Filiado à

Notícias

Estudos apontam Covid Longa como doença que afeta o trabalho da maioria dos infectados

A copeira-chefe do Instituto Butantan Maria Laisse Gonçalves de Almeida, de 54 anos, foi infectada pelo SARS-CoV-2 em março de 2020, poucos dias depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter decretado a pandemia de Covid-19.

Sem vacinas disponíveis à época, ela sobreviveu ao coronavírus após 11 dias de internação, parte destes na Unidade de Terapia Intensiva, mas até hoje vive com sequelas da Covid longa – sintomas que persistem ou surgem após meses da infecção pelo SARS-CoV-2. Fraqueza muscular, queda de cabelo, perda de memória e cansaço são algumas das manifestações que Laís, como é conhecida no Butantan, ainda sente e que afetaram sua qualidade de vida.

“Hoje em dia quando eu percebo que me esqueci de alguma coisa, sei que é questão de tempo para eu me lembrar. Mas por um bom tempo eu fiquei passando com vários profissionais para me tratar: pneumologista, fisioterapeuta, dermatologista, psiquiatra”, detalha.

Casos como o de Laís estão se tornando cada vez mais comuns, sobretudo pelo alto número de pessoas que foram infectadas pela Covid-19 e suas variantes ao longo dos mais de dois anos de pandemia no mundo. Um relatório da Sociedade de Medicina Ocupacional do Reino Unido (SMO, na sigla em inglês), afirma que a Covid longa deve ser considerada uma nova doença que afeta a saúde e o trabalho e que, por isso, precisa de uma resposta mais rápida das autoridades de saúde.

Efeitos duradouros da Covid

Um estudo escocês publicado recentemente na revista Nature Communications, com quase 100 mil participantes, reforça que a Covid longa pode deixar sequelas duradouras ou até permanentes em pessoas que se infectaram com o SARS-CoV-2. O artigo representa as primeiras descobertas de um estudo em andamento sobre a Covid longa – o Long-CISS (Covid in Scotland Study) feito pela Universidade de Glasgow.

Segundo a pesquisa, uma a cada 20 pessoas não se recuperou totalmente entre seis e 18 meses após a infecção, e 42% se recuperaram somente parcialmente. Por outro lado, os cientistas sugerem que os efeitos de longo prazo da Covid são praticamente improváveis em quem apresentou a doença de forma assintomática.

No estudo escocês, os sintomas mais comumente relatados incluíram falta de ar, palpitações, dor no peito e “névoa cerebral” ou acuidade mental reduzida.

Os sintomas se demonstraram piores entre as pessoas que chegaram a ser hospitalizadas durante a infecção aguda.

Impactos da Covid longa

No Reino Unido, ao menos 2 milhões de pessoas (3% da população) foram diagnosticadas com Covid longa e quase 800 mil relataram ter mantido este sintoma por ao menos um ano, segundo dados do Escritório de Estatísticas Nacionais citados no relatório da SMO. A prevalência do problema é maior entre adultos de 35 a 69 anos, faixa de idade economicamente ativa, o que reflete em um “potencial impacto econômico colossal”, segundo o relatório. “Apesar disso, a resposta do sistema de saúde tem sido lenta, variável e inadequada”, conclui o documento.

No caso de Laís, as muitas sessões de fisioterapia, o tratamento dermatológico para queda de cabelos, a atividade física moderada, entre as outras especialidades, foram necessárias para ela voltar a se sentir melhor e poder trabalhar. “Eu pude contar com meu plano de saúde para fazer tudo isso. Mas fico pensando em quem não pode, como que faz?”, questiona.

Porém, Laís continua a lidar com a perda de memória constante. “Sei que é importante me movimentar e trabalhar para ativar minha memória”, disse. Ainda segundo dados do governo britânico, a cada 1.250 pessoas infectadas pela Covid-19 no início 2020, apenas 8% voltaram a trabalhar da mesma forma de antes da doença.

Um estudo publicado na The Lancet em julho, que analisou dados de quase 4.000 pessoas com Covid-19 ou casos suspeitos de 56 países,relatou que 45,2% dos pacientes com Covid longativeram que reduzir sua jornada de trabalho em relação ao período anterior à doença. Além disso, 22,3% das pessoas analisadas não estavam trabalhando no momento do estudo por motivos que envolviam licença médica, demissão ou por não encontrarem um novo emprego.

Uma pesquisa online do The Belgian Health Care Knowledge Center relatou que 60% dos entrevistados que apresentaram sintomas com duração superior a quatro semanas, e estavam em um emprego remunerado antes da Covid-19,não estavam aptos para voltar ao trabalho. Mais de um terço (38%) ainda não estava trabalhando no momento da pesquisa, e26% trabalhando em período reduzido. Não foi observada diferença significativa entre hospitalizados e não hospitalizados.

Os sintomas com maior impacto no trabalho são fadiga, disfunção cognitiva, como dificuldade de concentração e perda de memória, ealterações no paladar e no olfato. Sendo assim, o retorno ao trabalho de um indivíduo com Covid longa geralmente requer o esforço combinado do próprio trabalhador e o cuidado do empregador e de profissionais de saúde, destaca o relatório da SMO, intitulado “Long COVID and Return to Work – What Works?”.

 

 

Vacinação ajuda a evitar a condição

Uma pesquisa recente publicada na The Lancet Infectious Diseases sugere que as chances de desenvolver a Covid longa foram reduzidas quase pela metade em pessoas vacinadas.

Outros dados publicados pelo Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido reforçam a ideia de que a vacinação diminui o risco de Covid longa – embora não o impeça totalmente. Segundo o documento, os adultos britânicos que receberam duas doses da vacina contra Covid-19, pelo menos duas semanas antes de contrair o vírus, tiveram um risco 41,1% menor de relatar sintomas atrelados à Covid longa semanas depois.

“Há evidências científicas que mostram que a vacinação pode prevenir sintomas graves e impedir que eles perdurem, o que poderia ter impacto nos casos de Covid longa”, explica a diretora de Ensaios Clínicos do Instituto Butantan, Fernanda Boulos.

Laisse percebeu o impacto da vacinação ao contrair Covid pela segunda vez, em 2022. “A segunda vez foi bem mais leve por causa da vacina”, explica ela. Ainda assim, o passar por uma bateria de exames, por precaução, ela descobriu uma alteração cardíaca que os médicos creditaram à Covid longa. “Se não fosse a vacina, e ainda com essa complicação cardíaca, não sei como seria”, diz.

Sintomas mais prevalentes

As cinco manifestações mais comuns da Covid longa são fadiga (58%), dor de cabeça (44%), distúrbio de atenção (27%), queda de cabelo (25%) e dispneia (24%). Dores articulares, perda de olfato, perda de paladar, acidente vascular cerebral e diabetes também foram relatados, segundo uma meta-análise veiculada em agosto na Nature, que analisou 15 estudos sobre os sintomas persistentes do coronavírus, com mais de 44 mil adultos que tiveram Covid-19 nas formas leve, moderada e grave.

A publicação trouxe os 55 sintomas mais prevalentes da Covid longa, e mostrou que ao menos 80% dos que contraíram o SARS-CoV-2, entre os analisados, relatam ao menos um sintoma de longa duração.

Outras manifestações relacionadas à Covid longa foram atreladas a doença pulmonar (tosse, desconforto torácico, redução da capacidade de difusão pulmonar, apneia do sono e fibrose pulmonar), cardiovascular (arritmias, miocardite), neurológica (demência, depressão, ansiedade, transtorno de atenção, transtorno obsessivo-compulsivo), além de sintomas inespecíficos, como queda de cabelo, zumbido e suor noturno. Alguns estudos relataram que a fadiga, assim como a polipneia (respiração ofegante) pós-atividade e a alopecia (queda de cabelos) foram mais comuns no sexo feminino.

A meta-análise aborda que, embora 80% das pessoas com Covid-19 confirmada apresentaram sintomas leves, 10% a 15% podem desenvolver sintomas mais graves, como pneumonia, desconforto respiratório agudo ou de órgãos multissistêmicos. Entre 5% e 36% das pessoas que se recuperam da Covid-19 podem ainda experimentar uma variedade de sintomas semanas ou meses após a infecção. Segundo os especialistas da SMO, a Covid longa, portanto, pode significar uma reviravolta negativa no combate à Covid-19.

As informações são do Instituto Butantan.

FASP Paranaguá abre processo seletivo para médica/o que atuará na Operação Verão na Ilha do Mel

A Fundação de Assistência à Saúde de Paranaguá (Fasp) está abrindo um Processo Seletivo Simplificado (PSS) para contratação de médico/a generalista com carga horária semanal de 24 horas e remuneração de R$ 15.516, 97. As inscrições ocorrem de 3 a 12 de novembro.

O PSS tem por objetivo a contratação temporária de profissionais para atuarem nas unidades de saúde na Ilha do Mel em decorrência da Operação Verão 2022/2023 pelo período de até 90 dias. Não será cobrada inscrição.

A contratação ocorre pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em caráter temporário.

Todas as etapas da seleção pública ocorrerão de forma online, sem a necessidade de realização de protocolo presencial ou de envio de documentos via correio. A documentação necessária deverá ser encaminhada ao endereço eletrônico: pssfasp@paranagua.pr.gov.br, conforme os prazos programados ao presente processo seletivo simplificado.

Todos os detalhes podem ser conferidos no site www.paranagua.pr.gov.br no link Fasp PSS 05/2022.

As informações são da Prefeitura de Paranaguá.

Atuação do Simepar rendeu mais de R$ 12 milhões em verbas devolvidas a médicos/as nos últimos quatro anos

A atuação jurídica do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar), na defesa dos diretos trabalhistas das médicas e médicos, rendeu mais de R$ 12 milhões de reais em verbas que foram devolvidas aos profissionais após terem sido ilegalmente sonegadas.

Esses valores são provenientes de férias não reconhecidas, ou pagas a menor, décimos terceiros salários não pagos corretamente, horas extras sonegadas, falta de pagamentos de adicional de insalubridade, entre outras origens.

O Dr. Marlus Volney de Morais, Presidente do Simepar, falou desta, e de diversas outras conquistas do Sindicato, em sua palestra no Seminário “Serviços Médicos: Atuação Profissional e Responsabilidades Jurídicas” que teve por tema os direitos trabalhistas e sindicais de médicas e médicos.

Assista a um trecho da fala do Dr. Marlus a seguir:

Um desses casos é o repasse de R$ 2.518.800,00 feito no mês de outubro deste ano para um grupo de mais de duzentos médicos e médicas. Os beneficiados trabalharam nos antigos Centros Municipais de Urgências Médicas (CMUMs) de Curitiba, contratados na época pelo Hospital da Cruz Vermelha, e foram beneficiados por acordo em ação coletiva movida pelo Simepar.

Este é mais um motivo para se associar ao Simepar e fortalecer o Sindicato. Os médicos e médicas do Paraná só tem a ganhar.

Para saber mais, clique aqui.

Campanha do “Novembro Azul” alerta para cuidados com a saúde dos homens

No Paraná, entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 6.529.531 atendimentos na rede de Atenção Primária à Saúde (APS). Destes, apenas 1.771.000 foram para homens, contra 4.758.531 atendimentos para as mulheres. Os dados são do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB) e mostram que o público masculino é o que menos procura o serviço nesta área.

Com objetivo de mudar este cenário a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) lança no Paraná a campanha Novembro Azul, que traz como tema central “Homem, cuide da sua saúde de novembro a novembro”. Inicialmente, o foco do movimento internacional que estabeleceu o mês era conscientizar sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Atualmente o alerta é para o cuidado de todas as outras doenças que afetam diretamente a saúde do homem.

“É preocupante o fato de que o homem, geralmente, costuma ser mais relapso com a própria saúde, buscando atendimento de forma tardia, um problema simples toma proporções mais sérias, causando, além do agravamento da doença, mais sofrimento e menor possibilidade de cura, o que acaba gerando também um ônus muito maior para o SUS”, afirma o secretário da Saúde, Beto Preto.

A Sesa segue a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, que envolve promoção, proteção e prevenção em todas as áreas e serviços da rede pública. Essa política tem como base cinco eixos principais: acesso e acolhimento, sexualidade responsável e planejamento familiar, paternidade e cuidado, doenças prevalentes na população masculina e prevenção de violências e acidentes.

Além das ações já desenvolvidas pela Sesa, como os programas estadual de Controle do Tabagismo (PECT), o de Saúde Mental e o Vida no Trânsito (PVT), há também o Programa Saúde na Hora, do Ministério da Saúde, em que o objetivo é estender o horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) ampliando o acesso e a possibilidade dos usuários conseguirem atendimento.

O Paraná conta com 136 UBS já funcionando com horário estendido e outras 90 aguardam credenciamento por parte do Ministério para adesão.

“É muito importante que os homens procurem essas e outras unidades para que possam ser acolhidos e atendidos em todas as suas necessidades. As portas estão abertas e os profissionais de saúde preparados para cuidar cada vez mais dos homens, de novembro a novembro, ou seja, durante todo o ano”, explicou a diretora de Atenção e Vigilância à Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes.

NÚMEROS – De acordo com dados preliminares registrados no Sistema de Informação sobre a Mortalidade (SIM), em 2021, no Paraná, os óbitos da população masculina entre 20 e 39 anos estiveram relacionadas com causas externas, principalmente os acidentes de trânsito e violência; entre homens de 40 a 79 anos, as doenças infecciosas e parasitárias tiveram grande destaque, em especial porque sofreram influência das doenças causadas por vírus, como a pandemia da Covid-19; e a população de 80 anos ou mais teve como principal causa de morte as doenças do aparelho circulatório, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular Cerebral (AVC) e hipertensão.

O câncer está entre as quatro principais causas de morte prematura, de 30 a 69 anos, em todo o mundo. Para a população masculina do Paraná, estima-se que neste ano sejam 13.990 novos casos de câncer, exceto o câncer de pele não melanoma. O câncer mais registrado é o de próstata, com 3.560 novos casos, seguido do câncer de cólon e reto, com 1.250, e dos cânceres de traqueia, brônquios e pulmões, que somam 1.180 novos casos.

O número de internamentos em 2021 foi de 2.052 e 1.030 pacientes morreram por câncer de próstata no Estado.

PORTARIA – Em 2009 foi instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), pela Portaria Federal nº 1944, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, buscando promover a melhoria das condições de saúde a população masculina, a fim de reduzir a morbidade e mortalidade e organizar uma rede de atenção à saúde que garanta uma linha de cuidados integrais.

As informações são da Agência Estadual de Notícias.

FASP Paranaguá abre processo seletivo para contratação de Cardiologista

A Fundação de Assistência à Saúde de Paranaguá (FASP) abriu um Processo Seletivo Simplificado (PSS) para contratação e cadastro de reserva de médico cardiologista com carga horário semanal de 24 horas e remuneração de R$ 15.516, 97.

O PSS tem por objetivo a contratação temporária de profissionais para atuarem nas unidades e serviços administrados pela FASP, as que vierem a ser administradas pela Fundação ou em qualquer outra unidade do Serviço Público de Saúde indicado pela FASP.

A contratação ocorre pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em caráter temporário pelo período inicial de 12 meses, podendo ser prorrogado por igual período.

Todas as etapas da seleção pública ocorrerão de forma online, sem a necessidade de realização de protocolo presencial ou de envio de documentos via correio.

As inscrições iniciaram em 24 de outubro e seguem abertas até o dia 3 de novembro.

O Edital do PSS pode ser lido aqui.

As inscrições podem ser realizadas neste link.

As informações são da Prefeitura de Paranaguá

Exposição em Curitiba retrata com arte a superação da pandemia de Covid-19

A exposição de artes visuais “Vida – Histórias da Pandemia”, que será aberta no dia 1° de novembro, reúne instalações artísticas, vídeos e fotografias para mostrar como a sociedade vem ressignificando a pandemia de Covid-19 com criatividade e esperança.

A mostra ficará em cartaz durante todo o mês de novembro no Estádio do Clube Athletico Paranaense em Curitiba, Piso P3, e foi custeada com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Com direção artística do arquiteto e urbanista Felipe Guerra, a exposição terá ambientes que representam áreas da sociedade fortemente impactadas pela pandemia. Os visitantes serão conduzidos por um percurso afetivo composto por instalações artísticas criadas pelo artista visual, designer e figurinista Gustavo Krelling; projeções de minidocumentários com roteiro e direção do artista Eduardo Ramos; e retratos do fotojornalista Brunno Covello.

A rotina em sala de aula, em ambientes de trabalho, os impactos nas relações humanas, as modificações estéticas na arquitetura urbana, as descobertas da ciência, a solidão na velhice. Recortes comuns com objetivo de conectar as cenas à vida das pessoas. Perspectivas e percepções que além da relevância histórica, também assumem a função artística de inspirar o olhar dos visitantes da exposição para o futuro.

“Em épocas de grandes rupturas, os produtos culturais e artísticos contribuem para a transformação da sociedade como respostas criativas às tragédias. VIDA – Histórias da Pandemia, enquanto produto cultural gerado a partir de uma lei de incentivo federal com apoio da iniciativa privada, cumpre com o propósito de democratizar as vozes dessa história e traça um mapa singular dos espaços que operam nossas escolhas do que lembrar e do que esquecer diante de tudo o que vivemos”, explica Carolina Montenegro, gestora da Montenegro Produções, responsável pelo projeto.

Serão apresentados trabalhos de artistas curitibanos em um formato original, proporcionando uma experiência imersiva aos visitantes. “As paredes que compõem o espaço expositivo, onde essas histórias serão contadas, são paredes de ar, pneumáticas, que funcionam como se fossem grandes pulmões e isso é totalmente inédito”, destaca Felipe Guerra, diretor artístico da mostra.

Nessas paredes infláveis serão projetados minidocumentários com roteiro e direção do artista Eduardo Ramos, que captou em vídeo as histórias vividas durante a pandemia por 25 pessoas dos mais variados perfis sociais. “Entender que a razão pela qual nós sobrevivemos e estamos diante do outro talvez seja algum tipo de propósito que possamos lembrar diariamente: somos uma única vida. Somos um só”, ressalta o videomaker.

Completam a exposição, um conjunto de três instalações do artista visual, designer e figurinista Gustavo Krelling totalmente confeccionadas com materiais inusitados e descartáveis, tratando de questões como: vida e morte, aceitação e negação, lixo e ressignificação. A primeira delas é uma releitura da obra de arte “A Lição de Anatomia do Dr. Tulp”, do pintor barroco holandês Rembrandt, representando a união entre arte e ciência médica.

“A releitura é feita com materiais hospitalares inusitados, as golas rufo do período são feitas com gaze tingida, máscaras descartáveis, luvas, seringas, radiografias e outros materiais do universo médico que estiveram presentes em nosso cotidiano recente. Trazemos a obra barroca para a contemporaneidade e levantamos reflexões sobre o período pandêmico que estamos atravessando de uma maneira artística”, explica Krelling, que somente nos trajes da cena utilizou 2 mil pedaços de gaze tingida costurados em patchwork. “As instalações do Gustavo trazem a textura humana do artesanato para dentro da exposição. Então, temos uma coisa mais hi-tech, das projeções em vídeo, mas também temos o elemento feito à mão, trabalhado por ele”, comenta Guerra.

A experiência dos visitantes será ainda mais imersiva nos dias 5 e 11 de novembro, quando a exposição VIDA recebe o gupo LAMUSA – Laboratório de Música Antiga da UFPR, para apresentações gratuitas do recital “As Representações do Humano na Música Barroca”.

Com duração de 30 minutos, o programa reúne obras de três compositores barrocos europeus – Marin Marais (1656-1728), Giovanni Rovetta (1595/7-1668) e Giovanni Felice Sances (1600-1679) –, que dialogam com o conjunto de instalações artísticas criadas por Gustavo Krelling a partir dos conceitos de vida, morte e fé. Há mais de dez anos se dedicando à recuperação de obras raras do período barroco, o grupo LAMUSA é formado pelos músicos Matheus Prust (violino), Silvana Scarinci (alaúde), Thomas Gunther Jucksch (violoncelo) e a soprano Ana Luisa Vargas, que recriam as técnicas de interpretação da época ao resgatar óperas inéditas e concertos com repertórios esquecidos no tempo.

Livro e ações sociais

Além da exposição de artes visuais, o projeto cultural VIDA – Histórias da Pandemia também inclui a publicação de um livro de mesmo nome, que reúne mais de 100 relatos de médicos, historiadores, pesquisadores, professores, psicólogos, filósofos entre outros profissionais sobre a vida na pandemia, em textos dos jornalistas Daniélle Carazzai, Guilherme Krauss, Katia Brembatti e Rafaela Mascarenhas Rocha.

Uma primeira edição do livro foi lançada em 2021, com tiragem de 2 mil exemplares e distribuição gratuita e dirigida para escolas e bibliotecas. Uma reedição online, com novos textos atualizando o contexto da pandemia nos dias de hoje, será lançada junto com a exposição e disponibilizada para download gratuito no site da Montenegro (clique aqui).

Como desdobramento social do projeto, a primeira ação foi apresentada pela Montenegro, a Unimed Curitiba e a Associação dos Amigos do HC em maio de 2021: uma projeção de vídeos na fachada do Hospital de Clínicas, em que profissionais de saúde diretamente envolvidos no enfrentamento da pandemia contavam suas experiências dentro de um dos maiores centros de combate à Covid-19 no país.

Este ano, as ações sociais do projeto tiveram sequência nas sedes da Associação Amigos do HC, instituição apoiadora do projeto, e da Associação Beneficente São Roque, localizada em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, que ofereceram oficinas de grafitti para seus colaboradores e frequentadores com o artista visual curitibano Michael Devis, um dos produtores do renomado encontro internacional de grafiteiros Street of Styles. Juntos, eles criaram murais que inspiram a superação após a pandemia. “A proposta é refletir sobre o que passamos e externar de forma mais leve tudo o que aconteceu”, conta Devis, para quem a arte tem um papel muito importante, pois expressa sentimentos, convida à superação e inspira as pessoas a seguirem em frente.

O projeto VIDA tem patrocínios das empresas Unimed Curitiba, Grupo Barigüi, Greca Asfaltos, Sanepar, Sideral Linhas Aéreas, GDM Genética do Brasil, Peróxidos do Brasil, Jaguá Frangos, Vanleather Indústria e Comércio de Couros, Tecnolimp, BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, BRFértil, Eletrofrio, Schattdecor, Engepeças, Ravato Combustíveis, Nórdica Veículos, Magnetron, Tratornew, MA Máquinas Agrícolas, Magparaná e Agromaster Máquinas Agrícolas, com apoios de Casa da Fazenda, F2 Iluminação, JSA Consultoria e Treinamentos em Segurança do Trabalho, Nordecor e Guanabara Produção Cultural.

SERVIÇO: VIDA – HISTÓRIAS DA PANDEMIA – EXPOSIÇÃO DE ARTES VISUAIS
De 1.º a 30 de novembro de 2022
Local: Estádio Athletico Paranaense (R. Buenos Aires, 1.260, Piso P3)
Horários: Todos os dias, das 10h às 22h (dias 8 e 13, das 10h às 17h; dias 14 e 21, excepcionalmente fechada para visitação).
Entrada gratuita
Classificação indicativa: livre

RECITAIS – LAMUSA – LABORATÓRIO DE MÚSICA ANTIGA DA UFPR
Dias 5 e 11 de novembro de 2022
Local: Estádio Athletico Paranaense (R. Buenos Aires, 1.260, Piso P3)
Horários: Dia 5/11 (sábado), às 11h, 12h e 17h30; dia 11/11 (sexta-feira), às 17h, 17h30 e 18h
Duração: 30 minutos
Entrada gratuita
Classificação indicativa: livre

Hospitalização de bebês por desnutrição atinge pior nível em 13 anos

O Observa Infância da Fiocruz realizou um levantamento sobre desnutrição de bebês que indicou que a taxa para menores de um ano vem subindo no Brasil. Os dados apontaram que, em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou em média oito internações de bebês por dia devido à desnutrição, sequelas das deficiências nutricionais em menores de um ano.

No total, foram 2.979 hospitalizações nessa faixa etária durante o segundo ano da pandemia (2021), o maior número absoluto dos últimos 13 anos. Em 2022, até 30 de agosto, a rede pública de saúde registrou o total de 2.115 internações de bebês por desnutrição, o que eleva para 8,7 a taxa média de hospitalizações diárias – um aumento de 7% em comparação com 2021.

Os dados também mostram que bebês negros (pretos e pardos) respondem por dois de cada três internações por desnutrição registradas entre janeiro de 2018 e agosto de 2022 no sistema público de saúde. Para o cálculo, foram considerados apenas os casos em que há registro de raça/cor.

Entre 2018 e 2021, o país registrou 13.202 hospitalizações por desnutrição entre menores de um ano. Destas, 5.246 foram de bebês pretos e pardos, mas falta informação sobre raça/cor em um de cada três registros.

“Ainda precisamos melhorar muito a identificação por raça e cor nos nossos sistemas de informação, mas com os dados que temos é possível afirmar que temos uma proporção maior de crianças pretas e pardas internadas por desnutrição”, afirma Cristiano Boccolini, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e coordenador do Observa Infância.

Para o número de internações por desnutrição (2009-2021), Boccolini trabalhou com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) consultados em 18 de outubro de 2022. Para os registros de 2022, o coordenador do Observa Infância usou dados consultados em 24 de outubro.

Para as taxas de hospitalização e mortalidade, o cálculo também incluiu dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), disponíveis até o ano de 2020. Os dados coletados no SIH podem sofrer alterações devido ao tempo necessário para finalizar os registros no sistema.

Taxa de hospitalização

Desde 2016, a taxa de hospitalização por desnutrição entre bebês menores de um ano vem subindo no Brasil, mas chegou à pior marca em 2021, com 113 internações para cada 100 mil nascidos vivos, um aumento de 51% em relação a 2011, quando o país registrou 75 hospitalizações de bebês para cada 100 mil nascidos vivos, a menor taxa do período analisado, considerando os anos completos (2009-2021).

A tendência é diferente da observada no número de mortes e na taxa de mortalidade pela mesma causa nessa faixa etária, que registra queda constante desde 2009 e chegou à menor marca em 2020, último ano com dados consolidados.

A região Sul foi a única que registrou queda na taxa de hospitalização por desnutrição em menores de um ano entre 2020 e 2021. Já a região Centro-Oeste foi a que registrou o maior aumento: 30% entre o primeiro e o segundo ano da pandemia.

Ainda assim, a pior taxa de hospitalização por desnutrição foi registrada no Nordeste, região onde foram informadas 171 internações de bebês menores de um ano para cada 100 mil nascidos vivos em 2021, 51% acima da taxa nacional.

As informações são da Fiocruz.

ALERTA: Tentativa de GOLPE envolvendo o nome do Simepar

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) foi alertado sobre uma tentativa de golpe utilizando o nome do Sindicato.

O alerta surgiu de uma mensagem enviada para uma médica via WhatsApp com o seguinte texto:

O Simepar esclarece que esta pessoa, Fátima Mendonça, não é Secretária do Sindicado.

Quaisquer mensagens estranhas envolvendo o nome do Simepar podem ser comunicadas pelo email: simepar@simepar.com.br, ou pelo telefone: 41 3338 8713

Já foram tomadas as medidas cabíveis, incluindo registro de ocorrência junto a autoridade policial.

Especial Dia do Médico: Direito Tributário e Serviços Médicos

Em homenagem ao Dia do Médico, comemorado em 18 de outubro, o Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná está publicando uma série de conteúdos em vídeo que podem contribuir com a administração da carreira e com o planejamento de vida dos médicos e médicas.

O vídeo a seguir é com o Dr. Ricardo Amazonas e a Dra. Vanessa Tanaka, advogados especializados em Direito Tributário, compartilhando informações de como os médicos e médicas podem se organizar para pagarem menos impostos de maneira legal e segura.

Confira:

O vídeo foi gravado no do Seminário “Serviços Médicos: Atuação Profissional e Responsabilidades Jurídicas” que foi realizado pelo Simepar em setembro, em parceria com as Faculdades de Medicina (Pequeno Príncipe) e de Direito (Unicuritiba), em conjunto com os órgãos estudantis das Faculdades (CAMME e DACP), e com a organização da Datalegis – Escola de Capacitação para Agentes Públicos.

Confira também:

Especial Dia do Médico: Direitos Trabalhistas e Sindicais dos Médicos

Especial Dia do Médico: Vínculos das Médicas e Médicos no Serviço Público

Especial Dia do Médico: Processos Ético-Disciplinares no Conselho Regional de Medicina

Especial Dia do Médico: Aposentadoria dos Médicos e Médicas

Especial Dia do Médico: Erro Médico, Responsabilidade Civil do/a Profissional

Especial Dia do Médico: Transformação Digital na Saúde

Especial Dia do Médico: A LGPD Aplicada aos Serviços Médicos

Hemepar retoma projeto Doador do Futuro nas escolas do Paraná

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) retomou o projeto “Doadores do Futuro”, que foi suspenso durante todo o período da pandemia. A iniciativa envolve escolas do ensino fundamental e incentiva a formação de futuros doadores regulares de sangue.

Segundo a diretora do Hemepar, Liana Andrade Labres de Souza, o projeto possibilita que os estudantes desenvolvam um trabalho educativo, que desmitifica tabus e crendices sobre o processo e ressalta a importância da doação voluntária de sangue. “A ação rebate mitos e mostra que a doação é segura e não traz qualquer problema para a saúde do doador. Além disso, esclarece todas as dúvidas, tornando os alunos divulgadores positivos do tema”, diz.

PROJETO – As escolas solicitam ao Hemepar palestras sobre doação de sangue e, na sequência, são orientadas a trabalhar com o tema de forma multidisciplinar unificada e lúdica, incorporando atividades nas matérias da grade curricular.

“Na aula de português, por exemplo, os alunos podem fazer textos que incentivem a doação ou uma redação sobre a palestra. Em matemática, é possível trabalhar a fração, porcentagem. Em história, os alunos aprendem como se deu a hemoterapia no mundo e assim por diante”, explica a diretora.

Após a palestra na escola, os alunos são recebidos na sede do Hemepar para conhecer todo o processo, desde o cadastro dos doadores, a doação em si e o armazenamento da bolsa, até o envio ao receptor.

Ao final desse ciclo, a escola convida os pais dos alunos a realizem a doação, que poderá ser feita tanto na sede do Hemepar como na própria escola.

Faculdades também podem agendar uma visita ao Hemepar para que os estudantes das áreas da saúde entendam como é o trabalho dos profissionais que atuam na área.

“O resultado esperado é a mudança comportamental, trazendo reflexos positivos não só para esses alunos, mas para toda a sociedade”, avalia o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

As informações são da Agência Estadual de Notícias.