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Boletim Semanal da Dengue aponta 34.360 novos casos e mais 47 óbitos no Paraná

O boletim semanal da dengue publicado nesta terça-feira (21) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirma 34.360 novos casos da doença e 47 mortes no Paraná. De acordo com o documento, o atual período epidemiológico, que teve início em julho de 2023, soma agora 324 mortes, 393.791 casos confirmados e 719.545 notificações.

Os óbitos registrados no informe desta semana ocorreram entre 26 de janeiro e 17 de maio. São 23 homens e 24 mulheres com idades entre 22 anos e 98 anos, residentes em 19 municípios: Arapoti (1), Ponta Grossa (3), Capanema (1), Dois Vizinhos (1), Francisco Beltrão (3), Marmeleiro (2), Pranchita (2), Santo Antônio do Sudoeste (2), Cascavel (8), Santa Tereza do Oeste (1), Iretama (3), Moreira Sales (1), Arapongas (4), Londrina (6), Assis Chateaubriand (1), Marechal Cândido Rondon (1), São Pedro do Iguaçu (1), Toledo (5) e Tupãssi (1). Desse total, 31 pessoas apresentavam comorbidades.

A Regional com mais casos confirmados até o momento é a 8ª RS de Francisco Beltrão, com 52.726 diagnósticos. Na sequência estão a 10ª RS de Cascavel (49.254), 17ª RS de Londrina (41.208), 16ª RS de Apucarana (35.145), 15ª RS de Maringá (31.473) e 11ª RS de Campo Mourão (28.043).

As cidades com mais casos são Londrina (27.322), Cascavel (24.411), Maringá (18.605), Apucarana (17.808) e Francisco Beltrão (15.223). Há 398 municípios com confirmações de dengue – apenas Agudos do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, não tem diagnósticos confirmados.

Em relação aos óbitos do período epidemiológico 2023/2024, as Regionais com mais mortes são a 17ª de Londrina (60), 10ª de Cascavel (53), 20ª de Toledo (41), 8ª de Francisco Beltrão (41) e 16ª de Apucarana (30). Já os municípios que registram maior número são Cascavel (37), Londrina (35), Toledo (25), Apucarana (16), Cornélio Procópio (11) e Rolândia (11).

ZIKA E CHIKUNGUNYA – Informações sobre chikungunya e zika, transmitidas também pelo mosquito Aedes aegypti, são apresentadas no mesmo documento. Houve o registro de sete novos casos de chikungunya, somando 134 confirmações e 1.614 notificações da doença no Estado. Desde o início deste período não houve confirmação de casos de zika vírus, com 123 notificações registradas.

VACINAÇÃO – De acordo com um último levantamento da Sesa, realizado nesta terça, do total de 93.590 doses da vacina contra a dengue distribuídas, 36.552 já foram aplicadas nas Regionais de Saúde de Foz do Iguaçu, Londrina e Apucarana. O Paraná soma 148 municípios contemplados com o imunizante.

Confira o informe semanal AQUI. Mais informações sobre a dengue estão neste LINK.

As informações são da Agência Estadual de Notícias

Brasil ultrapassa 5 milhões de casos prováveis de dengue

O Brasil já contabiliza 5.100.766 casos prováveis de dengue em 2024. O número representa mais que o triplo de casos prováveis da doença identificados ao longo de todo o ano passado, quando foram anotados 1.649.144 casos.

Dados do painel de monitoramento de arbovirose mostram que o país registra ainda 2.827 mortes por dengue e 2.712 óbitos em investigação. O coeficiente da doença, neste momento, é 2.511 casos para cada grupo de 100 mil pessoas. A letalidade em casos prováveis é 0,06 e a letalidade em casos de dengue grave é 4,83.

A maioria dos casos prováveis permanece concentrada na faixa de pessoas com idade dos 20 aos 29 anos, seguida pelas faixas dos 30 aos 39 anos, dos 40 aos 49 anos e dos 50 aos 59 anos. Já a faixa etária menos atingida é a de crianças menores de 1 ano, seguida por pessoas com 80 anos ou mais e por crianças de 1 a 4 anos.

Minas Gerais ainda responde pelo maior número de casos prováveis de dengue (1.431.174). Em seguida, estão São Paulo (1.397.796), Paraná (535.433) e Santa Catarina (288.212). Já os estados com menor número de casos prováveis são Roraima (286), Sergipe (2.868), Rondônia (4.789) e Amapá (5.557).

Quando se considera o coeficiente de incidência da doença, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com 9.037 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em seguida estão Minas Gerais (6.968), Paraná (4.679) e Santa Catarina (3.787). Já as unidades federativas com menor coeficiente são Roraima (45), Ceará (126), Sergipe (129) e Maranhão (159).

As informações são da Agência Brasil

Surto de Hepatite A em Curitiba tem 228 casos e 5 mortes confirmadas

Boletim do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, divulgado nesta segunda-feira (20/5), confirmou mais duas mortes por Hepatite A e uma em investigação, além de 228 casos da doença na capital paranaense em 2024. O volume de confirmações caracteriza surto da doença e requer atenção às medidas preventivas para evitar a contaminação e transmissão.

“Surto é um termo usado na epidemiologia para identificar quantidades acima do normal de doenças contagiosas ou de ordem sanitária”, explica o diretor do Centro Municipal de Epidemiologia da SMS, Alcides de Oliveira.

De acordo com o médico da SMS, é o que está acontecendo em Curitiba em 2024. Nos anos anteriores, a média de registros de Hepatite A era de 12 casos anuais, geralmente casos leves, que não precisavam de cuidados intensivos ou internamentos.

Em 2024, no entanto, a cidade vem registrando um aumento significativo de contaminações, sendo que 107 pessoas (47%) foram internadas e 10 (4%) precisaram de cuidados intensivos em UTI. A maioria das confirmações, 174 casos, atinge homens (76%) e 54 mulheres positivaram para a Hepatite A (24%). A faixa etária mais prevalente é do adulto jovem. A maioria é de homens entre 20 e 39 anos.

No total, de janeiro a 17 de maio de 2024, Curitiba já confirmou 228 casos e cinco mortes por Hepatite A. O Centro de Epidemiologia investiga ainda se mais um óbito, registrado em maio, pode ter ocorrido em decorrência da doença. Um homem, de 46 anos, teve o diagnóstico de Hepatite A e precisou de transplante hepático. Apesar da gravidade da situação, o paciente está recuperado.

Óbitos

O primeiro óbito por Hepatite A aconteceu em fevereiro. Uma mulher, de 29 anos, atendida em uma UPA que, no entanto, não aguardou o tratamento, tendo se evadido antes da alta médica. Depois de alguns dias, precisou ser atendida pelo Samu, já com quadro grave, quando foi transferida a um hospital, onde veio a falecer.

O segundo óbito por Hepatite A aconteceu em março. Um homem de 40 anos, etilista, em situação de rua, buscou assistência em uma UPA, foi transferido a um hospital, colocado em fila de transplantes, mas sem tempo hábil de realização do procedimento.

O terceiro óbito, também em março, se refere a um homem de 60 anos, internado em um hospital particular, que não aguardou o tratamento e se evadiu antes da alta médica. Ao retornar, com a situação de saúde já muito grave, não foi possível a recuperação. O paciente apresentava comorbidades, como obesidade, hipertensão, diabetes e esteatose.

O quarto óbito confirmado, em maio, se refere a um homem de 38 anos, etilista, levado a uma UPA pelo Samu, que recusou atendimento pela equipe médica. Cinco dias depois foi levado a um hospital, sem condições de controlar a situação de saúde.

O quinto óbito, também em maio, é de um homem de 54 anos, etilista, que procurou assistência médica depois de ter emagrecido 12 kg em 20 dias e com pele e olhos amarelados (icterícia). Procurou atendimento em uma UPA, foi transferido para hospital, mas com evolução rápida para o óbito.

Ainda em maio, o Centro de Epidemiologia identificou mais um óbito ainda em investigação. Trata-se de um homem de 55 anos, etilista, internado em hospital particular, que tem o atestado de óbito por hepatite viral, ainda sem especificação por qual tipo.

Alerta

Frente ao número de casos de Hepatite A e a gravidade da doença, a SMS emitiu alerta a todos os serviços de saúde e aos Conselhos de Classe para o diagnóstico precoce da doença.

“Com sintomas iniciais muito parecidos com os de outras doenças, ressaltamos a necessidade de que os profissionais de saúde estejam atentos para identificar a Hepatite A por meio de exames específicos, além de alertar as pessoas sobre as formas de contaminação”, esclarece Alcides de Oliveira.

Os sintomas iniciais da Hepatite A são fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Com o passar dos dias, a pessoa contaminada apresenta urina escura, olhos e pele amarelados (icterícia), sinais claros da doença.

De acordo com o médico da SMS, no período inicial de sintomas é importante evitar a automedicação, que pode dificultar o diagnóstico diferencial, além de comprometer o fígado, que já está fragilizado pela hepatite. O ideal é buscar atendimento em uma unidade de saúde ou através da Central Saúde Já – 3350-9000.

Sintomas

Os sintomas aparecem cerca de 15 a 50 dias após a infecção, associada à contaminação fecal-oral, ou seja, pelo contato de fezes com a boca. De acordo com o médico da SMS, é preciso atenção aos cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos antes de comer e depois de ir ao banheiro, higienizar os alimentos consumidos crus com água tratada, além de usar preservativos nas relações sexuais, higienizar genitália, períneo e região anal antes e após o sexo.

Outro alerta importante é em relação aos casos agudos. “Apesar de parecer algo banal, que facilmente se confunde com uma indigestão, o paciente com Hepatite A pode ter um quadro agudo, ou seja, que compromete o fígado de maneira irreversível, o que mostra a necessidade de se manter sob os cuidados de profissionais de saúde”, diz Oliveira.

Surtos

Em 2023, outras três capitais, Porto Alegre, São Paulo e Florianópolis, registraram surtos de Hepatite A no Brasil. Atualmente, segundo dados do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) do Ministério da Saúde, Curitiba é a cidade que registra surto da doença no país.

Prevenção

Conheça as principais orientações preventivas:

  • Lavar as mãos (incluindo após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos);
  • Lavar com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
  • Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
  • Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
  • Usar instalações sanitárias;
  • No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária;
  • Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;
  • Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;
  • Usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais.

Vacina

A vacina contra Hepatite A faz parte do calendário infantil de imunização pelo SUS, aplicada a partir dos 12 meses até 5 anos incompletos.

Além disso, a vacina está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), no esquema de duas doses, com intervalo mínimo de 6 meses, para pessoas acima de um ano de idade com as seguintes condições:

  • Hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, inclusive infecção crônica pelo HBV e/ou pelo HCV;
  • Pessoas com coagulopatias, hemoglobinopatias, trissomias, doenças de depósito ou fibrose cística (mucoviscidose);
  • Pessoas vivendo com HIV;
  • Pessoas submetidas à terapia imunossupressora ou que vivem com doença imunodepressora;
  • Candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes, ou transplantados de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea);
  • Doadores de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea), cadastrados em programas de transplantes.

As informações são da Prefeitura de Curitiba

Doações de leite materno atenderam 11 mil bebês no Paraná em 2023

O Dia Mundial de Doação de Leite Humano, celebrado em 19 de maio (domingo), simboliza a importância deste ato que protege e pode salvar a vida de muitos bebês prematuros internados nas Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN) do Estado. No Paraná, mais de 11 mil bebês receberam a doação de 21.325 litros de leite em 2023. Apesar da quantidade, ela ainda é insuficiente para atender a demanda de todas as UTINs.

Para ampliar esse quantitativo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) faz um chamado à população sobre a doação de leite humano, no intuito de sensibilizar profissionais da área e lactantes.

Para atender às necessidades da assistência neonatal são disponibilizados os bancos de leite humano, que oferecem serviços especializados, fazem a coleta e o processamento do leite doado com rigoroso controle de qualidade. Depois, distribuem para bebês prematuros e de baixo peso, além de oferecer atendimento de orientação, manejo e apoio à amamentação.

“A doação do leite materno é um gesto de solidariedade que traz esperança. Esse alimento, rico em nutrientes e anticorpos essenciais para a saúde do recém-nascido, precisa chegar a todos que precisam, e por isso o Governo do Estado dá todo o suporte necessário para que essa alimentação crucial para prematuros esteja disponível”, destacou o secretário Beto Preto.

Estima-se que, a cada ano, 5,3 mil bebês paranaenses prematuros ou de baixo peso nasçam no Estado, o que corresponde a 11,2% do total de nascidos vivos. O número corresponde à média dos últimos três anos.

Laura Maciel faz parte deste perfil. Ela nasceu prematura, em novembro do ano passado, com apenas 31 semanas e 1.905 kg, no município de Umuarama, no Noroeste do Estado. A mãe, Pamela Bergamasco, recorreu à Associação Beneficente de Saúde do Noroeste do Paraná (Norospar), que oferece um banco de leite humano para apoio aos bebês e às mamães lactantes.

“A Laura ficou 20 dias entre UTI e UCI, intercalando o leite materno e a chuquinha com fórmula. Meu sonho sempre foi amamentar e, todos os dias, eu fazia a coleta no banco de leite antes da visita. Eu tinha esse medo dela não pegar o peito quando tivesse alta hospitalar. Quando ela saiu, nós fomos ao banco de leite e tivemos muito auxílio. Foi maravilhoso”, disse.

DOAÇÕES – O Paraná possui 15 bancos de leite humano e 15 postos de coleta. Toda mãe que amamenta é uma possível doadora. Para doar, basta ser saudável e não estar usando nenhum medicamento que interfira na amamentação.

Qualquer quantidade disponibilizada pode ajudar. Cerca de 1 ml de leite já é suficiente para nutrir um recém-nascido a cada refeição, dependendo do peso do bebê. Cada recipiente de 300 ml pode ajudar até 10 recém-nascidos por dia.

Para doar é só entrar em contato com o banco de leite humano ou posto de coleta mais próximo de sua residência.

REDUÇÃO DA MORTALIDADE – Em alusão à data mundial, a 12ª Regional de Umuarama, Maternidade Norospar e municípios realizaram na semana passada, no auditório da Unipar – Universidade Paranaense, dois eventos direcionados aos profissionais de saúde da Atenção Primária, enfermeiros, agentes comunitários de saúde (ACS) e nutricionistas. Os encontros tiveram a finalidade de ampliar o número de doações de leite materno e ressaltar a importância dessas iniciativas como uma estratégia para redução da mortalidade infantil na Regional, que abrange 21 cidades.

BENEFÍCIOS – De acordo com o Ministério da Saúde, a amamentação é a forma de proteção mais econômica e eficaz para redução da morbimortalidade infantil, com grande impacto na saúde da criança, diminuindo a ocorrência de diarreias, afecções perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos. Ao mesmo tempo, traz inúmeros benefícios para a saúde da mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário.

Estima-se que o aleitamento materno seja capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas preveníveis. Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças nessa faixa etária.

Bancos de leite:

  • Apucarana – Hospital da Providência
  • Campo Mourão – Hospital Santa Casa de Campo Mourão
  • Cascavel – Hospital Universitário do Oeste do Paraná
  • Curitiba – Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, Hospital do Trabalhador
  • Foz do Iguaçu – Hospital Ministro Costa Cavalcanti
  • Guarapuava – Banco de Leite Humano São Vicente de Paulo
  • Londrina – Banco de Leite Humano Maria Lucilia Monti Magalhães
  • Maringá – Hospital Universitário Regional de Maringá
  • Pato Branco – Banco de Leite Humano São Lucas
  • Ponta Grossa – Hospital da Criança Prefeito João Vargas de Oliveira
  • São José dos Pinhais – Hospital e Maternidade São José dos Pinhais
  • Umuarama – Banco de Leite Humano Norospar
  • Toledo – Banco de Leite Humano Dr. Jorge Nisiide

Postos de coleta:

  • Apucarana – HPMI
  • Arapongas – CISAM
  • Cambé – Unidade de Lactação de Cambé
  • Cascavel – Hospital São Lucas FAG e Hospital Policlínica
  • Cornélio Procópio – Casa da Misericórdia de Cornélio Procópio
  • Curitiba – Hospital Pequeno Príncipe
  • Foz do Iguaçu – Santa Terezinha de Itaipu
  • Londrina – Maternidade Municipal Lucilla Ballalai, Hospital do Coração de Londrina/Bela Suíça e Hospital Evangélico
  • Maringá – Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Maringá
  • Paranavaí – Paranavaí Acolhe Seu Filho com Amor
  • Pato Branco – Hospital PoliclínicaRolândia – Unicoamor

Veja mais detalhes AQUI .

As informações são da Agência Estadual de Notícias.

Saiba como prevenir a hipertensão, realidade de um quinto dos adultos brasileiros

A hipertensão é uma doença crônica caracterizada pelo aumento da pressão arterial, sobrecarregando o coração e aumentando o risco de problemas cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVC), entre outras complicações de saúde. Também conhecida como pressão alta, atinge mais de um quinto da população adulta brasileira. Segundo dados da pesquisa Covitel 2023, 26,6% das pessoas no país todo possuem o diagnóstico.

No Brasil, o 26 de abril é dedicado ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, cujo objetivo é conscientizar a população sobre a pressão alta. Afinal, parte dos fatores de risco estão relacionados a hábitos de vida e podem ser mudados para prevenir a doença. Confira abaixo.

Os principais fatores de risco para a pressão alta

As causas para o surgimento da hipertensão são diversas, sendo 90% dos casos herdados dos pais. Entretanto, outros fatores contribuem para o aumento da pressão arterial. São eles:

  • Tabagismo
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
  • Consumo excessivo de sal
  • Altos níveis de colesterol
  • Obesidade
  • Sedentarismo
  • Estresse

Ainda conforme o site do Ministério da Saúde, sabe-se que a incidência da pressão alta é maior entre pessoas negras e aumenta com a idade, informações em consonância a dados de 2023 do Vigitel, consultados no Observatório da APS. Nas capitais brasileiras a pressão alta atinge 2.673.205 de pessoas com 65 anos ou mais – o equivalente a 64,6% da população nesta faixa etária, em oposição aos 5,8% de quem possui entre 18 e 24 anos.

Dados da mesma pesquisa mostram que 30,1% das pessoas pretas e 28,1% das pessoas pardas têm hipertensão, os maiores percentuais entre as categorias raça/cor.

Mulheres sofrem mais com hipertensão?

Sim, a pressão alta também é mais incidente junto à população feminina. Também de acordo com dados do Covitel, 30,8% das mulheres adultas brasileiras convivem com a pressão alta, em comparação a 22,2% dos homens. A tendência foi observada desde o período pré-pandemia e permaneceu nas edições mais recentes da pesquisa.

Alguns fatores indicam o porquê da maior prevalência da doença entre as mulheres. Entre eles, um cuidado mais atento com a própria saúde, o que explicaria o volume maior de diagnósticos. Mas não se pode ignorar, ainda, questões de gênero, como alterações hormonais (principalmente relacionadas à menopausa) e o estresse associado ao excesso de responsabilidades e à conciliação de tarefas.

Como prevenir a hipertensão?

A prevenção da hipertensão pode ser feita com atitudes simples como a adoção de um estilo de vida mais saudável e atenção aos fatores de risco. Uma dieta equilibrada que contemple frutas, verduras e legumes frescos, bem como alimentos integrais, é mais indicada do que uma rica em alimentos gordurosos e processados, cujo teor de sódio torna-se fator de risco.

A prática regular de atividade física proporciona bem-estar e ajuda na regulação do estresse, além da manutenção do peso corporal, afastando outros fatores de risco para a hipertensão. O abandono de hábitos nocivos como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool complementam o rol de iniciativas simples que podem ajudar no combate à pressão alta.

Na maioria das vezes assintomática, o diagnóstico de hipertensão arterial é feito com a medição regular da pressão. O Ministério da Saúde recomenda que seja feita pelo menos uma vez ao ano. A aferição também é uma parte essencial do tratamento que, combinada à administração de medicamentos e à adoção de hábitos mais saudáveis, proporciona qualidade de vida às pessoas diagnosticadas com hipertensão.

As informações são da Umane.

Ministério da Saúde elabora plano para enfrentamento da Dengue para 2024/2025

O Ministério da Saúde promoveu, nos dias 15 e 16 de maio, a Oficina Internacional sobre Arboviroses. Mais de 100 pesquisadores e cientistas analisaram os cenários nacional e internacional, discutiram ações e estabeleceram estratégias para o enfrentamento da dengue, chikungunya, Zika e Febre do Oropouche, que em 2024 passou a ser testada e diagnosticada nos laboratórios de referência do país.

Um ponto de discussão e apontado como prioridade pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi a incorporação de novas tecnologias, como a vacina contra dengue e o desenvolvimento de vacinas para outras arboviroses “A vacina é um instrumento em que acreditamos muito. Das tecnologias disponíveis, tem sido a mais resolutiva”, enfatizou a ministra.

Durante o encontro, foram traçadas diretrizes para construção de um amplo plano de enfrentamento às arboviroses, pautado em vigilância em saúde, manejo clínico, organização dos serviços de saúde, controle vetorial, lacunas de conhecimento para financiamento de pesquisas, comunicação e mobilização social, com propostas de ações a serem implementadas a curto, médio e longo prazo.

A construção das diretrizes foi coletiva, com participação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), do Conselho Nacional de Saúde (CNS), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), da Câmara dos Deputados e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Sazonalidade

A dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte. No entanto, os cuidados para combater essa doença devem ser realizados ao longo de todo o ano e não apenas no verão, com ênfase nos meses que antecedem o período das chuvas.

Dados apresentados pelo Ministério da Saúde, na terça-feira (14), sinalizam um cenário mais positivo no enfrentamento da doença no Brasil . Neste momento, 24 estados e o Distrito Federal registram queda na incidência da dengue e dois seguem em cenário de estabilidade. Até o momento, em 2024, o país possui 4,7 milhões de casos prováveis da doença e os óbitos totalizam 2,5 mil.

Febre Oropouche

As mudanças climáticas estão impactando no aumento de casos de arboviroses no mundo. Em 2024, houve aumento no registro de casos no Brasil, devido a descentralização do diagnóstico biomolecular pelos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).

A adoção de estratégia laboratorial sentinela de diagnóstico de Oropouche a partir de amostras negativas para dengue, chikungunya e Zika (DCZ) tem sido adotada pelos Lacen, no sentido de identificar a circulação de outros patógenos que podem estar associados aos eventos notificados que não reúnem evidências de infecção pelos arbovírus transmitidos pelo Aedes Aegypti . Anteriormente, sem tal detalhamento, muitos dos casos eram registrados como de dengue.

Até 13/05, foram diagnosticados 5.102 casos de FO no país em 2024, espalhados em 13 estados, sem que 92,3% dos casos estão na região Norte. Nenhum óbito foi registrado. Em 2023, foram 835 casos.

As informações são do Ministério da Saúde.

Anvisa aumenta controle na prescrição do Zolpidem; veja o que muda

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou maior controle na prescrição do medicamento zolpidem, usado no tratamento de insônia. A partir de 1º de agosto, torna-se obrigatória a prescrição de qualquer remédio à base de zolpidem por meio da Notificação de Receita B (cor azul), pois o medicamento consta na lista de substâncias psicotrópicas controladas no Brasil.

Esse tipo de receita exige que o profissional tenha cadastro prévio na vigilância sanitária. A Anvisa decidiu alterar a forma de prescrição após receber aumento de relatos de uso abusivo do medicamento.

“A medida foi adotada a partir do aumento de relatos de uso irregular e abusivo relacionados ao uso do zolpidem. A análise conduzida pela Anvisa demonstrou um crescimento no consumo dessa substância e a constatação do aumento nas ocorrências de eventos adversos relacionados ao seu uso. Foi possível ainda identificar que não há dados científicos que demonstrem que concentrações de até 10 mg do medicamento mereçam um critério regulatório diferenciado”, diz nota.

O que muda

De acordo com a agência reguladora, o zolpidem estava enquadrado na lista de psicotrópicos, que é mais restrita. No entanto, havia uma adendo (de número 4) que permitia a prescrição de medicamentos com até 10 mg de zolpidem pela receita branca em duas vias, mesma regra para os medicamentos da Lista de Substâncias Sujeitas a Controle Especial (C1) e que não exige cadastro do profissional na autoridade sanitária local.

Com as mudanças, o adendo será excluído e a receita azul passa a ser obrigatória para todos os medicamentos com zolpidem, independentemente da quantidade presente.

A Anvisa informa que a definição do prazo, para o início da nova norma, levou em conta tempo necessário para que os profissionais façam o cadastro na vigilância sanitária e os pacientes não tenham descontinuidade do tratamento.

Zolpidem

O remédio é usado para tratar a insônia de curta duração, quando há dificuldade em adormecer ou manter o sono. A utilização não deve ultrapassar de quatro semanas. A prorrogação só pode ser feita após avaliação médica, em razão do risco de abuso e dependência pelo paciente.

As informações são da Agência Brasil

Hipertensão arterial também ocorre na infância, alertam especialistas

Embora a hipertensão arterial seja doença de maior prevalência em adultos, afetando cerca de 30% da população brasileira, o presidente do Departamento de Cardiologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Jorge Afiune, advertiu que a pressão alta também ocorre na infância.

Segundo Afiune, por não ser prevalente em crianças, a doença, às vezes, não é rotineiramente investigada. “Isso pode trazer retardos diagnósticos em menores que tenham problemas que podem ser corrigidos ou, até mesmo, começar tratamentos para permitir que essa hipertensão seja controlada antes de se tornar mais grave no futuro”.

Para marcar o Dia Mundial da Hipertensão Arterial, comemorado nesta sexta-feira (17), a diretora médica do Pro Criança Cardíaca – projeto que cuida de portadores de doenças cardiovasculares em situação de vulnerabilidade – ,Isabela Rangel, alertou pais e profissionais de saúde sobre a importância da detecção precoce e da prevenção da hipertensão arterial em crianças e adolescentes. “É muito importante que haja a conscientização de que criança também pode ter hipertensão arterial e que o diagnóstico deve ser feito precocemente. Toda criança que vai ser avaliada pelo pediatra deve medir a pressão arterial”, afirmou Isabela. Essa conduta deve ser feita também no período neonatal.

Para ela, a medição da pressão arterial deve ser conduta rotineira nas consultas de crianças e jovens. “Muitos pacientes, às vezes, são atendidos e não é aferida a pressão arterial durante a consulta. Se você não faz essa medição, muitas vezes a criança já tem essa condição que passa desapercebida pelo profissional de saúde porque, com frequência, o paciente é assintomático”, destacou Isabela Rangel, em entrevista à Agência Brasil.

Tipos

A diretora do Pro Criança Cardíaca explicou que o diagnóstico correto de hipertensão arterial permite uma investigação para saber se a doença é primária ou secundária. Ela pode ser classificada como primária, que é multifatorial, onde há uma história familiar em geral positiva, associada a fatores ambientais, como obesidade, por exemplo, ou secundária, quando é causada por doenças identificáveis, como estenose da artéria renal ou coartação da aorta. A partir do resultado dessa investigação, poderá ser determinado o tipo de tratamento.

De acordo com Isabela, o diagnóstico precoce é fundamental e pode ser feito por meio da análise da pressão arterial em consultas pediátricas de rotina. A hipertensão arterial secundária pode atingir, inclusive, recém-nascidos e, dependendo da gravidade do problema, é preciso atuar nos primeiros dias de vida.

Estatística

Estatísticas nacionais mostram que entre 3% e 15% de crianças e adolescentes brasileiros são afetados pela hipertensão arterial, embora Jorge Afiune avalie que o número mais aproximado seria entre 3% e 5%, dependendo da fonte, da população analisada e da prevalência. O aumento do percentual para até 15%, em especial entre os adolescentes, estaria ligado aos fatores de sobrepeso e obesidade, cuja prevalência já está perto de 25% ou 30%, segundo o pediatra. “É como se a hipertensão fosse a ponta de um iceberg, que é mais complexo e tem a ver com o estilo de vida da nossa sociedade, o que está afetando cada vez mais cedo as crianças com as doenças de adulto”.

Jorge Afiune esclareceu que o modelo da doença de hipertensão do adulto está chegando mais cedo hoje, muito provavelmente pela mudança do estilo de vida da sociedade. Os fatores de risco incluem sedentarismo, sobrepeso, obesidade, excessivo tempo de tela, poucas políticas públicas voltadas ao estímulo de atividades físicas e ao esporte. Acrescentou que esses são problemas mais ligados às classes sociais média e baixa, porque a classe alta tem a possibilidade de buscar soluções para o problema.

O médico explicou que em crianças abaixo de 3 anos de idade, a medida da pressão arterial não faz parte do exame de todas, mas somente daquelas em que o pediatra tem suspeita de doença cardíaca, renal e quando se trata de prematuro. Depois dos 3 anos, a orientação da SBP é que a criança mantenha acompanhamento pediátrico anual, pelo menos, e durante a consulta a aferição seja feita. “A partir dessa aferição, podemos acender alguns alertas”. Ele lembrou que quando uma criança está com sobrepeso e apresenta pressão alta, acende um alerta de gravidade maior para a situação. Por isso, recomendou que aferir a pressão pode ajudar o médico a detectar mais cedo uma doença e a fazer intervenção mais rápida que, geralmente, é no estilo de vida e na alimentação, antes de medicações.

As informações são da Agência Brasil

Cuidados para prevenir doenças e riscos à saúde no contato com água de enchentes

O contato com água de enchente é um potencial vetor de diversas infecções bacterianas e virais como gastroenterites, infecções de peles e de outras partes do corpo, hepatite A, toxoplasmose, leptospirose e tétano causadas pelo contato direito ou pela ingestão de água e de alimentos contaminados. As áreas de enchentes carregam também potenciais riscos químicos, físicos e biológicos para humanos e animais – causados, em grande parte, pelo contato com resíduos químicos, correntes elétricas e pela fuga de animais selvagens, tais como cobras, aracnídeos e roedores, que tentam sobreviver se abrigando em áreas secas.

“As águas de enchente podem carrear resíduos químicos das indústrias, detritos de construções, de criação de animais e de esgoto, levando à contaminação de rios, moradias e caixas d’água, resultando em comprometimento da água potável e dos alimentos. Além disso, o risco de exposição a choques elétricos por cabos soltos em meio à água das enchentes é bem elevado, entre outras situações perigosas”, explica o infectologista e gestor médico de ensaios clínicos do Instituto Butantan, Érique Miranda.

1- Evite contato com água contaminada

A falta de água potável e de refrigeração em áreas alagadas aumenta o risco do consumo de água e de alimentos contaminados. Até mesmo a água da caixa d’água pode ter sido contaminada durante a enchente e ela acaba sendo usada para tomar banho, para beber e cozinhar e se torna mais um vetor de contaminação. “A água da enchente é vetor de várias bactérias e vírus transmissores de doenças que podem se tornar crônicas ou levar à morte pessoas mais vulneráveis. Em caso de febre, diarreia, vômitos e desidratação, procure por atendimento médico o quanto antes”, explica o infectologista.

O ideal é evitar o contato direto com a água da enchente, principalmente em caso de feridas aparentes, que é por onde os microrganismos podem penetrar e causar as infecções de partes moles (músculos, tendões, vasos sanguíneos) ou mesmo a leptospirose. Mas se for inevitável, cubra mãos e pés e, sobretudo, as feridas, usando botas e luvas de borrachas e óculos de proteção. Sem estes materiais disponíveis, use sacolas plásticas bem amarradas. O uso de curativos à prova d’água pode ajudar a vedar os ferimentos também.

“Evite entrar na água que possa estar contaminada com esgoto ou produtos químicos tóxicos. Isso inclui rios, córregos ou lagos contaminados pelas enchentes”, ressalta Érique.

Uma das reações mais imediatas do contato com a água contaminada é a diarreia. Lavar as mãos com água e sabão com frequência pode evitar o contato com os microrganismos que desencadeiam o desarranjo intestinal. Em crianças, é importante reforçar a lavagem de mãos principalmente antes das refeições e não deixar que elas brinquem nas áreas inundadas, ou usem brinquedos que não tenham sido desinfectados.

2- Cuidados com a água para consumo

Caso observe alguma alteração na água da torneira, como odor e/ou coloração diferente do habitual, o Ministério da Saúde recomenda entrar em contato com a empresa responsável pela distribuição da água e/ou a Secretaria de Saúde do seu município.

Até ter algum suporte, a alternativa é filtrar e ferver a água antes de beber. Se não for possível fervê-la, trate a água para consumo com hipoclorito de sódio (2,5%). Adicione duas gotas do produto para cada litro de água e deixe repousar por pelo menos 30 minutos para ocorrer a eliminação das bactérias.

3- Não consuma certos alimentos

Não consuma alimentos com cheiro, cor ou aspecto fora do normal, isto é, que estejam úmidos, murchos ou mofados. Nesta lista entram leite, carne, peixe, frango, ovos crus ou malcozidos, principalmente aqueles que entraram em contato com a água de enchente.

Evite o consumo de frutas, verduras e legumes escurecidos ou estragados que entraram em contato com a água de enchente. Assim como alimentos refrigerados e que tenham ficado por mais de duas horas fora da geladeira, principalmente carne, frango, peixe e sobras.

Também devem ser descartados alimentos industrializados com validade vencida; alimentos com embalagem ou tampas estufadas; e alimentos embalados de vidro, lata, caixa tipo “longa vida” e plásticos que estejam abertos ou danificados.

4- Cuidados no contato com animais peçonhentos

Ao encontrar animais peçonhentos ou de grande porte em áreas alagadas, não tente retirá-los do local sozinho. Você pode se ferir ou acabar cometendo um crime ambiental. Esses animais, inclusive os peçonhentos, são protegidos por lei. Para quem está enfrentando as enchentes de maio no Rio Grande do Sul, a Comissão de Animais Silvestres, Exóticos e de Desastres do estado (CRMV-RS) orienta que se entre em contato com a Polícia Ambiental (Patram) no número (51) 98501-6672 ou com a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema-RS) no (51) 98593-1288 para a remoção do animal e para receber outras orientações.

Em caso de picada de animal peçonhento, solicite atendimento médico o mais rápido possível para o recebimento do soro antiveneno. “Mantenha a pessoa que foi picada deitada e em repouso. É importante evitar que a vítima se locomova por seus próprios meios. Mantenha o membro picado mais elevado que o restante do corpo. Lave o local da picada com água e sabão e nunca faça torniquete ou garrote no local”, diz o infectologista.

5- Cuidados na limpeza da casa e de estabelecimentos

Após a liberação da área pelas autoridades competentes, o Ministério da Saúde recomenda retirar a lama e desinfetar o local utilizando luvas e botas de borracha e produtos sanitizantes como hipoclorito de sódio (2,5%) ou água sanitária para reduzir o risco de infecções.

Na lavagem de chão, paredes e objetos caseiros, a desinfecção deve ser feita com água sanitária na proporção de 1 litro de hipoclorito de sódio (2,5%) ou água sanitária para 4 litros de água, deixando agir por 30 minutos. É preciso também realizar a desinfecção da caixa d’água, que o Ministério da Saúde ensina em uma cartilha.

6- Evite riscos químicos e biológicos

Situações de emergência ou calamidade envolvem também riscos biológicos, químicos e físicos, tais como eletricidade e insumos industriais que devem ser manejados somente por membros da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.

Um exemplo é o cuidado na remoção de baterias de automóveis. Mesmo que tenham tido contato ou estejam submersas em água de enchente, as baterias dos carros ainda podem ter carga elétrica. Use luvas isolantes e evite entrar em contato com qualquer ácido que possa ter derramado da bateria danificada do carro. Em caso de inundação, recomenda-se desligar a energia elétrica e o fornecimento de gás em sua casa para evitar incêndio, eletrocussão ou explosões.

Nunca toque em um cabo de energia caído e evite o contato com linhas elétricas aéreas durante a limpeza e outras atividades. Não dirija se houver linhas de energia caídas na água. Se alguém for eletrocutado, o Corpo de Bombeiros (193) deve ser acionado.

7- Cuidado após queda de temperatura

Pessoas desabrigadas em meio ao clima frio correm maior risco de sofrer de hipotermia em ambientes externos cuja temperatura seja menor do que 13°C. O quadro se caracteriza pela queda da temperatura corporal para abaixo de 35°C devido à exposição prolongada ao frio. A hipotermia pode comprometer funções fisiológicas, dos sistemas respiratório e cardiovascular, além do sistema nervoso e do próprio metabolismo, podendo ser fatal. Nestes casos, é importante ter suporte médico para reaquecer a vítima.

8- Quando procurar um médico

Em áreas inundadas aumenta ainda o risco de contrair tétano ao perfurar a pele com materiais pontiagudos, e de leptospirose, ao ter contato com água contaminada com rejeitos ou com urina de animais, sobretudo ratos.

Se uma ferida apresentar vermelhidão, inchaço ou secreção, procure atendimento médico imediato, ou se houver um objeto estranho, como madeira ou metal, incrustados na ferida. “Vale o mesmo em caso de mordida de cachorro, perfuração por objeto sujo, ou se uma ferida antiga mostra aumento da dor, inchaço, vermelhidão e secreção e se ocorrer febre”, explica Érique.

O risco de transmissão de hepatite A e de toxoplasmose também aumentam, pois ambas são transmitidas pelo consumo de água e alimentos contaminados.

A hepatite A, causada pelo vírus A (HAV) da hepatite, é transmitida por meio do contato de água onde há fezes, tendo grande relação com alimentos contaminados, como vegetais mal lavados. Os principais sintomas são febre, dores musculares, mal-estar e fadiga, podendo evoluir para vômitos, dor abdominal, diarreia ou constipação de 15 até 50 dias após a infecção, segundo o Ministério da Saúde. Não há um tratamento específico, mas não é recomendada a automedicação – certos remédios podem ser prejudiciais ao fígado, agravando o quadro da doença.

Já a toxoplasmose é transmitida pelo protozoário Toxoplasma gondii através do consumo de alimentos ou água contaminados. Em 90% dos casos é assintomática, mas nos demais pode apresentar um quadro clínico prolongado por semanas, com febre, lesões avermelhadas na pele, aumento de gânglios, fígado e baço, dor muscular e de cabeça.

“Em todos esses casos, deve-se procurar a atenção médica imediatamente, sendo importante a avaliação de um especialista em doenças infecciosas para casos mais complexos, uma vez que o tratamento inespecífico ou o tipo de antibiótico a ser utilizado varia bastante de uma hipótese diagnóstica para outra”, afirma Érique.

Durante o atendimento médico, é fundamental contar sobre a exposição prévia à enchente, para ajudar na acurácia do diagnóstico.

“É importante relatar ao profissional de saúde a exposição recente à enchente até mesmo 21 a 30 dias depois, a fim de que o especialista faça as hipóteses corretas. Em situações de enchente, é necessário que o médico fique sabendo da história recente de exposição às águas contaminadas”, ressalta Érique.

Nestes casos, o especialista precisa estar atento ao tratamento correto para infecções de partes moles polimicrobianas não usuais, porém comuns após enchentes.

“Deve ainda avaliar adequadamente as gastroenterites para introduzir o tratamento específico mais adequado; ficar atento à possibilidade de leptospirose, sobretudo em casos de febre, coloração amarelada da pele e dor muscular sobretudo nas panturrilhas, e ficar atento ao status de vacinação contra o tétano, geralmente atrasada em adultos e idosos”, conclui o infectologista.

Fontes:

Centers for Disease Control and Prevention

Soft tissue infections following water exposure

Ministério da Saúde – Saiba como agir em caso de enchentes

Animal Disposal – CDC

Matéria do Portal do Instituto Butantan.

Boletim estadual da Dengue registra 27.627 novos casos e mais 38 óbitos nesta semana

O boletim semanal da dengue publicado nesta terça-feira (14) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirma 27.627 novos casos da doença e 38 mortes no Paraná. De acordo com o documento, o atual período epidemiológico, que teve início em julho de 2023, soma agora 277 óbitos, 359.431 casos confirmados e 669.301 notificações.

Os óbitos registrados no informe desta semana ocorreram entre 16 de março e 2 de maio. São 13 homens e 25 mulheres com idades entre 1 dia (complicações pós-cesariana de emergência de mãe com epilepsia e dengue) e 96 anos, residentes em 16 municípios: Curitiba, Pinhais, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Medianeira, São Miguel do Iguaçu, Cascavel, Apucarana, Cambé, Londrina, Primeiro de Maio, Rolândia, Sertanópolis, Palotina, Toledo e Curiúva. Desse total, 27 pessoas apresentavam comorbidades.

A Regional com mais casos confirmados até o momento é a 8ª RS de Francisco Beltrão, com 48.793 diagnósticos. Na sequência estão a 10ª RS de Cascavel (46.819), 17ª RS de Londrina (36.044), 16ª RS de Apucarana (33.897), 15ª RS de Maringá (29.942) e 11ª RS de Campo Mourão (26.598).

As cidades com mais casos são Londrina (24.631), Cascavel (23.328), Maringá (17.971), Apucarana (17.522) e Francisco Beltrão (13.690). Há 398 municípios com confirmações de dengue – apenas Agudos do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, não tem casos confirmados.

Em relação aos óbitos do período epidemiológico 2023/2024, as Regionais com mais mortes são a 17ª de Londrina (54), 10ª de Cascavel (44), 20ª de Toledo (32), 8ª de Francisco Beltrão (30) e 16ª de Apucarana (26). Já os municípios que registram maior número de óbitos são Londrina (29), Cascavel (29), Toledo (20), Apucarana (16), Cornélio Procópio (11) e Rolândia (11).

ZIKA E CHIKUNGUNYA – Informações sobre chikungunya e zika, transmitidas também pelo mosquito Aedes aegypti, são apresentadas no mesmo documento. Não houve o registro de novos casos de chikungunya, que somam 127 confirmações e 1.532 notificações da doença no Estado. Desde o início deste período não houve confirmação de casos de zika vírus, com 122 notificações registradas.

COMITÊ – Buscando reforçar estratégias de conscientização, o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, esteve na 6ª reunião do Comitê Gestor Intersetorial para o Controle da Dengue. O comitê conta com a participação de diversas entidades como secretarias estaduais, órgãos governamentais e representantes do Serviço Social do Comércio (Sesc/PR). Durante o encontro, foram abordados o panorama epidemiológico da dengue no Paraná e as medidas em andamento, além da importância de ações integradas na luta contra a doença.

“Embora os números epidemiológicos sejam altos, estamos notando o início de uma tendência de queda no registro de casos e notificações. Isso se dá, entre outros fatores, pela chegada de temperaturas mais frias, que dificultam a reprodução do mosquito. No entanto, essa tendência não dá margem para nos descuidamos. Pelo contrário, é preciso incentivar a conscientização, principalmente em relação à remoção de criadouros para que possamos acelerar ainda mais esse processo de superação da doença”, destacou o secretário.

O Ministério da Saúde divulgou nesta terça um relatório que aponta que 24 estados e o Distrito Federal registram queda na incidência da doença e apenas dois seguem em cenário de estabilidade (Maranhão e Mato Grosso). Até o momento, o País possui 4,7 milhões de casos prováveis da doença e os óbitos totalizam 2,5 mil. Os dados são referentes à Semana Epidemiológica 19.

Confira o informe semanal AQUI. Mais informações sobre a dengue estão neste LINK.

As informações são da Agência Estadual de Notícias.