Filiado à

Notícias

[VÍDEO] Vice-Presidente do Simepar fala sobre a precarização do HC e do ensino da Medicina

O Dr. Darley Rugeri Wollmann Junior, Vice-Presidente do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar), participou da mesa redonda sobre “Residência Médica e Modelos de trabalho nos hospitais universitários e de ensino médico”. Esse debate foi realizado no seminário “O Futuro do Trabalho Médico” no dia 23 de outubro, no Auditório do Setor de Ciências da Saúde da UFPR.

O evento foi realizado pelo Simepar em parceria com o Diretório Acadêmico Nilo Cairo (DANC), do Curso de Medicina da UFPR.

Confira a seguir a íntegra da fala do Dr. Darley:

Vacinação contra a Coqueluche é essencial para conter o aumento de casos, alerta Sesa

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou nesta quarta-feira (13) os novos números referentes à coqueluche no Paraná. De acordo com o documento, em uma semana o Estado registrou 189 novos casos, totalizando 1.421 desde o início do ano. Por ser altamente transmissível – uma pessoa pode infectar de 12 a 17 indivíduos –, a Sesa alerta a população sobre a importância de manter a vacinação em dia.

A vacina contra a coqueluche faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do SUS e está disponível nos postos de saúde de todo o Estado.

A maioria das confirmações é da 2ª Regional de Saúde Metropolitana, com 617 casos, seguida pela 17ª Regional de Londrina (256), 3ª Regional de Ponta Grossa (167) e 10ª Regional de Maringá (82). Em relação aos óbitos, foram confirmados três: um em Londrina e dois em Curitiba, com três mortes ainda em investigação (São José dos Pinhais, Umuarama e Quitandinha).

“Estamos no período sazonal da doença, que ocorre entre os meses de setembro e março. Assim, é muito provável que o aumento no número de casos continue não só no Paraná, mas em todo o Brasil. Por isso, é fundamental que a população compreenda a importância de manter a carteirinha de vacinação atualizada, pois essa é a forma mais eficaz de prevenir a circulação do bacilo”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, César Neves.

Além das crianças, que recebem a imunização por meio das vacinas pentavalente (aos dois, quatro e seis meses) e DTP (reforço aos 15 meses e aos quatro anos), a Sesa recomenda que gestantes e profissionais da saúde também recebam o imunizante. De forma excepcional, trabalhadores de saúde e educação que atuam diretamente com gestantes, puérperas, neonatos e crianças menores de quatro anos devem receber a dose para maior proteção e prevenção.

Segundo dados do painel do Ministério da Saúde (MS), a cobertura vacinal atual da pentavalente em crianças é de 90%, enquanto a da DTP é de 86% Estado. Informações obtidas pela plataforma “Paraná Saúde Digital” indicam que das 39.847 gestantes com idade gestacional acima de 20 semanas atendidas e cadastradas no SUS, 53,3% (21.253) estão com a vacina em atraso no Paraná.

“A plataforma permite um acompanhamento muito mais eficaz da condição vacinal de toda a população. Com essa informação, é possível realizar uma busca ativa mais qualificada, promovendo uma imunização e prevenção contra a doença de forma humanizada”, explicou a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes.

AÇÕES – A Diretoria de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa realiza várias ações em todo o Estado junto aos municípios para conter a doença. Ela incluem notas de alerta, videoconferências e capacitações presenciais com as Regionais de Saúde e municípios, além da busca ativa de gestantes e puérperas para imunização com dTpa e de crianças para atualização do esquema vacinal.

Outras medidas incluem orientação para controle de visitas dos sintomáticos respiratórios aos recém-nascidos; notificação e investigação imediata (até 24 horas) dos casos suspeitos e confirmados para controle e tratamento da doença; e ações direcionadas ao monitoramento dos contatos próximos e à coleta para diagnóstico dos casos com sintomas.

SOBRE A DOENÇA – O risco da coqueluche é maior para crianças menores de um ano e, se não tratada adequadamente, pode evoluir para um quadro grave, podendo até levar à morte.

A doença evolui em três fases. Na inicial os sintomas são semelhantes aos de um resfriado comum, com febre baixa, mal-estar geral e coriza. Na segunda fase, surgem crises de tosse seca (cinco a dez tossidas em uma única inspiração), podendo ser seguidas de vômitos, falta de ar e coloração roxa na face. Na terceira fase, os sintomas diminuem, embora a tosse possa persistir por vários meses.

DIAGNÓSTICO – O diagnóstico laboratorial é feito por meio de cultura ou PCR em tempo real e está disponível para todos os pacientes suspeitos de coqueluche. Recentemente, as coletas foram ampliadas e estão disponíveis nas unidades de saúde do Paraná.

O tratamento é feito com antibióticos e deve ser prescrito por um médico. Por isso, é importante procurar um serviço de saúde para receber orientações, diagnóstico, tratamento adequado, monitoramento e rastreamento de contatos.

Veja o esquema vacinal contra a doença:

Vacina pentavalente:

Imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenza tipo B e hepatite B.

Crianças:

  • 1ª dose aos 2 meses
  • 2ª dose aos 4 meses
  • 3ª dose aos 6 meses

Vacina DTP:

  • Previne difteria, tétano e coqueluche (pertussis).
  • Reforço aos 15 meses e aos 4 anos.

Vacina dTpa:

Previne difteria, tétano e coqueluche (pertussis).

  • Profissionais de saúde
  • Gestantes a partir da 20ª semana (a cada nova gestação)
  • Trabalhadores de saúde em maternidades, berçários, UTIs neonatais e Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais
  • Trabalhadores da educação que cuidam de crianças até 4 anos

Para acessar o perfil epidemiológico clique AQUI.

As informações são da Agência Estadual de Notícias.

Brasil recebe certificado da eliminação do sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na manhã desta terça-feira (12), o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e diretor regional da OMS para Américas, Jarbas Barbosa, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

O presidente Lula recebeu do diretor da OPAS o certificado da eliminação do sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita no Brasil. Com isso, a região das Américas passa a ser novamente a única região do mundo livre dessas três doenças. Após longo período sem casos – em 2015 o Brasil havia atingido a marca de país livre do sarampo -, foram registradas 40 mortes de crianças pela doença entre 2018 e 2022. “Esse diploma é resultado da força da retomada e da competência do sistema de vacinação brasileiro”, destacou o presidente.

Barbosa relembrou também o gesto do presidente Lula de se vacinar – contra a Covid-19 – logo no início do atual mandato, dando início à retomada das campanhas vacinais nacionais. Em apenas dois anos, a partir de 2023, o Brasil realizou importante recuperação das políticas de vacinação, deixando a lista de países com um dos mais elevados números de crianças sem qualquer imunização para voltar a ser um dos países com maior cobertura vacinal. “A vacina é um promotor de equidade, as vacinas que recebem as crianças pobres são as mesmas que recebem as crianças ricas”, disse o diretor da OPAS.

A ministra Nisia comentou também sobre as atividades previstas para o Dia Nacional do Combate à Dengue, 23 de novembro.

Processo de recertificação

Devido às baixas coberturas vacinais e ao intenso fluxo migratório de países vizinhos, em 2018 ocorreu a reintrodução da doença no país. Em 2019, após um ano de franca circulação do vírus do sarampo em território brasileiro com mesmo genótipo (D8), o país voltou a se tornar endêmico para a doença. Foram confirmados 39.779 casos entre 2018 e 2022.

Em 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como “alarmante” o aumento de casos de sarampo na Europa, com mais de 58 mil infecções registradas em 41 países ao longo do ano, um crescimento significativo em relação aos últimos três anos.

Ainda assim, no início de 2023, com a valorização do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação , houve intensificação das ações de eliminação do sarampo no Brasil. Em novembro de 2023, o país demonstrou avanços e evidências documentadas de ações realizadas pelos três entes da federação. Com isso, a Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) na Região das Américas – grupo independente de especialistas convocado pela Opas/OMS – categorizou o Brasil como “país pendente de reverificação”.

Para cumprir os critérios de reverificação, o Brasil precisou demonstrar que não houve transmissão do vírus do sarampo durante pelo menos um ano, além de ter fortalecido o seu programa de vacinação de rotina, a vigilância epidemiológica e a resposta rápida a casos importados.

Com a conquista do Brasil, as Américas recuperam o status de região livre de sarampo endêmico. O Ministério da Saúde e a Opas/OMS enfatizam que é essencial continuar fortalecendo os programas de vacinação, aumentar a cobertura até alcançar níveis adequados, reforçar os sistemas de vigilância e melhorar a capacidade dos sistemas de saúde para responder rapidamente a possíveis casos importados.

Vacina Tríplice Viral

O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação para prevenir casos graves e óbitos causados pelo sarampo, adotando diversas ações para incentivar a imunização em todo o país. Em 2023, 13 dos 16 imunizantes do calendário nacional tiveram aumento na cobertura vacinal , incluindo a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. A cobertura da primeira dose passou de 80,7% em 2022 para 88,4% em 2023, e em 2024, até o momento, já chegou a 92,3%.

A tríplice viral é recomendada em duas doses para pessoas de 12 meses a 29 anos e em dose única para adultos de 30 a 59 anos. Essa vacina é essencial para prevenir doenças altamente contagiosas que, no passado, causaram epidemias e graves consequências à saúde pública.

As informações são do Ministério da Saúde.

Advogado do Simepar integrou comitiva de observação das eleições nos EUA

O Dr. Luiz Gustavo de Andrade, sócio do escritório Zornig & Andrade Advogados Associados, que assessora o Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar), integrou uma comitiva de brasileiros que foi aos Estados Unidos acompanhar o processo eleitoral ocorrido no dia 5 de novembro, resultando na eleição de Donald Trump à presidência, entre outros cargos.

Diretor da Escola Paranaense de Direito (EPADI), o Dr. Luiz Gustavo também é secretário-geral da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Política (ABRADEP), membro do Instituto Paranaense de Direito Eleitoral (IPRADE) e editor executivo da Revista Paraná Eleitoral (TRE-PR).

Sobre o processo eleitoral dos Estados Unidos, ele afirmou: “As eleições americanas seguem regras diferentes quanto à votação e apuração, de acordo com cada Estado, isso se deve a maior autonomia que os estados membros da federação possuem, se comparado ao federalismo americano.”

“Nos locais observados, em especial no Estado de Maryland, constatou-se utilização de urnas eletrônicas, responsáveis por efetuar a computação do voto. O eleitor poderia optar por votar com cédulas preenchidas manualmente e lidas em scanner pela urna ou por votar no touch screen da própria urna. Tal ampliação do uso de mecanismos eletrônicos vem se incorporando à sistemática eleitoral americana.” Concluiu.

O Dr. Luiz Gustavo também concedeu entrevista ao Portal Plural, falando sobre sua participação na delegação brasileira nos EUA. Confira aqui.

Fotos: Arquivo pessoal.

[VÍDEO] Presidente do Simepar fala sobre a importância do movimento sindical no trabalho médico

O Dr. Marlus Volney de Morais, presidente do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar), realizou a palestra de abertura do seminário “O Futuro do Trabalho Médico” no dia 23 de outubro, no Auditório do Setor de Ciências da Saúde da UFPR.

O evento foi realizado pelo Simepar em parceria com o Diretório Acadêmico Nilo Cairo (DANC), do Curso de Medicina da UFPR.

Confira a seguir a íntegra da palestra do Dr. Marlus:

Mais vídeos do Seminário “O Futuro do Trabalho Médico” podem ser conferidos na ‘Playlist’ do Seminário “O Futuro do Trabalho Médico”:

Alergia grave: pesquisadores criam 1ª caneta de adrenalina brasileira

Um grupo de pesquisadores brasileiros desenvolveu a primeira caneta de adrenalina autoinjetável do país. A medicação, quando disponibilizada nesse tipo de dispositivo, é aplicada pelo próprio paciente, em casos de reação alérgica grave e potencialmente fatal, quadro médico conhecido como anafilaxia.

De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), a adrenalina figura atualmente como o único medicamento disponível no mercado capaz de tratar casos de anafilaxia. O modelo autoinjetável, entretanto, só pode ser adquirido no Brasil por importação, o que torna o custo extremamente elevado.

O médico Renato Rozental coordena a equipe responsável pela caneta nacional. Em entrevista à Agência Brasil, ele explicou que, apesar de ser o primeiro protótipo brasileiro, não se trata de uma “inovação radical”. “Você encontra essa caneta com facilidade na Europa, na América do Norte, na Ásia, na Oceania”.

“A grande pergunta é: por que demorou tanto tempo pra termos isso acontecendo no Brasil?”, questionou o pesquisador da Fiocruz.

Rozental lembrou que, desde 2018, com a quebra do monopólio, opções genéricas da caneta no mercado externo fizeram com que o preço do dispositivo caísse substancialmente. “Mas continuava exorbitante”.

“Pra quem tem seguro de saúde, caríssimo lá fora, o preço chega a US$ 100. Quem não tem seguro paga até US$ 700. No Brasil, pessoas que têm condições, por meio de processos de judicialização, conseguem importar, mas o preço ainda está nas alturas. Importar uma caneta por R$ 3 mil ou R$ 4 mil é algo fora da realidade brasileira.”

“A maior parte da população brasileira, não apenas via Sistema Único de Saúde (SUS) mas também na rede privada, não tem acesso. O que fizemos foi estruturar, observando canetas já existentes no mercado. O processo é muito rápido. Começamos a conversar no ano passado e já temos um protótipo funcional agora.”

Anvisa

Rozental ressaltou que, há poucos meses, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fechou um acordo de bilateralidade com a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA). A proposta é agilizar a entrada, no Brasil, de medicamentos já aprovados nos Estados Unidos.

“A Anvisa teria acesso a esses resultados de forma direta, apesar de serem confidenciais. Isso facilitaria muito a aprovação de qualquer dispositivo no Brasil. É um processo que vamos discutir na semana que vem, em Salvador, onde teremos um representante da Anvisa que lida especificamente com isso”, disse, ao se referir ao debate agendado para a próxima sexta-feira (15) no Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia.

“Do nosso lado, teríamos condições de, em 11 meses, ter essa caneta de adrenalina pronta para distribuição no país. Mas vai depender dessa discussão na próxima semana, do reconhecimento e da liberação pela Anvisa. Não está nas nossas mãos.”

Anafilaxia

À Agência Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), Fábio Chigres, alertou para um “aumento exponencial” de alergias no Brasil – incluindo casos de anafilaxia.

“Há 30 anos, em hospitais públicos especializados no tratamento de alergia, referência para esses casos, a gente via oito ou dez casos por ano de crianças com alergia a leite de vaca. Hoje, vejo isso em uma semana”.

Segundo ele, os alimentos figuram, no país, como a principal causa de alergia entre crianças – sobretudo leite e ovo. “Não é lagosta ou algo que se come eventualmente”, destacou.

“E essa criança com alergia alimentar fica muito mais exposta na rua do que quando está dentro de casa. Com isso, a qualidade de vida de toda a família fica muito ruim. Eles vivem esperando uma reação grave. Temos casos de crianças que caminham pela sessão de laticínios do mercado e têm reação”.

Já entre adultos, a principal causa de alergia, de acordo com Chigres, são medicamentos – sobretudo analgésicos e anti-inflamatórios, remédios que sequer exigem pedido médico no ato da compra. Antibióticos também respondem por um número considerável de casos de alergia na população adulta, além de alimentos como crustáceos e mariscos.

“No caso específico da anafilaxia, trata-se de uma reação alérgica muito grave e que se desenvolve rapidamente”, disse. “Essa reação causa choque anafilático, uma queda de pressão abrupta e muito grande, que faz com que o sangue não circule pelo corpo e não chegue ao cérebro. O organismo libera uma substância chamada histamina, que causa uma reação generalizada e pode afetar pele e pulmão, além de causar broncoespasmo e edema de glote, fechando as vias aéreas superiores.”

“A adrenalina reverte todos esses sintomas. Se eu começo a ter uma reação dessa e aplico a adrenalina, no prazo de um a cinco minutos, reverto quase totalmente o quadro de anafilaxia – ou permito que essa pessoa vá ao hospital completar o tratamento”, destacou Chigres.

“Não é só sobre o acesso à adrenalina. Preciso de um dispositivo que facilite o uso. E a caneta brasileira pode ser aplicada, na parte lateral da coxa, por uma pessoa que não tem formação em saúde.”

Segundo Chigres, a estimativa é que a caneta de adrenalina autoinjetável desenvolvida por pesquisadores brasileiros chegue ao mercado nacional custando em torno de R$ 400.

As informações são da Agência Brasil

Secretaria da Saúde reforça importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer bucal

A adoção de hábitos de higiene e estar atento a eventuais sintomas podem representar uma grande ferramenta na prevenção de um dos problemas mais comuns na saúde pública: o câncer bucal. No Paraná, a doença é a 6ª neoplasia mais comum entre homens e a 16ª entre mulheres, de acordo com dados da secretaria estadual da Saúde (Sesa). Em média, 306 casos de câncer bucal são registrados por ano.

O mês de novembro é dedicado à conscientização e prevenção da doença no Paraná, iniciativa prevista na Lei Estadual nº 19.868/2019. “Para inúmeras doenças, prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais no cuidado e tratamento”, afirma o secretário estadual da Saúde, César Neves. “Isso é ainda mais especial para o câncer bucal, em que a detecção ocorre muitas vezes de maneira tardia. Quando identificada precocemente, essa doença tem altas chances de cura, além de permitir tratamentos menos invasivos e melhores resultados para o paciente”.

Hábitos como boa higiene bucal, evitar bebidas alcoólicas, não fumar e visitar regularmente o dentista são fundamentais para prevenir a doença. Além dos fatores comportamentais, a exposição solar excessiva sem proteção e a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) também estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer bucal.

Trabalhadores expostos ao sol, como agricultores e pescadores, devem tomar cuidados adicionais, como o uso de chapéus e protetor labial com filtro solar. Já a prevenção contra o HPV inclui a vacinação, disponível no SUS.

A rede pública de saúde oferece atendimento tanto preventivo quanto terapêutico. Entre os principais sintomas de câncer bucal estão o aparecimento de feridas na boca que persistam por mais de 15 dias, manchas brancas ou vermelhas, inchaço, dor na língua e dificuldade para mastigar ou engolir. Diante de qualquer desses indícios é recomendado a procura imediata do serviço de saúde mais próximo.

“É essencial se atentar aos sintomas iniciais para que a avaliação possa ser realizada por um profissional o quanto antes. Por isso, a conscientização é fundamental, uma vez que com a maior divulgação dessas informações, maior a possibilidade de o paciente buscar acesso à rede de saúde”, reforça a cirurgiã-dentista da Sesa, Carolina de Oliveira Azim Schiller.

RECURSOS – Desde 2019, o Governo do Estado destinou mais de R$ 72 milhões para a saúde bucal, resultando em cerca de 5,6 milhões de atendimentos odontológicos. Entre as principais destinações destes recursos estão a compra de 1.399 kits odontológicos, com cadeiras, mochos, amalgamadores e fotopolimerizadores, equipamentos fundamentais para equipar os consultórios das Unidades Básicas de Saúde (UBS) nos municípios.

As informações são da Agência Estadual de Notícias

Estudo feito em sete países alerta para causas sociais e econômicas do câncer

Em meio à proliferação de discursos que orientam mudanças de hábitos pessoais como forma de prevenção ao câncer, um estudo internacional realizado em sete países, entre os quais o Brasil, aponta que o conhecimento sobre a doença e suas causas tem sido marcadamente focado nas ações dos indivíduos e encobre a contribuição do capital industrial global na incidência e prevalência das neoplasias, segunda causa de mortes em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com base em investigações realizadas de 2015 a 2023 em Brasil, África Oriental (Quênia, Tanzânia e Uganda), Índia, Rússia e Espanha, o estudo, publicado na Social Science & Medicine, enfatiza a necessidade de que sejam detectadas e analisadas as ligações entre as condições sociais, econômicas, ambientais, industriais e políticas que levam ao câncer, identificando “quem e como determinados grupos são beneficiados e a que custo”.

Além disso, os pesquisadores apontam que a pesquisa sobre o câncer tem favorecido uma abordagem molecular da doença e a alta tecnologia em detrimento das causas ambientais e dos desafios terapêuticos, movimento que preocupa profissionais nas diferentes partes do mundo investigadas.

Pesquisador do Observatório História & Saúde, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e um dos autores da análise, o historiador Luiz Alves Araújo Neto conta, em entrevista, que os contextos políticos, tanto locais, quanto globais, moldam a forma de se conhecer (pesquisa), detectar (rastreio e diagnóstico) e tratar (acesso ao atendimento e à terapêutica) a doença, em um processo marcado pela desigualdade.

“Em termos globais, no âmbito da produção do conhecimento sobre o câncer, ocorre uma redução do social para o biológico. Além disso, na realidade do cuidado e das práticas, as desigualdades sociais exercem um papel muito importante”, detalha Luiz, que, assim como os demais autores do estudo, faz parte da rede internacional de pesquisa The Political Stakes of Cancer (Desafios Políticos do Câncer).

Neto destaca que a abordagem individual do câncer – do tipo “proteja-se do sol pela manhã” -, embora correta, desconsidera as condições sociais das pessoas. Um carteiro, por exemplo, não pode seguir essas instruções como os demais. O historiador também destaca o papel dos agrotóxicos como causa dos cânceres.]

“Se você pensa sobre a alimentação em um país que, nos últimos 4 anos, liberou mais de 1.000 agrotóxicos que são colocados nos alimentos, e onde, por desigualdade socioeconômica, a maior parte da população consome alimentos ultraprocessados e onde, há até pouco tempo, mais de 30 milhões de pessoas estavam em situação de segurança alimentar, “alimentar-se bem” torna-se um enunciado pouco efetivo. Em resumo, a individualização do risco torna problemas coletivos em problemas individuais. Organizar políticas de saúde pública sem ter em conta a dimensão estrutural da desigualdade social, as torna pouco efetivas”, diz

O estudo foi realizado por meio de métodos qualitativos (história oral, análise de documentos, entrevistas e observações etnográficas). O grupo de pesquisa produziu também uma série de podcasts sobre o tema. “Estamos em uma atividade intensa e constante, cada vez mais tensionando essa discussão sobre o papel da desigualdade na maneira como o câncer é conhecido, detectado e tratado”.

Leia entrevista completa com o historiador no site da COC/Fiocruz.

As informações são da Fiocruz via Agência Gov.

Saúde de Curitiba convoca professores de crianças até 4 anos para vacina contra coqueluche

O período de férias escolares pode ser o momento ideal para que professores de escolas infantis, que atendem crianças até 4 anos de idade, busquem se proteger contra a coqueluche. Com aumento do número de casos da doença em todo país, o Ministério da Saúde recomendou, em caráter excepcional, a inclusão dos professores no público-alvo da vacina contra a coqueluche.

Anteriormente, além da vacina disponível no calendário das crianças, o imunizante para adultos só era aplicado em gestantes, puérperas (mulheres que tiveram filhos há 45 dias) e profissionais de saúde.

A secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella, recomenda que as direções de escolas públicas e particulares, que atendem crianças até 4 anos, incentivem e programem a imunização.

“A estratégia de vacinação dos professores é uma medida excepcional, portanto, é importante que os diretores busquem alternativas para imunizar seus trabalhadores o quanto antes, inclusive com a possibilidade de agendar a vacinação nas escolas”, ressaltou a secretária.

Os supervisores dos distritos sanitários da prefeitura já estão em contato com professores das escolas municipais para estudar as melhores estratégias, além de oferecer a dose da vacina contra a coqueluche nas unidades de saúde.

“O reforço na imunização daqueles que trabalham com crianças pequenas é uma estratégia para proteger a faixa etária mais suscetível, tendo em vista que a coqueluche é mais grave nesse grupo”, explica o médico Alcides Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba.

No adulto, muitas vezes, a coqueluche é assintomática, podendo ser confundida com um resfriado, pois apresenta pequena alteração febril e tosse seca.

Os mais suscetíveis à coqueluche são as crianças pequenas, menores de um ano, principalmente os bebês recém-nascidos e os prematuros.

A vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pela bactéria H. influenzae tipo B, tem esquema vacinal de três doses, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade. O reforço é aplicado com a vacina DTP, versão do imunizante contra difteria, tétano e coqueluche, aplicada aos 15 meses e outra dose aos quatro anos.

Para adultos, a vacina aplicada pelo SUS é a dTp acelular, disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para gestantes, puérperas (mulheres que tiveram bebês há menos de 45 dias), profissionais de saúde e agora, em caráter excepcional, para os trabalhadores de escolas infantis. No caso de gestantes, mesmo que a mulher tenha sido vacinada em gestações anteriores, essa vacina deve ser aplicada em cada período gestacional, com o objetivo de garantir a imunidade para a criança.

Vacina

O público-alvo de imunização contra a coqueluche pode procurar uma das 108 Unidades de Saúde de Curitiba para se vacinar. Os endereços e horário de funcionamento podem ser conferidos no site Imuniza Já Curitiba.

Os profissionais de saúde estão sendo imunizados nos hospitais e maternidades onde trabalham, mas aqueles que atuam em clínicas pediátricas, por exemplo, também podem procurar a imunização em uma das unidades de saúde de Curitiba, comprovando sua situação laboral para ter direito à dose pelo SUS.

Imunidade

Mesmo quem já teve coqueluche ou foi vacinado na infância, não está protegido contra a doença, o que reforça a necessidade de priorizar a vacinação das gestantes, puérperas, profissionais de saúde e trabalhadores de escolas infantis.

Segundo Alcides Oliveira, é importante manter o calendário vacinal infantil em dia. Em Curitiba, a cobertura vacinal da pentavalente, aplicada nos primeiros 6 meses de vida do bebê, está em 86,1%, enquanto a meta preconizada pelo Ministério da Saúde é 95%. Já o primeiro reforço, aos 15 meses, está em 82,5% e o segundo reforço, aplicado aos quatro anos de idade, atingiu somente 65,7%.

Números

Em 2024, Curitiba confirmou dez casos de coqueluche, de janeiro a 20 de junho. Em 2023, a capital paranaense não teve registros da doença.

No país, alguns municípios têm enfrentado surtos de coqueluche neste ano. O Estado de São Paulo registrou 139 casos nos primeiros cinco meses do ano. No Paraná, já foram confirmados 24 casos entre janeiro e a primeira semana de junho, sendo que em todo ano de 2023 foram 17 registros da doença.

A coqueluche é uma infecção respiratória, causada por bactéria, altamente contagiosa. Sua principal característica são crises de tosse seca, razão pela qual a doença também é conhecida por “tosse comprida”.

Uma pessoa contaminada pode infectar de 12 a 17 outras pessoas, sendo que a transmissão ocorre pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.

As informações são da Prefeitura de Curitiba.

Ministra da Saúde defende no G20 aliança internacional contra a desinformação em saúde

No primeiro dia do encontro do G20, no Rio de Janeiro, a ministra da Saúde do Brasil, Nísia Trindade, trouxe à pauta a defesa de uma aliança internacional para o enfrentamento à desinformação em saúde. Representantes do grupo, reunidos nesta terça-feira (29), discutiram estratégias para conter os danos causados pelas fake news, especialmente no que diz respeito à vacinação e à confiança nas medidas de saúde pública. Para a ministra, o problema da desinformação é urgente e requer cooperação global para ser enfrentado de forma eficaz.

Nísia apresentou a iniciativa Saúde com Ciência, uma plataforma interministerial brasileira focada no enfrentamento à desinformação, especialmente sobre vacinas. A plataforma busca garantir que a população tenha acesso a informações confiáveis, provenientes de fontes acreditadas e órgãos governamentais. A ministra também destacou a intenção de expandir essa plataforma para o contexto internacional, propondo ao G20 que desenvolva estratégias coordenadas para proteger a saúde pública e assegurar a implementação de políticas baseadas em evidências.

“A disseminação deliberada de notícias falsas não apenas contamina nossas vidas e o ambiente digital, mas também afeta diretamente a saúde das populações. A desinformação pode causar mortes, e o combate a ela salva vidas e melhora nosso entendimento. É por isso que propomos debater com o G20 para atuar no combate à desinformação”, avaliou a ministra.

O programa Saúde com Ciência, coordenado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria de Comunicação (Secom), a Advocacia-Geral da União (AGU), o Ministério da Justiça e outros órgãos federais, completou um ano de atuação no último dia 24 de outubro. A iniciativa surgiu em resposta ao crescimento de conteúdos falsos e prejudiciais nas redes sociais, especialmente no contexto das campanhas de vacinação. No período de um ano, cerca de 100 mil conteúdos e comentários foram analisados, revelando que as narrativas mais comuns associavam falsamente a vacina contra Covid-19 a doenças como câncer, AIDS, e até controle populacional por meio de chips implantados.

Iniciativas globais

A reunião contou com a participação de diversos representantes e especialistas de saúde de países do G20 e organizações como a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Jarbas Barbosa da Silva, diretor da Opas, reforçou que a desinformação ameaça diretamente a confiança nas vacinas e destacou a importância de concentrar esforços em fontes confiáveis, como profissionais de saúde e autoridades públicas.

“É fundamental direcionar as principais fontes de informação que as pessoas utilizam e em que confiam para tomar decisões sobre vacinação. Também precisamos preparar nossos profissionais de saúde”, afirmou Jarbas.

Em nome de Portugal, Cristina Rodrigues da Cruz Vaz Tomé, Cristina Rodrigues da Cruz Vaz Tomé, secretária de Estado da Gestão da Saúde, compartilhou as experiências do seu território, onde 75% da população está vacinada contra a gripe e o país tem investido em campanhas de conscientização. “Enfrentamos o desafio cultural de promover a confiança na ciência, e com um plano baseado na ciência do comportamento, temos conseguido avanços importantes”, destacou.

O secretário de Políticas Digitais da Presidência da República do Brasil, João Brant, também enfatizou o papel dos influenciadores e da comunicação voltada para diferentes demografias. “Nossa estratégia envolve parcerias com influenciadores de ciência, como Dráuzio Varella, e o uso de plataformas para fortalecer a imunização e combater a desinformação diretamente junto à população,” explicou. Segundo ele, o governo brasileiro planeja capacitar 400 mil profissionais de saúde até 2027 para atuarem como agentes de combate à desinformação.

Cenário da saúde digital e o papel das big techs

Outro ponto relevante levantado no encontro foi o papel das plataformas digitais e das big techs. Ana Estela Haddad, secretária de Saúde Digital do Brasil, defendeu a importância de dados confiáveis para fortalecer o combate às fake news, destacando o papel do DataSUS. Ela ressaltou a responsabilidade social das grandes plataformas digitais e o impacto que sua atuação tem na contenção ou disseminação de notícias falsas.

“Temos um departamento DataSUS, com 30 anos que produz uma herança no conjunto de dados. Cuidar de tratar os dados esta informação seja confiável. É preciso que as bigs techs assumam suas responsabilidades sociais e tenha consciência do estrago que estão ocorrendo mundo afora”, destacou Estela.

Fortalecimento da confiança no longo prazo

Jagmeet, do Wellcome Trust, destacou que a confiança é um elemento chave. Ela explicou que a instituição trabalha com uma rede de pesquisadores e vozes confiáveis e que é essencial apoiar as comunidades cientificamente para alcançar a população em maior escala.

Com base em estudos recentes, ela apontou que, embora os cientistas ainda sejam amplamente confiáveis, a desinformação pode minar essa confiança. “Nossa missão é apoiar a ciência para resolver os problemas de saúde, e precisamos investir em longo prazo para promover uma relação de confiança”, afirmou.

Parcerias, inovação e uso de inteligência artificial

Garth Graham, diretor de saúde do YouTube, detalhou ações concretas da plataforma no combate à desinformação, incluindo a marcação de conteúdos verificados e o uso de inteligência artificial para aumentar a precisão da informação. Segundo ele, campanhas de prevenção à dengue e parcerias para ampliar o alcance das informações corretas durante a pandemia de Covid-19 são exemplos de ações já em prática.

“Transformamos a plataforma de saúde, rotulando informações como provenientes de fontes confiáveis, especialmente aquelas que vêm de órgãos governamentais com acreditação. Etiquetamos as informações mais confiáveis. Em relação à dengue, por exemplo, focamos em campanhas de prevenção e vacinação, incluindo exemplos do Brasil. Estamos também utilizando inteligência artificial para aumentar a qualidade da informação”, detalhou Garth.

Ao final do encontro, ficou clara a intenção dos representantes em criar uma frente unificada no G20 para o enfrentamento à desinformação. A ministra Nísia Trindade reforçou a importância de apoiar a ciência e os profissionais de saúde, propondo que o G20 fortaleça estratégias de cooperação para que, em 2024, a população mundial tenha acesso a informações precisas e confiáveis sobre vacinas e saúde pública.

Acesse a página do ‘G20 Brasil 2024 Saúde’ e saiba mais.

As informações são do Ministério da Saúde.