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Covid-19: Brasil teve uma morte por dia entre crianças de 6 meses a 5 anos em 2022

Entre 1° de janeiro e 11 de outubro de 2022, o Brasil registrou uma morte por dia entre crianças de 6 meses a 5 anos diagnosticadas com Covid-19. No total, foram 314 óbitos nessa faixa etária no período. Os dados analisados pela equipe do Observa Infância (Fiocruz/Unifase) são os mais recentes do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e compreendem óbitos em que a Covid-19 foi a causa básica e aqueles em que a doença foi registrada como uma das causas associadas.

Em 13 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial da vacina Coronavac em crianças de 3 e 4 anos. Dois meses depois, em 16 de setembro, a Pfizer pediátrica foi aprovada pela agência para uso emergencial em bebês e crianças de 6 meses a 4 anos.

No entanto, a imunização de crianças contra a Covid-19 avança em ritmo lento no Brasil. Segundo dados do Vacinômetro Covid-19 (Ministério da Saúde) analisados pelo Observa Infância em 28 de novembro, apenas 7 de cada 100 crianças de 3 e 4 anos receberam as duas doses da vacina. Do total de 5,9 milhões de crianças nessa faixa etária, somente 1.083.958 tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19, enquanto 403.858 completaram a imunização com a segunda dose.

“Com vacinas disponíveis, podemos considerar a Covid-19 uma doença imunoprevenível. Isso significa que essas mortes podem ser evitadas com uma política pública de vacinação em massa”, afirma a coordenadora do Observa Infância, Patricia Boccolini.

Observa Infância

O Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) é uma iniciativa de divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos. O objetivo é ampliar o acesso à informação qualificada e facilitar a compreensão sobre dados obtidos junto a sistemas de informação nacionais.

As evidências científicas trabalhadas são resultado de investigações desenvolvidas pelos pesquisadores Patricia e Cristiano Boccolini no âmbito do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates.

As informações são da Agência Fiocruz de Notícias.

Assembleia Legislativa aprova projetos para a terceirização de sete hospitais estaduais do Paraná

Deputados estaduais aprovaram nesta quarta-feira (14) em primeiro turno a terceirização da gestão de três hospitais estaduais e 4 hospitais estaduais universitários. São eles, o Hospital Regional de Ivaiporã, o de Telêmaco Borba e o Hospital Regional do Centro-Oeste, em Guarapuava e os hospitais universitários de Londrina, Maringá, Cascavel e o Hospital Regional Universitário dos Campos Gerais, em Ponta Grossa.

Os hospitais regionais, pela proposta, passariam por regime de concessão por licitação, pelo período de vinte anos, que pode ser prorrogado por igual período. Segundo o governo, a ideia é otimizar o custo e a efetividade do serviço.

Já em relação aos Hospitais Universitários, a justificativa é que a medida pretende garantir a unicidade e a isonomia da gestão dos HUs. Segundo o governo, os hospitais universitários passaram a ter um peso cada vez maior na estratégia estadual de saúde, com a ampliação dos mecanismos de controle e avaliação dos serviços pela Secretaria estadual.

As terceirizações fazem parte de um pacote de 30 projetos enviados ao legislativo em 9 dias, entre 21 e 30 de novembro. No dia primeiro deste mês, o Simepar enviou à casa legislativa um pedido para que a terceirização da gestão dos hospitais regionais não fosse aprovada. A entidade posicionou que a constituição permite que instituições particulares atuem em caráter complementar, não cabendo a concessão do serviço de saúde à iniciativa privada.

O Sindicato também considerou que as despesas seriam maiores para o estado com a gestão terceirizada e que os recursos não passariam pelos controles estatais, abrindo margem para desvios. A mensagem cita um caso semelhante investigado pelo Tribunal de Contas em Curitiba. Em relação aos hospitais universitários, a posição da entidade também é contrária, formalizada no dia 8 deste mês.

O Simepar considera que “Essa medida é temerária em diversos aspectos, pondo em risco a qualidade de ensino das Universidades que formam profissionais da Saúde; também prejudicando a qualidade do atendimento à população; sem falar nos riscos aos direitos trabalhistas e nas condições de trabalho dos profissionais que seriam terceirizados através dos “contratos de gestão””.  A votação destas e outras propostas do pacote de medidas vai até sexta-feira (23) em sessões online.

Matéria do Portal da Rádio BandNews FM.

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Saúde alerta para importância da vacinação durante a gestação

Dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) revelam que, em 2022, a cobertura vacinal para a tríplice bacteriana, imunizante que protege contra coqueluche, difteria e tétano, é de apenas 44% no Paraná – ela faz parte do calendário obrigatório de vacinação para grávidas e a meta de cobertura vacinal é de 95%.

O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, destaca que toda vacina possui sua importância. No caso dos imunizantes para gestação, elas protegem não somente a mãe como também o bebê em formação.

“Esses números são preocupantes, uma vez que estão muito distantes da meta, estipulada em 95%. Por isso, fazemos um apelo, com muita preocupação, para que as gestantes possam comparecer ao posto de vacinação mais próximo e solicitar o imunizante. Vacinas são seguras e salvam vidas”, alerta o secretário.

O imunizante, também conhecido como dTpa ou vacina tríplice bacteriana acelular do tipo adulto, é ofertado a partir da 20ª semana (5º mês) de gravidez, protegendo não apenas a mãe, como fornecendo imunização passiva contra coqueluche ao bebê que ainda está no útero, assim como ao recém-nascido. A vacina deve ser administrada uma vez a cada nova gestação.

Além de outras especificidades, é comum observar uma relativa diminuição na imunidade durante o período gestacional. Essas alterações tendem a se manter ao longo da gestação, com retorno gradual à normalidade imunológica após o parto.

“Embora a vacina esteja disponível também para trabalhadores de saúde, ela recebe uma atenção especial para o caso da população gestante, sobretudo pela relação entre a mãe e o bebê. Nesse período, a imunidade da criança encontra-se em uma condição primária, ainda em formação, daí a necessidade ainda mais evidente da proteção”, explica a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Acácia Nasr.

DOENÇAS – Geralmente, a transmissão da difteria e coqueluche ocorre por meio de gotículas de secreção respiratória que podem decorrer por meio de tosses, espirros ou até mesmo durante uma conversa.

Já o tétano neonatal acontece por meio de contaminação do coto umbilical com esporos da bactéria, podendo estar presente em instrumentos que não receberam esterilização adequada. Em todos os casos, a Sesa reforça a importância da imunização como principal ferramenta de prevenção, podendo impedir agravamento das doenças e até mesmo o óbito.

Além da tríplice viral, outras vacinas de rotina para as gestantes são a Hepatite B concomitante e a Difteria e Tétano (dT).

As informações são da Agência Estadual de Notícias.

Pesquisa indica queda da confiança na ciência e nas vacinas no Brasil

A maioria dos brasileiros e brasileiras confia na ciência, embora, em tempos de pandemia, a confiança tenha diminuído. Eles e elas têm percepções e atitudes positivas sobre vacinação de modo geral e, em particular, em torno dos imunizantes contra a Covid-19, que consideram seguros, eficazes e importantes para proteger a saúde pública e acabar com a pandemia.

Esses são alguns dos resultados do estudo Confiança na ciência no Brasil em tempos de pandemia, conduzido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e da Tecnologia (INCT-CPCT), com sede na Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), divulgado nesta segunda-feira (12/12).

Os cientistas, especialmente aqueles de universidades e instituições públicas, também têm imagem positiva, sendo percebidos como honestos e responsáveis por um trabalho que beneficia a população, aponta a pesquisa, que teve apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Realizado por meio de entrevistas domiciliares, pessoais e individuais, usando a técnica de survey, o estudo aponta ainda que a maioria dos brasileiros acredita que as mudanças climáticas estão acontecendo e têm como causa a ação humana.

Por outro lado, acredita-se que os cientistas permitiram que ideologias políticas influenciassem suas pesquisas sobre o coronavírus durante a pandemia. Mesmo assim, os brasileiros parecem não ter dúvidas sobre os benefícios associados ao desenvolvimento científico. Apenas uma minoria (3,5%) afirma que a ciência não traz “nenhum benefício” para a humanidade. No total, foram entrevistadas 2.069 pessoas com 16 anos ou mais, entre agosto e outubro deste ano. A margem de erro da pesquisa é de 2,2%, em um intervalo de confiança de 95%.

A survey foi coordenada pelos pesquisadores Luisa Massarani, da COC/Fiocruz, Vanessa Fagundes, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Carmelo Polino, da Universidade de Oviedo (Espanha), Ildeu Moreira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Yurij Castelfranchi, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Eles observam que a atitude das pessoas sobre a ciência, as vacinas e as mudanças climáticas, não depende apenas do conhecimento que possuem, mas também de valores, posicionamentos morais e visões políticas.

“Isso indica um cenário de desafios para gestores, cientistas, educadores e profissionais de comunicação, que precisam desenhar estratégias de comunicação pública da ciência que levem em consideração as especificidades de local, perfil de público e contexto”, alertam os pesquisadores no resumo executivo do estudo Confiança na ciência no Brasil em tempos de pandemia, indicando caminhos para o enfrentamento da questão.

Na avaliação deles, a percepção majoritariamente positiva do público sobre a ciência e os cientistas, bem como a falta de evidências da existência de um movimento organizado de “negacionistas da ciência” no país, são achados importantes para orientar estratégias mais efetivas de combate à desinformação, direcionadas a grupos específicos de pessoas, que reagem de forma diferente aos diversos tipos de comunicação. De forma semelhante, ressaltam, “o interesse pelo tema e a expectativa de benefícios para a população a partir da ciência, como qualidade de vida, oportunidades de emprego, equidade social, podem facilitar processos de aprendizado e apropriação social do conhecimento.”

Principais resultados

A maioria dos entrevistados (68,9%) declarou confiar ou confiar muito na ciência. A confiança não é considerada baixa, mas é menor do que indicam pesquisas recentes, como o Índice do Estado da Ciência, feito pela empresa 3M (EUA) em 2022, que apontou um índice de 90% na afirmação “eu confio na ciência”. Segundo os pesquisadores, a confiança “parece ter sido afetada negativamente por campanhas organizadas de desinformação, que cresceram em quantidade e impacto durante a pandemia de covid-19”. Apesar disso, eles recomendam cautela com comparações desse tipo, que podem não ser precisas “devido a diferenças na formulação das perguntas ou na apuração dos resultados”.

A pesquisa mostrou ainda que os cientistas estão entre as fontes de informação que mais inspiram confiança nos brasileiros e brasileiras. Dentre uma lista de profissionais previamente fornecida, as escolhas mais frequentes de fontes confiáveis de informação foram médicos (60,1%), cientistas (47,3%, dos quais 30,6% cientistas de universidades ou institutos públicos de pesquisa e 16,7% cientistas que trabalham em empresas) e jornalistas (36,4%). Artistas e políticos são aqueles citados com menor frequência, com 1,5% cada.

A survey quis saber também sobre nomes de cientistas e instituições de ciência brasileiros mais lembrados. Dos entrevistados, 8% disseram conhecer o nome de um cientista brasileiro, estando os médicos Oswaldo Cruz e Carlos Chagas entre os mais citados. Cientistas que se destacaram durante o período da pandemia por suas atividades de comunicação e divulgação da ciência, como as médicas Jaqueline Goes, da Universidade de São Paulo (USP), e Margareth Dalcolmo, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), também foram lembrados pelos entrevistados.

Mais de 25% dos entrevistados disseram se lembrar de alguma instituição que se dedique a fazer pesquisa científica no Brasil. Dentre as instituições mais citadas estão o Instituto Butantan, a Fiocruz e a USP.

Vacinas

Outro aspecto importante da pesquisa trata da percepção sobre as vacinas. Ela mostrou atitudes positivas tanto sobre vacinação em geral quanto sobre às vacinas contra a Covid-19. As vacinas são consideradas importantes para proteger a saúde pública para 86,7% dos entrevistados, além de ser percebidas como seguras (75,7%) e necessárias (69,6%). Por outro lado, a maior parte (46,4%) concorda que elas produzem efeitos colaterais que são um risco e há desconfiança em relação às empresas farmacêuticas que, para 40% dos que responderam à pesquisa, esconderiam os perigos das vacinas.

Especificamente sobre as vacinas contra a Covid-19, a maior parte dos entrevistados reconhece sua ajuda para acabar com a pandemia e para proteger das formas severas da doença, além de considerá-las eficazes e seguras. Para 46,7% dos entrevistados, o governo federal forneceu informações falsas sobre a vacina contra a Covid-19.

Contudo, cerca de 13% dos entrevistados declaram não pretender tomar doses de reforço da vacina contra a Covid-19 e quase 8% dos que têm filhos ou menores sob sua responsabilidade declaram não ter a intenção de vaciná-los. O perfil desta minoria foi traçado: os autores do estudo descobriram que, “além do acesso ao conhecimento, eles são profundamente diferentes por sexo e por valores”. Segundo os pesquisadores, a chance de recusar vacina aos filhos é muito maior entre os homens e cresce entre as pessoas que declaram que “o crescimento econômico e a criação de empregos devem ser prioridades máximas, mesmo quando a saúde da população sofra de algum modo”.

As perguntas feitas na survey permitiram construir um índice de percepção de risco das vacinas, cujos valores elevados indicam uma exagerada percepção dos riscos. A pesquisa revelou que a hesitação vacinal está em parte associada à escolaridade, à familiaridade com conceitos científicos e ao conhecimento de instituições científicas, sendo fortemente influenciada pelo grau de engajamento dos entrevistados na sociedade civil e na política, pelos posicionamentos econômicos e pelos valores.

A pesquisa indicou que “pessoas que declaram que os avanços econômicos devem ter prioridade sobre políticas de combate à desigualdade, ou que o mercado deve ter prioridade sobre a saúde, têm maiores chances de considerar elevado o risco das vacinas”. Aquelas que “participam menos da política, ou que expressam valores de tipo sexista (os homens são melhores que as mulheres na política, ou na ciência, ou devem ter prioridade nos empregos) são também os que têm maiores chances de expressar cautela ou medo sobre vacinação ou segurança das vacinas, mesmo controlando pelo efeito da renda e da escolaridade”, aponta o estudo do INCT-CPCT.

Mudança climática

A população brasileira concorda, em sua maioria, que as mudanças climáticas estão acontecendo (91%). Para menos de 6% elas não existem. Porém, segundo a pesquisa, há diferenças significativas entre aqueles que negam sua existência. Modelos de regressão mostram que a chance de um entrevistado declarar que não há mudança climática aumenta muito entre pessoas que também dizem não confiar na ciência ou cuja confiança na ciência diminuiu durante a pandemia.

A chance de negar a ocorrência de mudanças climáticas aumenta também entre pessoas com baixo grau de familiaridade com noções de ciência e, entre os brasileiros mais ricos que, em geral, possuem maior escolaridade e acesso à informação. De acordo com os pesquisadores que conduziram o estudo, “isso se deve ao fato de que, para além do conhecimento, aceitar as evidências científicas sobre o clima está associado a valores. A chance de ‘negacionismo climático’ aumenta, por exemplo, entre aqueles que declaram que o crescimento econômico deve ser priorizado em relação à saúde, assim como entre as pessoas que tendem a discordar de afirmações de paridade de gênero”, constatam.

Entre aqueles que acreditam que as mudanças climáticas estão acontecendo, 85,8% dizem que a causa é a ação humana, enquanto 12,4% acreditam que elas são provocadas por mudanças naturais do meio ambiente. O estudo constatou ainda que “é mais forte a sensação de consenso na comunidade científica sobre a causa das mudanças climáticas do que de divergências: 68% dos entrevistados afirmam que a maior parte dos cientistas concorda sobre a relação causal com a ação humana”. Já a opinião sobre os esforços nacionais para preservação do meio ambiente se divide: 30,6% concordam que o Brasil é um dos países que melhor preserva o meio ambiente e 42,8% discordam da afirmação.

De acordo com a survey, os brasileiros e brasileiras também acreditam que as mudanças climáticas estão prejudicando a qualidade de vida no Brasil (78,3%), que elas podem prejudicar a si e a suas famílias (81%) e, também, as próximas gerações (82,8%).

Mais detalhes estão disponíveis no sumário executivo da survey.

As informações são da Agência Fiocruz de Notícias.

Paraná inaugura Centro de Saúde Pública de Precisão

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) inauguraram nesta segunda-feira (12) o Centro de Saúde Pública de Precisão. A unidade fará estudos genéticos que possam trazer respostas mais precisas no diagnóstico e tratamento de doenças, focando na necessidade de cada indivíduo. As três instituições irão trabalhar em conjunto no centro, instalado no Parque Tecnológico da Saúde, em Curitiba. O investimento totaliza R$ 12,4 milhões.

O Tecpar, a Fiocruz e o IBMP iniciaram as tratativas para a implantação do Centro de Saúde Pública de Precisão, visando o fornecimento de novas soluções ao Sistema Único de Saúde (SUS). Com a implantação do centro, especialistas das três instituições farão estudos da população com doenças raras e câncer, por meio de sequenciamento genético de nova geração e pesquisa genômica.

Para isso será utilizada a tecnologia de sequenciamento de DNA do tipo Next Generation Sequencing (NGS), além de outros testes moleculares adicionais que possam contribuir para o diagnóstico de precisão em saúde ofertado à população.

Na prática, amostras de material genético de pacientes com doenças raras e câncer atendidos nos centros de saúde de referência do Paraná serão sequenciadas e analisadas para que possam ser identificadas alterações genéticas que estejam associadas aos sintomas, com objetivo de fazer o diagnóstico molecular dos pacientes.

O diagnóstico preciso das doenças raras e dos cânceres pode impactar na abordagem clínica, bem-estar do paciente, prevenção de complicações com medidas antecipatórias, prognóstico e aconselhamento genético de indivíduos e suas famílias. Com o resultado, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) poderá planejar ações de saúde pública, otimizando custos, e prever a aquisição de medicamentos específicos para as doenças levantadas.

O diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, ressaltou que a inauguração do centro marca a oferta de diferentes soluções na área de saúde pública no Paraná. “Com o apoio do Governo do Estado, mais uma vez estas instituições, que são referência em saúde pública brasileira, se unem para apresentar novas soluções para o país”, disse. “Ao fortalecer essas iniciativas no Parque Tecnológico da Saúde, atendemos a uma orientação do Governo do Paraná, de fazer do Paraná um Estado de vanguarda na área de biotecnologia e em tecnologias para saúde humana”.

SAÚDE DE PRECISÃO – O Centro de Saúde Pública de Precisão está instalado no prédio da Incubadora Tecnológica do Tecpar (Intec), como mais uma ação de inovação e de formação de parcerias do instituto, desta vez na área da saúde.

O vice-governador Darci Piana parabenizou as instituições envolvidas no projeto, e ressaltou que os maiores beneficiados serão as pessoas que moram no Estado e que dependem da saúde pública para sobreviver.

“Quando se juntam instituições desta qualidade não há outro resultado que não seja o sucesso”, afirmou Piana. “Elas uniram ciência, tecnologia e boa vontade para fazer esse projeto se tornar possível. É a continuidade de um grande esforço conjunto do Governo do Paraná em parceira com a Fiocruz e o IBMP que se iniciou ainda na pandemia. Este avanço do Tecpar junto com seus parceiros e demais iniciativas trouxeram o sucesso da saúde no Paraná, que é conhecido e respeitado em todo o Brasil”.

O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, reforçou que a inauguração do espaço foi um passo importante para o Estado. “Com o lançamento do Centro vamos ter novos exames de biologia molecular, sequenciamento genômico específico para doenças raras e para outros tipos de câncer. É o Paraná sendo realmente um Estado importante nesse movimento da saúde com tecnologia”, afirmou.

O diretor do Instituto Carlos Chagas (ICC Fiocruz Paraná), Stênio Perdigão Fragoso, agradeceu o apoio do Governo do Estado e destacou a importância da iniciativa, que posiciona o Paraná na vanguarda da saúde.

“O IBMP, a Fiocruz e o Tecpar uniram forças que resultaram neste momento que entregamos à população a instalação deste Centro, dedicado ao diagnóstico de doenças raras e cânceres para atender ao SUS, e, portanto, acessível a todos os usuários. É a primeira iniciativa de diagnóstico genômico com uso de sequenciadores de alto desempenho voltada inteiramente para o SUS”, disse.

O diretor-presidente do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), Pedro Ribeiro Barbosa, disse que o Centro de Saúde Pública de Precisão expressa o resultado de um processo contínuo para entregar o que há de melhor para saúde pública.

“Está estruturado com o que há de mais avançado em equipamentos. Do ponto de vista de tecnologia de ponta entregue à sociedade através do Sistema Único de Saúde, nós temos aqui o há de melhor em qualquer lugar do mundo. Isso é uma conquista da sociedade”, afirmou Barbosa.

As informações são da Agência Estadual de Notícias.

Estratégia molecular inédita permite monitorar meningite mais rapidamente

A meningite meningocócica é uma doença endêmica, aguda, grave e de rápida evolução. Nesse sentido, a biomédica Debora Santos estabeleceu uma estratégia alternativa inédita, simples, mais ágil e barata para monitorar a Neisseria meningitidis, bactéria causadora da enfermidade. “A identificação da N. meningitidis, a mais precisa possível, é fundamental para definir as estratégias para seu enfrentamento, como pensar questões de vacinação ou antecipar medidas sanitárias a serem adotadas para impedir que a infecção se prolifere”, explica a pesquisadora, que trabalha no Instituto de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).

Reconhecer com precisão a N. meningitidis não é tarefa simples. Até o momento, sabe-se que a bactéria se subdivide em 12 variantes, conhecidas como sorogrupos. Estes são classificados por letras. Por exemplo, B e C classificam os sorogrupos das cepas mais conhecidas e frequentes no Brasil – há outros, como o W, menos conhecido, porém terceiro em importância e mais presente no Sul do país.

Cada sorogrupo exige uma vacina específica, de modo que alguém que tenha sido imunizado contra a meningite do sorogrupo C não estará protegido contra a do B. Ademais, cada sorogrupo também pode conter complexos clonais, dessa vez identificados por números. Ou seja, uma N. meningitidis do sorogrupo C, complexo clonal 11 (isto é, cc11) guarda, por exemplo, algumas diferenças em relação à outra, do mesmo sorogrupo, mas do complexo clonal 103 (cc103).

Santos explica que monitorar a “disseminação dos clones já existentes, assim como recombinações genéticas que possam resultar em novas linhagens de N. meningitidis, é fundamental para subsidiar ações específicas de vigilância em saúde para a prevenção e contenção de surtos”.

Até aqui, os complexos clonais são identificados por um método molecular chamado Multilocus Sequence Typing (MLST). Por meio dele, são sequenciados sete genes do DNA da bactéria, o que permite a tipificação da cepa e de seu respectivo complexo clonal. Contudo, o equipamento e os reagentes necessários para a realização do MLST são custosos para a negligenciada realidade da saúde brasileira.

Diante disso, Santos pensou em uma alternativa: padronizar um outro método, chamado qPCR-HRM, para realizar a triagem dos principais complexos clonais que circulam em nosso país. A maior vantagem dessa nova alternativa está nos custos, já que exige reagentes e equipamento mais baratos, em comparação aos necessários para o MLST. Adicione-se, a maioria dos Estados brasileiros já possui máquinas que possibilitam o qPCR-HRM.

E como ele funciona? Antes da análise, Santos determina – como padrões genéticos – os complexos clonais que quer identificar. Por exemplo, pode-se tomar por padrões os cc32 e cc41 do sorogrupo B e os cc11 e cc103 do sorogrupo C, muito comuns no Brasil. Com isso em mãos, realiza-se o qPCR-HRM e faz-se a comparação dos resultados com os padrões. Se o resultado encontrado for compatível, consegue-se identificar o complexo clonal da cepa testada; do contrário, deve-se estar diante de um complexo clonal diferente; e outras análises deverão ser feitas, dessa vez com o método MLST. “Além de mais simples e barato, o qPCR-HRM é também mais rápido que o MLST, o que é essencial quando ocorre algum surto de meningite”, afirma a pesquisadora. Diga-se mais, o qPCR-HRM é adaptável. Ou seja, para a realidade de outros países, basta mudar os padrões dos clones que se deseja investigar. Além disso, a metodologia também pode ser ajustada para identificar outros microrganismos e com isso auxiliar em ações de vigilância em saúde de outras doenças infecciosas.

O trabalho de Santos é fruto de seu doutorado, intitulado Estratégia genômica para controle epidemiológico de ‘Neisseria meningitidis’ por meio de tipificação genética baseada no perfil de dissociação de DNA de alta resolução e sequenciamento genômico: implicações nas ações de vigilância em saúde de doenças infecciosas.

O tema do estudo foi sugerido pelo curador da Coleção de Bactérias do INCQS/Fiocruz, o biólogo Ivano de Filippis, que acabou por se tornar orientador de Santos. A pesquisa foi defendida com sucesso no programa de pós-graduação do INCQS em 2022 e já rendeu duas publicações em revistas científicas internacionais.

As informações são da Agência Fiocruz de Notícias.

Paraná teve 111 mortes por Covid-19 nos dez primeiros dias de dezembro

Matéria do Portal da Rádio CBN.

O Paraná registrou 111 óbitos por Covid-19 nos dez primeiros dias de dezembro, segundo números divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde do Paraná (SESA). O índice é 825% maior que o registrado no mesmo período em novembro, quando 12 pessoas morreram por conta da doença no estado.

Em 1º de dezembro, o Paraná tinha 45.268 óbitos de pessoas diagnosticadas com a doença. No balanço mais recente, divulgado neste domingo (11), o número era de 45.324 mortes pela Covid-19. O índice de contaminados pelo coronavírus também aumentou no comparativo dos dez primeiros dias de dezembro e novembro.

Segundo a SESA, o Paraná teve 24.610 casos de Covid-19 nos dez primeiros dias de dezembro. O índice é 982% maior que o indicado no mesmo período em novembro, quando 2.274 diagnósticos da doença foram contabilizados.

Em 1º de dezembro, o estado tinha 2.769.242 pessoas diagnosticadas com a doença. No balanço mais recente divulgado neste domingo (11), o número era de 2.793.852 contaminados. Em apenas um dia, 856 pessoas testaram positivo para a Covid-19, segundo a secretaria.

Diante da alta de casos da doença no estado, o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, afirmou que a vacinação é a principal ferramenta para se vencer a pandemia. A declaração foi dada durante o 2º Seminário Estadual de Imunização, promovido pela SESA nesta semana.

“Hoje não vemos os quadros pulmonares extensos como havia antes da vacina. Justamente por isso ela tem um papel importantíssimo neste momento. As pandemias acabam quando o vírus é confrontado com uma população imunizada e protegidas”, disse.

Simepar repudia a possibilidade de calote nas bolsas de residência médica

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) avalia com preocupação a informação de que o Ministério da Educação não dispõe de recursos para realizar o pagamento mensal das bolsas das/os 14 mil médicas/os residentes do Brasil.

Os programas de residência médica são imprescindíveis para a formação de médicos/as especialistas. Os/as residentes cumprem longas jornadas de 60 horas semanais, dificultando qualquer outra atividade que complemente a sua renda.

Infelizmente, esse não é um episódio isolado; é sintomático que áreas fundamentais como a Saúde Pública e a Educação não vêm sendo priorizadas e não têm recebido os investimentos necessários para alavancar o desenvolvimento e garantir a plenitude da vida da população brasileira.

As duas áreas foram as mais atingidas nos cortes anunciados pelo Governo Federal no final de novembro. O orçamento do Ministério da Educação perdeu R$ 1,435 bilhão, e o da Saúde, R$ 1,396 bilhão.

O Simepar solidariza-se com os/as médicos/as residentes do Paraná e de todo o Brasil e reivindica que o Governo Federal garanta os recursos necessários para quitar essa obrigação. Da mesma forma, o Sindicato reivindica que as bolsas de estudo para assistência estudantil, para os pós-graduandos e para os pesquisadores sejam quitadas imediatamente. Caso isso não ocorra, que o Poder Judiciário intervenha para que os/as residentes e demais bolsistas não sofram esse calote.

Assembleia Legislativa fará audiência pública sobre projeto de terceirização dos Hospitais Universitários

A Assembleia Legislativa do Estado do Paraná realizará na próxima segunda-feira (12) uma audiência pública sobre o projeto de lei 522/2022, que interfere na autonomia universitária e permite a terceirização da gestão dos hospitais universitários estaduais.

A audiência é uma iniciativa do deputado estadual Tadeu Veneri (PT) e será uma rara oportunidade de tornar público o debate que, segundo o deputado “vem sendo sufocado pelo governador Ratinho Junior (PSD) que, sustentado por sua maioria de deputados em plenário na Assembleia Legislativa, tenta impedir que a proposta seja conhecida pela maioria da população e contestado pelos setores que atuam na área de saúde, ensino e pesquisa”.

O projeto está tramitando em regime de urgência. Mas um pedido de vistas ao voto em separado contrário ao projeto apresentado nesta quarta-feira, 8, adiou a votação da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para a próxima segunda-feira, dia 12.

Segundo a assessoria do deputado: “a proposta da audiência é justamente permitir que a comunidade universitária e os demais setores envolvidos na prestação dos serviços de saúde à comunidade e nas atividades de ensino e pesquisa possam apontar os prejuízos decorrentes da proposta”.

A audiência terá a participação de representantes dos reitores, das direções dos hospitais, dos conselhos de saúde, do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado. O Simepar também participará da audiência.

O Estado tem quatro HUs: Hospital Universitário de Londrina, Hospital Universitário de Maringá, Hospital Universitário do Oeste do Paraná, em Cascavel e Hospital Regional Universitário dos Campos Gerais, em Ponta Grossa.

Data: 12 de dezembro, às 9 horas.

Local: Sala das Comissões, na Assembleia Legislativa, Centro Cívico, Curitiba.

Transmissão pela TV Assembleia e Redes do mandato Tadeu Veneri.

Com informações do mandato do Deputado Tadeu Veneri.

Simepar é contra a terceirização dos Hospitais Universitários do Paraná

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) encaminhou ofício à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná manifestando-se contrário ao Projeto de Lei 522/2022 de autoria do Governo do Estado que interfere na autonomia das Universidades Estaduais do Paraná e autoriza a terceirização dos Hospitais Universitários.

O Projeto que tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa autoriza a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e as Universidades estaduais “a contar com o apoio da administração fundacional, qualificadas ou não como Organizações Sociais, vinculadas ou não SESA, na gestão dos Hospitais Universitários Estaduais” (Art. 2°).

Com a aprovação do projeto, a gestão dos HUs seria repassada a entidades estranhas às universidades, com a celebração de “contratos de gestão ou outros instrumentos jurídicos de parceria” (Art. 2°). Essa medida é temerária em diversos aspectos, pondo em risco a qualidade de ensino das Universidades que formam profissionais da Saúde; também prejudicando a qualidade do atendimento à população; sem falar nos riscos aos direitos trabalhistas e nas condições de trabalho dos profissionais que seriam terceirizados através dos “contratos de gestão”.

O Simepar vem combatendo a terceirização na Saúde Pública há décadas, desde que esse fenômeno começou a se proliferar, principalmente nas administrações municipais. Na experiência do Sindicato, é muito comum que processos de terceirização de médicas e médicos, entre outros profissionais da Saúde, resultem em sonegação de direitos trabalhistas. Em diversos episódios, os trabalhadores ficaram sem receber salários e verbas rescisórias.

Um artifício comum utilizado por entidades terceirizadoras da mão de obra de médicos e médicas é exigir que os trabalhadores se tornem sócios das entidades, impedindo-os de reivindicar seus direitos e forçando-os a responder solidariamente por eventuais irregularidades fiscais ou até criminais.

Vale lembrar que o PL 522/2022 é similar a outra proposta do Governo do Estado expressa no Projeto de Lei 507/2022, que também tramita na Assembleia Legislativa, e visa permitir a terceirização dos Hospitais Regionais do Estado das cidades de Telêmaco Borba, Ivaiporã e Guarapuava.

Ambos os projetos tramitam em regime de urgência na ALEP, nesse período posterior às eleições e durante a copa do mundo de futebol o que demonstra a intenção do Governo em aprovar essa ampla privatização da Saúde sem que o tema seja razoavelmente debatido pela sociedade paranaense.

Por tudo isso, o Simepar se une a entidades como o Sindicato dos Médicos do Norte do Paraná (SINDMED), o Conselho Universitário da Universidade Estadual de Londrina e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), entre outras, que já se manifestaram contrárias a essa proposta.

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná vêm combatendo a terceirização da Saúde Pública desde que esse fenômeno se proliferou por diversos municípios do Paraná. Durante décadas foi possível observar em diversas ocasiões que o artifício da terceirização parece fácil e vantajoso numa primeira análise, mas costuma resultar em sérios prejuízos aos trabalhadores, aos cofres públicos e à saúde pública.

Feito esse alerta, cabe pedir que os/as eleitores/as pressionem os/as deputados/as e que estes/as rejeitem ambas as propostas de privatização, pelo bem do Paraná.

Confira aqui o Ofício do Simepar enviado aos Deputados Estaduais. 

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