pré-requisitos.

O responsável técnico pelo evento, conforme indicado pela Resolução CFM nº 2.321/2022, é o 1º Secretário do CRM-PR, Dr. Fernando Fabiano Castellano Junior (CRM-PR 10.302).

Conselheiros e representantes da Comissão de Prevenção à Violência contra Médicos e da Comissão da Mulher Médica do CRM-PR estarão presentes no simpósio, que trará na programação apresentações sobre os seguintes temas: Ações de combate à violência; Ações do DEFEP (Departamento de Fiscalização do Exercício Profissional); A Mulher Médica Vítima de Violência; Cenário da Medicina no Contexto Atual; Desagravo; e Orientações Jurídicas.

Campanha de conscientização

Por conta do aumento dos registros de casos de violência contra os médicos, sobretudo no atendimento em instituições de saúde pública, o CRM-PR tem reforçado estratégias de ação para combater os casos de agressão. Prevenir a violência contra os médicos tem sido uma das prioridades da atual gestão (2023-2028), que em agosto do ano passado criou a Comissão de Prevenção à Violência Contra o Médico.

Serviço:
1º Simpósio de Combate à Violência Contra o Médico
Data: 31 de março de 2024 (segunda-feira)
Horário: 19h30 às 22h
Local: Rua Victório Viezzer, 84 – Vista Alegre
Informações e inscrições: https://www.even3.com.br/emc310325/

Fiocruz lança IA para ajudar no registro de pesquisas clínicas

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou nesta segunda-feira (24) uma inteligência artificial generativa para o registro de pesquisas clínicas. A expectativa é que Rebec@, nome dado à IA, possa responder sobre documentos e prazos para submissão de registros, tipos de estudos, regras para a aprovação e para se tornar voluntário em pesquisas.

As pesquisas clínicas são estudos feitos em pessoas para medir segurança e eficácia de novos medicamentos, vacinas e procedimentos de manejo clínico. São fundamentais para a chegada de alternativas terapêuticas.

Segundo a Fiocruz, Rebec@ está conectada a uma base de aprendizagem atualizada em regulação e boas práticas em pesquisa clínica. Ela funcionará 24 horas por dia e sete dias por semana.

A IA trabalha com diferentes temas considerados prioritários pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como condições de saúde, doenças, populações específicas. Para alguns, há fast-tracks, vias de revisão expressa com aprovação em até 48 horas. Rebec@ pode ajudar a identificar se a pesquisa está entre as prioridades.

A previsão é incorporar, ainda este ano, fast-tracks para estudos com todos os patógenos definidos como prioridade da OMS na América Latina. O lançamento global das inovações está previsto para o dia 20 de maio, Dia Internacional dos Ensaios Clínicos, na 78ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.

“Cada funcionalidade tem um custo baixíssimo e é sustentável não só porque otimiza recursos hoje. O efeito é exponencial, com externalidades positivas cumulativas que afetam toda cadeia de inovação. Agilizar a colaboração científica nacional e internacional e a transparência da informação é agilizar a chegada segura de vacinas ou outras inovações à sociedade. O impacto no SUS é direto”, destaca a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira.

Testes

A IA vem sendo testada informalmente pela rede global International Clinical Trials Registry Platform (ICTRP), padrão ouro da Organização Mundial da Saúde em transparência da informação. Somente pesquisas com aval do registro no Clinical Trials (EUA) ou em plataformas da rede ICTRP, são aceitos pelas revistas científicas mais reconhecidas.

“Isso faz toda a diferença, ainda mais em situações de risco e emergências de saúde, como pandemias, em que a colaboração científica e a publicação de resultados exigem credibilidade mesmo correndo contra o tempo”, diz a coordenadora de Rebec@, Luiza Silva.

Josué Laguardia, um dos professores responsáveis pela coordenação do Registro Brasileiro, destaca que Rebec@ pode agilizar em muito o atendimento, pois há padrões que se repetem entre as dezenas de usuários que passam diariamente pelos revisores humanos do Registro.

“Rebec@ pode dar atenção ininterruptamente a estas dúvidas mais frequentes, enquanto paralelamente revisores lidam com os demais casos de modo personalizado durante o expediente da Fundação, com pronto atendimento ou até hora marcada”, diz Laguardia.

Também existe uma expectativa de que Rebec@ atraia pesquisadores de outros países com interesses de pesquisa na América Latina.

“Acreditamos que pode ser o início de um ecossistema de pesquisa realmente integrado para a região e que pode ser viável atuar como um condomínio de incubação de registros primários para países que ainda não tem nossa expertise em curadoria de informação no padrão ICTRP. Estamos buscando entender as regulações éticas das nações vizinhas”, diz Laguardia.

As informações são da Agência Brasil.

[VÍDEO] Caminhos da Reportagem mostra impacto dos microplásticos na saúde

O cérebro é o órgão mais protegido do corpo humano. Até por isso, “havia dúvida se o microplástico [partícula com menos de meio centímetro] conseguiria chegar lá”, revela a pesquisadora brasileira Thais Mauad.

“A gente resolveu estudar uma estrutura que se chama bulbo olfatório, que é a nossa primeira conexão com o nariz”, continua a professora do Departamento de Patologia da USP. “E encontrou, nesse local, partículas de microplástico”.

O coração também é um órgão nobre. E outro estudo, esse do pesquisador italiano Raffaele Marfella, mostra que pacientes com plástico na carótida, artéria que leva sangue do coração para o cérebro, têm quatro vezes mais chances de ter infarto, AVC ou mesmo morrer.

Nossa equipe conversou com Marfella, que – depois da descoberta – tenta desenvolver um tratamento eficaz para combater inflamações causadas por microplástico.

“As bactérias que se alimentam de plástico o digerem para produzir energia. Essas bactérias agem com duas enzimas. A nossa ideia é isolar essas enzimas e inseri-las onde há contaminação”, explica o professor de Medicina da Universidade Vanvitelli de Nápoles.

Além do cérebro e da carótida, outras pesquisas descobriram microplástico no pulmão, no fígado, nos rins, no leite materno, no sêmen e no sangue. Mas quais são as consequências dessa invasão de plástico no nosso corpo? E mais: o que pode ser feito para minimizar o problema?

As respostas estão no programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil. No episódio “Microplástico na veia”, que foi ao ar na segunda-feira (24), a repórter Flavia Peixoto conversa com cientistas, professores, pesquisadores, gestores ambientais e representantes da indústria do plástico.

A reciclagem, na avaliação da maioria dos especialistas no assunto, é importante. Mas não resolve o problema. A saída, ainda segundo eles, é reduzir a produção. Tarefa que não é simples.

“O plástico tem uma limitação técnica e química. Ele só pode ser reciclado uma ou duas vezes”, ataca a gerente de Advocacy e Estratégia da ONG Oceana, Lara Iwanicki.

“Tem plásticos que conseguem ser reciclados dezenas de vezes, depende da tecnologia que você empregar”, defende o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química, André Passos Cordeiro.

“O que o ministério do Meio Ambiente deseja é que o plástico seja usado na menor quantidade possível, tendo em vista o impacto que ele causa hoje nos oceanos, no solo e na saúde humana”, afirma o diretor de Gestão de Resíduos Sólidos do ministério, Eduardo Rocha.

O episódio “Microplástico na veia” foi ao ar nesta segunda-feira (24), às 23h, na TV Brasil.

Assista ao vídeo a seguir:

 

As informações são da Agência Brasil.

SUS passa a oferecer tratamento inovador de atrofia muscular espinhal

Crianças que precisam de tratamento da atrofia muscular espinhal (AME) tipo 1, doença rara que afeta os movimentos do corpo e também a respiração, terão, a partir desta segunda-feira (24), acesso a um tratamento inovador e gratuito pelo Sistema Único de Saúde. O SUS passará a realizar a terapia genética com o medicamento Zolgensma, que na rede particular custa em média R$ 7 milhões.

“É a primeira terapia gênica que está sendo introduzida no Sistema Único de Saúde. O SUS passa a fazer parte de um pequeno clube de cinco sistemas públicos nacionais no mundo a oferecerem esse medicamento para a sua população”, comemorou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

A indicação desse tipo de terapia é para pacientes de até 6 meses de idade que não estejam com a ventilação mecânica invasiva acima de 16 horas por dia. De acordo com o Ministério da Saúde, com a incorporação do Zolgensma, o SUS passará a ofertar para AME tipo 1 todas as terapias modificadoras desta doença.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os 2,8 milhões de brasileiros nascidos vivos em 2023, cerca de 287 foram diagnosticadas com a doença. Na prática, o tratamento faz uso do medicamento em substituição à função de um gene ausente ou que não está funcionando corretamente.

A incorporação do tratamento foi viabilizada por meio de um acordo firmado com a indústria internacional, que condiciona o pagamento ao resultado da terapia no paciente.

“Vai seguir de forma permanente a avaliação do desempenho do medicamento, da melhoria da vida dessa criança e da vida da família, com marcadores clínicos de avaliação, ao longo do tratamento”, explica o ministro.

Protocolo

Para iniciar o tratamento, a família do paciente deve procurar um dos 28 serviços de referência para terapia gênica de AME, presentes nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

O paciente será acolhido e passará por uma triagem orientada pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atrofia Muscular Espinhal 5q Tipos 1 e 2, estabelecido pelo Ministério da Saúde. Nas próximas semanas, também será instalado um comitê para acompanhamento permanente dos pacientes que farão o uso do medicamento de dose única.

Antes do acordo, o Zolgensma já era ofertado pelo Ministério da Saúde em cumprimento a 161 ações judiciais.

Entenda

A AME é uma doença rara que interfere na capacidade de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover. A doença é considerada rara, por atingir menos de 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos.

Na rede pública, os pacientes de AME tipos 1 e 2, em outras faixas etárias, são tratados com os medicamentos de uso contínuo nusinersena e risdiplam. Segundo o Ministério da Saúde, em 2024, esses medicamentos tiveram mais 800 prescrições emitidas para tratamento.

As informações são da Agência Brasil