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Paraná é referência nacional em transplantes de órgãos com rede solidária que salva vidas

No início do mês de novembro, a equipe do médico Gustavo Klug Pimentel, que coordena o serviço de transplante cardíaco do Hospital do Rocio, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, cumpriu uma missão: buscar um coração no Interior do Paraná para um paciente do hospital. E para que tudo transcorresse bem era preciso que o intervalo entre a retirada do órgão e o transplante não fosse maior do que quatro horas. Quando esse tempo é ultrapassado, o músculo cardíaco não consegue mais bater em outro corpo.

Como já virou rotina, o transplante deu certo. Uma aeronave do Governo do Estado partiu rumo a um hospital de uma cidade distante da Capital com a equipe médica para fazer a cirurgia de retirada do órgão. Pouco tempo depois, já de volta a Curitiba, o coração seguiu com o helicóptero do Governo até o Hospital do Rocio e antes da janela de quatro horas o paciente que precisava de um novo coração era operado por Pimentel. A cirurgia foi realizada com sucesso.

Este caso ilustra bem um dos setores em que o Paraná se tornou referência nacional: o transplante de órgãos. O Estado é líder nacional em doação por milhão de habitantes. Essa política pública bem-sucedida abre a série de reportagens “Paraná, o Brasil que dá certo”, que trará exemplos de como a administração pública e suas parcerias com a sociedade e a iniciativa privada conseguem transformar vidas. Ou, nesse caso, praticamente gerar novas vidas.

De acordo com o último relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), entidade nacional que faz o levantamento desses números, de janeiro a junho deste ano o Paraná registrou 39,7 doações de órgãos por milhão de população, um aumento de 10% em relação ao índice registrado no final de 2021 (35,8). O Paraná é seguido pelos estados de Santa Catarina (37,9 pmp) e Ceará (24,9 pmp). A média nacional é de 15,4 pmp.

O Paraná também é líder no transplante de rim por milhão de população, com indicador de 36,6 pmp, e fica com a vice-liderança no transplante de fígado (26 pmp). Nesses dois casos as médias nacionais são de 22,3 pmp e 9,4 pmp, respectivamente. O Estado ainda apareceu entre as seis unidades da Federação que mais fizeram transplantes de pâncreas (0,7 pmp), pulmão (0,2 pmp), medula óssea (29,1 pmp) e córnea (70,2 pmp).

Segundo a ABTO, o Paraná tem outro componente de destaque: o menor índice de recusas de famílias. Apenas 27% das famílias entrevistadas regularmente pelas equipes paranaenses optam por não fazer a doação. No País, a média de recusa após entrevista é de 44%.

Juliana Ribeiro Giugni, coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, explica que os números expressivos são reflexo de uma equipe dedicada, constante capacitação dos profissionais que atuam no processo e da rede de atendimento de profissionais e equipamentos do Estado, mas também da consciência dos paranaenses. “O esclarecimento das etapas e o acolhimento e apoio às famílias que perdem seus entes queridos são essenciais para que a doação seja efetivada e beneficie aqueles que aguardam na fila por um transplante”, explica.

As doações ocorrem somente após o diagnóstico da morte encefálica e precisam ser autorizadas pela família do doador. “No Paraná buscamos acompanhar todas as famílias desde o momento da abertura do protocolo de diagnóstico de morte encefálica, esclarecendo todas as dúvidas sobre o processo. Apenas após a identificação de potencial doador é que estas famílias passam por uma conversa com as equipes de saúde para esclarecer as dúvidas. Este acompanhamento humanizado é reflexo direto da capacitação dos profissionais que atuam no processo”, afirma.

Atualmente, o Sistema Estadual de Transplantes conta com nove veículos, sendo cinco em Curitiba e um veículo em cada Organização de Procura de Órgãos (OPO): Cascavel, Curitiba, Londrina e Maringá. Soma-se a isso uma equipe de motoristas em Curitiba e o apoio da rede de transporte das Regionais de Saúde no Interior do Estado, além das aeronaves à disposição que garantem a agilidade necessária no transporte – além do coração, quatro horas, para um transplante de fígado são necessários 12 horas, por exemplo.

“A frota das aeronaves do Governo do Estado tem a missão de auxiliar todo o Sistema Estadual de Transplantes no transporte dos órgãos e das equipes médicas. O serviço aeromédico do Estado e o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) auxiliam essa logística, que precisa ser rápida e eficiente”, completa Juliana.

Segundo o secretário de Saúde, Beto Preto, o Paraná tem um histórico de solidariedade que não foi abalado nem com a pandemia. “Mesmo com a crise da Covid-19 afastando as pessoas de procedimentos hospitalares, o Paraná manteve índices representativos de doações e transplantes de órgãos, reforçando o compromisso dos paranaenses com o próximo”, afirma.

NOVAS VIDAS – Pacientes que passaram por transplantes no Paraná ficaram surpresos com a rapidez do processo e a qualidade dos serviços prestados. O profissional de logística Elson Valmir Kunze ficou 42 dias na fila de transplantes para receber um coração. Com uma doença cardíaca crônica diagnosticada em 1999, ele vinha travando sucessivas batalhas pela vida, até a decisão final de que precisava de um novo órgão.

“Entrava e saía da lista de transplante, conforme meu quadro melhorava. Mas no início de 2022 não teve mais jeito: o quadro se agravou de tal forma que voltei para a fila e ainda como prioritário”, disse. Enquanto esperava ser contemplado, resolveu contar sua história pelas redes sociais e criou um canal no YouTube no qual conta sua experiência e incentiva outros internautas a prestarem atenção no processo de doação de órgãos. O canal já conta com 602 inscritos. O seu procedimento ocorreu na Santa Casa de Curitiba.

“Meu propósito de vida é espalhar esta ideia porque o momento em que eu acordei da cirurgia, que consegui ficar consciente e me disseram que tudo deu certo, foi inesquecível. A primeira coisa em que eu pensei foi na família que doou. Depois criei um perfil no Tiktok, o Bora Doar, e também falo no Instagram, no @elson.kunze.transplantado, para divulgar essa experiência que salvou a minha vida”, conta.

“Falo para todo mundo que eu não podia estar num lugar melhor. É um privilégio estar no Paraná. Aqui tem uma conscientização maior, o tempo de espera (pelo transplante) é bem menor, o serviço é de primeira qualidade. Acho que existe um cuidado muito grande no trabalho do pessoal da Central de Transplantes, uma estrutura séria, confiável, efetiva e que realmente funcione”, complementa Kunze.

Já o casal Sônia Lieseski Pasetto e João Anísio Luis Pasetto levou um susto em uma consulta de rotina dos filhos gêmeos João Vitor e João Henrique, de 15 anos. Com paralisia cerebral, os meninos, que vivem com a família em Medianeira, no Oeste, seguem tratamento de rotina no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. Era para ser um diálogo com um ortopedista, mas eles foram encaminhados para uma nefrologista e o que seria apenas mais um exame terminou em internação por problemas nos rins. Pela gravidade da situação, os dois permaneceram no local por 33 dias.

O quadro foi se estabilizando depois disso e eles voltaram para casa, onde seguiram em tratamento até meados deste ano, quando a situação voltou a se agravar e eles entraram na fila do transplante. João Vitor foi o primeiro a fazer o procedimento. O irmão, João Henrique, teve que esperar um pouco mais até receber um novo órgão.

“Achamos que foi tudo muito rápido, aconteceu antes do esperado. Surpreendeu muito. Desde que começamos o tratamento, conhecemos muitas pessoas que estão na mesma situação que eles. Outras crianças que vêm de outros lugares, conhecemos muita gente que já estava fazendo o tratamento. Claro que tudo depende da situação de cada um, da saúde, do organismo, da compatibilidade. Mas nunca pensamos que seria tão rápido”, afirma Sônia.

Para ela, a eficácia e a rapidez dos transplantes no Paraná acontecem em função da sensibilidade das famílias doadoras. “Ao mesmo tempo que ficamos alegres, a gente sabe que do outro lado houve perda e que tem uma família que está sofrendo. Porém, Deus sabe o que faz e se a pessoa decidiu doar é porque ela quer fazer o bem para outras pessoas. E é isso que queremos pedir: façam o bem. Depois que você morrer, o teu corpo não vai ter serventia mais, mas vai salvar a vida de alguém, vai fazer alguém feliz”, diz.

TRANSFUSÃO – Há dois meses o serviço aeromédico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) também deu início a um outro projeto inovador na área: realização de transfusões de sangue em pacientes graves no local da ocorrência, mesmo antes de serem encaminhados ao hospital. Trata-se, na prática, de um sistema que permite esse tipo de procedimento no local do fato ou no helicóptero, durante o percurso até o internamento, o que até então não era possível. Ele foi implementado em Maringá. A iniciativa visa dar maior sobrevida aos pacientes vítimas de acidentes graves, principalmente em casos de hemorragia.

SÉRIE – “Paraná, o Brasil que dá certo” é uma série de reportagens da Agência Estadual de Notícias. Serão apresentadas iniciativas da administração pública estadual que são referência para o Brasil em suas áreas.

Veja o vídeo com os depoimentos:

As informações são da Agência Estadual de Notícias.

Crianças não vacinadas são o grupo de maior risco da Covid-19 em nova onda, diz infectologista Julio Croda

As crianças não vacinadas são o grupo mais vulnerável à Covid-19 nesta nova onda da doença no Brasil, causada pela disseminação de sublinhagens da variante ômicron. Esse panorama está atrelado à baixa cobertura vacinal e se deve também à alta mortalidade de crianças pela Covid-19 no Brasil, segundo o infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Julio Croda.

“Comparativamente às doenças imunopreveníveis, a Covid-19 matou mais do que qualquer outra doença prevenível pela vacinação. Então, é um risco bastante elevado as crianças estarem sem vacinação em uma nova onda. Essa é a população que está mais sob risco porque não há vacinas sendo ofertadas”, afirmou o médico ao Portal do Butantan.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, em crianças de 3 a 5 anos em julho deste ano. A vacina já era autorizada para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos desde janeiro de 2022 e para adultos e idosos desde o começo da campanha de vacinação, em janeiro de 2021. Em todos os públicos, a imunização se dá pelo mesmo esquema vacinal: duas doses com intervalo de 28 dias entre elas.

Apesar da aprovação do órgão regulatório, apenas 5,5% das crianças entre 3 e 4 anos receberam as duas doses da vacina até 7/11 no Brasil, segundo dados do Vacinômetro Covid-19 do Ministério da Saúde levantados pelo Observa Infância da Fiocruz. De acordo com o levantamento, apenas 938.411 crianças nessa faixa etária tomaram a primeira dose, e somente 323.965 tomaram as duas doses de um total de 5,9 milhões de crianças de 3 a 4 anos elegíveis à imunização.

Para Croda, um dos motivos da baixa adesão é a falta de doses disponíveis para este público no Sistema Único de Saúde (SUS), pelo fato de o Ministério da Saúde não ter adquirido um número suficiente de vacinas.

“Quando a gente fala na sobrecarga do serviço de saúde, estamos falando mais dos idosos, mas, proporcionalmente, as crianças estão mais sob risco por conta de não estarem vacinadas neste momento. O Brasil está muito lento para ofertar vacinas para crianças de seis meses a cinco anos. Temos a CoronaVac, que está em falta em muitos estados porque o Ministério não adquiriu o suficiente”, destacou.

O Butantan produz a CoronaVac a partir da demanda vinda do Ministério da Saúde, que distribui as doses para os estados. Em setembro e novembro, o instituto enviou duas remessas de 1 milhão de doses cada, em dois aditivos ao contrato para o fornecimento de 10 milhões de doses firmado com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) no início de janeiro deste ano.

A estimativa é que são necessárias cerca de 12 milhões de doses para vacinar todas as 6 milhões de crianças brasileiras de 3 a 5 anos com as duas doses do imunizante.

Mortes de crianças por Covid

Um levantamento do Observa Infância mostrou que a Covid-19 pode ser letal em crianças, sobretudo entre as não vacinadas. Desde o início da pandemia, a doença matou ao menos duas crianças menores de 5 anos por dia no Brasil. Entre 2020 e 2021, 1.439 meninas e meninos nessa faixa etária morreram pela doença no país, com a maior concentração dos óbitos no Nordeste. Na data dos dados computados, a vacinação contra Covid-19 não estava autorizada a este público no país.

“Comparado a outros países, o impacto da Covid-19 no Brasil foi enorme nessa faixa etária. É muito importante a mobilização para que haja mais vacinas disponíveis para esse público, pois estão em falta. Não é justo que as crianças fiquem sem acesso às vacinas”, enfatizou Croda.

Vacina pode evitar onda letal

Diante da ameaça da nova onda – agravada pelo crescimento de sublinhagens da variante ômicron como a BQ.1 –, o infectologista reafirma que é essencial para evitar um novo pico de hospitalizações e mortes não somente as crianças, mas as pessoas das demais faixas etárias estarem com o esquema vacinal completo.

No Brasil, as coberturas de primeiro e segundo reforço em adultos e idosos também são consideradas baixas. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 69 milhões de brasileiros não tomaram a primeira dose de reforço da vacina contra Covid-19 e 32,8 milhões deixaram de receber o segundo reforço. A primeira dose de reforço é recomendada para pessoas acima de 12 anos, quatro meses após a segunda dose. Já a segunda dose de reforço é recomendada para pessoas acima dos 18 anos, quatro meses após a primeira dose de reforço.

“O ministério tem que agilizar, do ponto de vista federal, a disponibilização da vacina para as crianças. As pessoas não vacinadas representam um grande risco, sejam crianças ou os idosos e pessoas imunossuprimidas que não têm seu esquema vacinal atualizado”, reforçou.

Croda relembra que o Brasil viveu o pior momento da pandemia, com pessoas lotando hospitais e os idosos sendo as maiores vítimas da Covid-19, quando não se tinha imunizantes disponíveis, o que começou a mudar com a introdução da CoronaVac no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em janeiro de 2021.

“Se não fosse a vacina do Butantan naquele momento, a gente teria um maior número de óbitos com certeza. Com a precocidade da introdução de uma vacina contra Covid liderada pelo estado de São Paulo e pelo Instituto Butantan, foi possível fazer isso principalmente para vacinar as pessoas mais vulneráveis e os idosos. A discussão que a gente faz aqui é bem clara: qualquer vacina é melhor do que nenhuma. Ficar sem ser vacinado é a pior situação”, conclui.

Matéria do Portal do Instituto Butantan.

Iniciam os testes clínicos da primeira vacina nacional contra a covid-19

Os estudos clínicos da primeira vacina totalmente nacional contra a covid-19 foram iniciados nesta sexta-feira (25) na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O imunizante SpiN-Tec MCTI UFMG é o primeiro desenvolvido com tecnologia e insumos nacionais, além de ser financiado com recursos de instituições brasileiras.

Durante evento realizado em Belo Horizonte, o secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales, aplicou a primeira dose da vacina em um dos 1 mil voluntários que se inscreveram para participar dos testes.

Os testes serão realizados em três fases que reunirão 72, 360 e 5 mil voluntários, respectivamente. Após a conclusão das duas primeiras, um relatório com os resultados obtidos será enviado para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorização da fase seguinte.

Antes da utilização em humanos, testes pré-clínicos realizados em laboratório e em animais confirmaram a eficácia e a segurança preliminar da vacina. Os resultados foram publicados em agosto deste ano na revista científica Nature.

Os ensaios clínicos são coordenados pelo professor Helton Santiago, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), e pelo professor Jorge Andrade Pinto, da Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac).

A SpiN-Tec teve investimento de R$ 16 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações e participação da Fundação Oswaldo Cruz em Minas Gerais (Fiocruz Minas) e da Rede Vírus – comitê que reúne agências de financiamento, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

As informações são da Agência Brasil.

Portal Saúde Debate promove live sobre saúde do homem

A saúde do homem será o tema da próxima live do Portal Saúde Debate, no dia 28 de novembro, às 20h30, pelo Instagram. O convidado é o médico urologista Osni Silvestri, superintendente médico do Hospital Vita Curitiba.

Entre os temas relacionados à saúde do homem que serão abordados na live estão a rotina de qualidade de vida para os homens, impacto dos bons hábitos, dilemas entre aspectos culturais e o cuidado com a saude, prevenção e câncer de próstata.

As perguntas podem ser enviadas diretamente no Instagram ou pelo e-mail pauta@saudedebate.com.br.

www.instagram.com/saudedebateportal

As informações são do Portal Saúde Debate.

Uso de máscaras anticovid volta a ser obrigatório em aviões e aeroportos do Brasil

A partir desta sexta-feira (25), o uso de máscaras de proteção facial volta a ser obrigatório em aviões, aeroportos, meios de transporte e outros estabelecimentos localizados na área dos terminais.

A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no início desta semana, visando a reduzir o risco de contágio de covid-19, diante do aumento expressivo de casos da doença nas últimas semanas.

Conforme decisão da Anvisa de 13 de maio deste ano, permanece mantida a possibilidade dos serviços de bordo em voos nacionais. Dessa forma, será permitido remover a máscara para hidratação e alimentação no interior das aeronaves, bem como nas praças de alimentação ou áreas destinadas exclusivamente à realização de refeições nos terminais e demais ambientes dos aeroportos.

De acordo com a resolução aprovada pela Diretoria Colegiada da Anvisa, as máscaras devem ser utilizadas ajustadas ao rosto, cobrindo o nariz, queixo e boca, minimizando espaços que permitam a entrada ou saída do ar e de gotículas respiratórias.

A norma proíbe a utilização de máscaras de acrílico ou de plástico; máscaras dotadas de válvulas de expiração, incluindo as N95 e PFF2; lenços, bandanas de pano ou qualquer outro material que não seja caracterizado como máscara de proteção de uso profissional ou de uso não profissional; protetor facial (face shield) isoladamente; máscaras de proteção de uso não profissional confeccionadas com apenas uma camada ou que não observem os requisitos mínimos de fabricação, previstos na norma ABNT PR 1002.

A obrigação do uso de máscaras será dispensada no caso de pessoas com transtorno do espectro autista, com deficiência intelectual, com deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado de máscara de proteção facial, bem como no caso de crianças com menos de 3 anos.

Por fim, a norma aprovada prevê que, nos veículos de deslocamento para embarque ou desembarque em área remota, viajantes e motoristas mantenham o uso obrigatório e adequado das máscaras faciais.

Cenário epidemiológico

Para subsidiar a decisão, a Anvisa realizou reunião com especialistas sobre o cenário epidemiológico atual da covid-19 no Brasil. Participaram representantes da Sociedade Brasileira de Infectologia, Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Fundação Oswaldo Cruz e Associação Brasileira de Saúde Coletiva, além dos epidemiologistas Carla Domingues e Wanderson Oliveira.

“Os participantes da reunião ressaltaram que os dados epidemiológicos demandam o retorno de medidas não farmacológicas de proteção, como o uso de máscaras, principalmente no transporte público, aeroportos e ambientes fechados/confinados”, explicou a agência na ocasião.

A entidade destacou que o uso das máscaras estava previsto como recomendação desde agosto deste ano, principalmente para pessoas com sintomas gripais e para o público mais vulnerável, como imunocomprometidos, gestantes e idosos.

Além dos dados epidemiológicos atuais, o comportamento com características de sazonalidade da pandemia também foi considerado pela Anvisa. “Nos últimos anos, observou-se no Brasil o aumento da transmissão do vírus no período de novembro a janeiro, quadro que pode ser agravado pelo maior fluxo esperado de viajantes, que se deslocam pelos aeroportos para as férias escolares e festas de fim de ano”, acrescentou a agência.

A Anvisa lembrou que atua, mais uma vez, dentro de suas competências legais e “adaptando as regras atuais de forma proporcional ao risco para a saúde da população”. “A agência continuará atenta, avaliando e acompanhando os dados epidemiológicos, a fim de que as medidas possam ser revisitadas sempre que necessário, visando ao cumprimento de sua missão na proteção da saúde das pessoas”.

As informações são da Agência Brasil

Prefeitura de Curitiba quer prorrogar a terceirização de médicos/as, Simepar é contra

A Prefeitura de Curitiba, através da Fundação Estatal de Atenção à Saúde (FEAS), continua terceirizando a mão de obra de médicos e médicas para atender parte da demanda nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital.

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) é contra a terceirização no Sistema Único de Saúde por entender que esse tipo de contratação é ilegal e pode causar graves danos aos direitos trabalhistas dos/as médicos/as, prejuízos aos cofres públicos, além de riscos à saúde da população.

Em acordo firmado pela FEAS com o Simepar no início de 2022, a Fundação comprometeu-se a encerrar a terceirização ao fim do contrato com a empresa contratante dos/as médicos/as, o que ocorreu em julho deste ano. Mas o contrato foi prorrogado e a terceirização persistiu, à revelia do acordo.

Em reunião da mesa de negociação permanente entre a FEAS e o Simepar ocorrida na última sexta-feira (18/11), os dirigentes da Fundação afirmaram que pretendem prorrogação do contrato de terceirização até fevereiro do próximo ano. Mas a Diretoria do Simepar decidiu que não há como dar anuência à continuidade desse tipo de contratação.

A direção da FEAS tenta justificar a contratação terceirizada alegando que não consegue contratar médicos e médicas suficientes de maneira direta, como devido, mas isso não é justificativa. Faltam planejamento, remuneração adequada e condições de trabalho dignas para fixar os profissionais no quadro da Fundação.

Se não, como explicar que existem médicas e médicos dispostos a trabalhar de forma terceirizada, mas não há profissionais disponíveis para contratação direta pela Fundação?

O Simepar está tomando as medidas cabíveis para encerrar a terceirização imediatamente. A falta de médicos e médicas pode ser suprida no curto prazo com a contratação emergencial de mais profissionais através de Processo Seletivos Simplificados e com o oferecimento de horas extras para os/as médicos/as do quadro da Fundação. No médio prazo, a Fundação deveria abrir concursos para ampliar o quadro próprio que está bastante defasado.

Anvisa aprova uso emergencial de duas vacinas bivalentes contra a covid-19

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) formou maioria na noite desta terça-feira (22) para aprovar o uso emergencial de duas vacinas bivalentes contra a covid-19. Três dos cinco diretores aprovaram o uso dos imunizantes produzidos pela Pfizer para proteger contra as subvariantes da Ômicron do novo coronavírus.

A reunião ainda está em andamento, mas a autorização pode ser considerada aprovada porque a maioria dos diretores votaram a favor. A Anvisa autorizou a aplicação como doses de reforço em pessoas a partir de 12 anos, três meses depois da última dose de reforço.

Consideradas de segunda geração, as vacinas bivalentes protegem contra a variante original do novo coronavírus, da Província de Wuhan (China), e contra as últimas subvariantes da Ômicron. Esta última é mais transmissível, porém mais branda, com o vírus se concentrando na garganta e não atingindo os pulmões. A variante original é menos contagiosa, porém mais perigosa e mais mortal.

Os imunizantes bivalentes terão frascos na cor cinza para facilitar a identificação. As vacinas da Pfizer usam a tecnologia do RNA mensageiro, em que uma parte da proteína spike, responsável pela fixação do vírus nas células, é injetada para estimular a produção de anticorpos.

Compra

Caberá agora ao Ministério da Saúde comprar as vacinas bivalentes. Atualmente, a pasta tem um contrato para a aquisição de 100 milhões de doses da Pfizer a serem entregues a partir deste ano. O acordo prevê o acréscimo de 50 milhões de doses, inclusive imunizantes atualizados ou pediátricos, caso o ministério peça.

Durante seu voto, a diretora Meiruze Souza Freitas, relatora do processo, disse que as vacinas bivalentes já são usadas em várias partes do mundo e que, apesar das vacinas originais continuarem eficazes, as bivalentes acrescentam uma opção de imunização. Ela conclamou a importância da vacinação porque, segundo ela, ainda não é possível saber a gravidade das variantes BA4/BA5.

Histórico

Em agosto, a Pfizer enviou à Anvisa o primeiro pedido de análise da vacina bivalente que protege contra a subvariante Ômicron BA.1. No fim de setembro, a fabricante entrou com o segundo pedido de análise, contra as subvariantes BA.4 e BA.5.

A decisão da agência ocorre no momento de aumento de casos no país ligados à circulação de uma nova subvariante da Ômicron. Na semana passada, o Ministério da Saúde emitiu alerta sobre a circulação de novas linhagens no país. Uma delas reduz as barreiras para o vírus entrar nas células humanas. A outra aumenta o risco de reinfecção.

De acordo com o Ministério da Saúde, a média móvel de casos subiu 120% na semana de 6 a 11 de novembro em relação à semana anterior. Os óbitos aumentaram 28% na mesma comparação.

As informações são da Agência Brasil.

Curitiba começa a vacinar os bebês sem comorbidades contra a covid-19

A partir desta quarta-feira (23/11), Curitiba começa a vacinar os bebês sem comorbidades com a primeira dose da vacina contra a covid-19. Devido à limitação de doses, a convocação acontecerá de forma escalonada e com agendamento.

O primeiro grupo sem comorbidades convocado é o dos curitibinhas nascidos entre 25 de novembro de 2019 a 30 de junho de 2020. Nova convocação depende da disponibilidade de doses. No grupo dos bebês estão as crianças de 6 meses até 2 anos, 11 meses e 29 dias.

Crianças que completarem 3 anos antes do recebimento da primeira dose passam a se enquadrar no esquema vacinal do grupo de 3 a 4 anos, que pode ser consultado no Imuniza Já.

Vacina agendada

Para facilitar o fluxo de atendimento e evitar perda de doses, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) orienta que pais e responsáveis por crianças da faixa etária convocada agendem a aplicação pela Central Saúde Já no telefone 3350-9000, que funciona todos os dias, das 8h às 20h.

A vacinação dos pequenos acontece em dez unidades de saúde específicas, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Endereços e mais informações no site Imuniza Já.

“Aquele que não conseguirem fazer o agendamento podem fazer a busca direta pela vacina, mas é muito importante dar preferência pela vacina agenda, ela otimiza o tempo da vacinação” orientou a superintende de gestão da SMS, Flávia Quadros.

Bebês com comorbidades

Também podem se vacinar os bebês de 6 meses a 2 anos com comorbidades já convocados, mas que ainda não receberam o imunizante. Os acompanhados pelo SUS Curitibano têm sua condição registrada no prontuário eletrônico da SMS e, para a vacinação, precisarão apresentar apenas os documentos pessoais da criança e dos responsáveis.

Já os bebês com comorbidades atendidos na rede privada devem apresentar também documento comprobatório da sua condição para se vacinarem.

A SMS mantem a repescagem contínua para todos os convocados nas unidades de saúde. A vacinação será realizada em dez unidades de saúde, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Confira abaixo quais grupos têm vacinação contra covid-19 disponível e consulte aqui quantas doses de vacina anticovid cada pessoa deve tomar.

Esquema vacinal baby

O esquema vacinal básico para este público será de três doses, sendo que a 2ª dose deverá ser aplicada num intervalo de 28 dias após a 1ª. Já a 3ª dose deverá ser aplicada num intervalo de 56 dias após a 2ª.

A vacina para este grupo é destinada para crianças a partir de 6 meses até 2 anos, 11 meses e 29 dias. Crianças que fizerem 3 anos após o recebimento da 1ª dose deverão completar o ciclo vacinal com o mesmo imunizante.

A vacina que será utilizada é a Pfizer de tampa vinho, a única liberada para esta faixa etária até este momento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Outras vacinas

Além da dose do imunizante contra a covid-19, as unidades de saúde de Curitiba também ofertam a vacina contra a gripe (vírus influenza) para pessoas com 6 meses de vida ou mais, que pode ser aplicada no mesmo dia da vacina anticovid. Não há mais necessidade de intervalo de 15 dias entre os imunizantes.

Também é possível receber as outras vacinas do Calendário Nacional de Imunização caso a crianças esteja em atraso ou dentro da data.

Orientações

Crianças que tiveram covid-19 devem aguardar pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas para se vacinar. No caso das que tiveram outras doenças, a orientação é que aguardem o completo reestabelecimento.

No dia da vacinação, além da certidão de nascimento do bebê, é necessário apresentar documento pessoal com foto e CPF do familiar ou responsável que está acompanhando a criança.

O bebê deve ter, ainda, cadastro no Aplicativo Saúde Já Curitiba – pode ser incluído como dependente no cadastro do pai, mãe ou responsável para que a vacina seja registrada na carteira vacinal.

Nova convocação – Bebês sem comorbidades nascidos entre 25/11/2019 a 30/06/2020

Pontos de vacina anticovid para bebês

Distrito Sanitário Boqueirão
Unidade de Saúde Visitação
Rua Bley Zorning, 3136 – Boqueirão

Distrito Sanitário CIC
Unidade de Saúde Oswaldo Cruz
Rua Pedro Gusso, 3749 – Cidade Industrial

Distrito Sanitário Santa Felicidade
Unidade de Saúde Santa Felicidade
Via Veneto, 10 – Santa Felicidade

Distrito Sanitário Cajuru
Unidade de Saúde Iracema
Rua Professor Nivaldo Braga, 1571 – Capão da Imbuia

Distrito Sanitário Matriz
Unidade de Saúde Mãe Curitibana
Rua Jaime Reis, 331 – Alto do São Francisco

Distrito Sanitário Bairro Novo
Unidade de Saúde Bairro Novo
Rua Paulo Rio Branco de Macedo, 791 – Sítio Cercado

Distrito Sanitário Portão
Unidade de Saúde Vila Guaíra
Rua São Paulo, 1495 – Vila Guaíra

Distrito Sanitário Boa Vista
Unidade de Saúde Abranches
Rua Aldo Pinheiro, 60 – Abranches

Distrito Sanitário Pinheirinho
Unidade de Saúde Vila Feliz
Rua Pedro Gusso, 866 – Novo Mundo

Distrito Sanitário Tatuquara
Unidade de Saúde Monteiro Lobato
Rua Olivio José Rosetti, 538 -Tatuquara

As informações são da Prefeitura de Curitiba.

Estudo aponta que vacinação anticovid mais acelerada teria salvado cerca de 47 mil idosos

Em artigo publicado (21/11) na revista científica The Lancet Regional Health Americas (da Elsevier), pesquisadores da Fiocruz, do Observatório Covid19 BR, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal do ABC (UFABC) e da Universidade de São Paulo (USP) fizeram uma análise estatística apurada para dimensionar, em números, o papel fundamental da vacinação em massa contra a Covid-19 e a eficácia desta estratégia sanitária implementada em meio a muita desinformação e hesitação ao longo da crise sanitária instalada no Brasil.

O estudo indica que, em estimativas consideradas conservadoras pelos autores, as vacinas contra a doença causada pelo Sars-CoV-2 salvaram de 54 mil a 63 mil vidas de idosos com 60 anos ou mais de janeiro a agosto de 2021. Neste mesmo período, a imunização também evitou de 158 mil a 178 mil internações de idosos nos hospitais brasileiros.

Intitulado Estimating the impact of implementation and timing of the Covid-19 vaccination programme in Brazil: a counterfactual analysis, o estudo vai além de quantificar o número de vidas salvas pelas vacinas no Brasil.

A análise dos pesquisadores construiu outros dois cenários para dimensionar quantas vidas poderiam ter sido salvas e quantas hospitalizações poderiam ter sido evitadas caso a vacinação em massa contra a Covid-19 começasse com o ritmo de aplicação de doses mais acelerado, como o verificado quatro e oito semanas depois da data inicial da imunização, em 18 de janeiro de 2021. Esses cenários são descritos como de moderada e alta aceleração da imunização, respectivamente.

Embora tenha iniciado em janeiro, a imunização no Brasil foi ganhando escala aos poucos: 250 mil doses por dia foram atingidas entre fevereiro e março, o patamar de 500 mil doses diárias foi alcançado entre abril e maio e o ritmo de 1 milhão de doses por dia se consumou em junho de 2021.

Se o ritmo de aplicação de doses da campanha de imunização fosse aquele verificado oito semanas depois de seu início, por exemplo, o número de mortes de idosos poderia ter sido de 40% a 50% menor em relação àquele observado no pico da variante de preocupação (VOC) Gama do Sars-CoV-2, segundo o estudo. As estimativas indicam que outras 47 mil vidas de idosos poderiam ter sido salvas e aproximadamente um adicional de 104 mil hospitalizações poderia ter sido evitado num cenário de maior aceleração das imunizações.

O coautor do estudo e pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz, Marcelo Gomes fala sobre a análise publicada em artigo. Confiara o vídeo:

Para chegar a estes números, os pesquisadores se concentraram nos primeiros meses em que as vacinas começaram a ser aplicadas no país e nas faixas etárias dos idosos, os primeiros a completarem o esquema vacinal pelo calendário do programa de imunização. Ao traçarem a curva de mortes e hospitalizações por Covid-19 na população brasileira, sobrepondo-a à curva similar nos grupos de idosos que estavam sendo imunizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2021, ficou evidente a correlação positiva entre vacinação e prevenção de mortes e casos graves: quanto mais crescia a cobertura vacinal nos idosos, mais se reduzia o impacto da Covid-19 nesses grupos com 60 anos ou mais.

Com o modelo de análise contrafactual construído, assumindo que a imunização está diretamente relacionada à queda de casos graves e mortes e que a exposição à infecção pelo Sars-CoV-2 era a mesma para todas as faixas etárias ao longo do período analisado, foram construídos cenários distintos de forma a compará-los com um suposto cenário de ausência total de imunização.

Daí foi possível observar uma redução de aproximadamente 35% nas internações hospitalares de idosos de janeiro a agosto de 2021. Tomando-se por base que cada pessoa hospitalizada teve, durante a pandemia, um custo médio no Brasil de US$ 12 mil, evitar de 158 mil a 178 mil internações representou uma economia estimada em uma faixa de valores de R$ 1,9 bilhão a R$ 2,1 bilhões ao sistema de saúde, impacto comparado pelos pesquisadores no artigo aos US$ 2,2 bilhões investidos em imunizantes pelo país no período analisado, até agosto de 2021.

“Nosso modelo parte do princípio de que o comportamento da epidemia, nas diversas faixas etárias, é o mesmo. Não no sentido que eles tenham o mesmo número de casos, mas que eles têm o mesmo comportamento de subida e descida, mais ou menos no mesmo momento. Se a gente pega uma faixa etária que não está recebendo a vacina naquele momento e compara com uma faixa etária que está recebendo a vacina, há diferença neste comportamento. O número de casos graves em idosos começou a descer, enquanto o número de hospitalizações em pessoas mais jovens continuava a subir. Este comportamento é devido à vacinação naquela população. Esta é a variável explicativa para a diferença entre essas duas faixas etárias”, diz o pesquisador Leonardo Souto Ferreira, primeiro autor do artigo e pesquisador do Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp. “O fato de as vacinas terem feito diferença é algo incontestável”.

Mais vidas poderiam ter sido salvas

A disseminação da variante Gama foi marcada por uma dramática crise sanitária em Manaus, no Amazonas, em janeiro do ano passado e determinou atitudes mais extremas por parte de alguns agentes públicos, como o lockdown decretado em fevereiro na cidade de Araraquara (SP). “Ainda que não pudéssemos evitar a emergência da variante Gama, visto que ela surgiu em novembro e as vacinas foram disponibilizadas em janeiro, uma vacinação rápida poderia diminuir consideravelmente o pico de hospitalizações e óbitos, especialmente entre idosos e principalmente nos estados em que a Gama demorou um pouco para chegar”, afirma a pesquisadora Flávia Maria Darcie Marquitti, do Instituto de Física Gleb Wataghin e do Instituto de Biologia, ambos da Unicamp.

O estudo destaca que, em meados de 2021, a imunização da população brasileira cumpriu um “papel decisivo” para impedir uma nova onda severa de hospitalizações e mortes quando outra variante de preocupação do Sars-CoV-2, a Delta, começou a se disseminar pelo país e tornar-se predominante. Àquela altura, a vacinação já estava em ritmo bastante acelerado, similar ao de campanhas anteriores, como na aplicação de doses contra o vírus H1N1 em 2010, quando o SUS vacinou 88 milhões de pessoas em três meses. “Quando a Delta chegou, encontrou dificuldade maior de circular”, explica Marcelo Gomes, coautor do estudo e pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz.

Os pesquisadores destacam que a vacina de primeira geração contra a Covid-19 permite que o nosso organismo aprenda sobre determinado vírus sem que a pessoa sofra o impacto da infecção trazida por ele, evitando o risco de agravamento e de morte. “Isso precisa ficar muito claro para a nossa população. As vacinas têm um impacto social tremendo, não só direto quanto indireto. Quanto menor número internações, melhor podemos alocar os recursos para atender aqueles que ainda assim acabam agravando ou que sofrem de outras doenças”, pontua Marcelo.

Apesar de o estudo se concentrar na população acima dos 60 anos, para os pesquisadores ele dialoga com a questão da vacinação infantil. Aprovada na segunda quinzena de dezembro de 2021, a imunização do público de 5 a 11 anos foi iniciada na segunda quinzena de janeiro de 2022, coincidindo com o pico da variante Ômicron. “Se tivéssemos conseguido iniciar a vacinação infantil já em dezembro, teríamos tido um saldo extremamente positivo do público de 5 a 11 anos”, observa Marcelo. “A vacinação infantil tem sido lenta porque se criou uma série de questionamentos infundados a respeito da segurança da vacina, o que acabou gerando o que chamamos de hesitação vacinal, ou seja, parte da população ficou em dúvida em relação à segurança e eficácia do imunizante”, acrescentou.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, a Covid-19 já causou a morte de cerca de 689 mil pessoas no país.

Matéria do Portal da Fiocruz.

Colaborou Cristina Azevedo, da Agência Fiocruz de Notícias (AFN).

Anvisa autoriza Remdesivir para uso pediátrico contra a covid-19

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (21) a ampliação do uso do medicamento remdesivir, vendido no Brasil pelo nome comercial Veklury, para tratamento pediátrico contra a covid-19.

Agora, o medicamento poderá ser usado por bebês e crianças a partir de 28 dias e peso igual ou superior a 3 kg, que tenham pneumonia e requerem administração suplementar de oxigênio (oxigênio de baixo ou alto fluxo ou outra ventilação não invasiva no início do tratamento).

Crianças pesando 40 kg ou menos, sem necessidade de administração suplementar de oxigênio, mas que apresentam risco aumentado de progredir para covid-19 grave, também poderão fazer o tratamento com o remdesivir.

O produto é um antiviral injetável, de uso hospitalar, produzido no formato de pó para diluição, em frascos de 100 mg, segundo a Anvisa.

O antiviral recebeu registro da Anvisa em março de 2021 e, desde então, vem tendo seu uso expandido entre pacientes adultos e adolescentes em casos de covid-19. A substância age impedindo a replicação do coronavírus no organismo, diminuindo o processo de infecção. Cerca de 50 países já autorizam o uso do medicamento.

As informações são da Agência Brasil.