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Pais deixam de vacinar filhos contra doenças controladas, aponta pesquisa

Pesquisa divulgada na 24ª Jornada Nacional de Imunizações revela que 16% dos brasileiros consideram desnecessário aplicar nos filhos vacinas contra doenças que já não circulam mais no país. O dado consta do Inquérito de Cobertura Vacinal das crianças nascidas em 2017 e 2018. Para o inquérito foram realizadas mais de 38 mil entrevistas.

O evento termina neste sábado (10) no Centro de Convenções Frei Caneca, na capital paulista.

Embora seja aparentemente pequeno em relação à amostra, o número gera preocupação entre especialistas, já que o Brasil vem deixando de cumprir as metas de coberturas vacinais e apresenta queda nos números de vacinação desde 2015. Sem o cumprimento das metas, aumentam as chances de o Brasil voltar a apresentar doenças que, até então, eram consideradas eliminadas ou controladas, como a poliomielite.

Como o Brasil não registra casos da poliomielite desde 1989, muita gente pensa, equivocadamente, que não é mais necessário vacinar-se contra a doença. O que ocorre, no entanto, é que, quanto menos pessoas se vacinam, mais aumenta o risco de a doença voltar a se desenvolver no país. Foi o caso do sarampo, por exemplo. O Brasil recebeu o certificado de eliminação da doença em 2016, mas três anos depois, com baixa cobertura vacinal, o país perdeu o reconhecimento por não conseguir controlar um surto de sarampo, que se espalhou por diversos estados.

Dificuldades

A pesquisa demonstrou ainda que um pequeno número de pessoas (cerca de 3% dos entrevistados) resolveu não levar os filhos para receber uma ou mais vacinas. Desse total, 24,5% informaram que não o fizeram por causa da pandemia de covid-19, ou por medo da reação às vacinas (24,4%).

Outros disseram ter tentado levar os filhos para tomar vacinas, mas encontraram dificuldades para fazê-lo (7,6% dos entrevistados). A principal dificuldade relatada foi o fato de o posto de saúde ficar longe da residência ou do local de trabalho (o que foi apontado por 21% dos que disseram ter tido dificuldades), seguido por falta de tempo (16,6%), horário inadequado de funcionamento do posto (14,1%) e até falta de meio de transporte para chegar ao local de vacinação (12%).

“No estudo, observamos que existem três aspectos principais: o primeiro é a não necessidade de vacinar contra doenças que se acredita que não existam mais, mas existem. O segundo aspecto é o medo de reações graves e o terceiro, dificuldade de acesso e da infraestrutura das unidades. Esse conjunto faz com que tenhamos cobertura vacinal insuficiente para o controle das doenças”, disse José Cassio de Moraes, professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e coordenador do inquérito.

“A consequência da hesitação vacinal, que é devida a múltiplos aspectos, é fazer com que a cobertura seja baixa. Isso permite o retorno de doenças já eliminadas como a poliomielite; [gera] dificuldades para eliminação do sarampo, que já tivemos; e aumento de casos de coqueluche, difteria e outras doenças imunodeprimíveis”, disse Moraes, em entrevista à Agência Brasil.

“O Brasil teve um sucesso importante nesse programa [nacional de imunizações]. Foi considerado um programa líder no mundo, tanto na cobertura quanto no número de vacinas incluídas, mas hoje corremos o risco de cair quase para o último lugar”, lamentou o professor.

Para Moraes, é uma situação preocupante. “Até 2015, conseguíamos atingir nível de cobertura muito bom. Temos boa infraestrutura: quase 38 mil salas de vacinas, conseguimos aplicar facilmente 2 milhões de doses ao dia, como foi mostrado durante a pandemia de covid-19, mas precisamos fazer uma boa comunicação para a população. Não temos uma comunicação adequada”, afirmou. “Podemos regressar na ocorrência de doenças e ter hospitais cheios com um quadro de doenças imunopreveníveis”, acrescentou.

Os números também preocupam a representante da Organização Pan–Americana da Saúde (Opas), Lely Guzman. “Há muita desinformação. E agora, com as redes sociais, a desinformação chega muito mais rápida. Precisamos estar à frente para identificar o que está gerando a desinformação, onde se estão gerando essas preocupações, para podermos evidenciar a confiança e segurança das vacinas”, disse Lely Guzman à reportagem.

De acordo com Lely, nos dois últimos anos de pandemia, a cobertura dos programas de rotina vacinal caiu muito, não só no Brasil, mas em toda a região. “E a Organização Mundial da Saúde [OMS]está fazendo um chamado porque, em todas as regiões, a queda foi muito importante, o que coloca em risco a volta de doenças que já estavam controladas, que estavam em processo de eliminação e doenças que ainda estão erradicadas.”

Ela defendeu a necessidade de sensibilizar as comunidades, as autoridades, os meios de comunicação, as universidades, a sociedade, para que se volte a acreditar na vacina. “Temos que unir esforços”, ressaltou.

O pesquisador José Cassio de Moraes também aponta a união de esforços como uma estratégia importante para a retomada de níveis elevados de vacinação no país. “Tem que haver união de esforços entre os três níveis de governo: federal, estadual e municipal. Uma comunicação boa entre esses três níveis e a população e um trabalho junto aos profissionais de saúde para capacitá-los para as vacinas”, afirmou.

As informações são da Agência Brasil. 

Falsa sensação de segurança, desinformação e fata de campanhas fazem cobertura vacinal cair, diz médico

A falsa sensação de segurança da população, a desinformação e a falta de campanhas educativas estão contribuindo para que a cobertura vacinal esteja em queda no Brasil desde 2015. Sem atingir as metas de vacinação, o país pode voltar a enfrentar surtos de doenças que já haviam sido eliminadas, como a poliomielite. O alerta é do presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), pediatra Juarez Cunha.

“De forma geral, todas as coberturas vacinais estão baixas. Se, em 2019, elas já eram baixas, agora em 2022 ficaram mais baixas ainda. E o que isso significa? Todas as doenças chamadas imunopreveníveis e, em especial a população vulnerável, que são as crianças, estão desprotegidas. Estão vulneráveis a doenças que foram, muitas delas, eliminadas ou controladas. Com baixas coberturas vacinais, podem retornar e acometer as crianças e a nossa população”, disse o pediatra, em entrevista à Agência Brasil, após palestra na 24ª Jornada Nacional de Imunizações, que termina neste sábado (10) no Centro de Convenções Frei Caneca.

De acordo com Cunha, um dos fatores que têm levado à baixa cobertura vacinal, é a desinformação, alimentada por grupos antivacina. “Com a pandemia, a desinformação e as fake news [notícias falsas] acabaram abalando ainda mais a confiança [da população nas vacinas].”

Segundo o médico, é preciso lembrar o papel das vacinas na prevenção de doenças. “Só temos motivos para ficar felizes com os resultados que as vacinas nos trouxeram. É calculado que, só no Brasil, 600 a 900 mil mortes por covid-19 foram evitadas em 2021 por causa do uso das vacinas. Então, se não valorizarmos as vacinas, infelizmente vamos ver pessoas ou crianças que poderiam evoluir de forma saudável adoecerem e morrerem por doenças que poderiam ser evitadas.”

Hesitação vacinal

O atraso ou a recusa a tomar vacinas também pode explicar a hesitação vacinal, que é a chamada falsa sensação de segurança, ou complacência, como explicou Cunha. Isso se deve ao fato de que as pessoas não convivem mais com algumas doenças, que foram eliminadas ou controladas após campanhas de vacinação. E, por isso, acham equivocadamente que não seria mais necessário se imunizar contra elas.

Na opinião do médico, o surto recente de sarampo comprovou que essas pessoas estão erradas. O Brasil chegou a receber o certificado de eliminação do sarampo em 2016. Mas, três anos depois, com baixa cobertura vacinal, o país perdeu o reconhecimento por não conseguir controlar um surto da doença, que se espalhou por diversos estados.

“Neste momento, duas doenças nos preocupam muito: o sarampo, doença que tinha sido eliminada e voltou em 2018 por [causa das] baixas coberturas vacinais; e agora, há um risco muito grande para a pólio, porque a gente está vendo que países com estruturas de saúde muito melhores que a nossa, como os Estados Unidos e Israel, voltaram a conviver com a doença”, afirmou Cunha.

A falta de confiança da população nas vacinas e principalmente, a ausência de uma comunicação adequada das autoridades públicas do país sobre a importância da imunização, vêm contribuindo para a queda na procura por vacinas. “Precisamos ter peças publicitárias que estimulem a vacinação”, disse o presidente da SBIm.

“O brasileiro sempre acreditou em vacinas, sempre aderiu à vacinação. Tanto que nosso Programa Nacional de Imunizações é um sucesso no mundo. Temos que recuperar isso. E é fundamental que a população conheça esses aspectos, principalmente esses riscos. Temos vacinas seguras, eficazes e distribuídas gratuitamente. A gente tem que estimular a vacinação na população”, concluiu.

As informações são da Agência Brasil

Simepar firma acordo sobre tempo de consultas médicas nas Unidades Básicas de Saúde de Curitiba

A Prefeitura de Curitiba, através da Fundação Estatal de Atenção em Saúde, firmou um acordo com o Simepar na Justiça do Trabalho estabelecendo o tempo mínimo para as consultas médicas nas Unidades de Saúde do Município.

O acordo firmado consolida o acerto prévio realizado no mês de março deste ano no âmbito de uma Ação Civil Pública movida pelo Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná, que tramitava na 20ª Vara do Trabalho de Curitiba.

Ficou acertado que serão agendadas até treze consultas para cada médico ou médico da FEAS para uma jornada de quatro horas na Atenção Primária à Saúde.

Dessa forma, a jornada do/a médico/a fica assim prevista: Primeira hora com 03 consultas de 20 minutos cada, seguidas por duas horas e 30 minutos com consultas de 15 minutos, mais 15 minutos de descanso e 15 minutos para atividades administrativas.

Já as consultas de pré-natal e puerpério, assim como procedimentos de colocação de DIU e outros, terão tempo reservado de 30 minutos para a realização.

Outros detalhes relativos a consultas de emergência, e horários vagos, podem ser conferidos no acordo em anexo.

O Simepar reitera que os médicos e médicas têm autonomia para decidirem quanto tempo precisam para fazer o atendimento, ouvir o/a paciente, avaliar, fazer o diagnóstico, requisitar exames, prescrever medicamentos e fazer o registro da consulta.

O acordo firmado é somente uma forma de organizar a agenda e agilizar os atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde e no SUS de um modo geral.

Leia aqui o texto do acordo firmado na Justiça do Trabalho.

Nota do Simepar em solidariedade aos profissionais da enfermagem

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) vem a público manifestar contrariedade em relação à decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, de suspender a aplicação do piso salarial nacional das/dos profissionais da enfermagem.

O Simepar solidariza-se com esses profissionais que são absolutamente fundamentais para a Saúde Pública; e que tanto se sacrificaram durante a difícil batalha contra a pandemia de covid-19, pondo suas vidas em risco para atender a população brasileira.

O piso salarial nacional da enfermagem é justo e merecido, foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidência da República, devendo portanto, ser aplicado pelo bem da Saúde Pública.

Para prevenir quaisquer ações que possam representar desemprego ou redução da oferta de leitos hospitalares, é fundamental que se defina rápida e claramente as fontes de custeio para que este reconhecimento justo seja efetivado, sem onerar ainda mais a sociedade brasileira.

Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná

China aprova primeira vacina nasal contra a Covid-19

As autoridades sanitárias da China aprovaram a primeira vacina nasal do mundo contra a Covid-19.

O imunizante autorizado pela Administração Nacional de Produtos Médicos se chama Convidecia e é produzido pela farmacêutica chinesa CanSino Biologics.

A vacina, no entanto, será usada apenas como dose de reforço para quem já tenha concluído o esquema inicial. Sua aplicação será feita por meio de um spray nasal, método que dispensa agulhas.

A versão intramuscular do imunizante já foi homologada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para uso emergencial, com eficácia de 64% contra casos sintomáticos da Covid-19 e de 92% contra infecções graves.

Com dose única, o imunizante utiliza um adenovírus modificado para apresentar ao sistema imunológico a proteína spike, espécie de coroa de espinhos que reveste o coronavírus.

As informações são do IG.

Apenas 34% das crianças foram imunizadas contra a poliomielite

A menos de uma semana para o fim da Campanha Nacional de Vacinação que tem como foco principal a prevenção da poliomielite, apenas 34,4% do público-alvo – crianças entre seis meses e 4 anos 11 meses e 29 dias de idade – foi imunizado com 3,9 milhões de doses aplicadas. A meta do Ministério da Saúde era chegar a 95% do público-alvo de 11,5 milhões de crianças. Entretanto, mais da metade delas, 7,5 milhões, ainda não receberam a vacina da contra a paralisia infantil.

“Esse é um problema do mundo inteiro. A cobertura vacinal tem caído. Durante a pandemia essa queda foi mais acentuada em face da tragédia sanitária decorrente da pandemia da covid-19. A estratégia que nós usamos é essa: é conversar com a população brasileira e esclarecer sobre a importância das vacinas do nosso calendário de vacinação, sobretudo para as crianças”, ressaltou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à época do lançamento da campanha em agosto.

Mesmo com o final da campanha nesta sexta-feira (9), a vacinação continua disponível nos postos do país o ano todo e deve ser procurada. O Brasil é considerado um país livre da pólio desde 1994, mas com a baixa adesão vacinal, médicos alertam para os riscos de volta da doença, especialmente após o registro de novos casos no exterior em países como os Estados Unidos e Israel.

Estatísticas

No ranking dos estados que conseguiram vacinar mais da metade da população-alvo aparecem apenas dois: Alagoas (50,8%) e Sergipe (50.5%). Na sequência vem Santa Catarina (47,6%) e Paraíba (46.6%).

Já entre os estados que menos vacinaram crianças contra a poliomielite estão Roraima (12,8%) , Acre (17%) e o Rio de Janeiro (17,1%).

Vacinas

Além da VIP (Vacina Inativada Poliomielite), outras 17 vacinas estão disponíveis para crianças e adolescentes até 15 anos atualizarem a caderneta de vacinação em todo o Brasil. As vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, disponíveis para atualização da carteirinha são: hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), febre amarela, Tríplice viral (Sarampo, Rubéola, Caxumba), Tetraviral (Sarampo, Rubéola, Caxumba, Varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano).

Também estão à disposição para os adolescentes, as vacinas HPV, dT (dupla adulto), febre amarela, Tríplice viral, Hepatite B, dTpa e Meningocócica ACWY (conjugada). Todos os imunizantes que integram o Programa Nacional de Imunizações (PNI) são seguros e estão registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A campanha de vacinação coincide com a imunização contra a covid-19 em andamento. Segundo o Ministério, as vacinas de covid-19 poderão ser administradas de maneira simultânea ou com qualquer intervalo com as demais do Calendário Nacional, na população a partir de 3 anos de idade.

As informações são da Agência Brasil.

Carga do coronavírus diminui nos esgotos de cinco capitais, mas aumenta em Curitiba nas últimas semanas

O Boletim de Acompanhamento nº 18/2022 da Rede Monitoramento COVID Esgotos, com dados das semanas epidemiológicas 30 a 33 (de 24 de julho a 20 de agosto), informa que cinco das seis capitais acompanhadas – Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro – registraram a redução da carga do novo coronavírus em seus esgotos nesse período. Somente em Curitiba a carga viral aumentou. Em Curitiba e Fortaleza as cargas novo coronavírus seguem elevadas.

No cenário de pandemia, o monitoramento dos esgotos realizado pela Rede segue sendo uma ferramenta para o acompanhamento dos efeitos das medidas de flexibilização na circulação do novo coronavírus.

Em Curitiba, entre as semanas epidemiológicas 30 (de 24 a 30 de julho) e 33 (de 14 a 20 de agosto), foi registrada uma variação entre 62,4 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes (semana 31) e 179,5 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes (semana 33). Como houve uma alta nas semanas epidemiológicas 32 e 33, a tendência identificada na capital paranaense foi de alta e com cargas virais em patamares elevados.

Entre as semanas epidemiológicas 30 e 33, Curitiba registrou concentrações virais consideradas elevadas (acima de 25 mil cópias do vírus por litro das amostras) ou moderadas (de 4 mil a 25 mil cópias por litro).

A Rede Monitoramento COVID Esgotos acompanha as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia atual.

Nesse sentido, os resultados gerados sobre a ocorrência do novo coronavírus no esgoto das cidades em questão podem auxiliar as autoridades locais de saúde na tomada de decisões relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da COVID-19. Também podem fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.

Com os estudos o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.

Informações mais detalhadas sobre os pontos de monitoramento, incluindo a justificativa para o monitoramento de cada ponto, constam do Boletim de Apresentação da Rede. O histórico de resultados pode ser consultado nos Boletins de Acompanhamento, disponíveis no site da ANA. Acesse também o Painel Dinâmico da Rede Monitoramento COVID Esgotos, onde são disponibilizados semanalmente os resultados para todas as regiões que integram a Rede.

A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.

Matéria do Portal Bem Paraná.

Vacina brasileira contra a Covid-19 mira variantes e facilidades logísticas

Oito em cada dez brasileiros já tomaram duas doses ou a dose única das vacinas contra a covid-19 e pouco mais da metade dos brasileiros já recebeu ao menos a primeira dose de reforço. Com tantas pessoas imunizadas, a mortalidade pela doença segue em queda, mas pesquisadores continuam a trabalhar para não perder a corrida contra a evolução genética do coronavírus e continuar a reforçar a imunidade da população no futuro.

É o caso da equipe do CT Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que neste momento reúne os últimos documentos para que um projeto de vacina 100% nacional tenha os testes em humanos iniciados em 2023.

A SpiN-TEC, como é chamada a vacina mineira, começou a ser desenvolvida em 2020, quando as variantes ainda não eram preocupação. De lá pra cá, o cenário epidemiológico mudou diversas vezes, com ondas de casos provocadas pelas novas versões do SARS-CoV-2, cada vez mais transmissíveis pelas mutações associadas à proteína Spike – também chamada de proteína S-, principal arma do vírus para invadir as células humanas.

Coordenador da equipe que desenvolve a vacina, Ricardo Gazzinelli, explica que, caso os estudos comprovem a eficácia da SpiN-TEC, ela deve se juntar ao time das vacinas de segunda geração, já calibradas para prevenir um vírus que evoluiu após mais de dois anos de contágio.

“O que estão chamando de vacinas de segunda geração são vacinas que teriam um espectro de ação mais amplo”, afirma ele, que descreve que isso se dá pelo uso da proteína S do coronavírus ancestral e da variante Ômicron em uma mesma vacina, para que sejam criados anticorpos que reajam a ambas. “Essa é uma questão que as agências regulatórias vão começar a exigir a partir de uma hora. O problema é, se quando sair a vacina, já houver uma nova variante”.

A proteína S é o alvo tradicional das vacinas por dois pontos importantes: ela desperta reação imunológica e é a ferramenta de invasão das células humanas. Apesar disso, ela acumula uma grande quantidade de mutações, dificultando o trabalho dos anticorpos. Por isso, a atualização das vacinas aposta na combinação de uma nova proteína S com a proteína S ancestral na formulação das vacinas.

O pesquisador argumenta que, nesse sentido, o projeto da SpiN-TEC é interessante, por combinar as proteínas S e N do coronavírus. Diferentemente da S, a proteína N é mais estável e também desperta reação dos linfócitos T, outro mecanismo de defesa do corpo humano, o que, em tese, dará menos chance de escape às variantes atuais e futuras.

Essas questões continuam a ser importantes porque a comunidade científica ainda não consegue determinar qual será a necessidade de doses de reforço, nem para quem elas serão necessárias no futuro. Desse modo, o pesquisador acrescenta que a SpiN-TEC poderia ser produzida em parceria com institutos de pesquisa públicos, como Bio-Manguinhos e Butantan, ou com empresas privadas, e sua plataforma tecnológica apresenta facilidades logísticas.

“É uma vacina muito estável. Ela dura duas semanas na temperatura ambiente e seis meses na geladeira, o que facilita muito a distribuição. Ainda mais no Brasil, que tem uma extensão tão grande e áreas que não têm uma infraestrutura tão boa”, afirma ele. “A proteína é uma proteína recombinante produzida em bactéria, um modelo bem clássico de produção de proteína, um modelo barato. É uma infraestrutura existente no Brasil”.

Antes de chegar ao Programa Nacional de Imunizações, porém, é preciso provar que a vacina funciona. Testes realizados em animais já demonstraram capacidade de controlar a carga viral e os sintomas da covid-19, mas é preciso iniciar os testes em humanos, com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A agência tem orientado os pesquisadores em relação às suas exigências, caso tudo seja alinhado, os testes clínicos começam no início do ano que vem, podendo ser encerrados em menos de um ano.

Testar a eficácia de uma vacina que será usada como reforço em uma população já vacinada requer protocolos diferentes da testagem de uma vacina proposta como primeiro contato de uma população contra um antígeno. Gazzinelli explica que, por esse motivo, os testes clínicos da SpiN-TEC podem ser até mais rápidos que os das vacinas que precisam esperar um tempo até que uma certa quantidade de voluntários adoeça para que o grupo com placebo possa ser comparado ao vacinado.

“Ela vai ser avaliada pelos marcadores imunológicos. Se ela induzir uma resposta imune forte contra o vírus, esse vai ser um critério importante de seleção para permitir que a vacina avance. Os estudos estão sendo desenhados dessa forma, para desenhar um marcador imunológico para avaliar a eficácia”, explicou ele, que acrescentou que, nesse caso, a vacina precisará ser igual ou superior aos imunizantes que já estão no mercado.

As informações são da Agência Brasil.

Ministério da Saúde lança guia para médicos sobre gestantes e bebês

Alterações estruturais ou funcionais no desenvolvimento de bebês durante a gestação e que podem ser detectadas durante ou após o nascimento estão no Guia prático: diagnóstico de anomalias congênitas no pré-natal e ao nascimento.

Segundo o Ministério da Saúde, responsável pela publicação direcionada aos médicos, o diagnóstico é fundamental não só para orientar o cuidado e atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), mas também para buscar diminuir os impactos dessas condições na vida de pacientes e seus familiares. Além disso, se detectadas em tempo, algumas dessas alterações podem ser prevenidas.

Números

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que aproximadamente 295 mil recém-nascidos morrem por ano em decorrência dessas condições. “No Brasil, elas já representam a segunda principal causa de mortalidade infantil. Conforme dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), são notificados no país, anualmente, cerca de 24 mil nascidos vivos com alterações congênitas (menos de 1% de todos os nascidos vivos)”, destacou o Ministério da Saúde.

O guia foi elaborado pelo Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças não Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde, em conjunto com especialistas na área de genética médica. Entre os tópicos abordados está, por exemplo, a apresentação de avaliações e exames que podem ser feitos durante o pré-natal para o diagnóstico de anomalias congênitas.

Também estão na publicação:

Características da gestante e gestação que podem representar fatores de risco para anomalias congênitas;

Descrição das anomalias congênitas que podem ser detectadas por meio do exame físico detalhado do recém-nascido; a

Anomalias congênitas consideradas prioritárias para a vigilância ao nascimento no país e como diagnosticá-las, incluindo fotos e ilustrações;

Apresentação de ferramentas de apoio para o diagnóstico de anomalias congênitas no nascido vivo;

Orientações de como deve ser feita a notificação das anomalias congênitas ao nascimento;

Descrição de algumas das principais medidas de prevenção de anomalias congênitas.

Acesse o e-book aqui. 

As informações são da Agência Brasil.

Fiocruz e CDC fortalecem parceria no enfrentamento à Aids no Brasil

“Testar nos deixa mais fortes”. Com esse lema, o projeto A Hora é Agora aterrissava em Curitiba, Paraná, com a missão de ampliar o acesso à testagem e tratamento para populações-chave de gays jovens e outros homens que fazem sexo com homens, nas quais a epidemia do HIV aumentava.

O ano era 2014. De lá para cá, a iniciativa cresceu e hoje desenvolve ações também nos municípios de Florianópolis, Campo Grande, Porto Alegre e Fortaleza voltadas ainda a trabalhadores e trabalhadoras do sexo, pessoas trans e travestis e usuários de drogas injetáveis.

O A Hora é Agora é fruto de um acordo de cooperação entre a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América (CDC), com recursos do Plano de Emergência do Presidente dos EUA para Alívio da Aids (PEPFAR).

O acordo teve início em 2003 e continua vigorando com resultados promissores. Nessa segunda-feira (29/08), técnicos da organização e da iniciativa governamental norte-americanas visitaram a Fiocruz para conhecer a instituição e ter uma compreensão mais ampla sobre o funcionamento local da cooperação.

O acordo de cooperação, que se renova a cada cinco anos, compõe ações direcionadas não somente ao HIV, mas também a outras doenças emergentes, de acordo com a situação pandêmica ou epidêmica, em conjunto com outras unidades da Fiocruz. Ao longo de 20 anos de parceria, já foi possível desenvolver iniciativas voltadas ao enfrentamento do Zika Vírus, tuberculose, malária e, mais recentemente, à Covid. “A parceria com a Fiotec também tem sido fundamental para que consigamos desenvolver projetos tão inovadores e de tamanha complexidade de ações que envolvem essa cooperação”, destacou a pesquisadora da ENSP e coordenadora do acordo no Brasil, Marly Cruz, durante o encontro.

Na ocasião o diretor regional do CDC para as Américas e Kenya Paul Young se mostrou satisfeito com a cooperação e elogiou a inovação e o comprometimento da Fundação, assim como a atuação da instituição voltada a populações vulneráveis no projeto. “Esse encontro representa o comprometimento da Fiocruz e do CDC em levar a parceria adiante. É importante frisar que temos trabalhado juntos por 20 anos. Espero que renovemos essa cooperação para os próximos cinco anos e que ela dure ainda mais 20 anos, e possa ganhar visibilidade também fora do Brasil”, afirmou.

Presente ao encontro representando a presidente da Fiocruz Nísia Trindade, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz Cristiani Machado destacou a longa história de cooperação entre o CDC e a Fundação com foco na prevenção e controle do HIV e Aids voltados a populações em situações de vulnerabilidade. Ela também ressaltou a adaptação e incorporação de outros problemas de saúde pelo Acordo de Cooperação no Brasil, assim como o potencial de continuidade e desdobramento da parceria, com a visita do CDC e Pepfar. “Além de abarcar outras doenças, o acordo também expandiu seu foco, que antes era na avaliação e monitoramento, utilizando inovações para se tornar também um projeto de pesquisa atrelado à intervenção. Esse encontro foi um momento muito importante de balanço deste acordo de cooperação. Vemos desdobramentos possíveis tanto em termos de incorporação de vertentes de novas linhas de ação quanto, eventualmente, de expansão territorial. O desdobramento das ações junto aos migrantes foi elogiado pelo grupo e visto como possibilidade de fortalecimento de parceria na cooperação”, analisou.

Marly explicou que o CDC dá o suporte técnico e Pepfar o apoio financeiro para o desenvolvimento das ações para o enfrentamento do HIV e Aids no Brasil. Como uma condição do financiador, foi sugerido que o projeto tenha foco em segmentos mais vulnerabilizados. “A população-chave do A Hora é Agora, além de ter maior concentração em termos de incidência de HIV, é a que mais sofre estigma e discriminação, além de enfrentar as muitas barreiras de acesso à prevenção, ao diagnóstico e tratamento do HIV”, disse.

Inovação para tratamento imediato e adesão

Inovação é a palavra-chave do A Hora é Agora. O projeto prioriza a prevenção combinada e faz uso de tecnologias inovadoras, como o fornecimento de CD4, carga viral e creatinina rápidos, para oferecer o tratamento imediato aos reagentes ao vírus. “Se o(a) usuário(a) tiver uma sorologia positiva, ele(a) pode sair da unidade no mesmo dia já com o seu tratamento definido. Quanto mais cedo a pessoa se trata, mais cedo ela fica indetectável para sua carga viral, não transmitindo mais o HIV. Caso o(a) usuário(a) tenha sorologia negativa, é orientado(a) para as diferentes estratégias de prevenção”, explicou Marly.

O usuário também tem acesso a um armário e clínica virtuais, de onde ele pode solicitar o autoteste e antirretrovirais, podendo recebê-los também em casa pelos correios. A população-chave com resultados reagentes para o HIV pode ainda ser acompanhada por um linkador, membro da equipe do projeto, que auxilia nas dificuldades que o usuário venha a enfrentar, seja para encarar seu resultado, realizar exames na rede de atenção ou fazer uso da medicação. “É uma abordagem diferenciada dos(as) usuários(as), algo novo no Brasil. Fazemos todo o acompanhamento dessa linkagem, pois a nossa intenção é que o usuário comece o tratamento o mais cedo possível e não interrompa seu cuidado para que, assim, consigamos interferir no ciclo de transmissão do HIV, com atendimento mais humanizado e com zero estigma e discriminação”, disse Marly.

Ela destacou que o projeto visa fortalecer a atenção ao HIV/Aids nas cinco cidades partindo-se sempre da compreensão de que o SUS é universal. Por isso, para se aproximar da população-chave, o A Hora é Agora faz uso de estratégias de comunicação nas diferentes mídias sociais, redes de sociabilidade e em ações corpo a corpo, para a sensibilização da prevenção combinada, com orientações sobre solicitação do autoteste pela plataforma digital no site do projeto e indicação dos serviços da cidade para prevenção, testagem e tratamento imediato. “A parceria atual com a UNAIDS tem possibilitado muito aos municípios melhorar suas ações de comunicação, sobretudo para a redução do estigma junto aos serviços”, afirmou Marly.

Perspectivas de cooperação

Por conta do sucesso dos resultados alcançados pelo acordo de cooperação, a ideia é ampliar a parceria, segundo a coordenadora do acordo no Brasil. Ao final do atual ciclo do projeto, que encerra em 2023, ele será levado a algum município da região norte do Brasil. “Como estamos falando em pessoas mais vulnerabilizadas, é nessa região que vemos grande dificuldade não somente de acesso à prevenção e ao diagnóstico do HIV, mas também de manutenção do tratamento”, afirmou.

Marly adiantou que as estratégias do A Hora é Agora estão sendo ampliadas para além das populações-chave nos municípios, devido às interrupções de tratamento decorrentes do período de pandemia de Covid-19: “São duas as ações transversais fundamentais para o projeto: a área de comunicação e a de monitoramento. A comunicação é fundamental para chegarmos mais perto de quem não chega ao serviço de saúde. E o monitoramento para fazermos um acompanhamento contínuo e sistemático dos efeitos alcançados. Por isso, estamos trabalhando mais próximos das ONGs, o que pretendemos estender em uma próxima cooperação”.

Ainda participaram do encontro, pela Fiocruz, a vice-diretora da Ensp, Marismary De Seta; o coordenador adjunto do Centro de Relações Internacionais em Saúde (CRIS/Fiocruz), Pedro Burger, que na ocasião fez uma apresentação sobre as cooperações internacionais da Fiocruz; e a diretora técnica da Fiotec, Cristiane Sendim, que discorreu sobre a atuação da Fundação junto ao acordo de cooperação.

Saiba mais sobre o A Hora é Agora.

As informações são da Fiocruz.